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segunda-feira, 25 de março de 2019

Glaucoma, até em estágio inicial, aumentaria risco de acidentes de carro


Pessoas com essa doença têm maior dificuldade em distinguir objetos, mesmo em quadros iniciais – e principalmente quando o celular entra na história

O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível no mundo – ela acomete 1 milhão de pessoas só no Brasil. Apesar de relativamente comum, a doença é silenciosa: quando dá sinais claros, já está em estágio avançado. Antes disso, porém, o indivíduo já possui perdas imperceptíveis na visão periférica, que podem prejudicar a capacidade de dirigir.

Dois novos estudos trazem evidências de que o comprometimento visual dos estágios iniciais do glaucoma aumenta o risco de acidentes. O primeiro deles, conduzido por pesquisadores do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, mostra que portadores da enfermidade teriam dificuldades adicionais em distinguir objetos muito próximos.

Os 26 participantes – metade com glaucoma e metade sem – tinham que diferenciar a posição de um objeto em um monitor quando apresentado com outros itens ao redor. Os cientistas então analisaram as respostas e outros parâmetros, como exames que medem a sensibilidade e a espessura do nervo óptico, que transmite as imagens ao cérebro.

Nos acometidos pelo glaucoma, o efeito chamado de crowding, quando as imagens se misturam, foi bem mais pronunciado.

 “E notamos isso até nos estágios iniciais da doença, o que pode comprometer a realização de tarefas do dia a dia, como dirigir”, explica a oftalmologista Nara Ogata, uma das autoras do trabalho. “Quando a pessoa com a condição pega no volante, os objetos podem aparecer mais embaralhados: a placa em cima da árvore, outros carros, e por aí vai”, comenta.

Tempo de resposta também é abalado
Outro estudo, conduzido pela mesma equipe e com publicação prevista para abril no periódico científico Jama Network, colocou os pacientes com glaucoma em um simulador de direção de alta fidelidade. O objetivo era verificar a performance deles no volante com a presença de um elemento distrativo e popular, o celular.

A tarefa consistia em seguir na faixa correta em uma estrada sinuosa, enquanto o tempo de reação a estímulos visuais periféricos era analisado sem e com o uso do telefone. No segundo caso, os participantes deveriam ouvir frases emitidas pelo aparelho e relembrar a última palavra de cada sentença.

No final, a reação dos voluntários com glaucoma a objetos que surgiam na pista virtual ou outras intercorrências na paisagem foi significativamente mais lenta do que no grupo sem a doença. Pior: quando estavam com o telefone, as vítimas desse problema de visão tiveram um desempenho ao volante duas vezes pior.

“Notamos que não só a perda de visão periférica é afetada, mas o tempo que leva para o indivíduo reagir e processar a imagem é maior”, aponta Nara. “Se algum objeto entrar na frente dele, ele pode demorar mais para frear”, exemplifica.

E o mais preocupante: 59% dos participantes declararam se sentir capazes de dirigir enquanto manuseavam o telefone.

O que fazer
Quem tem glaucoma não está proibido de dirigir, mas com certeza deve discutir o assunto com o médico. “É preciso fazer uma avaliação individual e verificar o estágio da doença antes de tomar qualquer decisão”, ensina Nara.

Caso a autorização para conduzir seja dada, fica o alerta de nunca utilizar o telefone ao volante. “Na presença do glaucoma, o campo de visão já está mais restrito. Ao dividirmos a atenção com o celular, dependemos ainda mais da visão periférica, que é justamente a prejudicada pela doença”, raciocina a oftalmologista.

O pior é que muita gente tem o problema e nem sabe. Estima-se que 80% dos portadores não apresentem sintomas.

Como os estudos mostraram, mesmo na etapa mais silenciosa, os danos ao nervo óptico podem atrapalhar a rotina. Mas como flagrar cedo esse transtorno oftalmológico? “O maior desafio é conscientizar a população sobre a importância dos exames de rotina. Quanto antes o glaucoma for detectado, mais fácil será o controle”, afirma Nara.

Mesmo que não tenha cura, a condição pode ser freada com medicamentos e outros tratamentos. Os testes que a diagnosticam são simples, feitos no próprio consultório do oftalmologista. Pessoas com pressão alta ou histórico de glaucoma na família precisam fazer esse rastreamento mais vezes.

Vale checar com o médico. A visão agradece.


sábado, 26 de maio de 2018

Vem aí novidades para tratar e diagnosticar o glaucoma

Em breve, teremos mais alternativas para enfrentar uma das doenças que mais causa perda de visão. Aproveite o Dia de Combate ao Glaucoma para conhecê-las

Na Dia de Combate ao Glaucoma a SBG (Sociedade Brasileira de Glaucoma) anuncia a criação de novas diretrizes para o tratamento e diagnóstico da doença que acomete os olhos e provoca cegueira. O documento abrange as descobertas científicas mais recentes sobre o tema e servirá de guia para a incorporação de novos procedimentos tanto nos planos de saúde quanto na rede pública.

A ideia é também aproveitar a sazonalidade da data para aumentar a conscientização sobre o glaucoma, mal que atinge, estima-se, 3% da população brasileira. “E metade dos portadores não sabe que tem a doença, que só apresenta sintomas quando afeta a visão de maneira irreversível”, explica Wilma Lelis Barboza, oftalmologista presidente da SBG.

Na nova diretriz, que chegará aos oftalmologistas do país e ao site da SBG em junho, um dos principais destaques é justamente uma arma para o acompanhamento da evolução dessa condição. “Estamos falando da tomografia do nervo óptico, que é um exame extremamente útil, usado há mais de dez anos nos consultórios, mas que ainda não está coberto pelos planos de saúde”, conta Wilma.

Outros avanços incluídos no documento envolvem uma técnica cirúrgica feita com lasers. “Tivemos recentemente modificações que diminuem o trauma no olho do paciente e controlam melhor a pressão intraocular, que é a causa do glaucoma”, aponta a oftalmologista.

Mesmo assim, nenhum procedimento dá conta de devolver ao nervo óptico o seu funcionamento normal. Os tratamentos servem basicamente para frear o avanço da enfermidade. Ou seja, os danos são irreversíveis – por isso é importante conhecer bem a doença.

O que é glaucoma
A doença é caracterizada por uma lesão no nervo óptico, responsável por transmitir luzes e cores ao cérebro. A responsável por esse dano costuma ser uma alta na pressão intraocular (PIO), que sobe quando há acúmulo do humor aquoso, fluido presente no olho.

Os fatores que levam a esse acometimento ainda não estão totalmente estabelecidos. O glaucoma e ele pode ocorrer na infância e no início da vida adulta, mas principalmente na terceira idade. “Entre os 60 e 80 anos, a incidência chega a 8%”, destaca Wilma.

Algumas questões, como histórico familiar, ter graus altos de miopia ou doenças crônicas, elevam o risco da encrenca.

O problema é que o aumento da pressão não tem nenhum sintoma exceto as alterações na visão, que demoram para aparecer e, como vimos, não podem ser corrigidas. Em geral, estamos falando de um escurecimento do campo de visão, que vai de fora para dentro.

Por isso, o ideal é fazer exames periódicos no oftalmologista, que deveria medir a pressão intraocular em todas as consultas de rotina – não deixe de perguntar sobre o assunto. Acima dos 40 anos, as visitas a esse especialista devem ser frequentes (anuais ou combinadas com o especialista), mesmo que você não tenha quaisquer problemas para enxergar.

Caso o diagnóstico do glaucoma seja feito, o médico costuma receitar primeiro colírios de uso diário, que aliviam a pressão intraocular. Eis aí outra etapa difícil no controle do glaucoma.

“Como ele é assintomático, muitos pacientes abandonam o tratamento, que deve ser contínuo, por desconhecerem a gravidade do quadro”, alerta Wilma. Daí a necessidade de falar mais e mais sobre ele e suas consequências.


Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/vem-ai-novidades-para-tratar-e-diagnosticar-o-glaucoma/ - Por Chloé Pinheiro  - Ilustração: Erika Onodera/SAÚDE é Vital

quinta-feira, 8 de março de 2018

Exercícios afastam o glaucoma

Sim, corrida e caminhada também fazem bem à saúde da visão. Pessoas mais ativas têm menos risco de glaucoma, revela estudo

Difícil imaginar que até o nervo óptico, localizado nas profundezas do olho e responsável por enviar as informações visuais ao cérebro, se beneficie dos exercícios físicos. Mas não é que é verdade?! Um levantamento divulgado no Encontro Anual da Academia Americana de Oftalmologia revela que as pessoas que contabilizam mais passadas no dia a dia têm um risco 73% menor de desenvolver glaucoma, quando comparadas aos sedentários.

E essa doença, marcada por uma perda gradual da visão periférica que pode evoluir para a cegueira, resulta de lesões no tal nervo óptico. “Ainda não se sabe o motivo desse benefício aparente”, admite a oftalmologista Victoria Tseng, que conduziu a pesquisa pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. “Mas percebemos que elevar a intensidade ou o tempo de atividade física confere proteção adicional”, relata.

Mais achados da pesquisa
Cada 10 minutos a mais de exercício por semana reduziriam 25% o risco de glaucoma.

Por que faz bem?
O glaucoma é bastante ligado à alta pressão intraocular – quando o acúmulo de líquidos nos órgãos da visão gera um aperto que lesa o nervo óptico. Embora a tese não esteja comprovada, é possível que corridas ou caminhadas ajudem a drenar os olhos e, assim, diminuir a pressão por ali.


Fonte: https://saude.abril.com.br/fitness/exercicios-afastam-o-glaucoma/ - Por Thaís Manarini - Ilustração: Rodrigo Damati/SAÚDE é Vital

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Exercício físico protege contra o glaucoma

Novo estudo revela que as atividades reduzem pra valer o risco de desenvolver uma das doenças que mais causa perda de visão no Brasil

Cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, avaliaram mais de 11 mil pessoas a partir dos 40 anos e descobriram que, entre os mais ativos fisicamente, a incidência de glaucoma era significativamente menor. Sim, exercício faz bem até para os olhos.

Para ter ideia, a cada dez minutos a mais de práticas entre moderadas e intensas por semana, o perigo de sofrer com esse problema caía 25%. O achado é interessante principalmente porque, até pouco tempo atrás, não se acreditava que o estilo de vida exercia qualquer influência positiva contra o avanço dessa condição.

Mais: o glaucoma atinge até 1 milhão de brasileiros, não tem cura e é uma das principais causas de cegueira no mundo. E detectá-lo cedo é um desafio, uma vez que ele não manifesta muitos sintomas.

“A doença vai aos poucos prejudicando a visão periférica até que chega ao centro. Mas essa perda gradual é difícil de ser notada antes de atingir um estágio avançado”, comenta Lisia Aoki, oftalmologista do Hospital das Clínicas de São Paulo.

É malhar para ver

O elo entre exercício físico e uma boa visão é novidade e ainda carece de mais estudado. Mas já se suspeita de alguns mecanismos por trás dele.

“Sabemos que um dos fatores importantes para desenvolver o glaucoma é o fluxo de sangue que o nervo óptico recebe”, explica Lisia. “A partir daí, concluímos que quadros que alterem a circulação nessa região, como pressão alta ou diabetes, podem aumentar o risco de a doença aparecer”, conclui a médica.

As passadas constantes, por sua vez, combatem males crônicos como esses. Ou seja, ela afastaria os problemas por trás do glaucoma.

Para derrotar o glaucoma

Além de ficar de olho no condicionamento físico, o ideal é fazer exames preventivos regularmente a partir dos 40 anos. “Quem tem casos na família deve ficar mais atento”, orienta Lisia. Os testes medem a pressão intraocular – é quando ela está elevada que há um aumento no risco de lesão do nervo óptico – e avaliam o estado do nervo em si.

Nos últimos anos, outras condições foram associadas à doença, como apneia do sono, hipertensão arterial noturna e o uso indiscriminado de colírios.


Fonte: https://saude.abril.com.br/fitness/exercicio-fisico-protege-contra-o-glaucoma/ - Por Chloé Pinheiro - Ilustração: Cassio Bittencourt/SAÚDE é Vital

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Esportes que previnem o glaucoma

Conheça os esportes que ajudam a prevenir o glaucoma, conhecido pela elevação da pressão intraocular

Estudos realizados no Instituto da Visão da Universidade Federal de São Paulo mostram que a prática de esportes contribui para abaixar a pressão intraocular, principal fator de risco para o glaucoma. Pesquisadores avaliaram o efeito da natação, boxe, jiu-jítsu, atletismo e handebol e concluíram que houve uma redução de 20% a 45% da pressão intraocular. 

Segundo o oftalmologista Marinho Scarpi, outros estudos afirmavam que o uso dos óculos de natação prejudicava o controle da pressão intraocular, porém a nova pesquisa prova que isso não é verdade, “pelo contrário, a pressão cai significativamente”, diz.

Fonte: http://revistavivasaude.uol.com.br/bem-estar/esportes-que-previnem-o-glaucoma/3795/ - por Marília Alencar - Texto Marcela Carlini/ Foto: Shutterstock

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Entenda tudo sobre o glaucoma

50 milhões de brasileiros acima dos 16 anos nunca foi a um oftalmologista, e muitos desconhecem que a doença pode levar à cegueira. A única forma de preveni-la é marcar uma consulta

Se você está lendo este texto é porque se interessa por assuntos de saúde. Pode-se concluir também que, por ter tanto interesse nesse tema, você seja zeloso no cuidado com a sua incolumidade física e mental. Isso revela, no mínimo, uma maior atenção da sua parte com a dieta, alguma disciplina para a prática de atividades físicas e, claro, visitas periódicas ao médico. Mas e quanto a sua saúde ocular? Se não há necessidade do uso de lentes corretivas, é muito provável que você esteja equivocado: não precisar de óculos não justifica o pouco cuidado com uma das funções mais importantes do seu corpo, a sua visão.

A razão para isso é que a segunda maior causa da cegueira prevenível não apresenta sintomas. E, quando apresenta, revela que danos significativos já ocorreram. Estamos falando do glaucoma, um grupo de doenças que acomete o nervo encarregado de conectar a imagem ao cérebro. Caso não ocorra o diagnóstico precoce e o devido tratamento, as chances de perder a visão são grandes.

Larga incidência
De acordo com Cristiano Caixeta, médico do Departamento de Oftalmologia da Santa Casa de São Paulo e diretor da Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), sabe-se que um em cada 40 adultos com mais de 40 anos tem glaucoma com algum grau de perda da função visual, e isso representa 2,5% da população mundial. “Dados estatísticos estimavam que, no ano de 2010, tivéssemos 60 milhões de pessoas acometidas pela doença em todo o mundo”, diz o especialista. “No ano de 2020 espera-se que tenhamos 79,6 milhões de portadores da doença, e destes, 11,5 milhões serão cegos dos dois olhos”, observa.
Caixeta afirma que não há dados precisos no Brasil, mas as progressões indicam que existem mais de 1 milhão de pessoas com este diagnóstico. “O grande problema são os indivíduos que ainda não foram examinados”, acrescenta. Caixeta se dedica ao glaucoma há mais de uma década e conta que sua inspiração foi um professor da faculdade, Geraldo Vicente de Almeida, também oftalmologista.

“Optar por essa especialidade foi uma escolha acertada, pois tenho uma recompensa diária: poder atuar na preservação e na qualidade visual de meus pacientes”, fala o médico. Embora a redução da incidência da doença seja uma meta impossível, o diretor da SBG acredita na diminuição do dano causado por ela. “Quanto mais cedo se identificar o problema, melhores serão as respostas às estratégias que impedem a sua progressão. Daí recomendarmos consultas regulares”.

Veja a seguir a entrevista exclusiva que Caixeta concedeu à VivaSaúde:

O que é exatamente esta doença?
O glaucoma é uma patologia ocular crônica e progressiva que provoca lesão no nervo óptico e alterações no campo visual. Nas fases iniciais, a doença é silenciosa, sem sintomas, o que retarda seu diagnóstico. Na maioria dos casos, sua manifestação é acompanhada do aumento da pressão intraocular. Mas encontramos casos em que não há essa característica. O portador de glaucoma, se não tratado adequadamente, começa a perder a visão periférica (lateral). Nos estágios mais avançados, a visão central também é atingida, podendo levar a uma irreversível cegueira. Quanto mais cedo a doença for diagnosticada e tratada, maiores serão as chances de se evitar essa perda. É importante ressaltar que não existe cura, mas controle da doença.

Se há tipos diferentes, qual deles é o mais comum?
Glaucoma é o primeiro nome dessa patologia e o oftalmogista é quem lhe dáum sobrenome. São vários os tipos e eles vão desde o Glaucoma Primário de Ângulo Aberto ou Fechado (variações de como um líquido próprio do olho é drenado na corrente sanguínea e que influencia na pressão ocular); o Congênito e o Juvenil. Há variações secundárias: o Glaucoma pós-trauma, o resultante ao uso de medicamentos (como o corticoide nas apresentações oral, tópica ou ocular). O mais comum é o Primário de Ângulo Aberto, que acomete cerca de 3/4 dos portadores da enfermidade no mundo.

Quem se encontra no grupo de risco?
Embora não seja possível explicar por que uma pessoa desenvolve glaucoma, ele é mais frequente em adultos com mais de 40 anos, na presença de histórico familiar, entre as pessoas afrodescendentes e portadores de miopia e pressão ocular elevadas, bem como em pacientes que tiveram trauma ou inflamação oculares, além dos usuários de corticoides.

Como é feito o diagnóstico?
Consultas regulares ao oftalmologista e exames complementares como o de fundo de olho, medida da pressão intraocular, gonioscopia (investiga o tipo de glaucoma) e exame de campo visual permitem o diagnóstico.

Qual é a reação dos pacientes?
Ninguém recebe bem a informação de que é portador de umadoença crônica, que não tem cura e pode ser transmitida a seus decendentes. Nesse momento, a relação médico-paciente é fundamental. O oftalmologista deve ser capaz de mostrar, com segurança, que a pessoa está diante de um doença grave, que pode trazer limitações, mas é controlável. Ademais disso, é possível minimizar os danos causados. O paciente precisa ser conscientizado sobre a importância do seu comprometimento em seguir as orientações médicas. O apoio da família é fundamental, tanto quanto as visitas regulares ao oftalmologista. Estes são os principais pilares para o sucesso da terapia. A família é essencial em um tratamento que deve durar por toda a vida.

O tratamento é tão difícil, assim?
Hoje dispomos de várias classes de medicamentos para o gerenciamento da doença. O ofalmologista deverá orientar o paciente sobre quando e como usá-los. Em geral, optamos por tratamentos com colírios, para começar. As cirurgias, incluídas as técnicas com laser, são reservadas para casos em que não há boa resposta aos remédios, ou para pacientes que não podem usar colírios. Como disse, o tratamento é para toda a vida e a adesão é difícil, pois os colírios devem ser usados todos dias, nos mesmos horários e, às vezes, são associados a outras medicações, que serão ministradas em diferentes horários do dia. E há ainda os efeitos colaterais, difíceis de serem tolerados (ardor, vermelhidão ocular e, em alguns casos, o crescimento dos cílios), já que a doença, em si, é assintomática na fase inicial.

O que o paciente deve esperar?
O impacto na qualidade de vida é diretamente proporcional ao grau do prejuízo da visão do paciente. Na fase inicial, o paciente não encontra limitações. Já nos estágios mais avançados, as pessoas passam a ter restrições do campo de visão e podem se tornar inseguros na execução de tarefas simples do cotidiano. Dificuldades para dirigir ou sair de casa sem acompanhante são comuns. Muitas vezes passam a esbarrar em objetos que não são vistos, tropeçam e caem com mais facilidade. Isso gera insegurança e pode levar aestados depressivos.

A visita é anual também para quem já foi diagnosticado?
Nesses casos, a periodicidade deve ser definida pelo médico que acompanha o paciente.

Fonte: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/conheca-os-riscos-dessa-doenca-degenerativa/3214/ - Texto: Cristina Almeida / Foto: Shutterstock / Adaptação: Clara Ribeiro

terça-feira, 27 de maio de 2014

O que é glaucoma?

Embora não apresente sintomas aparentes, o tipo mais comum da doença deve ser diagnosticado com antecedência para evitar a perda gradual e permanente da visão. Entenda tudo sobre o glaucoma

O glaucoma é a origem da maioria dos quadros de cegueira irreversível no mundo. Trata-se de uma lesão no nervo óptico que está relacionada ao aumento de pressão na parte interna do olho. Isso acaba resultando na perda parcial ou total da visão. A causa exata é desconhecida, mas sabe-se que está relacionada à hereditariedade, traumas, uso de drogas e diabetes. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) estima que existam quase 2 milhões de portadores no país, e metade deles não foram diagnosticados.

Sintomas
Há vários tipos de glaucoma. O de ângulo aberto — variação mais incidente — é assintomático e só mostra sinais quando já não é mais possível evitar a cegueira. Conforme o quadro avança, o paciente vai perdendo a visão periférica. Em alguns casos, ela fica embaçada devido à proliferação dos pontos cegos. No entanto, tais sintomas levam tempo para serem percebidos.

Diagnóstico
É feito por meio de um exame clínico que envolve a avaliação da pressão ocular (utiliza-se um aparelho chamado tonômetro); a observação dos nervos ópticos com oftalmoscópio e lâmpada de fenda; exames para detectar os pontos de cegueira e agonioscopia, prática que ajuda a descobrir qual é o tipo do glaucoma.

Prevenção
Como é uma doença silenciosa e que se agrava com o passar do tempo, o diagnóstico precoce é essencial. Pessoas com histórico de glaucoma na família ou com mais de 40 anos,míopes ou hipermétropes, diabéticos, afrodescendentes devem passar por avaliação anual.

Tratamento
Não há uma cura ou uma forma de restaurar a visão perdida. Mas o distúrbio é controlável com terapia medicamentosa. A cirurgia a laser reduz a pressão ocular e é uma alternativa para casos em que o indivíduo apresenta reações adversas aos remédios.

Fonte: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/o-que-e-glaucoma/784/ - Texto: Diego Benine / Foto: Shutterstock / Adaptação: Ana Paula Ferreira

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Glaucoma atinge 65 milhões de pessoas no mundo


Prevenção do glaucoma

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 65 milhões de pessoas já foram diagnosticadas com glaucoma em todo o mundo - dessas, 900 mil são brasileiras.
Provocada pela elevação da pressão ocular, a doença não tem cura e, quando não é tratada, pode levar à cegueira.

O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, Alípio de Sousa Neto, explicou que a principal barreira a ser vencida no país é o hábito de procurar um médico somente diante da presença de sintomas.

"A pessoa não vai sentir nada. Só vai sentir na fase mais avançada, quando começa a esbarrar nas coisas", explicou.

Isso porque, segundo ele, a doença pode se desenvolver durante meses ou anos sem apresentar nenhum sintoma. A saída é investir em exames periódicos - pelo menos uma vez ao ano.

Risco de glaucoma

Pessoas que têm parentes portadores de glaucoma, indivíduos com mais de 40 anos, pacientes com alto grau de miopia e diabéticos devem estar ainda mais atentos à realização dos testes de rotina.

Após o diagnóstico, o tratamento vai desde a utilização de colírios, que baixam a pressão ocular, a cirurgias e ao uso do laser.

"Uma gota por dia de colírio já é suficiente para resolver o problema. Pela vida toda. Mas tem que estar controlado", destacou Neto. O oftalmologista alertou para que as pessoas não façam uso indiscriminado de medicamentos para os olhos, já que eles podem, inclusive, agravar o glaucoma se mal utilizados.

De acordo com a OMS, a cada ano são registrados 2,4 milhões de novos casos de glaucoma no mundo. A doença pode se manifestar de diferentes maneiras: de ângulo aberto (80% dos casos), de ângulo fechado, de pressão normal, pigmentar, secundário e congênito e é responsável por cerca de 13% da cegueira derivada de enfermidade.

Fonte: Diário da Saúde – por Paula Laboissière - Agência Brasil