sábado, 23 de janeiro de 2021

Estudos alertam para consumo excessivo de álcool por jovens na pandemia


Tendência ocorre em todas as idades, mas aumento do consumo entre jovens e adolescentes oferece ainda mais riscos e requer atenção dos pais

 

Consumo de bebidas alcóolicas aumentou entre jovens

Levantamentos realizados após o início da pandemia em diferentes países reforçam um alerta sobre a saúde mental e física de jovens e adolescentes. O consumo precoce e excessivo de álcool , que já preocupava profissionais de saúde, intensificou-se durante o período.

 

De acordo com a Organização Panamericana de Saúde (OPAS), 35% dos entrevistados adultos, com idades entre 30 e 39 anos, aumentaram a frequência de consumo alcoólico em grandes quantidades. Entre adolescentes, porém, o risco é ainda maior: no Canadá, o percentual de jovens que consumiam álcool dentro de casa passou de 20,6% para 30,1% no período atual, indicando uma mudança de hábitos nociva especialmente na fase de desenvolvimento.

 

De acordo com o psiquiatra e coordenador do Núcleo de Álcool e Drogas do Hospital Sírio-Libanês, Arthur Guerra, a realidade pode ser facilmente percebida no Brasil, onde quase 40% das crianças tem o primeiro contato com as bebidas desse tipo aos 13 anos, como aponta o Manual de Orientação sobre Bebidas Alcoólicas.

 

“Os jovens têm deixado de lado um comportamento chamado de beber pesado episódico (BPE), que é o consumo nocivo de grande quantidade de álcool em uma única ocasião. Mas isso não é motivo para comemorar já que a frequência tem crescido em uma idade tão precoce", destaca o profissional de saúde.

 

Embora ofereça riscos à saúde de pessoas em qualquer idade, o consumo de bebidas alcoólicas é ainda mais prejudicial durante a adolescência já que, além da interferência nociva ao desenvolvimento cerebral, a fase é mais suscetível à  dependência , conforme mostra a pesquisa realizada pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), que aponta 22% dos jovens sob o risco de alcoolismo. 

 

O psiquiatra Arthur Guerra também destaca que os efeitos - mesmo os imediatos - do alcóol são prejudiciais à saúde mental , especialmente durante a pandemia. “Apesar de a maioria das pessoas atribuírem a sensação de relaxamento ao consumo de álcool, ele intensifica sentimentos como medo e ansiedade, além da depressão . Isso contribui de forma negativa para a saúde mental daqueles que estão cumprindo o distanciamento social, tornando tudo mais difícil”, finaliza.

 

Link deste artigo: https://saude.ig.com.br/2021-01-21/estudos-alertam-para-consumo-excessivo-de-alcool-por-jovens-na-pandemia.html

Álcool danifica o cérebro na adolescência e não é só isso


O álcool não nos embriaga, ou prejudica apenas nosso julgamento e nosso fígado: ele pode ter muitos outros efeitos péssimos em nossos corpos, incluindo no cérebro, de acordo com a Dra. Claire McCarthy da Harvard Health Publishing.

 

Em um editorial recente no BMJ, cientistas apontaram que há três períodos na vida em que o cérebro passa por grandes mudanças e é particularmente vulnerável aos efeitos do álcool. Dois desses períodos estão no início e no fim da vida. Quando as gestantes bebem álcool, ele pode danificar o cérebro em desenvolvimento do feto, levando a problemas físicos, deficiências de aprendizagem e problemas comportamentais. Quando pessoas com mais de 65 anos bebem álcool, pode piorar a redução na função cerebral que acontecem durante o envelhecimento.

 

O terceiro período é a adolescência. Durante esses anos de transição entre a infância e a idade adulta, o cérebro cresce e muda de muitas maneiras importantes que são cruciais para que essa transição seja bem sucedida. Quando adolescentes e jovens adultos bebem álcool, ele pode interferir com esse processo de desenvolvimento cerebral de maneiras que afetam o resto de suas vidas.

 

Uso de álcool em adolescentes e jovens adultos

De acordo com a CISA, o uso de álcool por jovens sobe no Brasil, na contramão do resto do mundo. Um a cada 5 jovens brasileiros entre 15 e 19 anos beberam no último ano e um a cada 4 daqueles em idade escolar já estiveram bêbados.

 

Isso é um monte de jovens que podem estar deformando seus cérebros — e suas vidas — para sempre.

 

Aqui está o que os pais de adolescentes podem e devem fazer:

 

Fale com seus adolescentes sobre álcool e seus efeitos, todos eles. Certifique-se que eles saibam dos fatos.

Tenha regras rígidas sobre o uso de álcool, e consequências se essas regras forem quebradas. Sim, é normal que os adolescentes experimentem, mas se você tolera que ou ela ele vá a festas com álcool, bebedeira ou dirigir enquanto bebe, isso pode literalmente destruir a vida do seu filho — ou acabar com ela.

Conheça os pais dos amigos do seu adolescente, e trabalhe para ter uma responsabilidade compartilhada e comunitária para manter todos seguros.

Dar um bom exemplo. Beba com responsabilidade, assim como esses anúncios incentivam.

 

Fonte: https://hypescience.com/alcool-cerebro-adolescentes/ - Por Marcelo Ribeiro

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Mal hálito com máscara? Profissional explica causas e soluções


A maioria das pessoas que tem mal hálito não sabe que tem. Agora que temos que usar constantemente uma máscara para proteção, é impossível não perceber o cheiro do nosso próprio hálito

 

Profissional explica que não há relação entre a máscara e o mau hálito

Incomodado com o cheiro desagradável de seu hálito quando está usando a máscara? Se você pode sentir o cheiro lá, a máscara não é a culpada. É muito provável que seja um problema de saúde bucal existente, do qual você acabou de tomar conhecimento.

 

A maioria das pessoas que tem mal hálito não sabe que tem. Agora que temos que usar constantemente uma máscara para proteção, é impossível não perceber o cheiro do nosso próprio hálito.

 

O mau hálito normalmente é causado por diferentes fatores. Você tem fatores externos de alimentos como chá, café, alho (comida com odores fortes) e fumo. E então você tem fatores internos como higiene oral deficiente e placa bacteriana

 

A desidratação ou a perda excessiva de água no corpo também pode fazer com que o mal hálito apareça. Pessoas que fazem dietas e passam muito tempo sem comer.  Problemas nos seios da face ou garganta também podem ser causas.

 

 Em certos casos, entretanto, o mau hálito pode ser mais do que apenas um problema da boca.  Ele pode ser um sintoma de outras doenças como doenças cardíacas e diabetes.

 

Uma vez que a causa pode ser qualquer coisa, desde alimentos a doenças graves, a melhor maneira de determinar a razão por trás do seu mau hálito é através da eliminação de fatores.

 

Primeiramente eliminar os problemas de higiene oral . Porque se a sua higiene bucal é boa, mas você ainda está com problemas , aí que você pode consultar o médico.

 

Os dentistas indicam a limpeza dental a cada 6 meses e isso deve ser seguido, pois mesmo as pessoas  escovando os dentes três vezes ao dia. Basta só um dia ou dois em que dormimos mal ou relaxamos na escovação e pronto, o problema começa.

 

É formada uma película que se transformará na placa dental e ai já é tarde pois não conseguimos mais remover com a escova e somente um profissional irá limpar esse dente. A placa se formando, virá uma serie de problemas junto, como formação de tártaro, gengivas inflamadas, sangramento dental e ai  o mal hálito já tomou conta de sua boca.

 

Beba muita água, escove os dentes três vezes ao dia, faça consultas regulares ao seu dentista e exames de rotina e use sua máscara sem medo.

 

Fonte: undefined - iG @ https://saude.ig.com.br/coronavirus/2021-01-21/mal-halito-com-mascara-profissional-explica-causas-e-solucoes.html - Getty Images

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Novo tratamento pretende transformar covid-19 em resfriado forte


Pneumonias diferentes

 

Um dado que já ficou claro nesse quase um ano de luta contra a pandemia é que a pneumonia da covid-19 é significativamente diferente da pneumonia causada por outras causas.

 

Em vez de infectar rapidamente grandes regiões do pulmão, o vírus SARS-CoV-2 se instala em várias pequenas áreas do pulmão. Em seguida, ele sequestra as próprias células imunológicas dos pulmões e as usa para se espalhar por todo o pulmão, durante um período de alguns dias ou até semanas, como vários incêndios florestais menores se espalhando por uma floresta.

 

À medida que a infecção se move lentamente pelo pulmão, ela deixa danos em seu rastro e continuamente alimenta a febre, baixa pressão sanguínea e danos aos rins, cérebro, coração e outros órgãos dos pacientes com covid-19.

 

Transformar a covid-19 em resfriado forte

 

As complicações graves da covid-19, em comparação com outras pneumonias, parecem estar relacionadas justamente a esse longo curso da doença, em contraposição a uma doença mais aguda.

 

A boa notícia é que um grupo de cientistas da Universidade Northwestern (EUA) acaba de descobrir um alvo para o tratamento da pneumonia da covid-19, e um alvo tão promissor que eles já iniciaram um ensaio clínico para avaliar o tratamento.

 

"Nosso objetivo é tornar a covid-19 leve, em vez de grave, tornando-a comparável a um forte resfriado," disse o Dr. Scott Budinger, membro da equipe.

 

Impedindo o sequestro do sistema imunológico

 

Ao analisar células imunológicas dos pulmões de pacientes com pneumonia da covid-19 de uma maneira sistemática, os pesquisadores identificaram alvos críticos para diminuir os danos causados ao pulmão.

 

Os alvos são as células imunológicas: Os macrófagos e as células T. O estudo sugere que os macrófagos - células normalmente encarregadas de proteger o pulmão - podem ser infectados pelo SARS-CoV-2 e podem contribuir para disseminar a infecção pelo pulmão.

 

Eles então desenvolveram uma droga experimental para tratar esses alvos. A droga, que já começou a ser testada, "acalma" a resposta inflamatória dessas células do sistema imunológico, permitindo assim o início do processo de reparo no pulmão lesado.

 

Convivendo com a covid-19

 

A análise da equipe, e de vários outros especialistas, é que é muito improvável que a covid-19 desapareça, mesmo que grande parte da população seja vacinada.

 

Em vez disso, a doença deverá se transformar em "endêmica", o que significa que ela estará presente entre a população. Contudo, conforme mais pessoas desenvolvem imunidade mais cedo na vida, será cada vez mais improvável que ela atinja estágios graves, como se vê agora durante a pandemia.

 

"Os pesquisadores da Universidade Northwestern e de outros lugares já estão prevendo mecanismos pelos quais esse vírus de RNA, que sofre mutação rapidamente, escapará das vacinas atuais. Este estudo nos ajudará a desenvolver tratamentos para reduzir a gravidade do covid-19 naqueles que a desenvolverem," disse Dr. Ben Singer, coordenador da equipe.

 

Checagem com artigo científico:

 

Artigo: Circuits between infected macrophages and T cells in SARS-CoV-2 pneumonia

Autores: Rogan A. Grant, Luisa Morales-Nebreda, Nikolay S. Markov, Suchitra Swaminathan, Melissa Querrey, Estefany R. Guzman, Darryl A. Abbott, Helen K. Donnelly, Alvaro Donayre, Isaac A. Goldberg, Zasu M. Klug, Nicole Borkowski, Ziyan Lu, Hermon Kihshen, Yuliya Politanska, Lango Sichizya, Mengjia Kang, Ali Shilatifard, Chao Qi, Jon W. Lomasney, A. Christine Argento, Jacqueline M. Kruser, Elizabeth S. Malsin, Chiagozie O. Pickens, Sean B. Smith, James M. Walter, Anna E. Pawlowski, Daniel Schneider, Prasanth Nannapaneni, Hiam Abdala-Valencia, Ankit Bharat, Cara J. Gottardi, G. R. Scott Budinger, Alexander V. Misharin, Benjamin D. Singer, Richard G. Wunderink

Publicação: Nature

DOI: 10.1038/s41586-020-03148-w

 

Fonte: https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=novo-tratamento-pretende-transformar-covid-19-resfriado-forte&id=14522 - Redação do Diário da Saúde - Imagem: Tumisu/Pixabay

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Sedentarismo: o que é, causas e consequências


A ausência de atividades físicas pode trazer complicações graves para o corpo; entenda

 

O que é

O sedentarismo é um estado onde há diminuição ou ausência total de atividade física. Pessoas de diferentes idades podem apresentar comportamento sedentário, fazendo com que o pouco gasto calórico impacte diretamente na saúde do corpo, aumentando o risco de desenvolver uma série de doenças.

 

Causas

Diferentes fatores podem contribuir para que uma pessoa se torne sedentária. Com o avanço da tecnologia e os novos hábitos geridos pela sociedade, é comum que muitas pessoas passem cada vez mais tempo mexendo no celular, assistindo televisão, substituindo as escadas pelos elevadores e o caminhar pelo carro.

Também é possível que o sedentarismo ocorra de forma involuntária, sendo causado por acidentes ou complicações que exijam repouso total, impedindo que a pessoa faça qualquer tipo de atividade física.

 

Sedentarismo no Brasil

Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019, 40,3% da população brasileira acima dos 18 anos foi classificada como inativa, não praticando exercícios físicos ou se movimentando por menos de 150 minutos durante a semana - tempo recomendado pelos órgãos de saúde. O Brasil também aparece entre os cinco países mais sedentários do mundo de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

 

Sedentarismo infantil

Os dados do IBGE revelaram que, entre as crianças brasileiras, 14% na faixa etária de 5 a 9 anos são obesas e 33,5% apresentam excesso de peso. Para o fisioterapeuta Fernando Zikan, uma das principais justificativas desse número é o uso intenso de aparelhos eletrônicos pelos jovens.

O especialista explica que a recomendação diária para crianças é de 60 minutos de atividade física. Essas atividades podem ser diluídas ao longo do dia como em caminhadas, brincadeiras, passeios com pets, práticas esportivas ou recreativas.

"Estratégias como estas evitam danos ao desenvolvimento psicomotor das crianças, seja físico, cognitivo ou psicológico, evitando também os impactos do sobrepeso sobre o sistema musculoesquelético, prevenindo o aparecimento precoce de doenças cardiovasculares em adolescentes e adultos", explica Fernando.

 

Consequências e doenças

A ausência de movimento é capaz de impactar não só no funcionamento do corpo como também na saúde mental, já que os exercícios físicos aumentam os níveis de serotonina e dopamina, hormônios responsáveis por melhorar o humor.

 

Entre as consequências que o sedentarismo pode trazer para a saúde estão:

 

Risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC

Diabetes

Excesso de peso

Colesterol alto

Obesidade

Problemas na coluna

Pressão alta

Falta de força muscular

Trombose

Osteoporose

 

De acordo com o Ministério da Saúde, o risco de morte aumenta em até 30% em pessoas sedentárias. Isso acontece porque muitas das doenças responsáveis pelas maiores causas de óbito no mundo, como a cardiopatia isquêmica, podem ocorrer como consequência do baixo número de atividades físicas praticadas.

 

Como evitar o sedentarismo

Segundo o fisioterapeuta Fernando Zikan, a atividade física deve estar associada a fatores motivacionais, pois eles são os principais elementos que despertam energia para iniciar e manter a prática de exercícios. "Cada indivíduo terá seus fatores pessoais, sejam eles de ordem física ou mental, e cabe ao profissional identificar, no contexto particular, o que despertaria a pessoa para a prática".

Buscar o apoio de especialistas é uma das principais maneiras de combater o sedentarismo. Com o auxílio de profissionais e a avaliação das próprias características físicas, é possível encontrar alternativas que permitam que cada pessoa possa se exercitar de um modo que melhor respeite as suas limitações.

Também é possível utilizar a tecnologia como apoio nesse processo. "Por meio de dispositivos e aplicativos podemos mensurar a quantidade de passos dados ao longo do dia, bem como o tempo de atividade, o que torna a atividade física atraente para crianças e jovens que podem controlar, desafiar colegas ou a si mesmos em brincadeiras virtuais de aumento do número de passos dados ou horas em atividade", fala Fernando.

 

Exercícios

A recomendação dada pela OMS é de que adultos realizem 150 minutos de atividade física moderada por semana ou 5 mil passos por dia. Alguns exemplos de exercícios que podem ser realizados em casa são:

 

Alongamento: esticar os braços com as palmas das mãos viradas para cima, por exemplo, é uma das alternativas para quem permanece muito tempo sentado.

Faça reuniões andando: isso ajudará a reduzir o tempo sentado, melhorando a circulação no corpo.

Substitua o sofá por exercícios: não é preciso ficar parado enquanto assiste TV. Praticar exercícios como flexões, polichinelos e elevação de quadril são alternativas melhores para a saúde quando você estiver em casa.

 

Fontes:

Fernando Zikan, fisioterapeuta, professor da Faculdade de Medicina UFRJ e Coordenador de Ensino da ABRAFITO (Associação Brasileira de Fisioterapia Traumato Ortopédica)

Ministério da Saúde

Organização Mundial da Saúde

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

 

Fonte: https://www.minhavida.com.br/fitness/tudo-sobre/37222-sedentarismo - Escrito por Paula Santos