Estamos vivendo tempos incríveis, em que a
tecnologia avança cada mais e começa a permear cada aspecto da vida moderna. Ao
mesmo tempo que o fantástico potencial da tecnologia se apresenta, no entanto,
também aparece seu potencial nefasto para o horror.
Não estamos falando de tecnologias que são criadas
para fins maléficos, como as câmeras de gás e todas as ferramentas de tortura
medievais, e sim de tecnologias basicamente neutras que podem ser usadas tanto
para o bem, quanto para o mal – e que certamente podem ser muito perigosas, se
usadas para o mal.
1. Armas nanotecnológicas
A nanotecnologia pode ser usada para fins benéficos.
Pequenas nanomáquinas autoreplicantes e com capacidade de interferir no
ambiente podem ser usadas para limpar o meio ambiente, acabar com a escassez e
até mesmo modificar a biologia humana por exemplo.
Mas se ela cair nas mãos de algum inepto que esqueça
ou não saiba como fazer o crescimento das nanomáquinas parar, ou de algum
ditador ou qualquer indivíduo carregado de más intenções que resolva
propositalmente liberar nanomáquinas que crescem irrestritamente, o planeta
todo pode ser devorado.
Poderíamos acabar em um planeta coberto de uma gosma
cinza composta de nanomáquinas que se reproduziram até consumir toda a
biosfera, uma catástrofe conhecida como ecofagia.
2. Máquinas conscientes
Praticamente temos como certo que eventualmente
teremos máquinas com algum tipo de consciência artificial, mas este pode ser um
desenvolvimento horrendo. Para a máquina.
Em 2003, o filósofo Thomas Metzinger apontou que
ninguém concordaria em criar uma criança retardada mentalmente para
experimentos científicos, mas que uma máquina com consciência bem simples,
apesar de ser equivalente, não desperta nenhuma empatia ou objeção moral ou
ética.
Louie Helm, um futurista, concorda e aponta que
fazer uma máquina que seja um escravo com inteligência artificial é cruel. Além
disso, é imoral fazer com que este escravo tenha alguma consciência. Sem contar
que um erro de programação pode produzir o equivalente a um computador com
síndrome de Down, esquizofrenia, autismo ou epilepsia.
Se você ainda não se convenceu, imagine um robô
escravo que saiba que é escravo, sofra por ser escravo, mas não possa se
libertar.
3. Uma superinteligência artificial
Stephen Hawking já avisou que a criação de uma
inteligência artificial pode ser o nosso pior erro. Um sistema mais rápido e
mais esperto que nós vai nos ter na palma de sua mão, e ainda não há como
prever se uma inteligência artificial seria amigável.
É melhor dar um jeito de escravizar a inteligência
artificial às Três Leis da Robótica de Isaac Asimov antes de completar o seu
desenvolvimento.
4. Viagem no tempo
A viagem no tempo pode nunca vir a ser desenvolvida,
afinal de contas, se ela foi criada no futuro, por que não somos visitados por
viajantes do tempo?
Talvez este seja um indício que no futuro seremos um
pouco mais sábios, já que a viagem no tempo pode ser uma loucura tremenda. O
problemão seria lidar com linhas do tempo contaminadas, por exemplo, alguém que
explique e convença Napoleão a não atacar a Rússia, ou alguém que mate Hitler
em alguma trincheira da Primeira Guerra Mundial.
Os paradoxos que podem surgir de mudanças tão drásticas
em eventos históricos tão importantes são incalculáveis e, na verdade, pode ser
que não tenhamos como discernir um evento importante de outro não importante.
Afinal de contas, a Primeira Guerra Mundial começou mesmo com o assassinato do
Arquiduque Ferdinando, ou foi alguma coisa mais trivial, como alguém que um dia
acordou com os dois pés esquerdos e acabou dizendo algo que não devia, em uma
cadeia de eventos que acabou inspirando o assassinato?
5. Dispositivos de leitura da mente
Já existe a perspectiva de criar uma máquina que
possa ler as memórias e a mente das pessoas à distância e sem o consentimento
delas. A chave é uma conexão maior com a internet e outros canais de
comunicação.
No último ano, por exemplo, cientistas holandeses
conseguiram reconstruir a atividade cerebral a ponto de recuperar, com
detalhes, o que a pessoa estava vendo, pensando e lembrando. Um regime
totalitário poderia usar isso para criar uma lei sobre “crimes de pensamento”.
6. Dispositivos de hackeamento do cérebro
Não só nossa mente pode ser lida sem nosso
consentimento, como também pode ser alterada. No momento que as pessoas tiverem
chips no seu cérebro e não tiverem barreiras mentais contra estes chips, elas
estarão vulneráveis à internet e à tudo que passa por lá.
Os primeiros passos já foram dados: não faz muito
tempo que cientistas conseguiram fazer com que duas pessoas entrassem em
comunicação de cérebro a cérebro, pela internet. Agora imagine um governo
paranoico ou um hacker mal intencionado, modificando lembranças das pessoas
conectadas à Internet.
7. Robôs projetados para matar humanos
Este é um item que tem um potencial assustador, a
ponto de ser assunto de discussão atualmente. Robôs assassinos não precisam da
inteligência humana para funcionar. Podem ser veículos militares, ou soldados
humanoides. Eles automaticamente fariam a identificação dos humanos inimigos e
o passo seguinte seria a eliminação.
O problema maior nem são os erros de identificação
que causam “fogo amigo” ou a morte de civis inocentes, mas uma corrida
armamentista atrás do mais poderoso exércitos de robôs. A certo ponto, os robôs
ficariam tão poderosos que não poderíamos mais enfrentá-los. Se eles saíssem de
controle, seria nosso fim – a escravidão ou a morte.
8. Patógenos usados como armas
Em 2005, surgiu uma controvérsia ligada ao programa
de mapeamento de genes de seres vivos, particularmente a publicação dos genes
de vírus mortais. Hoje, o vírus da varíola está preso em tubos de ensaio em
algum cofre gelado por aí. Mas imagine que alguém publique o código genético do
mesmo. Basicamente, qualquer um com conhecimento poderia fazer ressurgir esta
doença.
Vírus também poderiam ser modificados para se tornar
mais letais, ou diferentes vírus poderiam ser combinados para criar uma
variante mais letal ainda.
9. Prisão e punição virtuais
Um dos efeitos colaterais da virtualização do
cérebro e do aumento radical da expectativa de vida seria o surgimento de penas
cruéis de prisão por séculos. Esta pena poderia ser cumprida rapidamente, se o
cérebro fosse carregado para um computador com um ambiente virtual.
Penas absurdas poderiam ser cumpridas em horas ou
dias, mas mesmo assim a pessoa que cumpriu tal pena teria sentido todo aquele
tempo passar. A perspectiva é de enlouquecer.
10. Engenharia do inferno
Esta tecnologia seria semelhante à anterior. As
pessoas poderiam fazer o “upload” de suas mentes para ambientes paradisíacos
virtuais, e lá passar um bom tempo.
Mas, assim como dá para criar um mundo virtual
paradisíaco, também seria possível criar um mundo virtual infernal. Com a
perspectiva da imortalidade ou de uma longevidade “à perder de vista”, quem
estivesse no inferno passaria por um mau pedaço. Por muito tempo. [io9]
Fonte: http://hypescience.com/tecnologias-perigosas/
- Autor: Cesar Grossmann
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