segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Filhos de políticos nas escolas públicas


Filhos de políticos nas escolas públicas

Como melhorar a educação? Obrigando presidente, governadores, prefeitos e parlamentares a testar o ensino público - com suas próprias crianças

Quanto custa estudar no Brasil? Depende. Se você estiver entre os 20% mais ricos da população, vai chegar ao fim de 20 anos de colégio e faculdade com uma formação de aproximadamente R$ 250 mil. Isso significa cerca de R$ 1 mil por mês. Nessa conta entram o dinheiro que você tira do próprio bolso para pagar as mensalidades e a contribuição que o governo faz (com investimento em universidades estatais e deduções de imposto). Agora, se você fizer parte dos outros 80%, sua educação receberá um investimento bem menor: o equivalente a R$ 116 por mês. Esse é o total gasto pelo país por aluno para manter as escolas públicas, onde não se passa muito tempo. Em média, essa parte da população completa só 5 anos de estudo formal, geralmente entre os 7 e os 11 anos de idade.

Ou seja: enquanto ricos estudam em escolas de qualidade por um longo tempo, o resto estuda por pouco tempo em escolas ruins. Como senador, tenho um projeto que pretende amenizar essa desigualdade. Minha proposta é a de que políticos eleitos - vereadores, prefeitos, deputados, senadores e o presidente - fiquem obrigados a matricular seus filhos em escolas públicas. Caso contrário, perderão seu mandato. O projeto já foi apresentado e agora espera avaliação do Senado e da Câmara.

No Brasil do passado, só classes com influência tinham vaga nas boas escolas públicas. Filhos de pobres não estudavam, ou frequentavam colégios particulares mantidos pela Igreja Católica, como seminários. Hoje filhos de eleitos estão entre os 20% mais ricos, em geral. E vão a colégios particulares.

Em lugares como Reino Unido e Cingapura, políticos nem pensam em colocar os filhos em escolas particulares. Os eleitores não aceitariam essa escolha, porque ela significaria ignorar a boa qualidade das escolas públicas de lá. Se um político é descoberto matriculando o filho no ensino privado, acaba nos jornais. Tem de se desculpar publicamente e transferir a criança para uma instituição pública.

Se políticos brasileiros tiverem de matricular os filhos em escolas públicas, elas receberão mais atenção dos governantes. O resultado será um ensino de qualidade para todos. E um país mais próximo dos princípios republicanos, com uma sociedade unida, sem divisão entre aristocracia e plebe. Há quem diga que essa obrigação fere a liberdade do político. Mas todo cidadão é livre para não ser candidato. Se ele opta pela vida pública, deve assumir obrigações. Esse seria só mais um de seus compromissos com os eleitores, com a nação e com a República.


Autor: Cristovam Buarque - professor de economia da Universidade de Brasília e senador pelo PDT/DF.

sábado, 15 de janeiro de 2011

O vestibular e a propaganda do Governo Estadual


O vestibular e a propaganda do Governo Estadual

Política de cotas

O objetivo deste artigo é chamar a atenção da sociedade para a propaganda enganosa promovida pelo Governo do Estado sobre a "melhoria" na educação pública.

No último 07 de janeiro, foi divulgado o resultado do vestibular 2011 da UFS. Está no site oficial www.agencia.se.gov.br a seguinte falácia
"O sucesso dos alunos da rede pública estadual no vestibular 2011 da Universidade Federal de Sergipe (UFS), é fruto do esforço do Governo do Estado, por meio da Secretária de Estado da Educação, que proporcionou todas as condições necessárias para que eles pudessem obter aprovação em um curso superior". A afirmação é do secretário de Estado da Educação, Belivaldo Chagas, que fez questão de acompanhar de perto o resultado da divulgação do listão dos aprovados na UFS, no Colégio Atheneu Sergipense, junto com os alunos e professores.

Mais uma vez o Governo do Estado tenta fazer parecer meritoso o resultado do vestibular obtido pelos alunos da rede pública. Para dar mais fundamentação ao nosso texto, poderíamos transcrever integralmente a nota da agência de comunicação do Estado, onde o orgulhoso secretário de educação enumera diversas ações do governo que, segundo ele, foram responsáveis pelo sucesso dos estudantes. Em vez disso, divulgamos aqui o endereço eletrônico para que o leitor confira pessoalmente
http://www.agencia.se.gov.br/noticias/leitura/materia:21340/acoes_do_governo_resultam_na_aprovacao_de_estudantes_na_ufs.html

Agora vamos aos fatos. Desde 2008, está em vigor a Resolução 80/2008/CONEPE/UFS que instituiu as políticas afirmativas para garantir o acesso de grupos menos favorecidos à Universidade Federal de Sergipe. Em resumo, a política de cotas. No Art 2º está escrito que, tirando a vaga para portadores de necessidades especiais, será reservado cinquenta por cento das vagas de todos os cursos de graduação ofertados pela Universidade Federal de Sergipe aos candidatos que comprovem a realização de cem por cento do ensino médio em escolas públicas das redes federal, estadual ou municipal e pelo menos quatro séries do ensino fundamental nessas mesmas instituições.

A lei acadêmica é muito clara. Praticamente metade das vagas da UFS são reservadas para os alunos da rede pública e portanto, a disputa por essas vagas fica restrita a essa cota dos estudantes. Por essa razão, assistimos a distorções grotescas que ocorrem na classificação do vestibular. Citemos como exemplo o resultado do curso de medicina com 100 vagas anuais. Os cinquenta primeiros excedentes do grupo não cotista, (rotulado pela instituição como grupo A) tiveram pontuação superior ao primeiro colocado do grupo dos cotistas. Assim, se não fosse pela política de cotas, o Governo do Estado não comemoraria a aprovação de aluno algum da rede pública no seleto curso de medicina. Cito o exemplo de medicina por sua notoriedade, mas isso não é diferente em cursos como engenharia e direito.

Notem como o cenário é cruel para quem se mostra contrário a essa política populista, pois expressando-se dessa forma damos a entender que o ingresso de estudantes de baixa renda na Universidade Federal é algo pernicioso e passamos a ideia de que o ensino superior deve manter-se elitizado. Já ouvimos duras críticas de colegas da Universidade que errônea ou propositalmente não entenderam o cerne do discurso.

Ora, ficaríamos imensamente felizes se pudéssemos confiar o ensino dos nossos filhos à escola pública. A grande massa da classe média que tem um certo grau de escolaridade e poder aquisitivo economizaria uma expressiva parte de seu orçamento familiar se não tivesse que pagar caras mensalidades. Mas diante dessa conjuntura, quem deixaria sua criança nas mãos de gestores descomprometidos com a educação? A escola pública é de fato o único refúgio da população carente na busca de uma instrução mínima. Mas por que esta não pode ter qualidade? Por que é necessário cotas no vestibular para que esses estudantes tenham êxito? Por que não é possível aprender no mesmo nível do ensino particular? Por que a forma de gerir a escola pública não muda? A sociedade deveria fazer essas perguntas e exigir respostas do poder público. Eu faço parte da sociedade e quero respostas!

Se a Universidade Federal e o Governo do Estado entendem de modo unissonante que as distorções na distribuição das vagas do vestibular devem ser corrigidas com cotas, o que podemos fazer se não aceitarmos pacífica e democraticamente. O que não podemos aceitar é o desafio barato à nossa inteligência encarnado numa propaganda cínica e mentirosa promovida pelo órgão de imprensa oficial do Estado gabando-se de suas parcas ações como se estas fossem responsáveis pelos índices de aprovação alcançados. Vale lembrar que em 2010, o governo gastou muito dinheiro em divulgação nos meios de comunicação. Quem não se lembra do mote "A educação melhorou e os resultados apareceram..." visto em outdoors, tv's e jornais.

É paradoxal, mas a política de cotas prejudicará justamente os grupos menos favorecidos da sociedade brasileira que continuarão enganados e escravos de medidas pseudo-altruístas de governos privados de inteligência e dotados de muita esperteza.

Prof. Alan Almeida Santos
Universidade Federal de Sergipe
Campus Prof. Alberto Carvalho

Fonte: Itnet

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Campanha para os políticos doarem um salário a favor dos flagelados das enchentes


Campanha para os políticos doarem um salário a favor dos flagelados das enchentes

Não existe povo mais solidário do que o brasileiro, basta alguma comunidade passar por dificuldades ou uma campanha de ajuda humanitária ser deflagrada, que o país inteiro é solidário.

Mas tem uma classe que parece não se sensibilizar com as tragédias que acontecem com o povo, justamente quem mais ganha com o suor do brasileiro, a dos políticos, que na sua maioria, só gosta de aparecer na hora de pedir votos, e quando é para ajudar ao povo nas calamidades, eles desaparecem.

Chegou a hora de realizarmos uma campanha nacional para sensibilizar e chamar a responsabilidade dos políticos que passam 4 ou 8 anos ganhando salários exorbitantes com o dinheiro do povo brasileiro e que pouco faz pela população, é a “campanha para os políticos doarem um salário a favor dos flagelados das enchentes”.

Com a tragédia das enchentes nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo os deputados estaduais e federais, senadores e governadores que deixaram o poder doariam o último salário e os que estão assumindo o novo mandato doariam o primeiro salário, sabemos que estas doações não resolverão o problema, mas será uma maneira decente e humana de amenizar o sofrimento do povo, o mesmo, que de quatro em quatro anos coloca os políticos no poder.

Que as pessoas continuem sendo solidárias e humanas contribuindo com a campanha contra as enchentes, mas também cobre da classe política projetos de prevenção para diminuir o impacto de uma catástrofe como a do Rio e de São Paulo, que levou centenas de vidas.

Que os políticos sejam rápidos na doação como são quando querem aumentar os próprios salários. Eles devem doar um pouquinho do que eles ganharam nos últimos 4 anos ou vão ganhar nos próximos 4 ou 8 anos. Sei que é uma utopia, mas não custa nada tentar sensibilizar os corações "solidários" dos políticos.

“QUE OS POLÍTICOS FAÇAM A DOAÇÃO DE UM SALÁRIO A FAVOR DOS FLAGELADOS DAS ENCHENTES.”

Vamos espalhar esta ideia na internet até chegar às mãos dos políticos.

Por Professor José Costa

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Feliz Idade


Feliz idade

Um guia para vencer os desafios e aproveitar as oportunidades da vida, mantendo o perfeito equilíbrio

Desde a infância, nos apressamos em crescer para ganhar autonomia. E, basta a idade avançar, já começamos a sentir falta do que passou. É assim que perdemos a oportunidade de aproveitar o presente. "Cada fase tem seu encanto e nos traz um aprendizado específico. Então, é fundamental ter uma postura positiva e aberta, enxergar como podemos viver bem com os recursos e as limitações que fazem parte de cada momento nosso, no processo de amadurecimento", ressalta a professora de Psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie Santuza Cavalini.
Mas não basta preparar a mente para garantir um envelhecimento saudável. É a adoção de bons hábitos, ao longo de toda a vida, o que garante a longevidade e o bemestar. "Quem pratica exercícios regularmente, segue uma dieta balanceada e evita as drogas estará mais protegido no futuro", alerta Antonio Mendes Neto, presidente da regional de Santos da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp).
Em resumo: cuidar da saúde mental e física, em todas as fases da vida, é o mesmo que fazer aportes regulares em uma previdência que se resgatará, com uma boa margem de lucro, após os 60 anos. Pronto para começar a investir em você mesmo?

Controle o estresse no trabalho

A terceira década de vida é marcada pela dedicação quase exclusiva à vida profissional, já que a maioria das pessoas, nesse período, está preocupada em fazer o que os mais antigos chamavam "pé de meia". O grande problema é que o excesso de trabalho e a tensão acumulada podem representar obstáculos para a manutenção da saúde física e mental. Então, para cair fora dessa situação de risco, o primeiro passo é identificar as fontes geradoras de estresse.
O motivo da tensão pode ser a distância da casa até o emprego, a demanda de trabalho ou até mesmo a cultura da empresa, que não investe na qualidade de vida de seus empregados. De qualquer forma, sempre existe uma saída, seja encontrar um imóvel mais próximo do trabalho ou mesmo negociar prazos com seu chefe. "Aquele que faz um bom trabalho dificilmente será demitido se, em alguns momentos, tiver de dizer 'não'. Essa noção de que é preciso aceitar tudo, sem argumentar, está mais relacionada à baixa autoestima do funcionário do que ao alto nível de exigência de seu chefe", alerta o psiquiatra Geraldo Possendoro.


Acerte o ritmo do organismo

É a partir dos 30 anos que a velocidade do metabolismo começa a cair gradualmente, aumentando a tendência ao sobrepeso e à obesidade. "Com o avanço da idade, há uma diminuição da massa magra, e essa perda é justamente a responsável pela desaceleração do ritmo habitual de funcionamento do organismo. Com isso, o gasto energético também passa a ser menor. Ou seja, será preciso fazer mais exercícios ou controlar com mais rigor a alimentação, para se manter a mesma forma de sempre", avisa a endocrinologista Anete Hannud Abdo, do Hospital das Clínicas (SP).
A musculação é uma das melhores formas de reagir a esses efeitos do tempo: ela promove um gasto calórico elevado e ainda ajuda a reverter a tendência ao acúmulo de tecido adiposo. Investir em um cardápio equilibrado, com as quantidades adequadas de carboidratos, proteínas e gorduras, também é uma excelente alternativa.


Diga não à culpa

É também nesse período que muitos casais resolvem dividir o mesmo teto ou que decidem enfrentar o desafio de ter filhos. A grande questão é que esses relacionamentos também trazem novas exigências: de tempo, de atenção e de afeto. E, para dar conta de tudo, além das obrigações profissionais, será preciso copiar os malabaristas do circo: eles conseguem manter todas as bolas no ar, mas seguram uma de cada vez. "É preciso saber que o equilíbrio entre as nossas diversas demandas é algo fluido. Assim, se eu estou envolvida num projeto profissional e preciso fazer uma viagem, por exemplo, vou me dedicar ao trabalho naquele momento e, na volta, vou tentar não marcar tantos compromissos, para compensar o tempo que não passei com o parceiro ou com as crianças", ensina a psicóloga Sheila Skitnevsky-Finger, sócia fundadora do Instituto Mãe Pessoa. Para a psicóloga Dorli Kamkhagi, colaboradora do Laboratório dos Estudos do Envelhecimento do Hospital das Clínicas (SP), o grande segredo é abrir mão da expectativa de desempenhar perfeitamente os diversos papéis assumidos. "Aceitar as nossas limitações, por outro lado, é uma forma de nos mostrarmos maduros, pois somente pessoas imaturas se julgam capazes de tudo", pondera.


Mexa o corpo

Se, por volta dos 30 anos, é necessário iniciar ou readequar o ritmo da atividade física às características do organismo, aos 40, a adoção desse cuidado é imprescindível. Mexer o corpo é a melhor alternativa para compensar as perdas de massa muscular e óssea e ainda prevenir doenças físicas e emocionais. "Praticando uma atividade qualquer, que seja prazerosa, reduzimos muito o risco de morte prematura e, o mais importante, ganhamos qualidade de vida. Quem se exercita tem mais disposição, suporta melhor as tensões, cria uma rede social que pode lhe dar suporte e ainda previne problemas como a depressão e a ansiedade. Isso sem falar nos benefícios para o sono, que passa a ser mais regular durante a noite", afirma Tony Meireles dos Santos, coordenador dos programas de Mestrado e Doutorado em Educação Física da Universidade Gama Filho. E, segundo Santos, o tipo de exercício escolhido não importa muito, já que mesmo caminhadas de intensidade leve podem trazer grandes benefícios. Imagine que, se andar apenas meia hora, cinco vezes por semana, você vai reduzir em até 40% o risco de sofrer um infarto dos 40 anos em diante. Vale a pena, não é?

Ser capaz de projetar novas metas e empenhar-se em alcançá-las é uma maneira eficiente de garantir um envelhecimento saudável

Veja as mudanças com serenidade

Embora os procedimentos estéticos venham apresentando formas cada vez mais eficientes de prolongar a juventude, no que diz respeito à aparência, ainda é impossível apagar totalmente os efeitos do tempo. Então, é na fase dos 40 que homens e mulheres notam os primeiros fios de cabelos brancos, as marcas de expressão acentuadas, entre outras mudanças típicas. E boa parte dessas pessoas começa a se olhar no espelho com certo pesar. "A nossa sociedade infelizmente nos passa a ideia de que o processo de envelhecimento é algo terrível. Isso faz que muitos tenham cada vez mais receio das mudanças, principalmente as físicas, à medida que o tempo vai passando. Mas o fundamental é mudar o foco: perceber que a maturidade também traz grandes oportunidades, de se realizar profissionalmente e afetivamente, de uma forma que não seria possível se elas não tivessem a experiência de vida que adquiriram graças ao avanço da idade", pondera Dorli Kamkhagi.

Faça um balanço e estabeleça metas

É comum que já aos 40 muitos se achem "velhos demais" para fazer planos e definir novos objetivos. Eles creem que, por já haver escolhido uma profissão, um parceiro, um determinado estilo de vida, agora estão fadados a arcar com as consequências das decisões que tomaram, ainda que não estejam 100% satisfeitos com elas. Porém, segundo os especialistas ouvidos nesta matéria, ser capaz de projetar novas metas e empenharse em alcançá-las é uma maneira eficiente de garantir um envelhecimento saudável. "O começo da maturidade é uma fase de extrema criatividade, que pode ser muito transformadora, especialmente se tivermos coragem de analisar a nossa situação atual, com clareza, para fazer as adequações necessárias, com vistas a ser ainda mais felizes", garante Dorli Kamkhagi. "Esse é o momento de fazer as pazes consigo mesmo e de se liberar de outros compromissos, principalmente com 'a opinião dos outros', que já não fazem mais sentido", complementa a psicóloga.

Usufrua da sua companhia

A maturidade dos 50 anos também pode oferecer a chance de perder, de vez, o medo da solidão. Isso mesmo: segundo os especialistas, essa é uma das experiências mais enriquecedoras que o tempo nos traz. "Só quando ficamos sozinhos é que nos damos o direito de redescobrir quem somos e o que gostamos de fazer", explica Dorli Kamkhagi.
É a hora de preparar um banho gostoso na banheira e de se deixar ficar por longos minutos ali, sem ter de se preocupar com mais nada. É também o momento de comprar aquele presente que sempre quis se dar, mas que desistiu de levar para casa inúmeras vezes para atender às necessidades mais urgentes dos filhos ou do cônjuge. "É possível estar só e não ser solitário. O solitário se sente abandonado pelos outros e acaba se abandonando também, perde o interesse pela vida. Já aquele que simplesmente se descobre só, aproveita a oportunidade para buscar novas fontes de satisfação e para cuidar mais de si", diz a psicóloga.

Controle os hormônios

Com a queda da produção hormonal, que ocorre de forma gradativa e lenta, mais ou menos a partir dos 50 anos, podem surgir sintomas desagradáveis, tanto para os homens quanto para as mulheres. E, em alguns casos, quadros de depressão ou até mesmo problemas cardiovasculares se associam à chegada da menopausa, no caso das mulheres, ou da andropausa, no caso dos homens. "A terapia de reposição hormonal é praticamente uma unanimidade entre os médicos. Ela traz benefícios importantes e quase não acarreta efeitos colaterais", explica o ginecologista e obstetra Hérbene Tolosa, autor do livro A menopausa: conhecer e enfrentar (Editora Contexto). Dependendo da situação e do paciente, outros medicamentos podem ser receitados, como os antidepressivos, as vitaminas e os antioxidantes. "Praticar esportes, manter uma alimentação balanceada e aumentar o tempo de lazer são estratégias que também ajudam a minimizar o mal-estar da fase", reforça Tolosa.

Descubra novos interesses

A saída dos filhos de casa, o fim de uma união duradoura ou a diminuição do ritmo de trabalho podem fazer que algumas pessoas se deparem com um tempo livre que antes não tinham e que agora não sabem direito como administrar. "É nesse momento que podemos desenvolver aquela percepção de que já não somos tão úteis, que as funções que vínhamos desempenhando até então perderam a sua importância", constata a psicóloga Dorli Kamkhagi. Trata-se de uma visão negativa sobre esse novo período da vida, que pode ser completamente transformada se houver o desejo de descobrir novas experiências, que proporcionem prazer. "É muito interessante encarar essa fase como uma oportunidade de retomar antigos projetos de vida. Rever amigos, estabelecer novos relacionamentos, viajar, encontrar um hobby, tudo isso também é muito válido", ensina Dorli.
Não desista de aprender

O avanço da idade, a partir dos 60 anos, costuma aumentar o risco de doenças neurológicas, como Parkinson e Alzheimer. Mas vale saber que o interesse pela vida e a disponibilidade para seguir aprendendo são excelentes antídotos. "O cérebro, ao contrário do corpo, não precisa descansar depois de certa idade. Quanto mais estimulado ele for, melhor. E é possível fazer isso não só por meio das atividades intelectuais, mas também por meio do lazer e da convivência social. Essas são algumas das medidas mais importantes para manter o cérebro saudável", diz Márcia Chaves, coordenadora do departamento de Neurologia Cognitiva da Associação Brasileira de Neurologia.

Mantenha o coração forte
Os problemas cardiovasculares são a principal causa de hospitalização nessa faixa etária. Felizmente, é possível fazer frente a essas ameaças. "Estudos recentes demonstram que praticar no mínimo 150 minutos de atividade física por semana e consumir porções generosas de verduras, legumes, frutas e cereais, diariamente, são medidas protetoras de alta eficiência para o coração", ensina o cardiologista Antonio Mendes Neto, da Socesp.

Troque experiências

"É essencial criar oportunidades para dar e receber conhecimento, estar aberto e ser flexível, rever a crença de que, por sermos mais velhos, sabemos tudo. Os mais novos têm muito a nos ensinar e nos atualizam", ressalta Santuza Cavalini. Também não vale ficar preso àquela visão de que "antigamente, a vida era melhor": quem é capaz de enxergar aspectos positivos e negativos está sendo mais fiel à realidade.

Fonte: Revista Viva Saúde - por Rita Trevisan e Giovana Pessoa

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Quem decidiu a ordem das letras do alfabeto?


Quem decidiu a ordem das letras do alfabeto?

Os fenícios, mas não se sabe muito bem por quê. Provavelmente, as letras foram colocadas em sequência aleatoriamente. O que se sabe é que o povo que habitou a região onde atualmente fica o Líbano, entre os anos 1400 e 1000 a.C., criou uma série de símbolos muito parecidos com os que usamos hoje, inspirados na escrita egípcia, cujas letras (ou ícones) representavam uma ideia. A grande inovação dos fenícios foi fazer cada símbolo equivaler a um som, relacionando o formato do símbolo a um objeto, um lugar ou um animal ao qual se expressavam usando determinado som (ou grunhido). Veja, por exemplo, como surgiu a letra A. A base para a criação dela foi o hieróglifo egípcio que representava "boi", cujo formato lembrava a cabeça do animal. Os fenícios criaram um ícone bem parecido para representar o som da primeira sílaba de aleph ("boi", em fenício). Portanto, sempre que aparecia esse som em uma palavra, o tal ícone era usado. Assim surgiu o alfabeto fenício, que serviu como base para a maioria dos alfabetos atuais, inclusive o nosso. Como? O fenício inspirou o grego, que por sua vez inspirou o etrusco, que, enfim, originou o romano (ou latino), que é esse que você está lendo. A ordem das letras não mudou, mas novos símbolos surgiram, mesmo depois da criação do alfabeto romano - que nasceu há cerca de 2 700 anos. A princípio, os romanos tinham 21 letras. O U cumpria a função de V, W e U mesmo, enquanto o I fazia a função de I e de J. E assim foi o nosso alfabeto até o século 16, quando o lógico francês Pierre Ramée criou as novas letras. Quem sabe no futuro criaremos novas letras para representar SS, RR, LH ou NH?! O alfabeto, assim como a língua, vive em constante evolução.

Fonte: Revista Superinteressante - por Artur Louback Lopes

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Investimento em educação fica abaixo do custo mínimo de qualidade


VALOR INVESTIDO PELO GOVERNO FICA ABAIXO DO CUSTO MÍNIMO DE QUALIDADE EM 22 ESTADOS

Em 22 Estados, o custo por aluno da rede pública previsto para 2011 fica abaixo do mínimo estipulado para se ter educação com qualidade, definido pelo CAQi (Custo Aluno Qualidade Inicial) com base no PIB (Produto Interno Bruto) de 2008. De 2010 para 2011, houve um aumento de R$ 300 no valor da anuidade.
O valor estimado pelo CAQi para os primeiros anos do ensino fundamental é de R$ 2.194,56. Nove Estados trabalharão com R$ 1.722,05: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco e Piauí. E chegarão a esse valor com complementação de verbas feita pela União. Apenas cinco unidades federativas superam o valor do CAQi para os anos iniciais. São elas: Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo, Roraima e São Paulo.
O valor mínimo do estudante da escola pública será R$ 1.722,05, segundo a portaria interministerial 1.459 de 30 de dezembro de 2010. A cifra é base para a distribuição de recursos pelo MEC (Ministério da Educação), por meio do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação).

Falta dinheiro?
Ao consideramos os anos finais do ensino fundamental, 13 Estados aplicam menos que o CAQi. O valor mais baixo por aluno para 2011 é de R$ 1.894,25, quando o recomendado é R$ 2.148,84. Já no ensino médio, 12 Estados destinam valores menores que o estipulado pelo índice -- R$ 2.066,46 de orçamento contra os R$ 2.209,80 recomendados.
Segundo Mozart Neves Ramos, conselheiro do CNE (Conselho Nacional da Educação), seria necessário garantir o investimento mínimo proposto pelo CAQi. Ramos foi o relator do parecer encaminhado ao MEC para a adoção do índice.
Na avaliação de Ramos, o investimento por parte do governo federal precisa ser maior. Seria necessário o aporte de R$ 30 bilhões - contra os atuais R$ 8,7 bilhões - para aplicar o CAQi no país, na estimativa do professor universitário. "Dos R$ 94,5 bilhões que o MEC propõe para 2011, R$ 8,7 bilhões são da União e R$ 7,8 bilhões vão para a complementação dos Estados [para que eles cheguem ao mínimo]. O que sobra é muito pouco para dividir entre as 27 unidades federativas", diz.
O CAQi, um índice elaborado pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, inverte a lógica do investimento público por aluno. Atualmente o cálculo sobre o valor mínimo é feito com base na arrecadação tributária, dividindo o total de impostos destinados à área pela quantidade de alunos. Com o CAQi, o valor mínimo é estipulado e é preciso fazer cumprir esse investimento.

Municípios preocupados
Para o secretário municipal de Educação de Castro (PR), Carlos Eduardo Sanches, é preciso ter "dinheiro novo" no setor. O gestor, que também preside a entidade que representa os secretários municipais de educação (Undime), afirma que o aumento é significativo.
"Houve aumento de arrecadação de 13,5% e diminuição de 6,4% nas matrículas, o que levou o valor a subir 21%", explica Sanches. No entanto, ele se diz preocupado com o impacto desse aumento em outro quesito básico da gestão da área: o salário dos professores.
Dependendo do desfecho de um PL (projeto de lei) que tramita na Câmara dos Deputados, o piso nacional para o professor pode ter como índice essa variação do valor investido por aluno. O PL 3776/08 propõe que os vencimentos dos docentes sejam reajustados pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).

Roraima é o Estado brasileiro com o maior valor investido por aluno dos anos iniciais do ensino fundamental, R$ R$ 2.915. A diferença com os nove Estados que aplicam o menor valor (R$ 1.722) é de 1,69 vezes. Essas unidades federativas, todas das regiões Norte e Nordeste, vão receber complementação de verbas do Fundeb para chegar a esse valor.
"Essa diferença já foi de 1,88 vezes", diz Carlos Eduardo Sanches, secretário municipal de educação de Castro (PR) e presidente da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação). Segundo ele, a criação do Fundeb está ajudando a diminuir as diferenças entre os Estados.
O investimento na maioria dos Estados, no entanto, ainda fica abaixo do mínimo estipulado pelo CAQi (Custo Aluno Qualidade Inicial), uma referência de custo para oferecer educação com qualidade. Em 22 Estados, os valores dos anos iniciais do ensino fundamental estão aquém.

Educação precisa de "dinheiro novo"

Em 12 Estados brasileiros os valores que serão destinados aos alunos do ensino médio ficarão abaixo do mínimo estimado para se oferecer educação de qualidade conforme os cálculos do CAQi (Custo Aluno Qualidade Inicial).
O CAQi, um índice elaborado pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, inverte a lógica do investimento público por aluno. Atualmente o cálculo sobre o valor mínimo é feito com base na arrecadação tributária, dividindo o total de impostos destinados à área pela quantidade de alunos. Com o CAQI, o valor mínimo é estipulado e é preciso fazer cumprir esse investimento.

Confira as tabelas no site do UOL - http://www.uol.com.br

Fonte: UOL – por Karina Yamamoto - Editora do UOL Educação

E os governos estaduais ficam se vangloriando das aprovações nos vestibulares das universidades federais através das cotas, mas sem oferecer qualidade no ensino público e com o professor recebendo um piso salarial abaixo de dois salários mínimos, enquanto os políticos recebem mais de R$ 26 mil só de salário. Esta é a educação de qualidade que os políticos prometem a sociedade na época da campanha política.