segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Entenda tudo sobre o glaucoma

50 milhões de brasileiros acima dos 16 anos nunca foi a um oftalmologista, e muitos desconhecem que a doença pode levar à cegueira. A única forma de preveni-la é marcar uma consulta

Se você está lendo este texto é porque se interessa por assuntos de saúde. Pode-se concluir também que, por ter tanto interesse nesse tema, você seja zeloso no cuidado com a sua incolumidade física e mental. Isso revela, no mínimo, uma maior atenção da sua parte com a dieta, alguma disciplina para a prática de atividades físicas e, claro, visitas periódicas ao médico. Mas e quanto a sua saúde ocular? Se não há necessidade do uso de lentes corretivas, é muito provável que você esteja equivocado: não precisar de óculos não justifica o pouco cuidado com uma das funções mais importantes do seu corpo, a sua visão.

A razão para isso é que a segunda maior causa da cegueira prevenível não apresenta sintomas. E, quando apresenta, revela que danos significativos já ocorreram. Estamos falando do glaucoma, um grupo de doenças que acomete o nervo encarregado de conectar a imagem ao cérebro. Caso não ocorra o diagnóstico precoce e o devido tratamento, as chances de perder a visão são grandes.

Larga incidência
De acordo com Cristiano Caixeta, médico do Departamento de Oftalmologia da Santa Casa de São Paulo e diretor da Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), sabe-se que um em cada 40 adultos com mais de 40 anos tem glaucoma com algum grau de perda da função visual, e isso representa 2,5% da população mundial. “Dados estatísticos estimavam que, no ano de 2010, tivéssemos 60 milhões de pessoas acometidas pela doença em todo o mundo”, diz o especialista. “No ano de 2020 espera-se que tenhamos 79,6 milhões de portadores da doença, e destes, 11,5 milhões serão cegos dos dois olhos”, observa.
Caixeta afirma que não há dados precisos no Brasil, mas as progressões indicam que existem mais de 1 milhão de pessoas com este diagnóstico. “O grande problema são os indivíduos que ainda não foram examinados”, acrescenta. Caixeta se dedica ao glaucoma há mais de uma década e conta que sua inspiração foi um professor da faculdade, Geraldo Vicente de Almeida, também oftalmologista.

“Optar por essa especialidade foi uma escolha acertada, pois tenho uma recompensa diária: poder atuar na preservação e na qualidade visual de meus pacientes”, fala o médico. Embora a redução da incidência da doença seja uma meta impossível, o diretor da SBG acredita na diminuição do dano causado por ela. “Quanto mais cedo se identificar o problema, melhores serão as respostas às estratégias que impedem a sua progressão. Daí recomendarmos consultas regulares”.

Veja a seguir a entrevista exclusiva que Caixeta concedeu à VivaSaúde:

O que é exatamente esta doença?
O glaucoma é uma patologia ocular crônica e progressiva que provoca lesão no nervo óptico e alterações no campo visual. Nas fases iniciais, a doença é silenciosa, sem sintomas, o que retarda seu diagnóstico. Na maioria dos casos, sua manifestação é acompanhada do aumento da pressão intraocular. Mas encontramos casos em que não há essa característica. O portador de glaucoma, se não tratado adequadamente, começa a perder a visão periférica (lateral). Nos estágios mais avançados, a visão central também é atingida, podendo levar a uma irreversível cegueira. Quanto mais cedo a doença for diagnosticada e tratada, maiores serão as chances de se evitar essa perda. É importante ressaltar que não existe cura, mas controle da doença.

Se há tipos diferentes, qual deles é o mais comum?
Glaucoma é o primeiro nome dessa patologia e o oftalmogista é quem lhe dáum sobrenome. São vários os tipos e eles vão desde o Glaucoma Primário de Ângulo Aberto ou Fechado (variações de como um líquido próprio do olho é drenado na corrente sanguínea e que influencia na pressão ocular); o Congênito e o Juvenil. Há variações secundárias: o Glaucoma pós-trauma, o resultante ao uso de medicamentos (como o corticoide nas apresentações oral, tópica ou ocular). O mais comum é o Primário de Ângulo Aberto, que acomete cerca de 3/4 dos portadores da enfermidade no mundo.

Quem se encontra no grupo de risco?
Embora não seja possível explicar por que uma pessoa desenvolve glaucoma, ele é mais frequente em adultos com mais de 40 anos, na presença de histórico familiar, entre as pessoas afrodescendentes e portadores de miopia e pressão ocular elevadas, bem como em pacientes que tiveram trauma ou inflamação oculares, além dos usuários de corticoides.

Como é feito o diagnóstico?
Consultas regulares ao oftalmologista e exames complementares como o de fundo de olho, medida da pressão intraocular, gonioscopia (investiga o tipo de glaucoma) e exame de campo visual permitem o diagnóstico.

Qual é a reação dos pacientes?
Ninguém recebe bem a informação de que é portador de umadoença crônica, que não tem cura e pode ser transmitida a seus decendentes. Nesse momento, a relação médico-paciente é fundamental. O oftalmologista deve ser capaz de mostrar, com segurança, que a pessoa está diante de um doença grave, que pode trazer limitações, mas é controlável. Ademais disso, é possível minimizar os danos causados. O paciente precisa ser conscientizado sobre a importância do seu comprometimento em seguir as orientações médicas. O apoio da família é fundamental, tanto quanto as visitas regulares ao oftalmologista. Estes são os principais pilares para o sucesso da terapia. A família é essencial em um tratamento que deve durar por toda a vida.

O tratamento é tão difícil, assim?
Hoje dispomos de várias classes de medicamentos para o gerenciamento da doença. O ofalmologista deverá orientar o paciente sobre quando e como usá-los. Em geral, optamos por tratamentos com colírios, para começar. As cirurgias, incluídas as técnicas com laser, são reservadas para casos em que não há boa resposta aos remédios, ou para pacientes que não podem usar colírios. Como disse, o tratamento é para toda a vida e a adesão é difícil, pois os colírios devem ser usados todos dias, nos mesmos horários e, às vezes, são associados a outras medicações, que serão ministradas em diferentes horários do dia. E há ainda os efeitos colaterais, difíceis de serem tolerados (ardor, vermelhidão ocular e, em alguns casos, o crescimento dos cílios), já que a doença, em si, é assintomática na fase inicial.

O que o paciente deve esperar?
O impacto na qualidade de vida é diretamente proporcional ao grau do prejuízo da visão do paciente. Na fase inicial, o paciente não encontra limitações. Já nos estágios mais avançados, as pessoas passam a ter restrições do campo de visão e podem se tornar inseguros na execução de tarefas simples do cotidiano. Dificuldades para dirigir ou sair de casa sem acompanhante são comuns. Muitas vezes passam a esbarrar em objetos que não são vistos, tropeçam e caem com mais facilidade. Isso gera insegurança e pode levar aestados depressivos.

A visita é anual também para quem já foi diagnosticado?
Nesses casos, a periodicidade deve ser definida pelo médico que acompanha o paciente.

Fonte: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/conheca-os-riscos-dessa-doenca-degenerativa/3214/ - Texto: Cristina Almeida / Foto: Shutterstock / Adaptação: Clara Ribeiro

domingo, 28 de setembro de 2014

Dicas para acabar com a tosse seca

O sintoma é o mecanismo do corpo para limpar as vias aéreas, mas quando aparece traz desconforto e até atrapalha o sono. Saiba como driblar o mal-estar

Basta uma mudança brusca de temperatura para ela chegar. Primeiro, a garganta fica seca. Depois, o nariz se manifesta. Até que... Cof, cof... a tosse aparece. Pode ser o primeiro sinal de um resfriado, o começo de uma gripe ou uma reação alérgica a fatores químicos e ambientais, como poeira, fumaça de cigarro ou o ar extremamente seco. A tosse é o principal mecanismo de defesa do sistema respiratório e não deve ser ignorada. Ela sinaliza que algo está errado com nossas vias aéreas. Pode ser aguda, quando for sintoma de uma reação alérgica, por exemplo, e durar até três semanas; ou crônica, quando persistir além desse tempo. “Na maioria das vezes, a tosse seca ocorre por gripes ou resfriados. Quando a tosse é crônica, pode indicar refluxo gastroesofágico, ou até mesmo asma”,alerta Alexandre Kawassaki, pneumologista do Hospital 9 de Julho (SP).

A tosse seca é irritativa e causa desconforto e cansaço, já que força a musculatura do peito. Crianças e idosos precisam de mais cuidados, pois o esforço excessivo em uma crise pode causar lesões e trazer complicações. Além de incômoda, ela ainda tira o sono. Tossir mais durante a noite é comum porque, quando estamos deitados, fica mais difícil para o organismo drenar as secreções das vias respiratórias, favorecendo seu acúmulo e desencadeando a tosse. Mas medidas simples podem ajudar a aliviar os desconfortos. Listamos algumas delas.

Aos primeiros sinais vá por aqui:
Quando combatida desde o início, a tosse seca tem menos chance de se tornar crônica ou se transformar em tosse produtiva, ou seja, aquela acompanhada de muco. Por isso, os primeiros cuidados são importantes e essenciais. A começar, faça da garrafinha d’água sua melhor amiga: além de aliviar o desconforto, a hidratação das vias respiratórias é o principal remédio para combater a tosse. Pastilhas à base de mel e própolis podem ser boas soluções se houver coceira na garganta. Comer uma maçã também pode trazer alívio, já que a fruta tem ação adstringente e atua na limpeza da garganta.

Se o incômodo é noturno...
... procure dormir com a cabeça elevada – use dois travesseiros ou coloque um calço na cama para que a cabeceira fique ligeiramente inclinada. Tomar um banho quente antes de dormir, aspirando bem o vapor d’água, é outra maneira de hidratar as vias respiratórias e acalmar a tosse.

Xaropes antitussígenos?
O uso deles, em geral, deve ser evitado nessa etapa. Já os chás de ervas podem ser grandes aliados para combater a tosse logo de cara. “Nesses casos, o chá deve ser preparado diretamente com a planta para o aproveitamento das suas propriedades terapêuticas. Chás de saquinho não auxiliam”, alerta a nutricionista Gisele Souza Lima (SP), que recomenda o chá de gengibre para ser tomado nesses casos. “O gengibre tem ação anti-inflamatória, ajuda na melhora do sistema imunológico e ameniza os sintomas de gripes e resfriados, bem como as tosses secas e carregadas”, ensina. Outras infusões, como a de guaco, eucalipto, camomila, menta, hortelã e limão são indicadas.

Após sete dias seguidos
Investigue em quais momentos ela aparece: se surge em um determinado cômodo da casa, pode ser sinal de uma reação alérgica. Atente aos possíveis gatilhos (poeira, mofo, ácaros, pólen, pelo de animais) e elimine-os do ambiente. Mantenha os espaços ventilados e faça uso de umidificadores e vaporizadores para aumentar a umidade do ar em locais fechados. Se não tiver aparelhos próprios, mantenha bacias de água ou panos molhados espalhados.
Aplicar soro fisiológico nas narinas também colabora para a hidratação das vias respiratórias e a eliminação de agentes que causem irritação. Ingira líquidos quentes, que trazem alívio imediato. Remédios caseiros são boas alternativas. Os mais indicados são o xarope de sabugueiro (combate gripes e resfriados), o de eucalipto (atua nas sinusites e doresde garganta) e o de guaco, que é expectorante e mais indicado no caso da tosse com muco.

Depois de seis semanas
Com os acessos frequentes de tosse, a garganta acaba ficando irritada. Tomar uma colher de chá de mel algumas vezes ao dia colabora com a garganta e ajuda a diminuir a incidência da tosse. Pastilhas a base de olmo ou mentol também são alternativas já que anestesiam a parte final da garganta, trazendo alívio. Fazer inalação com óleo essencial à base de eucalipto alivia o desconforto da tosse e favorece a respiração.

Alerta!
Os xaropes, industrializados ou caseiros, não devem ser tomados por mais de três semanas – seu uso pode mascarar problemas respiratórios mais graves e que exigem outro tipo de tratamento. Caso a tosse persista por mais de seis semanas ou outros sintomas apareçam (febre e falta de ar), é preciso ir ao médico. Ele indicará a terapia mais adequada.

Fonte: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/veja-como-acabar-com-a-tosse-seca/3213/ - Texto: Leonardo Lourenço / Ilustração: Isa Santos / Adaptação: Clara Ribeiro

Flamengo é campeão Mundial Interclubes de basquete masculino

Flamengo supera 'apagão', vence Maccabi e conquista Mundial de basquete

O Flamengo é campeão Mundial Interclubes de basquete. Com o apoio da torcida que praticamente lotou a Arena da Barra da Tijuca, o Rubro-negro superou um "apagão" no 3º quarto, venceu o Maccabi Tel Aviv por 90 a 77 neste domingo, reverteu a vantagem obtida pelos israelenses na primeira partida e conquistou o título do torneio mais importante entre times do mundo – sem a participação de franquias da NBA. Com 24 pontos, o argentino Laprovittola foi o grande maestro e destaque dos cariocas na decisão, ao lado de Meyinsse - 22 pontos. Jeremy Pargo, com 30 pontos, foi o cestinha da final.

No primeiro duelo, na última sexta, o time da Gávea fora derrotado por 69 a 66 e precisava de uma vitória por quatro ou mais pontos nesta segunda partida. E a missão foi cumprida, garantindo um título inédito e encerrando um jejum de conquistas brasileiras que já durava 35 anos – Sírio (SP) venceu o Mundial em 1979.

Fases do jogo: Após muitos erros na primeira partida, Flamengo e Maccabi iniciaram o segundo e decisivo jogo de maneira intensa. O primeiro quarto foi marcado por poucos erros no ataque e muito equilíbrio. Os israelenses chegaram a abrir 7 a 0, mas logo foram ultrapassados. O Rubro-negro ensaiou abrir uma vantagem maior, mas também foi contido. Ainda assim, com Laprovittola e Marquinhos inspirados, os mandantes fecharam o período inicial em 27 a 25.

Como de costume, o técnico José Neto optou pela rotação e lançou mão dos reservas no início do segundo período. E, novamente, a turma do banco não decepcionou. Comandados por Derrick Caracter e Vitor Benite, os rubro-negros mantiveram a intensidade, melhoraram a marcação e ampliaram a vantagem no placar. Cinco pontos seguidos do até então apagado Marcelinho Machado ajudaram a consolidar a superioridade. Sem dar chances aos israelenses, que fizeram apenas 11 pontos no período, os cariocas foram para o intervalo vencendo por 46 a 36.

Na volta para o terceiro quarto, o Flamengo deixou de lado a boa marcação e repetiu o principal erro do primeiro jogo: deixou Jeremy Pargo livre. O armador americano brilhou nos arremessos, fez 16 pontos no período e chegou a reduzir a vantagem para apenas 1 ponto. Uma breve recuperação comandada pelos pivôs da Gávea, no entanto, manteve impediu o pior: 62 a 59 antes dos dez minutos finais.

Com três pontos de vantagem para o Flamengo, o último quarto foi uma verdadeira decisão. Por conta do saldo de cestas, quem fizesse mais pontos no período levaria o título. Foi, então, que o time brasileiro voltou a ser melhor. E, bem no ataque, garantiu o título. Com Laprovittola ligado, o Rubro-negro conseguiu parar Jeremy Pargo e abrir uma vantagem que chegou a ser de 13 pontos.

Com apoio da torcida e calma para controlar a superioridade no marcador, a equipe do técnico José Neto se portou como campeã, esperou o cronômetro zerar com um jogo sólido e faturou o título inédito. Vitória por 90 a 77 e festa vermelho e preta na Arena da Barra da Tijuca.

sábado, 27 de setembro de 2014

Descubra os primeiros sinais da depressão

A depressão é uma resposta ao empobrecimento da forma de viver que é reduzida a parâmetros de funcionalidade e adequação. Pessoas pouco sociáveis tendem a desenvolver a doença

Dor de barriga, nas têmporas, nas costas, esses podem ser os primeiríssimos sinais de que alguém está prestes a mergulhar de cabeça em um quadro depressivo. Mas esses são sintomas muito genéricos para o início de um diagnóstico de depressão, mesmo porque há vários subtipos da doença, e para cada um deles há diferentes indicadores físicos.

Por isso, é necessário realizar um profundo relatório sobre a vida atual da paciente, incluindo a história, a rotina, os hábitos e os grupos social e familiar aos quais essa mulher pertence. “Depois disso, é feita uma análise das mudanças repentinas de comportamento, como a pessoa que tinha como hábito sair com os amigos semanalmente e inesperadamente abre mão desse convívio”, exemplifica Pepita Rovira Prunor, psicóloga e psicanalista, vice-presidente da Sociedade Paulista de Psicanálise (SPP).

Os primeiros sintomas mais associados à depressão são, em geral, psíquicos como “desânimo, desalento, falta de interesse, falta de motivação, e pode haver também sintomas físicos como insônia, inapetência e falta de energia física”, esclarece o professor Miguel Chalub.

Quando o problema ataca

No caso da ansiedade, um dos piores sintomas são as crises. “Fisicamente a ansiedade também é facilmente identificável. A paciente fala rápido, às vezes atropela as próprias palavras, pode apresentar batedeira no peito, suor frio e pupilas dilatadas, assumindo a face da manifestação mais dramática da ansiedade: a crise de pânico”, descreve Leonard Verea, médico psiquiatra, especializado em Medicina Psicossomática e Hipnose Clínica (SP). Há o aumento da adrenalina no corpo, o que deixa a paciente à flor da pele. Por isso mesmo, queixas de memória, insônia, irritabilidade e impulsividade aumentam. Porém, a crise em si dura pouquíssimo tempo, cerca de alguns minutos, mas é capaz de incapacitar a pessoa durante todo esse período.

As consequências para o corpo são diversas, já que a crise sempre desencadeia sintomas físicos. “O organismo se prepara automaticamente para uma situação de ameaça, e uma série de mecanismos adaptativos, entra em funcionamento: liberação de cortisol, aumento de adrenalina na corrente sanguínea, taquicardia, aumento da frequência respiratória, redistribuição do sangue, entre outras alterações”, relata o psiquiatra Pérsio Ribeiro Gomes de Deus, diretor técnico de saúde do Hospital Psiquiátrico da Água Funda (SP).

Tremores, aumento da secreção urinária, dores do peito, boca seca, cefaleia e falta de ar são outras consequências do evento. Isso gera uma grande debilitação: “Ocorre grande exaustão na pessoa, pois há um gasto energético físico muito grande durante uma crise e, principalmente, quando acontece repetidas vezes”, comenta o neuroendocrinologista Felipe Gaia, consultor do laboratório Salomão Zoppi Diagnósticos.

Fonte: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/descubra-os-primeiros-sinais-da-depressao/3254/ - Texto: Fernanda de Almeida e Nathalie Ayres / Foto: Helton Gomes / Adaptação: Clara Ribeiro

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

8 truques infalíveis para seu filho amar a leitura

Transforme seu filho em um amante dos livros com essas dicas simples de seguir para incentivá-lo a gostar de ler

Incentivar em seu filho o amor pela leitura é um grande favor que você pode fazer para ele e para toda a sociedade. Além de estimular um indiscutível desenvolvimento mental, a leitura melhora todas as funções cognitivas e de entendimento, o senso crítico, a imaginação, a originalidade e a lógica.

É o que explica Júlia Miranda, psicóloga clínica especializada em Terapia Cognitiva Comportamental e Neurociências: “A leitura estimula a criança a converter palavras em ideias, desenvolve a criatividade, a linguagem (tanto oral, quanto escrita), estimula a consciência de si mesmo e a empatia. Melhora os relacionamentos interpessoais, proporciona vivências emocionais, estimula o raciocínio, a imaginação e a curiosidade e o interesse por mundos e coisas diferentes”.

Diferente da televisão, um livro não oferece todas as imagens de cenários, ações, personagens etc. Por isso, ele não pode ser substituído por um desenho ou filme, ou perderia sua capacidade de excitação da criatividade.

A influência dos pais é sempre a melhor maneira de fazer uma criança gostar de alguma coisa. Aliados, claro, ao incentivo da escola e dos parentes, os pais que demonstrarem ter interesse real na leitura e que transmitam aos filhos o prazer dessa atividade, terão mais sucesso na empreitada.

Ao ver os pais gostando e valorizando a leitura, certamente a criança também se interessará.

“Os benefícios da leitura para as crianças são muitos e para toda a vida. Muitos pais desejam despertar o gosto pela leitura em seus filhos, entretanto, na maioria das vezes, buscam fazer isso por meio de uma obrigação, tornando-se algo desinteressante e chato para a criança. Sendo assim, a primeira dica é: não busque obrigá-lo, busque cativá-lo e conquistá-lo para o mundo da leitura”, sugere Julia Miranda.

Com tantas opções de divertimento, principalmente os eletrônicos, que chamam toda a atenção da criançada, desenvolver em seu filho a paixão pela leitura vai depender inicialmente de você, que deverá fazer o movimento necessário para abrir o mundo dos livros para seu pequeno.

Na correria do dia a dia, às vezes nos permitimos deixar nossos filhos se divertirem com celulares, computadores ou com a televisão, assim ganhamos mais tempo, isso é normal. Mas essa rotina não deve ser longa e será necessário que você e as outras pessoas que convivem com a criança tenham a paciência de reservar um tempo para ler junto com ela.


Como, para as crianças, diversão é o que mais importa a todo o momento, a escolha e a leitura dos livros deve ser uma atividade muito prazerosa. Quando a contação de história é somada de outras atividades lúdicas como música, brincadeiras, narração fantástica, enfim, qualquer outra coisa que deixe a leitura mais emocionante, a prática será mais prazerosa e atraente para os pequenos.

O interesse pelos livros não deve ser incentivado apenas quando a criança aprende a ler, mas sim muito antes, desde sempre, com a ajuda de livros apenas com figuras e da sua participação, claro. Para crianças muito pequenas, dê preferência a livros com pouco texto e linguagem bem simples, para evitar que a criança perca a concentração em grandes textos detalhados.

8 truques para incentivar seus filhos a amar a leitura

1. Leia livros com ele
Crie um momento da leitura em casa. Pode ser antes de dormir ou após o café da manhã – o importante é que seja um horário tranquilo, no qual vocês possam ler sem pressa ou interrupções. Demonstre interesse pela história, peça para seu filho te contar o que acontece na imagem ou faça leituras dramatizadas. Vale tudo para deixar o momento divertido e interessante para seu filho, ao mesmo tempo em que vocês aumentam e reforçam seus laços familiares.

2. Leve a criança em bibliotecas, livrarias e encontros literários
A percepção de que existe um espaço amplo e divertido dedicado inteiramente aos livros pode fazer com que as crianças vejam a importância deles de outro modo. Leve-o à sessão infantil e deixe que ele folheie e descubra o livro que mais o interessa. Vocês podem abrir uma carteirinha em alguma biblioteca e inserir na rotina esses momentos direcionados à leitura, da escolha, da devolução ou da compra de livros. Aproveite e leve um livro para você também – seu filho vai ficar muito orgulhoso de ter a mesma responsabilidade que os pais.

3. Crie um espaço de leitura em casa
A psicóloga Julia Miranda destaca a importância de que o acesso aos livros seja fácil: “Algo bem positivo é, conforme for comprando livros adequados e do interesse do seu filho, ir deixando-os em um local da casa de fácil acesso, para que a criança possa pegá-los espontaneamente e sempre que desejar”.
Reserve um espaço no quarto da criança exclusivo para a leitura, pode ser uma prateleira baixa ou um espaço no armário. Deixe que os livros fiquem bem visíveis e fáceis de serem alcançados, para que a criança não tenha que te pedir para pegar quando tiver interesse. Você também pode colocar uma luminária e uma poltrona exclusiva para a leitura, se tiver condições de espaço.
Livros emprestados de bibliotecas ou da escola demandam maior cuidado com a preservação. Mas se o livro for de seu filho, deixe-o folheá-lo livremente, apenas lembrando-o de manusear com cuidado.

4. Atenção para a indicação de faixa etária
Procure livros específicos para a idade do seu filho. Crianças que gostam de livros vão adorar ganhar qualquer um que tenha imagens. Mas livros avançados ou atrasados demais para o nível do seu filho podem deixar a atividade sem graça, desengonçada ou cansativa. A indicação de idade de um livro leva em consideração a quantidade de textos, de imagens e de interações. Respeitando a faixa etária recomendada, mais fácil será a chance de sucesso.

5. Escolha temas que o agradam
É sempre bom que ofereçamos assuntos diversos para a leitura de nossos filhos. Isso ajuda a inserir outros pontos de vista e abrir o leque de temas. Mas em um momento inicial de inserção da leitura na vida da criança, o ideal mesmo é se limitar aos assuntos que o interessam. Assim você vai evitar a possibilidade dele se cansar da história.

6. Escrevam seu próprio livro
Crie um livro exclusivo com seu filho. Vocês podem inventar o enredo, para depois pensarem no tipo de narrativa, e dividir a história em partes que possam receber imagens desenhadas por seu filho.
Depois da história pronta, criem uma bonita capa e mostrem o trabalho para a família e os amigos. A sensação de dever cumprido poderá ajuda-lo a amar e respeitar os livros.

7. Faça perguntas após a leitura
Um pequeno debate após a leitura de um livro vai fazer com que seu filho interiorize ainda mais a história e os acontecimentos. Faça perguntas como “Qual parte você mais gostou?” ou “Você acha certo o que o personagem fez?”. Assim você estimulará o entendimento e o aprendizado do seu filho.

8. Deixe que a criança seja o contador de histórias
Peça para a criança te contar histórias. Pode ser de um livro que acabou de ler ou apenas uma história imaginária, para crianças que ainda não alfabetizadas. A criatividade será aflorada, assim como o poder da narrativa.
Normalmente não é preciso que você fique para sempre tendo que influenciar seu filho pela leitura. Um bom trabalho desde cedo nesse sentido, pode criar em seu filho um prazer e carinho pelos livros que ele levará ao longo da vida, sem que ninguém tenha que leva-lo pelos braços até a frente de uma livraria. O tempo desse processo dependerá de cada família, mas depois de bem realizado, poderá durar por muitos anos sem que você tenha que fazer grandes esforços.

Fonte: http://www.dicasdemulher.com.br/8-truques-infaliveis-para-seu-filho-amar-a-leitura/ - Por Suzane Werdt - Foto: Thinkstock