domingo, 13 de abril de 2014

18 maneiras de seguir uma alimentação saudável

Nutricionistas entregam as dicas para comer bem e viver mais

Ter uma alimentação saudável é essencial para alcançar uma maior qualidade de vida. O abuso de alimentos ricos em gorduras saturadas, sódio e açúcares é um gatilho para doenças como infarto, derrames, hipertensão, obesidade, diabetes e até câncer. Em contrapartida, é fácil incluir no cardápio alimentos heróis da resistência e da longevidade. Por essas razões, ter uma dieta saudável é tão importante. O Minha Vida convocou um time de especialistas para entender os bons hábitos que cada um deles indica para o seus pacientes, mas também segue como se fosse um mantra.

1.Não fique sem comer
"O mais importante é não passar longos períodos sem comer. Fazer pequenos lanches entre as grandes refeições é fundamental, pois ao restringir energia o metabolismo tende a ficar mais lento, como uma forma de poupar energia que lhe foi fornecida, o que acaba dificultando a perda de peso. Além disso, provavelmente a pessoa irá comer mais na próxima refeição, buscando alimentos mais calóricos, como uma forma de compensação, o que também resultará em ganho de peso." (Carla Fiorillo, nutricionista da Universidade Federal de São Paulo)

2.Sinta prazer comendo
"A alimentação também é fonte de prazer. Não se torne escravo de dietas e calorias, pois existem cada vez mais estudos que evidenciam que pessoas que se preocupam demais com a forma física tendem a sofrer maiores oscilações de peso, além de serem insatisfeitas com o próprio corpo. Estar bem consigo mesmo e cuidar do corpo com atividade física e alimentação saudável são as melhores formas de obter uma boa qualidade de vida." (Carla Fiorillo, nutricionista da Universidade Federal de São Paulo) 


3.Busque alimentos naturais
"Siga uma alimentação o mais natural possível e tente fugir de refeições com muitos produtos industrializados. Se comer um macarrão industrializado, faça você mesmo um molho caseiro. Se quiser tomar um suco de frutas, tente tomar o natural, pois os alimentos industrializados contêm muitas substâncias como corantes e conservantes, que possuem altas quantidades de sódio e podem, em longo prazo, causar hipertensão e sobrecarregar os rins." (Daniela Cyrulin, nutricionista da USP e da Instituto Saúde Plena)

4. Faça substituições
 "Tente substituir alimentos mais pesados e gordurosos por versões mais leves sempre que possível: faça macarrão de palmito pupunha desfiado, arroz de couve-flor cozida, troque o presunto por peito de peru, compre o atum em água no lugar do atum em óleo, troque os queijos gordurosos por versões mais leves como o queijo cottage e a ricota, substitua o queijo parmesão ralado por ricota defumada e ralada." (Daniela Cyrulin, nutricionista da USP e da Instituto Saúde Plena)
"O mais importante é perceber que nenhum alimento é proibido.O famoso "prato colorido" é sem dúvida o mais saudável"

5. Escolha o lugar certo para comer
"As refeições devem ser feitas em lugares tranquilos e sem pressa. Comer bem devagar, sem pensar em compromissos e mastigar muito bem os alimentos fará com que você se sinta saciado mesmo ingerindo uma menor quantidade de comida. Também evite comer assistindo televisão, na frente do computador ou trabalhando, pois nessas situações perdemos a noção da quantidade de comida que estamos ingerindo." (Lidiane Martins, nutricionista diretora do NutryUp) 

6.Fuja da farinha
"Uma pessoa que está buscando uma alimentação mais saudável deve evitar produtos com farinha refinada, como massas, bolos, biscoitos e alimentos processados, ricos em gordura e açúcar, como pipoca de microondas, sopas prontas cremosas, preparações congeladas, batatas chips e salgadinhos. Também vale caprichar em ervas aromáticas para temperar a comida como: alho, cebola, salsa, cebolinha, manjericão, alecrim, louro, orégano, sálvia, curry, açafrão e coentro" (Lidiane Martins, nutricionista diretora do NutryUp) 

7. Coma de tudo
"O mais importante é perceber que nenhum alimento é proibido, a não ser que a pessoa precise fazer uma dieta restritiva, caso seja paciente de diabetes ou doença celíaca, por exemplo. É muito comum que as pessoas pensem que comer só salada é uma boa forma de manter a alimentação saudável, mas isso não é verdade. O famoso "prato colorido", ou seja, aquele que tem uma fonte de fibras, minerais, vitaminas e proteínas é sem dúvida o prato mais saudável". (Roberta De Lucena Ferretti, nutricionista e professora do curso de nutrição clínica na Universidade Gama Filho)

8. Estabeleça metas para a semana
"Além disso, pensar em longo prazo e criar um hábito saudável é muito importante. Dificilmente a pessoa consegue ingerir todos os alimentos que são fontes de vitaminas que o corpo precisa em um dia. Para isso, ela teria que comer vários tipos de frutas, carnes, legumes e verduras todos os dias. O melhor é fazer as metas para toda a semana. Fica mais fácil distribuir a alimentação adequada nesse período" (Roberta De Lucena Ferretti, nutricionista e professora do curso de nutrição clínica na Universidade Gama Filho) 

9. Seja persistente
"Muito provavelmente, a mudança para uma alimentação adequada não ocorrerá do dia para a noite. Você deverá provar alimentos que não são de costume como frutas, legumes, verduras. Aceite que o paladar deverá ser estimulado. Desistir na primeira tentativa é um erro. Todos os dias, selecione alguns desses alimentos. Não gostou? Prove novamente. Tudo bem se você rejeitar, inicialmente. Mas desistir na primeira tentativa é subestimar o seu poder de mudança." (Roberta Stella, nutricionista chefe do programa de emagrecimento Dieta e Saúde) 

10. Escreva sobre suas refeições
"Comece a fazer um diário alimentar. Escreva todos os alimentos ingeridos durante o dia, as quantidades e horários em que fez as refeições. Facilmente, você perceberá o erro e onde está o excesso. O diário alimentar servirá como um puxão de orelha para quem está fazendo uma alimentação inadequada. Mas, por outro lado, dará um estímulo grande quando perceber que está com disciplina e determinação, conseguindo colocar alimentos saudáveis em todas as refeições e reduzindo a quantidade dos alimentos menos saudáveis." (Roberta Stella, nutricionista chefe do programa de emagrecimento Dieta e Saúde)

11. Hidrate-se
"Beba pelo menos dois litros, mais ou menos oito copos de água todos os dias. A água ajuda na hidratação da pele e é fundamental como meio de transporte de algumas vitaminas hidrossolúveis como a vitamina B1, B2, B6, B12 e a vitamina C. Além disso, a água é essencial para que o corpo fique disposto durante todo o dia." (Rosana Farah, nutricionista e professora dos cursos de graduação em nutrição da Universidade Presbiteriana Mackenzie)
12.Ataque as frutas
"Consuma entre três e cinco porções de frutas todos os dias. Laranjas, maçãs, peras, melancia, tangerina, entre outras, são as melhores fontes naturais de vitaminas, minerais e fibras. Esses três componentes auxiliam o bom funcionamento do nosso intestino e auxiliam o nosso metabolismo a continuar ativo mesmo nos intervalos entres as refeições." (Rosana Farah, nutricionista e professora dos cursos de graduação em nutrição da Universidade Presbiteriana Mackenzie) 

13. Deixe o açúcar de lado
"Alimentos que têm uma grande quantidade de açúcar refinado são dotados de processos químicos na sua produção e possuem altíssimo índice de glicose, que aumentam os índices de glicemia do corpo. Essas características, aceleram o envelhecimento, aumentam flacidez por desestruturar o colágeno da pele e ainda possuem calorias, porém são desprovidos de nutrientes. Hoje em dia encontramos adoçantes naturais como a sucralose, derivada da cana de açúcar, porém sem calorias e sem alto índice glicêmico e a stevia, derivado de uma planta natural." (Daniela Jobst, nutricionista da Clínica NutriJobst) 

14. Consumir alimentos fontes de antioxidantes
"As substâncias antioxidantes bloqueiam a ação dos radicais livres no organismo, prevenindo a oxidação das células. Esses elementos são capazes de prevenir o aparecimento de tumores, o envelhecimento precoce e outras doenças. Alimentos com cores fortes, como tomate, goiaba, romã, cenoura, abóbora, manga, açaí, berinjela, uva, folhas verdes, legumes e brócolis, são ricos em antioxidantes." (Daniela Jobst, nutricionista da Clínica NutriJobst)

15.Saiba o que você está comendo
"O essencial é entender que as calorias são o combustível para o nosso organismo e que, sem elas, o nosso corpo fica sem energia. Escolher os alimentos só pelo número de calorias não é o mais indicado. Muitas vezes as calorias não são os principais perigos dos alimentos. O que na verdade faz toda a diferença na hora de uma alimentação saudável é a qualidade de nutrientes. A quantidade de gorduras, por exemplo. Por isso é importante ler os componentes de cada alimento." (Camila Leonel, nutricionista e Especialista em Adolescência Universidade Federal de São Paulo) 

16.Saiba combinar os alimentos
 "O segredo da boa alimentação está em combinar todos os tipos de nutrientes como carboidratos, proteínas, gorduras, minerais, vitaminas, fibras e água. A regra geral é que não há um tipo de alimento que deva deixar completamente a sua dieta, mas sim quantidades de nutrientes que devem ser controladas. Tudo é uma questão de variar o cardápio, não deixar de fora nenhum tipo de alimento e sempre comer em pequenas porções ou quantidades." (Camila Leonel, nutricionista e Especialista em Adolescência Universidade Federal de São Paulo) 

17. Coma sem medo
"Hoje são tantas informações sobre a alimentação que as pessoas ficam com medo de comer. Quem procura uma dieta já não sabe mais se é bom ou não comer certo alimento, se é saudável deixar de ingerir certas comidas ou que tipo de substância engorda. Comer é importante, vital para a vida. Para quem tem dúvidas sobre dietas, a alimentação básica que nossos avôs conheciam e praticavam, ainda é uma boa dica por ter todos os tipos de nutrientes que o corpo precisa." (Ana Maria Roma Devorais, nutricionista especializada em distúrbios alimentares) 

18. Procure o que você gosta
 "Comer de tudo um pouco, de todos os grupos de alimentos. Cereais (prefira as versões integrais), grãos, carnes/aves/peixes, frutas, verduras, leite e derivados e até mesmo as guloseimas. Praticar uma alimentação saudável também é saber comer alimentos "não tão saudáveis", mas que são apetitosos e fazem parte da cultura, da tradição de uma família. Não dá para comer só guloseimas , mas não podemos deixar colocar em nossas refeições aquelas comidas que dão sensação de bem-estar." (Ana Maria Roma Devorais, nutricionista especializada em distúrbios alimentares)

Flamengo é campeão carioca de futebol 2014

É campeão! Flamengo arranca empate com o Vasco e conquista o Estadual

Rubro-Negro conquista o 33º título Estadual, aumenta hegemonia no Rio e, de quebra, faz aumentar o jejum do arquirrival, que não levanta o caneco do Carioca desde 2003

O Flamengo arrancou um empate heroico com o Vasco, em 1 a 1, na tarde deste domingo, no Maracanã, e conquistou o Campeonato Carioca pela 33ª vez. O gol do título foi marcado por Márcio Araújo, aos 45 minutos do segundo tempo, quando a vitória parecia se encaminhar para São Januário.

O jogo foi muito truncado, mas o Rubro-Negro mostrou grande poder de reação após ser eliminado na Copa Libertadores. Com a vantagem de dois empates na final, por ter feito a melhor campanha no Estadual, o Mais Querido levantou o caneco para alegria geral da torcida rubro-negra no Templo do Futebol. Na primeira partida da decisão, a igualdade no placar foi de 1 a 1.

PRIMEIRO TEMPO TRUNCADO E CHEIO DE CARTÕES

Mesmo debaixo de chuva, o primeiro tempo foi quente. Com a obrigação de vencer para levantar a taça, o Vasco partiu para o ataque logo no início da partida. O Cruzmaltino pressionou o Rubro-Negro e chegou com perigo em algumas oportunidades com Douglas e Thalles. O Flamengo, por sua vez, jogando por empate para se sagrar campeão, saía em contra-ataques muito perigosos, geralmente puxados por Everton e Paulinho.

Tecnicamente, porém, as equipes pecavam bastante na execução das jogadas. Um fato que chamou atenção na primeira etapa foi o grande número de cartões. O árbitro Marcelo de Lima Henrique - alvo de uma polêmica por causa da esposa, Sandra Henrique, que apontou o Vasco como vice certo - distribuiu seis amarelos, sendo três para cada lado. Com muitas faltas e nervosismo, o primeiro tempo terminou sem bola na rede.

EXPULSÕES, PÊNALTI E GOLS

O segundo tempo começou parecido com o primeiro, com o Vasco no ataque e o Flamengo esperando oportunidades para sair no contra-ataque. Os times, contudo, não conseguiam chegar ao tão sonhado gol por serem muito previsíveis. Com o passar do tempo, o clima ficou quente. Antes da casa dos 15 minutos, numa confusão antes da cobrança de um escanteio para o Flamengo, o zagueiro Chicão e o lateral André Rocha trocaram cabeçadas e discutiram asperamente. Marcelo de Lima Henrique não pensou duas vezes e expulsou a dupla. Apesar das expulsões, os ânimos continuaram exaltados, com muitas discussões em campo.

Confiante de que poderia vencer, o Vasco continuou na pressão até que finalmente conseguiu o que queria. Aos 28 minutos, Thalles achou Pedro Ken, que invadiu a área do Flamengo em alta velocidade. Erazo chegou forte e derrubou o meia: pênalti. Frio, Douglas foi para a bola e mandou no canto direito de Felipe, que nem saiu na foto: 1 a 0 e explosão da torcida cruzmaltina. Após o gol, a partida ganhou ainda mais emoção. Pressionado a buscar o empate, o Flamengo teve que sair mais para o ataque. 

O jogo, então, se inverteu, com o Vasco recuado, esperando o contra-ataque, e o Flamengo na pressão para chegar ao gol. O jogo parecia que caminhava para a vitória cruzmaltina até que, na raça, o Flamengo empatou. Após cobrança de escanteio, Wallace cabeceou e a bola sobrou para Márcio Araújo, em posição duvidosa, após muita confusão na área, empurrar para o fundo do gol de Martín Silva. Depois, só deu tempo para Bernardo tentar colocar o Vasco novamente em vantagem, em cobrança de falta, mas já era tarde, título para o Flamengo.

FICHA TÉCNICA

FLAMENGO 1 X 1 VASCO

Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Data-Hora: 13/4/2014 - 16h (horário de Brasília)
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ)
Auxiliares: Rodrigo Figueiredo e Luiz Antonio Muniz (RJ)
Público: 42.697
Renda: R$ 2.790.765,00
Cartões amarelos: Luiz Antônio, Everton, André Santos, Erazo e Alecsandro (FLA); Diego Renan, Luan, Rodrigo, Guiñazu (VAS)
Cartões vermelhos: Chicão (FLA); André Rocha (VAS)

GOLS: Douglas, aos 29'/2°T (VAS) e Márcio Araújo, aos 45'/2°T (FLA)

VASCO: Martin Silva; André Rocha, Luan, Rodrigo e Diego Renan; Guiñazu, Pedro Ken, Fellipe Bastos (Bernardo, 27'/2°T) e Douglas e William Barbio (Reginaldo, 11'/2°T); Thalles (Aranda, 34'/2°T). Técnico: Adilson Batista.

FLAMENGO: Felipe; Léo Moura, Wallace, Chicão e André Santos (Nixon, 40'/2°T); Amaral (Gabriel, 34'/2°T), Márcio Araújo, Luiz Antonio e Everton (Erazo, 20'/2°T); Paulinho e Alecsandro. Técnico: Jayme de Almeida.

sábado, 12 de abril de 2014

10 perguntas que não podemos responder sobre o corpo humano

Todos os dias a gente lê sobre alguns avanços absolutamente incríveis – e quase inacreditáveis – da ciência. Coisas como o robô canguru, que dá saltos irrepreensíveis e promete ajudar a desenvolver melhores formas de controlar equipamentos em fábricas, as gaiolas de DNA e a prótese de crânio feita em plástico por uma impressora 3D também entram para a lista de algumas das coisas que nos deixam maravilhados com o que a ciência é capaz de fazer.

Mas, apesar de darmos tantos saltos, em tantas direções, algumas perguntas a respeito do corpo humano permanecem sem explicação. Por exemplo:

10. Por que nós temos impressões digitais?
Apesar todo mundo saber como as impressões digitais são úteis, por serem únicas e nos fornecerem um sistema de identificação infalível, a ciência não tem certeza absoluta de por que elas existem. Alguns cientistas têm projetado modelos de computador elaborados para determinar como elas se formam, mas, apesar de entenderem como crescem, não nos dão uma compreensão sobre a razão evolucionária da existência dessa característica. Alguns pesquisadores, contudo, podem estar mais perto de um avanço.
Para entender porque as impressões digitais existem, eles foram estudar casos de pessoas com uma desordem genética muito rara, chamada adermatoglifia, que afeta apenas algumas famílias em todo o mundo e cujos portadores não têm impressões digitais. Além do efeito colateral incomum de suar um pouco menos, essas pessoas parecem não ser nem mais nem menos saudáveis ​​do que todos os outros.
Os pesquisadores estão esperançosos de que, estudando essas famílias e seus genes, eles possam finalmente resolver o mistério evolutivo de impressões digitais.

9. O que os “lactobacilos vivos” fazem?
Se você vive neste planeta, provavelmente já viu algum comercial que usa a palavra “lactobacilo” para persuadir mais consumidores. No caso do famoso Yakult, por exemplo, a marca anuncia que o produto tem “lactobacilos vivos”, destinados a melhorar sua saúde de uma maneira geral. Enquanto isso soa como algo inovador, a verdade é que os lactobacilos são um tipo de boas bactéria já que vivem em todo o seu intestino. E, estranhamente, os fabricantes de produtos como o Yakult não dizem o que especificamente essas culturas vivas podem fazer em prol da sua saúde.
E a razão pela qual ninguém anuncia um benefício específico é que ninguém realmente sabe quais eles são. Os lactobacilos vivos certamente não fazem mal nenhum, mas os cientistas estão apenas começando a desvendar os benefícios que eles podem trazer à nossa saúde. Eles suspeitam que se puderem determinar a finalidade de todas as várias bactérias boas que vivem em seres humanos, eles poderiam ser capazes de responder a todos os tipos de outras questões e tratar muitas doenças. Resolver esse enigma provavelmente será uma longa jornada.

8. Por que nós temos diferentes tipos de sangue?
Você provavelmente sabe que os seres humanos possuem tipos sanguíneos diferentes e, se você já fez a boa ação de doar sangue, provavelmente também sabe qual é o seu. Aliás, se você não sabe, procure saber qual é, porque essa informação é extremamente valiosa, especialmente em uma situação de emergência. Receber sangue do tipo errado pode até colocar sua vida em risco.
Como os tipos de sangue evoluíram há 20 milhões de anos, a ciência certamente tem muito o que aprender sobre esse assunto ainda. Contudo, apesar de sabermos como eles funcionam, não sabemos realmente por que eles existem.
Tipos sanguíneos são categorizados pelos diferentes antígenos encontrados nas células do sangue de pessoas de cada tipo. Estes antígenos são sinais para anticorpos que destroem as células estranhas no corpo. Ou seja: os anticorpos não vão causar nenhum problema para os antígenos do tipo correto, mas irão atacam intrusos de tipos sanguíneos diferentes, rejeitando sangues que não sejam compatíveis.
Essa é a parte que os cientistas entendem. Mas não sabemos qual é o propósito desses antígenos. O melhor palpite até agora é que ele tem alguma coisa a ver com doenças. Os cientistas descobriram, por exemplo, que as pessoas com sangue tipo B podem ser mais propensas a serem incomodadas por E. coli, enquanto que aqueles que não fazem parte deste grupo sanguíneo estão perto de serem imunes a uma forma de malária. Embora seja difícil ter certeza do motivo, talvez grupos sanguíneos evoluíram como uma forma de combater doenças infecciosas.

7. O cérebro permanece ativo depois de uma decapitação?
Geralmente, em histórias de ficção, quando uma pessoa é decapitada, ela passa alguns instantes terríveis e aterrorizantes ainda consciente, e algumas vezes até pisca para fazer a gente perder ainda mais o sono. Mas apesar de essas coisas parecerem lenda urbana, a verdade é que não temos certeza de quanto tempo o cérebro pode ficar ativo para dizer se esses roteiros têm ou não fundamento. E um detalhe crucial que dificulta a pesquisa para desvendar esse mistério é que os cientistas não podem sair por aí cortando a cabeça das pessoas para saber o que acontece. A única oportunidade real de coleta de dados foi durante a Revolução Francesa, quando a guilhotina foi o principal método de execução.
Mas mesmo com vários experimentos realizados, só há uma tentativa documentada de comunicar o que acontece imediatamente após a decapitação, e os créditos são de um pesquisador chamado Dr. Gabriel Beaurieux. Depois de chamar várias vezes o nome de um homem que havia sido decapitado, seus olhos se abriram e aparentaram se concentrar brevemente antes de fechar uma última vez. O médico, então, chegou à conclusão de que algumas funções menores permanecem ativas por cerca de 30 segundos após a decapitação, mas ele não foi capaz de determinar se a consciência em si permanece ativa.

6. Os humanos têm feromônios?
Farejar em busca de feromônios, especialmente para fins de reprodução, tem sido um comportamento muito observado no reino animal. Isso despertou a curiosidade nos pesquisadores para estudar o possível papel que eles desempenham nas interações humanas, e os resultados têm sido muitas vezes mais confusos do que qualquer outra coisa.
Enquanto muitos estudos têm mostrado que os seres humanos são afetados pelo cheiro, o negócio de feromônios é ligeiramente mais complicado. Por um tempo, os cientistas estavam certos de que não tínhamos sequer um órgão vomeronasal, que é o órgão olfativo que os animais usam para detectar feromônios. Nós temos um muito pequeno, mas não está claro se ele realmente faz alguma coisa. O que a ciência tem mostrado com clareza é que os seres humanos têm os seus próprios cheiros exclusivos, que são provavelmente influenciados geneticamente, assim como as impressões digitais. Por exemplo, bebês muito jovens podem identificar suas mães pelo cheiro, e exposição regular ao cheiro um do outro pode sincronizar um grupo de ciclos menstruais das mulheres. Conclusão: claramente, ainda há muito o que aprender sobre o olfato humano.

5. O que acontece quando uma pessoa é atingida por um raio?
Se você já esteve na rua durante uma tempestade, especialmente perto qualquer coisa de metal, ou uma árvore, provavelmente você já pensou sobre o risco de ser atingido por um raio. É uma ideia bastante assustadora, ainda mais sabendo que se isso acontecer, você pode acabar com danos cerebrais permanentes, ou queimaduras gravíssimas, ou até mesmo passar dessa para uma melhor. No entanto, apesar do que parece uma lesão horrível, a maioria das vítimas sobrevivem. Alguns até saem completamente ilesos dessa experiência que tem tudo para ser traumática – e os cientistas não fazem a menor ideia do por quê.
Em uma tentativa de entender melhor essa questão, os pesquisadores foram para a África do Sul, onde as trovoadas são mais comuns e altamente perigosas. Lá, eles descobriram que o raio tem a sua própria maneira de viajar através de nossos corpos e passaram a acreditar que isso tem a ver com a incrível quantidade de energia que passa por nós em um curto espaço de tempo. Há muitas perguntas ainda a responder, mas a expectativa é que, quando as respostas chegarem, vidas poderão ser salvas.

4. Como uma mulher pode não saber que está grávida?
Existem vários casos desses. Uma mulher começa a se sentir muito mal, vai para o hospital, e na verdade estava grávida, está prestes a ter um bebê e não fazia a menor ideia. Todo mundo fica com a mesma pergunta na cabeça: COMO ASSIM?
Parece no mínimo estranho uma mulher afirmar que é pega de surpresa quando um ser humano sai de seu próprio corpo. Mas, acredite, acontece. E como é um fenômeno muito raro, é extremamente difícil de estudá-lo a fundo para entender melhor como é possível algo assim acontecer. No entanto, os pesquisadores têm algumas dicas. Um dos motivos que leva uma mulher a não saber que está grávida é ela estar acima do peso – o que significar que ela não pode ganhar muitos mais quilos, e o crescimento de um bebê pode acabar passando despercebido. E aí você pergunta: mas e quando o ciclo menstrual fica interrompido? Pois é, algumas mulheres que estão acima do peso não têm ciclos regulares, e podem ficar longos períodos sem menstruar sem estarem de fato grávidas. Então, esse “sinal de gravidez” também passa despercebido. A verdade é que os médicos ainda estão confusos a respeito de como isso de fato pode acontecer.

3. Como as mitocôndrias funcionam?
As mitocôndrias são uma parte essencial dos nossos corpos. Seu propósito é converter todas as coisas que consumimos em energia para que o nosso organismo funcione. Mas, a verdade é que, durante muito tempo, não sabíamos quase nada sobre as organelas microscópicas, e a ciência tem evoluído com passos largos na compreensão desses organismos. Recentemente, os cientistas descobriram como mitocôndrias transferem energia. Eles também aprenderam que elas realmente gostam muito de cálcio, o que às vezes pode causar problemas.
Se as mitocôndrias absorverem cálcio em excesso, pode matar as células, e isso inclusive tem sido associado a doenças como a diabetes do tipo 2. Os pesquisadores acreditam que essas doenças afetam o processo de sinalização pelo qual o corpo diz às mitocôndrias quanto de cálcio devem absorver ou rejeitar. Uma equipe da Harvard conseguiu recentemente catalogar todas as proteínas da mitocôndria, incluindo todos aquelas envolvidas no processo de ingestão de cálcio. Embora ainda não sejam completamente compreendidas, as mitocôndrias são um mistério que em breve pode estar completamente resolvido.

2. Por que temos três ossos no ouvido?
Nosso ouvido é formado por três dos menores ossos de todo o corpo humano. Eles são conhecidos como martelo, bigorna e estribo. Até aí, nada fora do normal. Mas as coisas começam a mudar um pouco quando um pesquisador de Stanford, no Estados Unidos, chamado Sunil Puria apontou que, enquanto nós e outros mamíferos possuímos 3 ossos no ouvido, os répteis e aves têm apenas dois, e ninguém entende o porquê dessa diferença.
A melhor teoria de Puria envolve uma estranha doença chamada deiscência do canal semicircular, que pode levar a uma diminuição do tecido no canal do ouvido, o que faz com que as pessoas comecem a ouvir sons que elas normalmente não percebem, como o seu próprio batimento cardíaco. Já pensou? Ouvir todos os barulhos do seu corpo funcionando? Seria no mínimo enlouquecedor. Puria defende, então, que esse terceiro osso seria um mecanismo para minimizar nossa sensibilidade a esses sons, o que de fato colabora muito com a manutenção da nossa sanidade mental. Mas ainda falta muito trabalho para tirar maiores conclusões.

1. Que tipos de bactérias vivem em nossas línguas?
A boca humana não parece ser um prato cheio para a realização de muito novos estudos, não é? Afinal, sabemos o que os dentes são e como eles funcionam. Entendemos as gengivas e temos um bom controle sobre nosso paladar. Mas o fato é que a língua pode ser um verdadeiro baú do tesouro para novas descobertas.
Médicos de todo o mundo dariam muitas coisas para ter em suas mãos todas as bactérias que vivem na língua humana, para que pudessem estudá-las a fundo, compreender melhor seus comportamentos e funções e quem sabe até salvar mais vidas com as informações descobertas. O problema é que a maioria dessas bactérias não cresce em uma Placa de Petri – peça de vidro ou plástico que cientistas utilizam em laboratórios para fazer a cultura de microrganismos.
Isso complica bastante o processo. Esta falta de entendimento tem provado ser um grande obstáculo para o tratamento de doenças da gengiva, como periodontite. Os médicos não têm nenhuma maneira fácil de tratar a condição, pois muitas bactérias diferentes estão envolvidas, e eles entendem muito pouco sobre elas. [Listverse]

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Oito alimentos que ajudam a combater a hipertensão

Aveia, cereais integrais e até leite são peças chave nessa luta

Doenças cardiovasculares são responsáveis pelo maior número de mortes no Brasil e em mais da metade dos casos ela é decorrente da pressão alta. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão, a pressão arterial elevada atinge 30% da população adulta brasileira e está presente em mais de 50% das pessoas na terceira idade.


Embora não tenha cura, a hipertensão pode ser controlada e evitada com algumas mudanças de hábito. E se você já pensou "não tenho tempo para praticar exercícios ou qualquer coisa semelhante", saiba que apenas incluindo alguns alimentos em sua dieta, a prevenção e o controle já são desenvolvidos naturalmente pelo seu organismo. Confira a seguir oito desses alimentos:

Aveia
"A aveia faz parte do grupo dos carboidratos e é uma excelente fonte de fibras, vitaminas e minerais", explica Cátia Medeiros, especialista em nutrição clínica pelo Ganep-SP e membro da clínica Espaço Nutrição. O alimento auxilia no processo de emagrecimento por retardar o esvaziamento gástrico, o que prolonga a sensação de saciedade.

Desse modo, ele auxilia no controle da glicose sanguínea, sendo uma importante ferramenta para hipertensos. Além disso, a aveia contém magnésio que, em união com o cálcio, ajuda no relaxamento da musculatura, diminuindo o inchaço do corpo.

Amêndoa e noz
Por serem boas fontes de magnésio, amêndoas e nozes atuam como vasodilatadores, ou seja, ampliadores dos vasos sanguíneos, o que auxilia no controle da pressão arterial. Esses alimentos também são ricos em vitamina E, um dos principais antioxidantes naturais existentes, que ajudam a retardar o envelhecimento e diversas complicações cardíacas, como explica a nutricionista Cátia Medeiros.

Alimentos ricos em ômega 3
Presente em alimentos como sardinha, salmão, atum, linhaça e azeite, os ácidos graxos ômega 3 devem ser consumidos por pessoas com hipertensão em uma dose acima do valor diário recomendado normalmente, aponta a nutricionista Cátia Medeiros.

Estudos comprovam que a ingestão dessa substância está intimamente relacionada à diminuição da vasoconstrição e ao aumento da vasodilatação. Em outras palavras, o ômega 3 não só dificulta a síntese responsável por contrair os vasos sanguíneos como ainda facilita a síntese que promove a sua abertura.

Ervas
O que a salsa, a cebolinha, o coentro, o alecrim, a sálvia, o manjericão, o louro e o tomilho têm em comum? Todos são ótimos temperos naturais e, por isso, podem substituir como nenhum outro alimento o uso do sal. "Reduzindo o sal, também há diminuição da ingestão de sódio, um dos principais vilões dos hipertensos", alerta a nutricionista Cátia Medeiros. O sódio favorece a retenção de líquidos no organismo, aumentando a pressão arterial e elevando o risco de doenças renais e cardiovasculares.

Alho
Ótima fonte de vitamina C, o alho tem alto poder antioxidante, atuando na diminuição de radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento precoce, pelo câncer e até por doenças cardíacas. Além disso, a combinação de diversos elementos presentes nesse alimento, como o magnésio, auxilia - ainda que de forma singela - na dilatação dos vasos sanguíneos, reduzindo a pressão e facilitando a circulação do sangue.

Cereais integrais
Eles reduzem as chances de diabetes, previnem o câncer, ajudam a manter o peso e ainda são grandes combatentes da hipertensão. Motivos não faltam para incluir cereais integrais, como farelo de aveia e gérmen de trigo, na sua dieta. O grande mérito desses alimentos é a concentração de magnésio, que, segundo a nutricionista Cátia Medeiros, estimula a dilatação dos vasos sanguíneos, reduzindo, por tabela, o inchaço típico de pessoas que retêm líquidos.

Alimentos ricos em potássio
Se, por um lado, o sódio estimula a retenção de líquidos no organismo, aumentando a circulação sanguínea e, consequentemente, a pressão arterial, o potássio age como um natriurético, estimulando a eliminação do sódio presente no corpo. Assim, alimentos ricos nesse elemento são muito recomendados para hipertensos. "O potássio está presente no inhame, no feijão preto, na abóbora, na cenoura, no espinafre, no maracujá, na laranja, na banana e em diversos outros alimentos", explica Cátia.

Leite e derivados
Importantes fontes de cálcio, leite e derivados não podem ficar de fora da dieta de pessoas com hipertensão. O cálcio funciona como hipotensor, ou seja, atua na diminuição da pressão sanguínea, uma vez que estimula a eliminação de sódio. A grande vantagem desses alimentos é o fato de pequenas porções apresentarem grande concentração do mineral. A nutricionista ainda recomenda que sejam consumidas as versões desnatadas e com baixo teor de gordura, como o queijo branco.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Conheça oito ameaças inusitadas à saúde do coração

Luto, enxaqueca e até pastilhas efervescentes aumentam o risco de doenças cardiovasculares

 As doenças cardiovasculares são líderes em morte no mundo, sendo responsáveis por quase 30% dos óbitos no Brasil. Dentre estas, o infarto agudo do miocárdio é a causa principal. Tabagismo, dieta rica em sódio, estresse e sedentarismo são apenas alguns dos vilões da saúde cardíaca. No entanto, existem outras ameaças que podem afetar principalmente aquelas pessoas que já possuem os fatores de risco conhecidos para doenças cardiovasculares, como pressão arterial e colesterol em níveis acima do normal. Conversamos com especialistas e listamos as armadilhas escondidas para a saúde do nosso coração. Confira: 

Pastilhas efervescentes
Pode parecer estranho, mas essas bolhas escondem mais riscos ao coração do que você imagina. Segundo um estudo publicado em janeiro no British Medical Journal, existe uma relação entre as pastilhas e infartos ou AVC. Os pesquisadores da Universidade Dundee analisaram exames médicos de 1,2 milhões de pacientes britânicos e descobriram que tomadores regulares de medicamentos efervescentes eram sete vezes mais propensos a desenvolver pressão alta ou hipertensão, além de correrem um risco 16% maior para eventos cardiovasculares, como infarto e AVC. O estudo analisou 24 diferentes remédios efervescentes, incluindo os principais analgésicos, como paracetamol e ácido acetilsalicílico, assim como suplementos.

Essa relação acontece porque esses medicamentos possuem grandes quantidades de sódio. Segundo o estudo, algumas pastilhas de 69 mg a 415 mg de sódio -  aproximadamente um quinto de uma colher de chá. O consumo diário recomendado para um adulto é de 2000 mg a 2400 mg, equivalente a 6 gramas de sal.

Olhando para esses números isoladamente, os medicamentos não parecem oferecer uma ameaça tão grande - afinal, seria necessário ingerir uma quantidade muito grande deles para chegar as recomendações diárias estipuladas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No entanto, devemos pensar que esses remédios só agregam à lista de alimentos ricos em sódio que são ingeridos ao longo do dia, como refrigerantes outros industrializados. "Quando em excesso no organismo, o sódio fica acumulado no sangue em vez de ser absorvido pelas células, ocorrendo o que chamamos de desequilíbrio osmótico, já há maior concentração do mineral fora das células do que dentro delas", explica o cardiologista Luiz Ferlante, do Hospital Samaritano de São Paulo. Para equilibrar esses níveis, o corpo precisa de mais água circulando pelo sangue, reduzindo assim as concentrações de sódio. "A retenção de água faz o volume de sangue nas artérias aumentar, e por isso o coração precisa bombear mais sangue do que o normal, aumentando a pressão sanguínea", diz Luiz. Quando esse problema se torna crônico, temos a hipertensão arterial, que por si só aumenta o risco de diversas doenças cardiovasculares.

Caso você use medicamentos efervescentes de forma contínua, converse com o médico e discuta seus riscos. Se não, o ideal é não usar com frequência e sempre ficar atento à alimentação de forma geral.

Doenças inflamatórias
Pesquisadores da Clínica Mayo descobriram que a artrite reumatoide pode ser considerada um fator de risco para doenças do coração. O levantamento sugere que as altas quantidades de moléculas inflamatórias no corpo dos pacientes com artrite reumatoide pode aumentar o risco de doença cardíaca. Esse estado inflamatório pode favorecer a oxidação do colesterol bom (HDL), que se transformará em colesterol ruim (LDL). Todo esse cenário favorece doenças como hipertensão, angina, insuficiência cardíaca, entre outros.

Entretanto, não é só a artrite reumatoide que pode elevar as inflamações no organismo. Outras doenças bem mais comuns, como obesidade e diabetes tipo 1, também são inflamatórias e aumentam o risco cardíaco quando descontroladas. "O tecido adiposo é um grande produtor de substâncias inflamatórias - e os adipócitos (células de estoque da gordura) aumentam em número e volume com a obesidade", afirma o endocrinologista Isaac Benchimol, do Conselho Empresarial de Medicina e Saúde da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Ele explica que o organismo se cansa de corrigir o erro alimentar e o sedentarismo, e vai progressivamente lançando de volta na circulação o colesterol e os triglicerídeos que não conseguiu armazenar no fígado e tecido adiposo. Essa gordura em excesso no sangue pode formar placas e entupir as artérias, causando um infarto ou AVC. Já no caso do diabetes tipo 1, o excesso de glicose no sangue pode lesionar a parede das artérias, causando inflamações que podem corroborar com um aumento do risco de eventos cardiovasculares.

Temperaturas baixas
Um grupo de pesquisadores da London School of Hygiene and Tropical Medicine encontrou uma relação entre a temperatura do ambiente e o risco de ataque do coração. Eles descobriram que uma queda brusca na temperatura aumenta as chances de uma pessoa ter um infarto. Segundo os autores, a relação é tão estreita que a cada grau a menos em um único dia, há um aumento de 200 casos de infarto.

Os pesquisadores analisaram dados de 84 mil casos de infarto em hospitais entre 2003 e 2006 no Reino Unido, fazendo um levantamento de 15 áreas geográficas com temperaturas diferentes e que sofreram alterações climáticas. Eles descobriram que os casos de infarto aumentaram em 2% duas semanas depois de uma forte frente fria que atingiu a maioria das 15 zonas pesquisadas. "Nos dias frios, o corpo humano reage naturalmente à mudança de temperatura gerando uma vasoconstrição das artérias - e isso resulta em um aumento da pressão arterial", explica a angiologista Aline Lamaita, da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

Dessa forma, pessoas que já possuem fatores de risco para doenças cardiovasculares, como obesidade, sedentarismo e hipertensão, podem ter esses efeitos potencializados quando o termômetro fica mais baixo. O ideal é cuidar da saúde como um todo e ter atenção redobrada nos dias mais frios.

Desastres naturais
Quem já passou por um desastre natural traumático, como uma enchente ou desabamento de terras, sabe que esses eventos geram traumas e podem mexer com o nosso coração. Segundo dados levantados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia esses eventos realmente tem um efeito sobre a saúde do nosso coração. Eles analisaram os moradores de Santa Catarina após os temporais que ocorreram em 2008 e deixaram 135 vítimas fatais. A organização descobriu que o sentimento de perda, a pressão psicológica, a ansiedade e o estresse a que é submetida uma população afetada ou mesmo aquela que assiste ao desastre atuam para elevar a pressão arterial e a frequência cardíaca, causando um aumento significativo do número de infartos.

Além disso, pesquisadores da Harvard Medical School descobriram que perder a pessoa amada aumenta em 21 vezes o risco de um infarto no dia seguinte à morte e em até seis vezes na semana que se segue. Para o estudo, eles revisaram o prontuário de atendimento e entrevistaram 1.985 pacientes de um hospital em Boston. Os pacientes responderam perguntas sobre as circunstâncias de seus ataques cardíacos, bem como se recentemente haviam perdido alguém importante em suas vidas no ano anterior, quando a morte havia ocorrido e qual a importância de seu relacionamento com a pessoa falecida.

O relatório, publicado no Journal of the American Heart Association afirma que o estresse causado por luto tem efeitos imediatos para a saúde, que somados a perda de apetite e sono recorrente nesses casos pode agravar ainda mais o risco. O sentimento de perda também pode fazer algumas pessoas demorarem para retornar às suas atividades ou mesmo adotarem hábitos nocivos à saúde, como se alimentar de forma errada ou iniciar vícios. 

Combinação de medicamentos
É muito importante saber se como um medicamento interage com outros antes de tomar - e essa recomendação vale principalmente para aquelas pessoas que já fazem tratamento para algum problema cardiovascular, como a hipertensão. As estatinas, por exemplo, que servem para reduzir o acúmulo de placas de gordura nas artérias nos pacientes com colesterol alto, podem interagir com outros medicamentos, como a varfarina, um anticoagulante que pode ser indicado para a insuficiência cardíaca ou trombose. Além disso, antifúngicos, antidepressivos e antibióticos são processados pela mesma via no organismo, o que interfere no efeito de vários medicamentos protetores do coração. "Por isso é fundamental dizer durante a consulta quais medicamentos você já toma antes que ele faça a receita - isso ajuda o médico ou médica a prescrever um fármaco que não sofra interações", alerta a farmacêutica Patrícia Moriel, da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Vírus e bactérias
Os problemas de saúde bucal estão intimamente ligados com doenças cardiovasculares. A falta de higiene oral favorece o acúmulo de micro-organismos na região, levando ao aparecimento da cárie e outros problemas na gengiva (periodontite e gengivite), bochechas, língua, palato e toda mucosa oral. Esses organismos podem atingir áreas mais profundas da mucosa oral, chegando aos vasos sanguíneos e infectando os tecidos do coração. Dessa forma, é importante manter a escovação dos dentes e língua com fio dental após as refeições, além das visitas regulares ao dentista.

A vacinação contra o vírus da gripe e da pneumonia também é aliada da saúde cardíaca. As pneumonias podem comprometer as trocas de oxigênio feitas pelos pulmões, comprometendo o funcionamento do coração. "Além disso, os vírus e bactérias causadores de doenças infecciosas podem viajar pelo nosso coração e chegar ao coração", afirma o cardiologista Luiz. Dessa forma, pessoas que tem o sistema imune mais debilitado ou doenças infecciosas graves devem ficar atentos ao risco cardíaco.

Rotina da cidade grande
Um levantamento feito pela Secretaria de Estado da Saúde aponta que, em média, 106 pessoas são internadas por dia em hospitais públicos no Estado de São Paulo com AVC. Um dos motivos apontados pela pesquisa é o estilo de vida urbano atual, que faz com que as pessoas sejam mais estressadas, sedentárias, consumam alimentos ricos em gorduras, fiquem acima do peso e desenvolvam pressão alta e diabetes antes do que acontecia antigamente.

A poluição sonora e visual das metrópoles, como anúncios luminosos, veículos e pessoas, podem levar a um quadro de estresse - a musculatura fica tensionada, o coração dispara, a pressão arterial sobe, o estômago fica cheio de suco gástrico e o intestino trabalha bem devagar, além da agitação que dificulta a concentração. De acordo com o clínico geral Dirceu Rodrigues Alves Junior, chefe do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional na Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET), os veículos geram calor e poluente atmosféricos, além de fuligem. "A variação de temperatura, a vibração do veículo por conta dos buracos ou o barulho produzido pela vibração das janelas de um ônibus, por exemplo, debilitam a saúde da pessoa e podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares e outros problemas."

Ter enxaquecas
Apesar de a dor de cabeça ser o principal sintoma da enxaqueca, outros sintomas são muito comuns e podem ser também importantes, como sensibilidade à luz e a cheiros e barulho, náuseas, vômitos e sensibilidade a movimentos. "Esses sintomas são todos gerados no cérebro, em áreas diferentes dele, que são mais sensíveis em quem tem enxaqueca", explica a neurologista Thaís Rodrigues Villa, pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Essa maior vulnerabilidade do cérebro, principalmente se exposto aos já conhecidos provocadores ou gatilhos da enxaqueca, ocorre devido a disfunções em vários neurotransmissores como a serotonina, dopamina, noradrenalina e glutamato. Essas substâncias tem um funcionamento diferente em quem tem enxaqueca.

Estudos recentes comprovaram que pessoas com enxaqueca tem um maior risco de AVC e doenças cardiovasculares, principalmente quem tem enxaqueca com aura, sendo esse risco aumentado se associado a tabagismo e uso de alguns anticoncepcionais hormonais em mulheres. "A enxaqueca aparece como fator de risco tão importante quanto à hipertensão arterial, diabetes e obesidade", lembra a neurologista. A especialista afirma que pacientes com enxaqueca apresentam maior frequência de lesões cerebrais, pequenos AVCs e atrofia em algumas áreas do cérebro, ou seja, perda de neurônios. "A enxaqueca não é uma simples dor de cabeça, tratá-la é cuidar do seu cérebro e consequentemente da sua saúde como um todo."