Em breve, teremos mais alternativas para enfrentar
uma das doenças que mais causa perda de visão. Aproveite o Dia de Combate ao
Glaucoma para conhecê-las
Na Dia de Combate ao Glaucoma a SBG (Sociedade
Brasileira de Glaucoma) anuncia a criação de novas diretrizes para o tratamento
e diagnóstico da doença que acomete os olhos e provoca cegueira. O documento
abrange as descobertas científicas mais recentes sobre o tema e servirá de guia
para a incorporação de novos procedimentos tanto nos planos de saúde quanto na
rede pública.
A ideia é também aproveitar a sazonalidade da data
para aumentar a conscientização sobre o glaucoma, mal que atinge, estima-se, 3%
da população brasileira. “E metade dos portadores não sabe que tem a doença,
que só apresenta sintomas quando afeta a visão de maneira irreversível”,
explica Wilma Lelis Barboza, oftalmologista presidente da SBG.
Na nova diretriz, que chegará aos oftalmologistas do
país e ao site da SBG em junho, um dos principais destaques é justamente uma
arma para o acompanhamento da evolução dessa condição. “Estamos falando da
tomografia do nervo óptico, que é um exame extremamente útil, usado há mais de
dez anos nos consultórios, mas que ainda não está coberto pelos planos de
saúde”, conta Wilma.
Outros avanços incluídos no documento envolvem uma
técnica cirúrgica feita com lasers. “Tivemos recentemente modificações que
diminuem o trauma no olho do paciente e controlam melhor a pressão intraocular,
que é a causa do glaucoma”, aponta a oftalmologista.
Mesmo assim, nenhum procedimento dá conta de
devolver ao nervo óptico o seu funcionamento normal. Os tratamentos servem
basicamente para frear o avanço da enfermidade. Ou seja, os danos são
irreversíveis – por isso é importante conhecer bem a doença.
O que é glaucoma
A doença é caracterizada por uma lesão no nervo
óptico, responsável por transmitir luzes e cores ao cérebro. A responsável por
esse dano costuma ser uma alta na pressão intraocular (PIO), que sobe quando há
acúmulo do humor aquoso, fluido presente no olho.
Os fatores que levam a esse acometimento ainda não
estão totalmente estabelecidos. O glaucoma e ele pode ocorrer na infância e no
início da vida adulta, mas principalmente na terceira idade. “Entre os 60 e 80
anos, a incidência chega a 8%”, destaca Wilma.
Algumas questões, como histórico familiar, ter graus
altos de miopia ou doenças crônicas, elevam o risco da encrenca.
O problema é que o aumento da pressão não tem nenhum
sintoma exceto as alterações na visão, que demoram para aparecer e, como vimos,
não podem ser corrigidas. Em geral, estamos falando de um escurecimento do
campo de visão, que vai de fora para dentro.
Por isso, o ideal é fazer exames periódicos no
oftalmologista, que deveria medir a pressão intraocular em todas as consultas
de rotina – não deixe de perguntar sobre o assunto. Acima dos 40 anos, as
visitas a esse especialista devem ser frequentes (anuais ou combinadas com o
especialista), mesmo que você não tenha quaisquer problemas para enxergar.
Caso o diagnóstico do glaucoma seja feito, o médico
costuma receitar primeiro colírios de uso diário, que aliviam a pressão
intraocular. Eis aí outra etapa difícil no controle do glaucoma.
“Como ele é assintomático, muitos pacientes
abandonam o tratamento, que deve ser contínuo, por desconhecerem a gravidade do
quadro”, alerta Wilma. Daí a necessidade de falar mais e mais sobre ele e suas
consequências.
Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/vem-ai-novidades-para-tratar-e-diagnosticar-o-glaucoma/
- Por Chloé Pinheiro - Ilustração: Erika
Onodera/SAÚDE é Vital