sexta-feira, 25 de julho de 2025

Quatro dicas para reduzir risco de lesões em atletas amadores


A regularidade é boa pedida para manter-se bem no esporte

 

Praticar esportes é uma ótima forma de manter o corpo e a mente saudáveis, mas todo atleta amador sabe que algumas lesões podem acabar atrapalhando a rotina. Por isso, é importante adotar cuidados simples que ajudam a reduzir riscos e garantir mais segurança durante os treinos e competições.

 

Nesse sentido veja as quatro dicas para reduzir risco de lesões em atletas amadores com o médico do Núcleo de Medicina do Exercício e do Esporte do Sírio-Libanês Dr. Paulo Zogaib.

 

As quatro dicas para reduzir risco de lesões em atletas amadores

Aquecimento

Inicie cada sessão de corrida com um aquecimento que inclua exercícios de alongamento e fortalecimento muscular. Isso prepara o corpo para o esforço físico e ajuda a prevenir lesões.

 

Equipamento adequado

Invista em tênis de corrida de boa qualidade, adequado para seu tipo de pisada e terreno de corrida. Calçados apropriados proporcionam o suporte necessário e reduzem o impacto nas articulações.

 

Hidratação e nutrição

Mantenha-se hidratado e siga uma dieta balanceada para garantir energia e recuperação muscular adequada. A nutrição adequada é fundamental para o desempenho e a recuperação.

 

Planejamento

Evite sobrecarga ajustando a intensidade e o volume dos treinos progressivamente e alterne entre diferentes tipos de treino com longas distâncias, sprints, intervalos. O planejamento adequado ajuda a prevenir a fadiga muscular e o stress excessivo.

 

Acréscimo

A medicina esportiva não se limita apenas ao tratamento de lesões, ou seja, envolve a prevenção de problemas de saúde e a melhora no desempenho dos atletas. Profissionais de saúde oferecem acompanhamento personalizado e monitoramento contínuo, que asseguram que os esportistas estejam em condições ideais.

 

“A empolgação que surge com as Olimpíadas é uma excelente motivação para iniciar a prática de atividades físicas, mas é fundamental que isso seja feito de maneira segura e gradual. Muitos se lançam nos exercícios sem um planejamento adequado, o que aumenta significativamente o risco de lesões”, concluiu o Dr. Paulo Zogaib.

 

Fonte: https://sportlife.com.br/quatro-dicas-para-reduzir-risco-de-lesoes-em-atletas-amadores/ - By Guilherme Faber - Shutterstock

quinta-feira, 24 de julho de 2025

Saúde respiratória: mitos e verdades sobre os cuidados


Algumas doenças aumentam bastante com a queda nas temperaturas e secura do ar; saiba como cuidar da sua saúde respiratória

 

Com o frio e a secura do ar que o inverno traz, muitas vezes a saúde respiratória das pessoas pode ficar comprometida. Isso sem contar que os ambientes fechados e o uso de aquecedores também pioram a situação. O resultado? Mais casos de rinite, sinusite, crises de asma, bronquite e infecções que, muitas vezes, levam à internação.

 

Dados do Boletim Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostraram um aumento de infecções respiratórias nos últimos meses. De meados de maio a meados de junho, a incidência da influenza subiu para mais de 40%, fora as outras doenças respiratórias. Os mais afetados são crianças e idosos, que respondem por mais de 70% das internações por complicações como pneumonia, bronquiolite e crises asmáticas.

 

“O nariz funciona como um grande filtro. Ele aquece, umedece e filtra o ar antes que chegue aos pulmões. Mas, quando a mucosa nasal está ressecada, esse filtro perde eficiência, e o organismo fica mais exposto a vírus, bactérias e alérgenos”, explica Pauline Michelin, médica otorrinolaringologista dos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, de Curitiba (PR).

 

Por isso, cuidar da saúde respiratória nesse período é essencial. Contudo, como fazer isso? A seguir, veja mitos e verdades sobre o assunto para tomar as medidas corretas:

 

Lavagem nasal com soro fisiológico previne infecções

VERDADE. “A lavagem ajuda a hidratar as mucosas, eliminar secreções e fortalecer a defesa natural do nariz. O ideal é fazê-la ao menos duas vezes ao dia, especialmente em dias frios ou secos”, diz a especialista.

 

Dormir com a casa toda fechada evita doenças

MITO. “Ambientes sem ventilação acumulam poeira, ácaros e vírus. Abrir as janelas por alguns minutos diariamente é fundamental”, comenta.

 

Beber bastante água ao longo do dia protege a respiração

VERDADE. Segundo a profissional, a hidratação mantém as mucosas da nossa via aérea úmidas e funcionais. Quando elas estão ressecadas, perdem a capacidade de reter e eliminar microrganismos inalados.

 

Umidificador ligado a noite toda é bom para evitar doenças em crianças

MITO. “O aparelho pode ajudar, mas o excesso de umidade favorece mofo e fungos. O ideal é usá-lo por até duas horas seguidas, mantendo a umidade entre 50% e 60%”, diz.

 

Inalações com substâncias caseiras são seguras

MITO. De acordo com Pauline, produtos caseiros e óleos podem queimar a mucosa e causar lesões, além de favorecer infecções mais graves. A inalação deve ser sempre indicada por um médico.

 

Óleos essenciais e água oxigenada podem ser utilizadas para ajudar a destrancar o nariz

MITO. “Muitas vezes, a população recorre a receitas caseiras que, embora possam proporcionar um alívio momentâneo, acabam piorando a qualidade da respiração, trazendo ainda mais riscos à saúde, como inflamação da mucosa nasal, alteração do pH e prejuízos às defesas naturais do nariz”, cometa.

 

Descongestionante nasal pode ser usado sem risco

MITO. Isso porque esses produtos aliviam momentaneamente, mas o uso contínuo pode causar efeito rebote e até problemas cardíacos. “Só deve ocorrer o uso com orientação médica e por tempo limitado”, orienta a especialista.

 

Filtros de ar-condicionado devem ter limpeza regular

VERDADE. “A falta de limpeza favorece o acúmulo de fungos e poeira, que vão para o ambiente. Além disso, o uso prolongado do aparelho de ar-condicionado vai ressecar a mucosa do nosso nariz pelo seu funcionamento, mesmo estando higienizado”, finaliza.

 

Fonte: https://altoastral.joaobidu.com.br/saude/saude-respiratoria-mitos-e-verdades-sobre-os-cuidados.phtml#google_vignette - Por Mayra Cardozo  

quarta-feira, 23 de julho de 2025

Estudo indica as 10 atividades físicas mais buscadas por brasileiros


Se você quer começar a praticar esporte, mas não sabe por onde começar, veja quais são as possíveis tendências no Brasil

 

Mais de 60% da população brasileira deixou de praticar qualquer tipo de atividade física, como aponta um estudo feito pela Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz). Abandonar os exercícios abriu portas para diferentes problemas de saúde física e mental. Com a crise sanitária controlada, os brasileiros agora estão correndo atrás do prejuízo.

 

Quem pensa que a musculação é a única atividade procurada está enganado. De acordo com o GetNinjas, aplicativo para contratação de serviços, as pessoas estão explorando outros esportes e exercícios. Confira, abaixo, a lista com as dez aulas mais buscadas na plataforma:

 

1. Dança de salão

A dança de salão possibilita um casal se exercitar e se divertir juntos, o que faz com que ela venha ganhando cada vez mais adeptos. De acordo com o GetNinjas, a demanda por aulas de dança de salão aumentou 154% no mês de março em comparação com o mesmo período do ano passado. Além dos benefícios físicos que a prática oferece, a dança também estimula a cumplicidade e sintonia entre os praticantes.

 

2. Forró

Ritmo característico do Brasil e especial das festas juninas, o forró tem sido uma das atividades físicas cada vez mais procuradas na plataforma. Segundo os dados, a procura pelas aulas de forró aumentou 132% em comparação com março do ano passado. Além de aprender uma nova dança, é possível queimar calorias, tonificar os músculos das pernas e exercitar o equilíbrio.

 

3. Funk

Da mesma forma que vem ganhando o cenário internacional, o funk também está se destacando como modalidade de exercício físico. Segundo o GetNinjas, a busca por aulas do estilo musical aumentou 88% em março de 2022; em comparação com mês anterior, o crescimento foi de 36%. Dançar funk um exercício de alto impacto que tonifica os músculos do abdômen e das costas.

 

4. Futebol

Tão querido pelos brasileiros, dificilmente o futebol estaria de fora dessa lista. De acordo com o aplicativo, o número de solicitações para prática de futebol aumentou 42% em relação ao mês de março do ano passado. O aumento também pode ser explicado por esse ano se tratar de um ano de Copa.

 

5. Natação

Segundo a plataforma, o volume de pedidos para professores de natação aumentou mais de 66% no comparativo entre março de 2022 e o mesmo período do ano passado. Apesar de ser uma atividade física de baixo impacto, o esporte aumenta a capacidade pulmonar e proporciona a perda de peso.

 

6. Boxe

Inspirados em grandes personagens do cinema como Rocky Balboa, muitos usuários do GetNinjas tem demonstrado interesse em aulas de boxe. De acordo com a plataforma, os professores da luta viram a demanda crescer em 65% em março de 2022. Praticar boxe fortalece a musculatura e o sistema cardiorrespiratório.

 

7. Muay Thai

A arte milenar tailandesa rompeu as fronteiras da Ásia e conquista cada vez mais adeptos ao redor do mundo. No Brasil, o GetNinjas identificou um acréscimo de 36% na procura por aulas de Muay Thai em comparação com março de 2021. Assim como o boxe, a arte marcial asiática é um exercício de alta intensidade que fortalece a musculatura e o sistema cardiorrespiratório.

 

8. Tênis

O tênis é uma ótima opção de atividade física para casais e famílias, já que pode ser praticado em duplas. O esporte proporciona um melhor condicionamento físico, aprimora a coordenação motora, estimula a flexibilidade e a queima de calorias. Segundo a plataforma de prestação de serviços, a busca por aulas de tênis aumentou 15% em março.

 

9. Patins

Assim como algumas tendências dos anos 80, o patins voltou com tudo. Esta é uma atividade física bastante democrática, já que pode ser praticada por adultos e crianças. Mesmo com a possibilidade de aprender a patinar sozinho, é possível contar com uma ajuda especializada. No Getninjas, o número de pedidos por aulas de patins cresceu 27% em relação a março de 2021.

 

10. Skate

Depois da medalha de prata conquistada por Rayssa Leal, a nossa fadinha, na última Olimpíada, o skate se tornou uma febre entre as crianças. Quem pensou na época que se tratava de um hype passageiro se enganou. Desde a competição o volume de solicitações por professores de skate continua a crescer; em comparação com março do ano passado, a demanda aumentou 107% em março de 2022, segundo o GetNinjas.

 

Fonte: https://sportlife.com.br/as-10-atividades-fisicas-mais-buscadas-pelos-brasileiros/ - Foto: Shutterstock

terça-feira, 22 de julho de 2025

10 dicas para prevenir quedas de idosos em casa


Pequenas mudanças podem ajudar a prevenir acidentes que colocam a saúde em risco

 

O cuidado com a segurança é essencial para a longevidade e qualidade de vida da população idosa. Em 2024, mais de 344 mil idosos foram internados no Sistema Único de Saúde (SUS) em decorrência de quedas, sendo que 13,3 mil não resistiram aos ferimentos. 

 

O professor Robson Pacheco, fisioterapeuta especialista em envelhecimento e docente do curso de Fisioterapia da UniSul, alerta que uma das maiores ameaças à saúde das pessoas acima de 60 anos está dentro de casa. "As quedas não são apenas acidentes, elas representam um risco para a perda da autonomia. Muitas vezes, a fratura de um fêmur pode desencadear um processo de declínio irreversível", explica.

 

Segundo ele, com o passar dos anos, o corpo humano sofre alterações naturais, os reflexos diminuem, a condução neurológica desacelera, a força muscular se reduz e a densidade óssea cai — especialmente entre mulheres, após a menopausa. "Muitos ainda acreditam que quedas são parte inevitável da velhice, mas isso não é verdade. Com adaptação, planejamento e informação, é possível viver com mais segurança", afirma.

 

Por isso, a prevenção começa em casa. Abaixo, confira 10 orientações para adaptar o ambiente doméstico e proteger os idosos de quedas!

 

1. Remova ou fixe os tapetes com segurança

Tapetes soltos são uma das maiores causas de escorregões e tropeços em casa. O ideal é removê-los completamente. Se forem indispensáveis, use fita antiderrapante ou fita dupla face para fixá-los firmemente ao chão, especialmente nas bordas. Tapetes de pelos longos ou ondulados devem ser evitados, pois tendem a enrolar ou prender pontas de calçados e bengalas.

 

2. Faça adaptações no banheiro

O banheiro é o cômodo mais perigoso da casa para idosos. O piso escorregadio, a presença de umidade e a necessidade de movimentos de agachamento aumentam o risco. Instale barras de apoio dentro do box, ao lado do vaso sanitário e da pia.

Tapetes antiderrapantes devem estar tanto dentro quanto fora do box. Um banco específico para banho — com pés antiderrapantes e encosto — permite que o idoso se lave sentado, com mais conforto e segurança.

 

3. Mantenha a porta do banheiro destrancada

Em caso de queda, o tempo de resposta é fundamental. Por isso, idosos não devem trancar a porta do banheiro. Deixá-la apenas encostada, principalmente quando estiver sozinho em casa, pode facilitar o acesso rápido de um familiar ou socorrista em uma emergência.

 

4. Avalie a disposição dos móveis

Mesas de centro, banquetas e cadeiras mal posicionadas se tornam obstáculos perigosos, especialmente no período da noite, quando a visão está adaptada à pouca luz. A cama deve ter altura adequada para facilitar o movimento de sentar e levantar sem esforço exagerado. Móveis com quinas pontiagudas também devem ser revistos — o ideal é optar por cantos arredondados ou usar protetores de silicone.

 

5. Utilize luzes de presença

Evite andar no escuro. A visão noturna diminui com a idade, e pequenos obstáculos podem passar despercebidos. Instale luzes de presença no trajeto entre o quarto e o banheiro. Um abajur na cabeceira da cama também garante iluminação imediata ao acordar. Sensores de movimento com luz LED são excelentes aliados para corredores, banheiros e escadas.

 

6. Planeje a organização da cozinha

Evite deixar utensílios e alimentos em prateleiras muito altas ou muito baixas. O esforço para alcançar objetos pode causar perda de equilíbrio. Subir em banquinhos, mesmo os baixos, é absolutamente contraindicado.

Planeje a organização da cozinha para que tudo esteja à mão, preferencialmente entre a altura da cintura e dos olhos. Estímulos a uma rotina mais lenta, sem pressa para cozinhar, também ajudam a evitar acidentes.

 

7. Respeite os horários e evite o banho noturno

Banhos devem, preferencialmente, ser tomados durante o dia, quando há mais luz, maior temperatura e mais gente em casa. Além de prevenir quedas, isso reduz os riscos de hipotermia e permite que o idoso peça ajuda, caso necessário. A combinação de piso molhado, cansaço e frio é mais perigosa no fim da tarde e à noite.

 

8. Estímulo físico e prevenção da inatividade

Após uma queda, muitos idosos desenvolvem a chamada "síndrome do medo da queda", que os leva à inatividade. Isso pode parecer um comportamento protetor, mas, na verdade, enfraquece ainda mais músculos e articulações. Estimule atividades físicas leves e regulares, como caminhada, alongamentos e exercícios orientados por fisioterapeutas. Manter o corpo ativo é o melhor caminho para evitar novas quedas.

 

9. Mantenha o cérebro em movimento

A saúde física anda lado a lado com a saúde mental. Leitura, palavras-cruzadas, artesanato, escrita, jogos de memória ou até o aprendizado de uma nova habilidade (como um instrumento musical ou idioma) ajudam a manter a mente ativa, estimulam a concentração e previnem o declínio cognitivo. Essas atividades também têm impacto positivo sobre o humor e a autoestima.

 

10. Hidrate o corpo

No inverno, o consumo de água tende a cair. E isso é especialmente perigoso para pessoas idosas, que já apresentam menor sensação de sede. A desidratação prejudica a regulação térmica, a circulação e o funcionamento muscular, aumentando o risco de tonturas e quedas.

"O idoso se manter hidratado, beber água — e não só chá ou café — é extremamente importante para garantir o equilíbrio corporal, a chamada homeostase", destaca o professor Robson Pacheco. A recomendação é simples: ingerir, em média, dois litros de água por dia, mesmo nos dias frios.

 

https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/10-dicas-para-prevenir-quedas-de-idosos-em-casa,56c82b3a98439a5b7904e323c0b5525etsgw2pnq.html?utm_source=clipboard - Por Carol Passos - Foto: And-One | Shutterstock / Portal EdiCase

segunda-feira, 21 de julho de 2025

Pesquisa aponta combinação de fatores que aumenta em 83% o risco de morte após os 50 anos


Estudo também mostra que é possível diagnosticar as condições com medidas simples, abrindo caminho para o maior acesso ao diagnóstico

 

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em parceria com a University College London, no Reino Unido, concluiu que o acúmulo de gordura abdominal associado à perda de massa muscular representa um aumento de 83% no risco de morte em comparação a pessoas que não apresentam as duas condições.

 

A combinação é tão perigosa que, de acordo com o estudo, identifica um problema ainda maior, conhecido como obesidade sarcopênica e caracterizado pela perda de massa muscular, ao mesmo tempo em que ocorre o ganho de gordura em todo o corpo. Trata-se de uma condição difícil de ser diagnosticada e está relacionada à perda de autonomia e piora na qualidade de vida da pessoa idosa, à chamada síndrome da fragilidade e ao aumento do risco de quedas, entre outras comorbidades.

 

"Além de avaliar o risco de morte associado à obesidade abdominal e à baixa massa muscular, conseguimos comprovar que com métodos simples é possível detectar a obesidade sarcopênica. Isso é importante, pois a falta de consenso sobre critérios diagnósticos dessa doença dificulta sua detecção e tratamento", afirma Tiago da Silva Alexandre, professor do Departamento de Gerontologia da UFSCar e um dos autores do estudo, apoiado pela Fapesp. "Dessa forma, nossos achados permitem ampliar o acesso das pessoas idosas a intervenções antecipadas, como acompanhamento nutricional e exercícios físicos, garantindo melhora na qualidade de vida."

 

Os resultados, publicados na revista Aging Clinical and Experimental Research, foram obtidos a partir do acompanhamento durante 12 anos de 5.440 participantes do English Longitudinal Study of Ageing (ELSA) com 50 anos ou mais de idade.

 

Dispensando o diagnóstico dispendioso

A obesidade sarcopênica costuma ser diagnosticada por meio de exames complexos, como ressonância magnética, tomografia computadorizada, bioimpedância elétrica ou densitometria, que identificam o excesso de gordura corporal e a redução da massa e função muscular. No entanto, apesar da alta precisão, eles são onerosos e estão restritos a poucos serviços de saúde, o que torna o diagnóstico da doença um grande desafio na prática clínica.

 

"Ao correlacionar os dados dos participantes do Estudo ELSA verificamos que medidas simples, como medir a circunferência abdominal e estimar a massa magra (por meio de uma equação consolidada que utiliza variáveis clínicas como idade, sexo, peso, raça e estatura), mostraram pela primeira vez que é possível triar esses indivíduos precocemente", celebra Alexandre.

 

A relação entre perda de massa muscular e obesidade abdominal tem um efeito amplificado sobre o metabolismo. "O estudo revelou que indivíduos com ambas as condições apresentaram um risco de morte 83% maior em comparação àqueles que não as possuíam. Constatamos também que o risco de morte foi reduzido em 40% entre aqueles com baixa massa muscular e sem obesidade abdominal, dado que reforça o potencial perigo da coexistência das condições. Curiosamente, indivíduos com obesidade abdominal, mas com massa muscular adequada não foram associados ao maior risco de morte", detalha Valdete Regina Guandalini, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), pesquisadora do Departamento de Gerontologia da UFSCar e primeira autora do artigo.

 

Guandalini explica que o excesso de gordura intensifica processos inflamatórios que desencadeiam alterações metabólicas e catabólicas, agravando ainda mais a perda muscular. "Além de uma condição interferir na outra, a gordura infiltra-se no músculo, ocupando seu espaço. Trata-se de uma inflamação sistêmica e progressiva que afeta diretamente o tecido muscular, comprometendo suas funções metabólicas, endócrinas, imunológicas e funcionais", afirma.

 

Como a definição de obesidade sarcopênica ainda não é um consenso entre os pesquisadores da área em todo o mundo, o estudo utilizou medidas mais simples para definir o que é obesidade abdominal e perda de massa muscular. Dessa forma, para predizer o risco de obesidade sarcopênica, os pesquisadores identificaram obesidade abdominal como circunferência abdominal maior que 102 centímetros para homens e 88 centímetros para mulheres. Simultaneamente, a baixa massa muscular foi definida a partir de um índice de massa muscular esquelética (obtida pela equação) menor que 9,36 kg/m2 para homens e menor que 6,73 kg/m2 para mulheres.

 

https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/pesquisa-aponta-combinacao-de-fatores-que-aumenta-em-83-o-risco-de-morte-apos-os-50-anos,bc24d88cf13ac5632b8b166388eb6b70iayn73d4.html?utm_source=clipboard - Maria Fernanda Ziegler - Foto: missty/Adobe Stock