Tendência ocorre em todas as idades, mas aumento do consumo entre jovens e adolescentes oferece ainda mais riscos e requer atenção dos pais
Consumo de bebidas alcóolicas aumentou entre jovens
Levantamentos realizados após o início da pandemia
em diferentes países reforçam um alerta sobre a saúde mental e física de jovens
e adolescentes. O consumo precoce e excessivo de álcool , que já preocupava
profissionais de saúde, intensificou-se durante o período.
De acordo com a Organização Panamericana de Saúde
(OPAS), 35% dos entrevistados adultos, com idades entre 30 e 39 anos,
aumentaram a frequência de consumo alcoólico em grandes quantidades. Entre
adolescentes, porém, o risco é ainda maior: no Canadá, o percentual de jovens
que consumiam álcool dentro de casa passou de 20,6% para 30,1% no período
atual, indicando uma mudança de hábitos nociva especialmente na fase de
desenvolvimento.
De acordo com o psiquiatra e coordenador do Núcleo
de Álcool e Drogas do Hospital Sírio-Libanês, Arthur Guerra, a realidade pode
ser facilmente percebida no Brasil, onde quase 40% das crianças tem o primeiro
contato com as bebidas desse tipo aos 13 anos, como aponta o Manual de
Orientação sobre Bebidas Alcoólicas.
“Os jovens têm deixado de lado um comportamento
chamado de beber pesado episódico (BPE), que é o consumo nocivo de grande
quantidade de álcool em uma única ocasião. Mas isso não é motivo para comemorar
já que a frequência tem crescido em uma idade tão precoce", destaca o
profissional de saúde.
Embora ofereça riscos à saúde de pessoas em qualquer
idade, o consumo de bebidas alcoólicas é ainda mais prejudicial durante a
adolescência já que, além da interferência nociva ao desenvolvimento cerebral,
a fase é mais suscetível à dependência ,
conforme mostra a pesquisa realizada pela Secretaria Nacional Antidrogas
(Senad), que aponta 22% dos jovens sob o risco de alcoolismo.
O psiquiatra Arthur Guerra também destaca que os
efeitos - mesmo os imediatos - do alcóol são prejudiciais à saúde mental ,
especialmente durante a pandemia. “Apesar de a maioria das pessoas atribuírem a
sensação de relaxamento ao consumo de álcool, ele intensifica sentimentos como
medo e ansiedade, além da depressão . Isso contribui de forma negativa para a
saúde mental daqueles que estão cumprindo o distanciamento social, tornando
tudo mais difícil”, finaliza.
Link deste artigo: https://saude.ig.com.br/2021-01-21/estudos-alertam-para-consumo-excessivo-de-alcool-por-jovens-na-pandemia.html
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