Muitos especialistas apontam o medo do câncer de
pele e o uso exagerado de protetores solares como a causa mais provável dos
baixos níveis de vitamina D na população.
Vitamina D
Pesquisadores espanhóis estimaram a duração da
exposição à radiação solar necessária para que uma pessoa consiga obter as
doses recomendadas de vitamina D.
Embora as medições tenham sido feitas para a
radiação solar na Espanha, o trabalho pode servir de base para que
pesquisadores de outros países efetuem mensurações similares nas latitudes de
seus países e para os tipos de pele mais comuns na população.
Enquanto na primavera e no verão são suficientes de
10 a 20 minutos ao Sol na Espanha, nos meses de inverno são necessárias quase
duas horas - portanto, afirma a equipe, é difícil para a grande maioria da
população conseguir a exposição solar ideal para manter a vitamina D em níveis
saudáveis.
Radiação UV para o bem
Tem havido uma preocupação crescente na comunidade
médico-científica com os baixos níveis de vitamina D na população, sobretudo
entre os mais jovens. Muitos apontam o medo do câncer de pele e o uso exagerado
de protetores solares como a causa mais provável. Além disso, recentemente se
descobriu que a vitamina D tem mais benefícios do que se imaginava.
Todos os anos, há uma multiplicidade de estudos
científicos sobre os benefícios do banho de Sol em doses moderadas,
intercalados por outros estudos que confirmam os riscos de tomar Sol
excessivamente.
Embora a radiação solar ultravioleta (UV) contribua
para o desenvolvimento de eritema solar, para o envelhecimento da pele e para o
câncer, ela também reduz a pressão arterial, sintetiza a vitamina D, energiza
as células do sistema imunológico e melhora o tratamento de várias doenças.
A deficiência de vitamina D está associada a um
maior risco de sofrer de várias doenças. Como é muito difícil obter essa
vitamina pelos alimentos, a sua síntese pela pele como resultado da exposição
ao Sol é sua principal fonte natural.
Evitar as queimaduras de pele
María Antonia Serrano e seus colegas estimaram o
tempo necessário para, sem se queimar, obter as doses recomendadas de vitamina
D na cidade de Valência, que recebe uma grande dose de radiação UV ao longo do
ano - a dose diária recomendada de vitamina D é de 1.000 UI (unidades
internacionais).
Primeiro, os pesquisadores se preocuparam com os
possíveis danos que o Sol possa causar à pele.
Os dados da irradiância solar ultravioleta foram
coletados em torno do meio-dia (entre 12:30 e 13:30) durante quatro meses do
ano (um em cada estação) de 2003 a 2010. É questionável o horário escolhido,
uma vez que é mundialmente reconhecido que este não é um horário recomendável
para se tomar Sol. Contudo, com estes números a equipe calculou o tempo
necessário para causar eritema - vermelhidão da pele causada por queimaduras.
Os dados mostram que, no verão, um indivíduo com
pele tipo III (menos clara e que se bronzeia, o tipo mais comum entre a
população da Espanha) não deve gastar mais do que 29 minutos ao Sol se desejar
evitar ficar queimado - o suficiente para que a pele descasque. No entanto, no
inverno, o mesmo indivíduo pode permanecer no Sol por 150 minutos, ou seja,
cinco vezes mais tempo.
É importante ressaltar que os dados não são
diretamente transponíveis para o Brasil, devido à grande diferença de latitude
- os tempos de exposição no Brasil deverão ser significativamente menores.
Contudo, é possível usar o estudo como uma referência para a diferença na
duração dos banhos de Sol entre as estações.
Obter a vitamina D necessária
O tempo de exposição mínimo para obter a dose diária
recomendada de vitamina D foi obtido da mesma maneira.
Verificou-se que, ao redor do meio-dia no inverno,
com 10% do corpo exposto ao Sol, são necessários cerca de 130 minutos para
obter a dose diária recomendada de vitamina D. Como este tempo é mais curto do
que o tempo necessário para causar eritema, não há risco de queimaduras
solares.
Em contraste, no verão, com 25% do corpo exposto ao
Sol, cerca de 10 minutos são suficientes para sintetizar a vitamina D
necessária. No outono e na primavera, o tempo é intermediário, cerca de 30
minutos.
"Estes cálculos foram feitos para o tipo III de
pele, mas os números mudariam para aqueles que têm uma tez mais clara ou mais
escura," alerta Serrano. "Também é essencial ter em mente que
consideramos a porcentagem habitual do corpo exposto para a estação. Se mais
pele estiver exposta, o tempo de exposição pode ser reduzido."
Os resultados foram publicados na revista Science of
the Total Environment.
Fonte: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=quanto-sol-se-deve-tomar-manter-saude&id=11969&nl=nlds
- Redação do Diário da Saúde - Imagem: Cortesia Georgetown University
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