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domingo, 21 de junho de 2020

Carboidrato à noite engorda? Confira quais as principais fake news sobre emagrecimento

Nutricionista explica alguns mitos que nada tem a ver com perda de peso saudável e pode até comprometer sua saúde

Para emagrecer, precisamos estar em déficit de calorias, ou seja: para gerar o emagrecimento, nós devemos consumir menos do que gastamos, deixando o corpo “no negativo” em calorias

Na era das fake news, informações equivocadas sobre alimentação saudável continuam se espalhando por aí – embora existam "desde sempre". Quando falamos em emagrecimento, os mitos crescem ainda mais. Há sempre um truque novo ou "alimento milagroso" que vai te ajudar a perder peso.


Mas não é bem assim. Aliás, é justamente por causa desses mitos que muitas pessoas acabam seguindo o caminho mais difícil na hora de começar uma dieta e, consequentemente, acabam tendo seus resultados comprometidos. No fim, o processo só gera frustração e desânimo.

Abaixo, listei quatro fake news sobre emagrecimento:

Carboidrato é o vilão e proteína é a mocinha
O carboidrato é essencial na nossa alimentação. Nosso cérebro e músculos utilizam ele como combustível. Cortar o carboidrato da sua rotina, na maioria das vezes, vai ajudar no emagrecimento. Isso porque ao tirar um grupo alimentar da dieta (seja carboidratos, verduras e legumes, açúcares e doces), você gera restrição calórica, e é essa restrição que vai fazer você emagrecer.

Mas quando falamos em emagrecimento saudável, precisamos estar em déficit de calorias, ou seja, nós devemos consumir menos do que gastamos. Mas se você cortar carboidrato e exagerar na proteína, você não vai emagrecer. Trago verdades: 1 grama de carboidrato e 1 grama de proteína tem a mesma quantidade de calorias.

Quanto menos eu comer, mais rápido vou emagrecer
Esse é outro erro comum. Sim, para emagrecer você precisa comer menos do que gasta, mas é preciso comer uma quantidade mínima para que seu organismo exerça suas funções básicas, como respirar e manter seu coração batendo. Se sua oferta calórica é muito baixa, seu corpo não prioriza a queima da gordura, pelo contrário, ele vai impedir essa queima.

Comer carboidrato à noite engorda
O problema não está no horário, afinal, o valor nutricional não muda depois das 18h e seu corpo não tem relógio. O que vai impedir seu emagrecimento não é quando você come, mas o quanto você come. E também a qualidade desse alimento, no caso, o carboidrato.

Em outras palavras: se a quantidade e a qualidade do carboidrato estiverem dentro das suas necessidades diárias e alinhadas ao seu objetivo, você irá emagrecer.  Prefira sempre carboidratos integrais como arroz integral, macarrão integral, batata, aipim e etc. Comer em excesso engorda em qualquer horário do dia, assim como refeições desequilibradas.

Você precisa comer de três em três horas
Cada metabolismo trabalha de forma diferente. Somos seres individuais e isso deve ser respeitado quando adotamos um novo padrão alimentar.

Essa teoria de comer de três em três horas surgiu a partir da ideia de que, ao se alimentar, o metabolismo acelera por um tempo através do processo da digestão e absorção dos nutrientes. Isso geraria gasto de energia. Mas acontece que o aceleramento do metabolismo pela alimentação tem a ver com a quantidade de calorias e nutrientes ingeridos – e não com o intervalo de tempo entre uma refeição e outra.

É importante lembrar que para garantir um emagrecimento saudável você deve consultar um nutricionista para ele adequar a dieta às suas necessidades nutricionais individualizadas.


segunda-feira, 1 de julho de 2019

9 dicas para detectar fake news na área da nutrição


O poder (para o bem ou para o mal) dos alimentos é um dos principais alvos de boatarias e opiniões apaixonadas na internet

Depois da nossa matéria sobre os influenciadores da saúde em geral, nós separamos algumas pegadinhas das redes sociais específicas sobre nutrição. Explica-se: a alimentação é uma das áreas mais atingidas pelas notícias falsas, ao ponto de o Conselho Federal de Nutrição (CFN) ter emitido em 2018 um alerta sobre o tema.

“Nas mídias sociais, as fake news chamam a atenção para equívocos e atitudes de risco, prometendo dietas milagrosas sem nenhuma comprovação científica, prescritas por pessoas sem formação acadêmica”, declara o texto da entidade. Ao adotar sugestões de origem duvidosa, a saúde é ameaçada.

Para ajudar você a detectar uma armadilha do tipo, conversamos com a nutricionista Carolina Sartori, de Brasília, que em seu perfil desmente com evidências alguns dos boatos. Ela é uma das entusiastas do projeto Saúde Honesta, que desmistifica o tema com o auxílio de diversos profissionais.

1. Fuja de quem usa o termo “detox”
A desintoxicação de quaisquer substâncias nocivas é feita pelo nosso corpo normalmente, desde que os rins e outros órgãos estejam funcionando. Não há qualquer indício confiável de que as dietas, chás e receitas detox tenham algum efeito extra na remoção de toxinas do organismo.
O importante é comer bem, sem radicalismos.

2. Demonização de alimentos é furada
As expressões “sem lactose” e “sem glúten” estão em alta nos rótulos das prateleiras e nos “publis” do Instagram. Só que esses alimentos só devem ser retirados da dieta de quem é alérgico ou intolerante a eles.
Riscar qualquer item do cardápio sem necessidade pode levar a deficiências nutricionais e problemas de saúde. No caso do glúten, a retirada não só não traz benefícios como pode elevar o risco de doenças crônicas não transmissíveis.

3. Ainda não há cura para doenças incuráveis
Parece óbvio, mas há muitas promessas de eliminar a aids e outras doenças crônicas com um alimento ou planta. Se a condição é considerada incurável, não dá para acreditar em uma alegação do tipo.

4. Desconfie da supervalorização dos alimentos
Vamos dar um exemplo, o da canela. Ela é um alimento termogênico, pois acelera o gasto de energia do organismo. Só que esse efeito é discreto, ou seja, seria preciso comer porções cavalares para que o corpo perdesse peso por causa dessa queima.

Vale a máxima: nenhum alimento ou nutriente sozinho melhora a imunidade, emagrece ou cura doenças.

5. Encrencar com exames é sinal de alerta
É comum encontrar nutricionistas ou outros profissionais de saúde dizendo que o valor de referência da dosagem de vitamina D ou outros marcadores nos laboratórios é errado, e que na verdade deveríamos ingerir mais do que isso.
Como o excesso de nutrientes e o tratamento de doenças inexistentes podem ser prejudiciais e até colocar a vida em risco, vale ficar com o número oficial, que é calculado baseado em anos de estudo e passa pela análise de dezenas de profissionais e entidades médicas.

6. O ortomolecular não existe
Essa especialidade não é reconhecida pelo Conselho Federal de Nutrição, e geralmente quem a defende vende uma longa lista de exames e suplementos para supostamente balancear os nutrientes do corpo e, assim, promover o emagrecimento e prevenir doenças.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) também já se posicionaram contra a abordagem.

7. Não aceite dietas da moda
Se o influencer oferece um cardápio pronto para ser seguido à risca por todo mundo e promove dietas da moda, melhor dar unfollow.
A alimentação deve ser individualizada, porque seu sucesso e segurança dependem de muitos fatores pessoais (peso, idade, estilo de vida, histórico de saúde, condição socioeconômica…). E qualquer profissional deve respeitar essas particularidades, inclusive dando voz para que a própria pessoa tome certas decisões informadas.

8. Nutricionistas não devem prescrever hormônios
Existem alegações sobre o papel de hormônios no emagrecimento e até a manipulação de versões sintéticas deles para esse fim. Só que os hormônios devem ser prescritos apenas por médicos – e depois do diagnóstico de uma condição de saúde que justifique isso.
Os Conselhos Regionais de Nutrição desaprovam a prática, e há uma lei que proíbe a recomendação de hormônios para fins estéticos, como prevenir o envelhecimento, até para os médicos.

9. Não existe milagre rápido com o cardápio
Por último, um dos pontos que faz mais sucesso nas redes. Perder peso rapidamente, secar a barriga, dobrar a massa magra e todas as promessas de resultados imediatos e impressionantes devem levantar suspeitas.
Toda mudança do tipo exige intervenções duradouras no estilo de vida e uma dose de disciplina.

Fonte: https://saude.abril.com.br/alimentacao/9-dicas-para-detectar-fake-news-na-area-da-nutricao/ - Por Chloé Pinheiro - Foto: Tomás Arthuzzi/SAÚDE é Vital

terça-feira, 17 de abril de 2018

Fake news: como identificar e não espalhar mentiras na internet

Notícias falsas podem ser tipificadas como crime e queimam seu filme tanto nas redes sociais quanto na vida real

Basta abrir o Facebook, o Twitter ou algum grupo com muita gente no Whatsapp para ter altas chances de se deparar com uma notícia falsa. Pior ainda é quando você mesma cai em uma delas e acaba sendo a propagadora das mentiras, mais conhecidas como fake news.

O caso notório mais recente de fake news foi no mês passado, logo após o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Por motivos políticos, começaram a brotar pelas redes sociais informações mentirosas sobre Marielle, tanto para difamá-la quanto para deslegitimar suas lutas. A bola de neve foi tão grande que um grupo de advogadas se uniu para encaminhar os posts à Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Elas não fizeram isso à toa: produzir fake news pode ser classificado como crime contra a honra – isso já foi defendido pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). E tramitam dois projetos de lei para criminalizar e punir tanto quem produz quanto quem dissemina notícias falsas para prejudicar pessoas, a saúde, a segurança, a economia ou o processo eleitoral. Para que você fique por dentro, estes PLs são o 6.812/2017, do deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) e o 473/2017, do senador Ciro Nogueira (PP-PI).

Ou seja, o cerco está se fechando para quem compartilha fake news, não importa se por maldade ou por inocência.

Queima filme
Uma forma muito eficaz de queimar seu filme rapidinho nas redes sociais e na vida “ao vivo”, fora delas, é compartilhando fake news. Sempre haverá alguém que sabe que aquilo não é verdade e que já olhará torto para você. E isso pode ser prejudicial tanto para sua imagem pessoal quando para a profissional. Empresas não gostam de funcionários mentirosos, clientes evitam empreendedores que espalham boatos e mentiras, as pessoas se afastam de quem tem esse mau hábito.

“A rede social é uma vitrine, e quando você compartilha um conteúdo, está tomando para si o discurso nele escrito. Não à toa, o número de compartilhamentos é uma das principais métricas de redes sociais”, explica Laura Fraga, especialista em marketing digital.

Ela confirma que esse comportamento pode comprometer a reputação de quem clicou no compartilhar sem pensar nas consequências: “Isso é básico, não pega bem em nenhum tipo de relação. Não esqueça que você não está em um ambiente privado. A rede social, por mais filtros de privacidade que você use, é pública. Tudo dito ali será utilizado contra ou a favor de você.”

Na opinião de Armindo Ferreira, especialista em novas tecnologias da comunicação, esperar que as próprias redes sociais criem ferramentas de filtro ou de denúncia de fake news é perda de tempo. “É necessário que cada pessoa entenda o impacto que uma notícia falsa pode trazer para a sociedade”, afirma.

Guia prático para identificar e não espalhar fake news
Laura e Armindo dão as dicas mais importantes para que você não corra o risco de cometer um crime nem de queimar sua imagem com colegas, clientes, familiares e amigos. Identificar fake news não é tão difícil; só requer um pouco de atenção, discernimento e pesquisas na própria internet.

– Verifique a reputação da fonte da notícia
“As pistas mais evidentes são sites estranhos, de que você nunca ouviu falar, e estudos sem nomes que credibilizam alguma coisa. Toda matéria precisa de uma fonte, jogar o nome da pessoa no Google e ver se ela existe e realmente atua naquela área é fácil”, diz Laura.
 Checar a veracidade das informações pela internet é fácil e evita que você dissemine fake news
Checar a veracidade das informações pela internet é fácil e evita que você dissemine fake news (StockRocket/Thinkstock)

– É uma matéria ou uma opinião?
Armindo destaca que, muitas vezes, o conteúdo é um artigo opinativo, não uma matéria jornalística que ouviu todos os lados e oferece as fontes da informação com links para que você possa consultar. E, muitas vezes, as pessoas compartilham opiniões como se fossem fatos, incorrendo nas “notícias” falsas.

– Cheque se grandes veículos estão falando sobre o assunto
A “notícia” é bombástica: “Político X será preso hoje à noite”. Mas só um site está falando sobre ela. Ou, ainda, o texto – exatamente igual – está replicado em diversos sites com o mesmo viés político, e apenas neles. Os grandes portais, jornais e veículos de comunicação não têm nada sobre o assunto. Tudo facilmente verificável em qualquer site de busca. Fuja, miga, é fake news na certa.

– Atenção aos sites com nomes quase iguais aos de grandes veículos
Laura observa que muitos sites de fake news têm nomes e URLs muito parecidos com os de veículos de comunicação confiáveis, colocando apenas um número no final, por exemplo.

– Questione-se sobre as fontes do texto
Para dar credibilidade ao texto, os sites de fake news muitas vezes mencionam grandes jornalistas como fontes que teriam dito algo controverso. Questione-se: essa pessoa realmente falaria isso? Por quê? Se ela é do Grupo X ou do Jornal Y, por que falaria para um site desconhecido sobre algo polêmico? E, mais uma vez: procure no Google se há alguma chance de isso ser real.

– O texto político é muito contundente em relação ao que você acredita?
Não importa se sua posição política é à esquerda ou à direita: desconfie se um texto que se apresenta como notícia for muito certeiro em relação às suas convicções. Matérias jornalísticas normalmente ouvem os dois lados e mantêm a isenção. Tudo que for diferente disso é opinião e, caso se encaixe em outros itens desta lista, tem grandes chances de ser fake news.

– É um conteúdo de ataque direto contra um político ou partido?
Isso já é controverso normalmente, e tende a piorar muito daqui para a frente, já que estamos em ano de eleições. Se o texto que você ler tiver como objetivo claro atacar um politico, candidato ou partido, sem embasamento ou fontes confiáveis, pode saber que é fake news. “Vão tentar destruir a reputação de todos os políticos, independentemente da orientação política, e transformar os eleitores em propagadores de mentiras”, prevê Laura. Não seja essa pessoa que se deixa ser usada como massa de manobra.

– Duvide de áudios de Whatsapp
Você está de boas no seu trabalho e de repente recebe no Whatsapp um áudio creditado a um delegado de polícia falando algo super polêmico e pedindo para que o áudio seja compartilhado. Isso tem as palavras FAKE NEWS piscando ao redor. “É fácil uma pessoa se passar por outra. Cuidado com as paixões”, alerta Laura.

– Só compartilhe o que você falaria ao vivo sem medo de passar vergonha
“Reflita sobre a real importância daquilo e, principalmente, sobre o impacto que aquilo pode trazer”, orienta Armindo. Laura complementa, para finalizar: “Costumo brincar com meus alunos que em rede social a gente só fala ou posta o que puder ser dito em uma roda com sua avó, seu chefe e sua melhor amiga. Se algum deles não puder escutar, ou souber que não é verdade, melhor não dizer”.