domingo, 28 de julho de 2019

Personal responde: esteira ou bicicleta — qual queima mais calorias?


Antes de começar a pensar em gasto calórico, que tal se proteger das lesões?

Para o educador físico Pedro Gorgulho, coordenador técnico da rede de academias Biofisic, de Minas Gerais, a resposta depende de alguns fatores. ‟Se formos considerar o mesmo período e intensidade dos treinos, a tendência é que a esteira gere um maior gasto calórico. Contudo, 20 minutos de caminhada queimam bem menos calorias do que 20 minutos de HIIT na bike, por exemplo”, ele afirma.

Então sim, a bicicleta pode até te fazer suar menos do que uma corridinha na esteira, mas isso não quer dizer que seja ruim. Afinal, o nosso objetivo não é somente eliminar calorias, não é mesmo? Ainda mais se quisermos ficar saudáveis sem desenvolver dores e lesões. ‟Quando a gente pensa na corrida, tem que levar em conta a mobilidade das articulações dos joelhos, tornozelos e quadril. Sem essa mobilidade, não é ideal correr pensando em um grande gasto energético”, explica Pedro.

Se quiser investir na corrida de uma vez, comece, então, com treinos funcionais que trabalhem a coordenação motora e o fortalecimento dos músculos. Só assim você terá estabilidade suficiente para se jogar na esteira sem medo. Ou então vá de bike: ela vai garantir condicionamento e não causa tanto impacto para as articulações. ‟Em todo caso, é preciso de uma avaliação profissional antes do início de qualquer atividade. Quando a pessoa se torna apta para correr, os benefícios do esporte vão desde o gasto calórico até a prevenção de doenças cardíacas”, diz o educador.

No caso da bike, é importante regular o aparelho de acordo com a sua altura. ‟Ao final do movimento de pedalada (quando o pé está próximo do chão), o joelho não pode ficar totalmente estendido, porque isso causa dores. O segredo, então, é regular o banco para que ele fique na direção do seu ossinho do quadril quando você estiver de pé”, ele explica. Lembre-se também de verificar banco e o guidão: eles precisam estar separados por uma distância igual ao tamanho do seu antebraço + palma da mão aberta.

Já com a esteira, não tem problema nenhum segurar nas alças que ficam na frente do painel enquanto você caminha, viu? Principalmente se você estiver começando e um pouco insegura em cima do aparelho. O que você não pode fazer é debruçar-se sobre o painel. ‟Ao aliviar o peso dos pés, sua coluna fica em uma posição inadequada, o que pode provocar dores”, diz Pedro. Quando for terminar o exercício, reduza a velocidade lentamente e não desça bruscamente da esteira. Desse modo, você evita tonturas.


Conheça o basquete 3×3, nova modalidade olímpica


Disputado em uma quadra de dimensões reduzidas, o "basquete de rua" possui várias diferenças em relação ao esporte convencional

O Comitê Olímpico Internacional (COI) aprovou uma série de novidades para os próximos Jogos, em Tóquio-2020. A que mais chamou a atenção foi inclusão do basquete 3×3 como modalidade olímpica. O jogo, disputado normalmente em quadras abertas, tem várias diferenças em relação ao basquete convencional, a começar pelo tamanho da quadra e o número de tabelas.

Apesar de pouco conhecido como esporte regularizado, o basquete 3 x 3 tem mais de 50.000 jogadores registrados pela Fiba (Federação Internacional de Basquete), e em torno de 250 milhões de adeptos por quadras ao redor do mundo. A modalidade, muito popular pela acessibilidade (em seu formado amador, pode ser jogada em praticamente qualquer quadra com uma cesta), começou a se tornar profissional no final da década de 80, com algumas pequenas competições.

O primeiro evento teste de 3×3 organizado pela Fiba aconteceu em 2007, durante os Asian Indoor Games (Jogos Asiáticos em Local Coberto, na tradução livre), em Macau, na China. Outros torneios foram organizados na sequência, na República Dominicana e na Indonésia. A estreia internacional ocorreu durante os Jogos Olímpicos da Juventude, em 2010. Com o sucesso da modalidade, a federação internacional desenvolveu um programa de regras para que pudesse organizar torneios específicos e inseri-la oficialmente no contexto olímpico.

No Brasil, os competições do basquete 3×3 são organizadas pela CBB (Confederação Brasileira de Basquete). Entretanto, entidades específicas, como a ANB (Associação Nacional de Basquete 3×3), criada em 2007 como Federação Paulista de Basquete de Rua, também montam campeonatos, sob a aprovação da Fiba.

Regras e particularidades
Diferente do basquete convencional, o 3×3 é disputado em uma quadra que possui metade do tamanho das oficiais, mantendo as demarcações originais, como uma linha de lance livre, uma de dois pontos, e um semicírculo abaixo da cesta. No lugar dos cinco jogadores, as equipes possuem três (como indicado pelo próprio nome), mais um substituto. Em quadra, ficam um ou dois oficiais de jogo, responsáveis por arbitrar a partida e marcar tempo e placar.

As partidas têm duração de 10 minutos ou são finalizadas quando uma das equipes atinge 21 ou mais pontos. Cada uma possui 12 segundos para executar suas jogadas e marcar sua pontuação, que pode variar entre lances de dois pontos (atrás da linha demarcada), e um ponto (dentro da linha ou lances livres, semelhantes ao do basquete convencional). Em caso de empate, a disputa vai para uma prorrogação, onde a primeira equipe a marcar dois pontos é a vencedora.


sábado, 27 de julho de 2019

Lembranças de quando estudei no Grupo Escolar Guilhermino Bezerra

Tive a satisfação de estudar no período de 1969 a 1972, da 1ª a 4ª série do ensino primário, no Grupo Escolar Guilhermino Bezerra, atualmente, Escola Estadual Guilhermino Bezerra, situada na Praça João Pessoa. A estrutura física da escola, que foi inaugurada em 1936, é quase a mesma comparando aos dias atuais mesmo tendo recebido algumas reformas. Além disso, é a escola mais antiga de Itabaiana.

Na época em que eu era criança, os estudos começavam aos 7 anos na 1ª série do ensino primário, o que equivale hoje ao 2º ano do ensino fundamental. Comecei a estudar lá com 7 anos e meio. Sempre estudei a tarde.

Tive o privilégio de ter excelentes e dedicadas professoras nos 4 anos que estudei no Guilhermino Bezerra, foram elas: Estelita Maria Andrade Santana, Ascendina Souza, Maria Euza dos Santos e Suzaneide Noronha Moura. Infelizmente nesta época não tive professor de educação física.

No primeiro dia de aula, minha mãe me levou para a escola, que ficava cerca de 50 metros da minha casa, também situada na Praça João Pessoa. Fui chorando, pois não queria ir, para não me separar dela, e ao chegar à porta fomos recebidos pela graciosa Professora Estelita, que me acolheu com carinho e levou-me para sentar. Naquele tempo, os alunos sentavam em carteiras de dupla, não me lembro com quem sentei. Eu era muito tímido, e, aos poucos, com a atenção da professora, comecei a gostar de estudar e de ir à escola.

Na 2ª série, a Professora foi Ascendina, já senhora e muito carinhosa, tinha uma filha que a substituía quando ia ao médico ou faltava por algum motivo importante.

Na 3ª série, Maria Euza foi a Professora mais “exigente” que tive ao estudar o primário. Lembro-me de que ela tomava a tabuada quase todos os dias no final da aula. Os alunos que acertavam saiam no horário, ou às vezes, um pouco antes do término, mas os que erravam ficavam na sala com ela até concluir seu trabalho. Eu estudava bastante a tabuada para acertar e sair correndo para brincar a tempo no parque infantil, que ficava em frente à escola, pois ele fechava ao final da tarde. Também brincava de pelada com os colegas na Praça João Pessoa, entre o parque e a caixa d’água, que ainda existe, quase de frente ao Banese.

Na 4ª série, estudei com a professora Suzaneide, um amor de pessoa e bastante educada, que nos preparou muito bem para a prova de admissão do Colégio Estadual Murilo Braga. Dessa época, lembro-me dos colegas Zé Carlos, que conserta fogão, Vânia que trabalhou no Ipes de Itabaiana, Antônio Carlos, Tonho Crispim, Bernadete do Banese, Aimoré e Gilmar Carvalho.

A escola tinha poucos funcionários e, talvez por isso, lembro-me de todos. Seu Gentil Santana era o porteiro, uma pessoa simpática e divertida, Dona Iracema Andrade, uma das melhores amigas de minha mãe e minhas primas Nezilda Oliveira e Zefinha Oliveira, esta a merendeira da escola. Dona Zefinha, além de servir a merenda, também vendia picolé de João Babal do Bar Simpatia na hora do recreio. Às vezes, quando o funcionário do bar demorava a trazer os picolés, ela pedia a professora para deixar-me ir buscá-los e quando eu chegava ganhava um lanche extra. Naquela época, o lanche era um copo de leite ninho com chocolate quente, sonho, mingau de aveia e coscorão.

Apesar deste lanche gostoso no recreio, quando meus pais me davam algum dinheiro, eu passava na Bodega de Tonho Cacetinho e comprava bolachão, cocada e balas para merendar na escola, ou levava goiaba da minha casa quando era a época.

O recreio era realizado no pátio, uma parte era coberta e cimentada e a outra descoberta e de areia. Geralmente os meninos brincavam de bola e pega-pega, e foi nesta brincadeira que um dia eu sofri um corte profundo no pé por um caco de vidro e fui levado para casa por Seu Gentil. Imediatamente, minha mãe me levou ao hospital onde peguei alguns pontos e fiquei vários dias sem brincar no recreio.

O Guilhermino Bezerra foi a primeira escola de Itabaiana a receber o Gabinete móvel dentário do SESP onde todos os alunos da escola eram atendidos pelo dentista Dalton knust e pela auxiliar de higienização bucal, Cleide Costa, que faziam o tratamento dentário, higienização e aplicação do flúor.

Em algumas datas importantes, participei do hasteamento da Bandeira Nacional, onde os alunos ficavam enfileirados na rua em frente à escola que a separava da Praça João Pessoa. Na reforma da Praça em 1990, o trecho da rua que ficava entre o Grupo e a mesma foi transformada em um espaço de passeio com canteiros e bancos.

Recentemente, fiquei muito feliz e orgulhoso em saber que a escola onde estudei quando criança, obteve a maior nota do IDEB, (5,9) da rede estadual de ensino de Itabaiana. Uma vitória dos 133 alunos matriculados e dos 21 funcionários que se revezam em 2 turnos de trabalho para oferecer um ensino de qualidade às crianças itabaianenses.

Professor José Costa - Imagem de Shirley Lucena

sexta-feira, 26 de julho de 2019

As 7 atitudes que previnem o infarto


Programa desenvolvido por uma importante instituição de cardiologia reúne cuidados primordiais para dar vida longa ao músculo cardíaco.

Era um desses encontros pra entrar para a história: depois de horas de reunião, um grupo de renomados cardiologistas americanos chegava, enfim, à lista dos dez fatores que mais influenciavam a saúde cardiovascular. Desses, três são elementos imutáveis, ou seja, não há hábito ou remédio capaz de anular seus efeitos – falamos da idade, do sexo e da carga genética.

Os outros sete (e aí vem a boa notícia!) são passíveis de mudança. Isso significa que, ao atuar sobre eles, podemos minimizar nossa exposição a infartos e AVCs, dupla de males que são a principal causa de morte no Brasil. Entram nesse rol a alimentação, o grau de atividade física, o peso, a medida da pressão, o colesterol…

Surgia, assim, o Life’s Simple 7, conjunto de metas e medidas para prevenir sustos ao peito da Associação Americana do Coração (AHA, na sigla em inglês). A iniciativa é encarada com tanta seriedade nos Estados Unidos que virou uma das principais estratégias para atingir o objetivo da entidade: reduzir em 20% o número de eventos cardiovasculares até 2020. “A ideia é focar nas mudanças no estilo de vida e trazer benefícios de longo prazo à população”, defende a nutricionista Rachel Johnson, consultora da AHA.

Após quatro anos da implementação do Life’s Simple 7, os cientistas (e a própria sociedade) começam a colher seus frutos. Uma revisão de estudos da Universidade Johns Hopkins constatou uma queda significativa nos índices de ataques cardíacos e derrames entre pessoas que adotaram as premissas do programa.

Outra investigação, assinada pela Universidade de Minnesota e baseada em dados de 13 mil pessoas ao longo de três décadas, registrou uma menor probabilidade de desenvolver insuficiência cardíaca entre os sujeitos que seguiam as recomendações depois reunidas pela AHA. “Isso só reforça a importância de adotar hábitos saudáveis mais cedo a fim de prevenir o problema”, diz o epidemiologista Aaron Folsom. Chegou a hora de os brasileiros conhecerem e botarem em prática os mandamentos em prol do coração.

Controlarás a pressão

“A hipertensão é a doença crônica que mais mata no globo”, sentencia o cardiologista Luiz Bortolotto, do Instituto do Coração (InCor), em São Paulo. A pressão alta causa um aperto nos vasos, o que exige esforço extra do músculo cardíaco para bombear o sangue. Se a situação persiste por anos a fio, ela cobra seu preço na forma de infarto, derrame, falência renal… Não à toa, conservar as medidas de pressão dentro dos parâmetros é um dos pilares do Life’s Simple 7.
Nesse sentido, o Instituto Nacional do Coração, dos Pulmões e do Sangue dos Estados Unidos testou até que ponto os valores deveriam baixar em 9 mil hipertensos. Metade tinha que reduzi-los para 13 por 9 – valor aceitável atualmente – enquanto a outra parcela passou por um tratamento agressivo a fim de derrubar a medição para 12 por 8. O estudo precisou ser interrompido no meio porque o grupo da terapia intensiva teve o risco de um ataque cardíaco ou um AVC subtraído em um terço – o mesmo efeito não foi visto nos outros voluntários. “Em pacientes mais velhos com problemas associados, limites mais rígidos de pressão também trazem benefício”, diz Bortolotto.

Metas
Valor ótimo:   Menor que 12 por 8
Valor normal:  Menor que 13 por 8,5
Hipertensão estágio 1 14 a 15,9 por 9 a 9,9
Hipertensão estágio 2 16 a 17,9 por 10 a 10,9
Hipertensão grave      maior que 18 por 11
O que fazer?

Ingerir menos sal e perder alguns quilos ajudam a domar a pressão. Se essas atitudes iniciais não forem suficientes, remédios são convocados.

Baixarás o colesterol

O colesterol que trafega pelo corpo é essencial para a membrana das células, a produção de vitamina D, a fabricação dos hormônios sexuais e uma série de outros processos cruciais ao organismo. O chato é quando ele se encontra em excesso. “Daí, pode se depositar nas artérias e dar início à formação de placas”, conta o médico André Faludi, diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Se entupir, já viu… A tendência de endurecer as metas de colesterol chegou com tudo por aqui: um dos tópicos mais debatidos nos congressos da área é justamente até que ponto o LDL, o colesterol ruim, deve baixar. A orientação hoje é mantê-lo abaixo dos 100 mg/dl de sangue, ou 70 mg/dl para sujeitos com alto risco cardiovascular.
Porém, muitos especialistas já defendem que as próximas diretrizes sugiram níveis abaixo de 50 mg/dl para todo mundo! Isso se tornou possível com a chegada de novos medicamentos para os casos difíceis de tratar. “De acordo com evidências recentes, quanto mais baixo estiver o LDL, menor o índice de eventos cardiovasculares”, conta o cardiologista Marcio Miname, da Unidade Clínica de Lípides do InCor.

Metas – colesterol LDL (em mg/DL)
Ótimo: menor que 100 (70 para os de alto risco)
Desejável        entre 100 e 129
Limítrofe        entre 130 e 159
Alto     entre 160 e 189
Muito alto       maior ou igual a 190
Metas – Colesterol total (em mg/DL)

Desejável        menor que 200
Limítrofe        entre 200 e 239
Alto     maior ou igual a 240
O que fazer?

Manter uma dieta balanceada e praticar exercícios regularmente são pré-requisitos para controlar o colesterol total e suas frações. Se muitos familiares possuem níveis altos, vale verificar se não há um fundo genético. As estatinas são a principal classe de fármacos para baixar o LDL.

Colesterol do prato não para nos vasos?

A história é recente e ainda gera confusão. Mas, pelo que a ciência sabe até o momento, os teores de colesterol da comida não se convertem necessariamente em colesterol na corrente sanguínea. A quantidade de LDL circulando é determinada, em sua maioria, pela fabricação da molécula no próprio fígado. Quem incentiva o órgão a liberar a substância em demasia seria a gordura saturada, presente na coxa de frango com pele, no queijo amarelo, no bacon, na manteiga e na costela suína. A recomendação é não ultrapassar 20 gramas desse tipo por dia.

Domarás o diabetes

Uma edição do periódico científico The Lancet trouxe um enorme retrato do diabetes já realizado. Com a colaboração de pesquisadores de todo o mundo, a publicação analisou as informações de saúde de 4 milhões de pessoas de 146 países diferentes. Os resultados mostram que o número de adultos diabéticos pulou de 108 milhões em 1980 para 422 milhões em 2014. “O envelhecimento, a obesidade e o sedentarismo contribuem para esse agravamento”, afirma o endocrinologista João Eduardo Nunes Salles, da Sociedade Brasileira de Diabetes. Ter açúcar demais nos vasos promove um pacote de maldades ao coração. Primeiro, o sangue fica viscoso e transita com lentidão, o que facilita o surgimento de coágulos. Em segundo lugar, a insulina, responsável por colocar a glicose para dentro das células, também tem a função de relaxar as artérias. Como o hormônio não trabalha direito, a pressão tende a subir. Por fim, muitos diabéticos enfrentam dilemas com a balança. E o excesso de gordura no abdômen está relacionado à presença de substâncias inflamatórias que prejudicam a circulação.

Metas (em mg/DL)
Normal            menor que 100
Alterada          entre 100 e 126
Diabetes          maior que 126
O que fazer?

Fique de olho na glicemia e mantenha hábitos saudáveis, que auxiliam a conter essas taxas.

Praticarás atividades físicas

Fazer algum exercício regular não só previne como é uma maneira reconhecida de controlar uma série de perrengues nos vasos. Por isso que muitos médicos preferem indicar nos casos menos severos um esporte (junto com uma dieta equilibrada) a fim de controlar a pressão, o colesterol e a glicose antes de partir para os remédios.
“Quanto melhor o preparo físico do indivíduo, menor é a mortalidade cardiovascular”, frisa o cardiologista Daniel Kopiler, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. Quando mexemos o corpo, as câmaras cardíacas se contraem numa velocidade maior para levar oxigênio e nutrientes para os músculos. Isso aprimora a circulação sanguínea e deixa o coração preparado para ocasiões de estresse.
Além disso, a atividade física incentiva a liberação de óxido nítrico, que reduz a tensão dos vasos – boa pedida para quem é hipertenso. Até pacientes que se reabilitam de doenças da pesada, como insuficiência cardíaca, se beneficiam de uma prática esportiva mais intensa. “Desde que feito junto com um profissional, o treinamento tem um ótimo papel na recuperação”, observa Kopiler.

Metas
150 minutos de atividade física moderada por semana. Ou 75 minutos de exercício vigoroso por semana.

O que fazer?
Reserve algum momento do dia para praticar exercícios. Não vale gastar os 150 minutos de uma só vez! Outra boa dica é tomar atitudes contra o sedentarismo, como priorizar escadas fixas em vez das rolantes e dos elevadores.

Adotarás um cardápio saudável

Uma investigação da Universidade de Oxford, na Inglaterra, acompanhou 450 mil chineses por quatro anos para saber como era o consumo de frutas e hortaliças entre eles. Cerca de 18% dos participantes comiam esses alimentos frescos todos os dias. Quando comparados ao grupo de respondentes que afirmou não ingerir vegetais, eles apresentavam uma pressão arterial mais baixa e níveis de glicose sob rédeas curtas.
E olha que esses são apenas um dos itens da dieta ideal para a saúde do coração. “O ômega-3, encontrado em peixes de água fria como a sardinha e o salmão, e as fibras, presentes em grãos integrais, também atuam na prevenção das doenças cardiovasculares”, destaca a nutricionista Marcia Gowdak, diretora científica do Departamento de Nutrição da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo.
O Life’s Simple 7 ainda pede para maneirar no sódio e nas bebidas açucaradas. “O abuso no sal leva à hipertensão e estimula o apetite, o que faz a gente exagerar nas refeições”, explica Marcia. O açúcar de refrigerantes e sucos, por sua vez, abre as portas para o ganho de peso.

Metas
5 porções de frutas e verduras todos os dias
2 porções de peixes na semana, especialmente os ricos em ômega-3
3 porções de grãos ou cereais integrais por dia
Menos de 1 500 miligramas de sódio por dia
Menos de 450 calorias de bebidas açucaradas por semana

O que fazer?
Capriche na feira e aproveite frutas e hortaliças para criar receitas saborosas e variadas. Não coloque saleiros à mesa (tempere tudo antes) e prefira sucos naturais feitos em casa.

Perderás (ou manterás o peso)

O pelotão de cientistas que fez um levantamento sobre diabetes achou que tinha pouco trabalho e resolveram pesquisar a obesidade nos quatro cantos do planeta. Para isso, foram tabulados dados de 19,2 milhões de adultos de 186 nações entre 1975 e 2014. Eles descobriram que a média do Índice de Massa Corporal (IMC), cálculo utilizado para avaliar a forma física, passou de 21 nos anos 1970 para 24 na atualidade – tendência clara de engorda.
O número de obesos pulou de 105 milhões para 641 nesse meio tempo. Os autores estimam que a chance de atingirmos as metas de redução do sobrepeso nas próximas décadas é igual a zero. “O excesso de peso propicia o acúmulo de gordura no coração, colesterol e pressão elevados, descontrole da glicose e liberação de substâncias inflamatórias”, lista a endocrinologista Maria Edna de Melo, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Ou seja, tudo o que faz mal ao peito.

Metas do IMC (peso/altura2)
Abaixo do peso          menos de 18,5
Peso ideal       entre 18,5 e 25
Sobrepeso       entre 25 e 30
Obesidade grau 1       entre 30 e 35
Obesidade grau 2       entre 35 e 40
Obesidade grau 3       mais que 40
O que fazer?

Não há nada melhor do que a velha fórmula exercício, alimentação saudável e dedicação para eliminar quilos extras. Nos casos graves, os médicos avaliam a indicação de remédios ou cirurgia.

Largarás o cigarro

O organismo de quem fuma vive num eterno estado de conflito, ou melhor, de inflamação. Não por menos, tabagistas sofrem de três a cinco vezes mais problemas cardíacos do que sujeitos que não possuem a dependência. Pra começar, a nicotina estreita veias e artérias.
“O cigarro contém uma enormidade de outros componentes que lesam o endotélio, a camada de revestimento interno dos vasos”, detalha o cardiologista Abrão José Cury Junior, do Hospital do Coração, na capital paulista. Esses machucados nos tubos que levam o sangue são o lugar perfeito para que a gordura se deposite e dê início à formação de placas e trombos. Isso sem contar que o tabaco atrapalha a ação dos remédios empregados no manejo da pressão, do colesterol, da glicemia… “Fumar é uma espécie de antídoto contra as medicações, o que é bastante perigoso”, compara Cury.

O que fazer?
Nunca é tarde para abandonar o vício. Familiares, grupos de apoio e tratamento médico são armas valiosas para vencer o cigarro.

Muito além do tabaco

Todo tipo de fumo é prejudicial para o peito. Isso vale para as versões eletrônicas, o charuto, o cachimbo e o narguilé (um cachimbo com água típico do Oriente que virou moda entre os jovens). O cigarro, por sua popularidade, acaba sendo objeto de muitos dos testes. Logo, suas ações malévolas são descritas com maior frequência.

O que não dá pra mudar
Três condições que impactam o bem-estar do coração não podem ser alteradas

Idade
O envelhecimento enfraquece o músculo cardíaco e favorece problemas que culminam em um maior risco ao órgão, como a pressão alta.

Genética
Mutações no DNA elevam a propensão a algumas doenças. É o caso da hipercolesterolemia familiar, quando o colesterol alto é culpa dos genes.

Sexo
Há diferenças estruturais entre o coração do homem e o da mulher. Além disso, o infarto, que afeta ambos, tem sintomas distintos neles e nelas.

Como medir a pressão?
Cinco dicas para utilizar corretamente os aparelhos domésticos – mas não vá entrar numa neura, hein?!

1. Escolha uma hora em que você esteja relaxado e fique sentado por um tempo.

2. Não tome café ou álcool nem fume ou converse antes ou durante a aferição.

3. Faça mais de uma tomada. Se os valores estiverem muito diferentes, o dispositivo pode estar com defeito.

4. Realize os testes sempre no mesmo horário do dia.

5. Se as taxas estiverem constantemente elevadas, procure um cardiologista quanto antes.


quinta-feira, 25 de julho de 2019

Adolescentes que pulam o café da manhã podem desenvolver obesidade


Estudo brasileiro indica que, nos jovens, não fazer essa refeição está associado a um ganho de peso e no tamanho da cintura

Em um trabalho publicado na Scientific Reports, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e de seis países europeus investigaram comportamentos determinantes para o ganho de peso entre adolescentes. O estudo destaca que o hábito de muitos jovens de pular o café da manhã em suas casas antes de seguir para as escolas guarda relação direta com o aumento da circunferência abdominal e com o aumento no índice de massa corporal (IMC) nesse grupo etário.

“O principal achado de nosso estudo indica que pular o desjejum está associado a marcadores de adiposidade [métodos que medem a quantidade de gordura corporal] em adolescentes, independentemente de onde vivem, do tempo de sono ou do sexo”, disse Elsie Costa de Oliveira Forkert, epidemiologista e pesquisadora do Grupo de Pesquisa YCare do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP.

“Ao dispensar o café da manhã, milhões de crianças e adolescentes em todo o mundo podem substituir uma alimentação mais saudável dentro de casa pelo consumo, em cafeterias e lanchonetes escolares, de alimentos industrializados muitas vezes hipercalóricos e de baixo valor nutricional, como salgadinhos, doces e refrigerantes, o que está diretamente ligado ao desenvolvimento da obesidade”, completou.

O artigo complementa o trabalho de pós-doutorado de Forkert, apoiado pela Fapesp, e contou com a colaboração de cientistas da Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Grécia e da Itália. Essa levantamento utilizou dados de dois grandes estudos, um europeu e outro brasileiro.

O de lá é o Healthy Lifestyle in Europe by Nutrition in Adolescence Cross-Sectional Study (Helena-CSS), conduzido entre 2006 e 2007 e que acompanhou 3 528 adolescentes de 10 grandes cidades europeias. Todos foram estratificados por idade, sexo, região e status socioeconômico. Já a pesquisa brasileira, intitulada Saúde Cardiovascular do Adolescente Brasileiro (BRACAH Study), reuniu 991 adolescentes e foi conduzido em 2007 na cidade de Maringá (PR).

Os jovens foram avaliados quanto a fatores de risco cardiovascular e comportamentos relacionados à saúde. O estudo BRACAH foi coordenado pelo professor Augusto Cesar Ferreira de Moraes, do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP.

“Os comportamentos relacionados ao equilíbrio energético foram medidos por meio de questionário que avaliou, entre outros fatores, o nível de atividade física dos adolescentes, sendo que um mínimo de 60 minutos por dia era o considerado adequado”, explicou Forkert. Para averiguar o comportamento sedentário, foi considerado o tempo diário despendido na frente da televisão, do computador e do videogame. O sono dos adolescentes pesquisados também foi examinado.

Já o questionário de Escolhas e Preferências Alimentares, que explora atitudes e preocupações quanto a estilo de vida e alimentação saudável entre os adolescentes foi usado para avaliar o consumo do café da manhã.

A partir dessas informações, os cientistas analisaram se os jovens que dispensavem o desjejum apresentavam, em média, maior circunferência abdominal, peso etc. “Dos comportamentos relacionados ao equilíbrio energético, o que mais apresentou associação com os marcadores de obesidade foi o comportamento de pular o café da manhã”, garantiu Forkert.

“Verificamos um aumento médio na circunferência abdominal de 2,61 centímetros nos meninos europeus e de 2,13 centímetros nos brasileiros, quando esses têm o hábito de pular o café da manhã”, revelou Forkert. Mesmo dormindo oito horas por dia ou mais, eles tiveram uma elevação de 1,29 kg/m² a 1,69 kg/m² no índice de massa corporal.

“O mesmo ocorreu entre meninas europeias. Diante do comportamento de pular o café da manhã, mesmo dormindo adequadamente, houve uma associação positiva com os marcadores de obesidade geral e abdominal”, contou Forkert. “Por exemplo, a circunferência abdominal aumentou em média 1,97 centímetro e a relação cintura-altura 0,02”, atestou Forkert.

Este conteúdo é da Agência Fapesp.

Fonte: https://saude.abril.com.br/familia/adolescentes-que-pulam-o-cafe-da-manha-podem-desenvolver-obesidade/ - Por Peter Moon (Agência Fapesp) - Foto: Alex Silva/A2 Estúdio