Estojos e caixinhas para armazenar comprimidos
trazem praticidade para o dia a dia, mas não são a melhor escolha
Para simplificar a rotina do uso de medicamentos,
pacientes podem lançar mão de estojos de plásticos para guardar comprimidos,
cápsulas ou drágeas. Isso é comum especialmente entre os portadores de doenças
crônicas, que precisam dos remédios todos os dias. Mas será que o produto não
estraga?
A dúvida foi levantada por nossa leitora Giovana
Feix. Para resolver essa questão, SAÚDE conversou com o farmacêutico Wagner
Ricardo Montor, professor adjunto do Departamento de Ciências Fisiológicas da
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
O especialista afirma que nunca devemos remover
cápsulas e afins da cartela ou de frascos que contenham algum sistema de
controle de umidade, como aqueles que vêm com sachês de sílica.
“É preciso lembrar que a embalagem também foi
elaborada pela indústria farmacêutica para garantir a melhor condição de
conservação. O ideal é mantê-la”, resume Montor.
O professor frisa que esses estojos que separam o
remédio por dia da semana não ficam fechados tão perfeitamente quanto o blister
no qual ele é vendido.
O que você pode fazer é tirar as cartelas ou os
frascos daquela caixa de papelão e deixá-los em outro local maior, ou até em
uma gaveta — desde que permaneçam em condições adequadas de temperatura,
umidade e exposição à luz. Você encontra essas instruções específicas na embalagem.
“Recomenda-se guardá-los em locais frescos e
arejados para evitar problemas de umidade. Isso significa que eles não devem
ser armazenados no banheiro, já que a água do chuveiro é capaz de
condensá-los”, orienta o especialista.
De qualquer forma, Montor não aconselha tirar os
medicamentos da caixa original de papelão — mesmo que você os mantenha nas
condições ideais. Isso porque é possível confundir as cartelas se elas ficarem
todas juntas.
“Fora que, guardando na própria embalagem do
fabricante, você mantém a bula. E o acesso ao número do lote e à validade
também é facilitado”, acrescenta o professor da Santa Casa.
O que fazer quando o tratamento acaba e o remédio
não
Nesses casos, o ideal é descartar aqueles que
sobram. Segundo Montor, é arriscado mantê-los em casa porque, se os sintomas
surgem de novo ou um familiar apresenta sinais semelhantes, as pessoas tendem a
usar as mesmas drogas sem consultar um médico.
“Só que nem sempre sintomas parecidos são causados
por uma mesma doença. E o uso de medicamentos errados pode piorar o quadro”,
alerta o expert. “Além disso, há o risco de utilizar remédios vencidos ou que
não tenham sido armazenados da melhor forma”, adiciona.
Na hora de descartar, não se esqueça de fazê-lo da
forma correta. Ou seja: nada de jogar no vaso sanitário! Postos de saúde e
algumas farmácias coletam os medicamentos restantes. O portal e-Cycle, em
parceria com a farmacêutica Roche, disponibiliza uma ferramenta online que
busca os pontos de coleta mais próximos da sua localização.
Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/boa-pergunta/remedios-podem-ser-guardados-fora-da-embalagem-original/
- Por Maria Tereza Santos - Foto: Deborah Maxx/SAÚDE é Vital
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