segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Conheça 4 causas comuns da acne e como tratá-las


Entender por que as espinhas estão surgindo faz toda a diferença na hora de buscar os cuidados necessários.

Engana-se quem pensa que a acne ocorre só na adolescência. As espinhas podem surgir ao longo da vida e não existe apenas um único motivo responsável pelo seu aparecimento na pele. Por conta disso, para buscar um tratamento adequado e se livrar delas com efetividade, é essencial distinguir a razão pela qual estão sendo causadas.

Para esclarecer essa questão, entrevistamos a dermatologista Dra. Flávia Chehin, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), e listamos abaixo algumas das principais causas da acne e os cuidados necessários para cada uma delas.

Alteração hormonal
A acne hormonal ocorre por um desequilíbrio na produção dos hormônios e pode aparecer tanto durante a adolescência, como sendo uma das responsáveis pelas espinhas em mulheres adultas. Apesar de ambas serem decorrentes do mesmo motivo, as causas que levam à alteração hormonal são diferentes em cada estágio da vida.
Durante a adolescência, é a oscilação da progesterona e da testosterona que afeta a produção das glândulas sebáceas. Entre as mulheres mais velhas, as doenças hormonais (como a síndrome do ovário policístico, por exemplo) e alterações geradas pelo ciclo menstrual são alguns dos fatores que contribuem para o surgimento da acne.
Condições como o estresse e dietas com muito açúcar e carboidratos também podem piorar o aparecimento desse tipo de acne, pois influenciam na secreção de hormônios que controlam a produção das glândulas sebáceas. “O que também pode ocorrer com mulheres mais velhas é a reação exagerada do organismo para níveis normais de hormônio. Nesses casos, o corpo acaba criando uma hipersensibilidade à eles”, explica a dermatologista Dra. Flávia Chehin.
A acne hormonal tende a se manifestar de maneira mais dolorida e avermelhada que outros tipos e, para tratá-la, é necessário ter uma rotina de cuidados que conte com a higienização da pele duas vezes ao dia com um sabonete específico e o uso de cremes anti-inflamatórios ou antibacterianos sempre que recomendados pelo médico. Porém, apenas as soluções tópicas não são suficientes para controlarem as espinhas causadas pelas alterações hormonais. “A acne que ocorre na adolescência normalmente tem como indicação para o tratamento o uso de antibióticos. Já para a mulher adulta, as medicações que inibem os hormônios andrógenos e os anticoncepcionais podem ser algumas das alternativas”, explica a Dra. Flávia.

Cosméticos inapropriados
Cada vez mais comum, a acne cosmética aparece quando é feito o uso inadequado de produtos na face. Utilizar substâncias comedogênicas na pele oleosa, misturar diferentes ativos que nem sempre combinam entre si, receitas caseiras com ingredientes que não são indicados para a aplicação no rosto, usar cosméticos fora da validade e não tirar a maquiagem antes de dormir são algumas das principais causas do surgimento de espinhas.
Em geral, esse tipo de acne ocorre em pessoas que possuem a pele oleosa e pode levar algumas semanas para se manifestar. O indicado para quem sofre com a oleosidade é sempre preferir produtos de textura mais leves, como séruns e água micelar, e não-comedogênicos, ou seja, que não entopem os poros.
“Na hora de tratar a acne cosmética, o primeiro passo é entender qual ou quais produtos são os responsáveis por gerar as inflamações e suspendê-los imediatamente. Muitas vezes, apenas a rotina de cuidados com o uso de cosméticos específicos para a pele acneica já é suficiente para eliminar esse tipo de espinha. Porém, caso elas continuem mesmo após a suspensão do que causou as elevações, é necessário procurar um dermatologista para um tratamento mais assertivo”, explica a médica.

Fator genético
Algumas pessoas podem herdar geneticamente a predisposição à acne. Isso porque, características como o tamanho e a quantidade de glândulas sebáceas presentes na pele, além de sua velocidade em secretar o sebo, são passadas dos pais para os filhos.
Nesse caso, as espinhas podem ocorrer em diferentes fases da vida e aparecem por todo o rosto e em áreas do corpo como costas, pescoço e colo. O tratamento é mais complicado que outros tipos de acne e pode precisar de remédios orais, como a isotretinoína ou antibióticos, além de medicações tópicas.

Alimentação alérgica
“Um outro tipo de acne que pode surgir é a erupção acneiforme, que é uma espécie de alergia que acomete o rosto, colo e costas e ocorre após o consumo de alguns aminoácidos e vitaminas, principalmente a B12. Muitas pessoas que começam a tomar suplemento esportivo, por exemplo, desenvolvem essa reação alérgica”, explica a Dra. Flavia Chehin.
O excesso dessas substâncias altera o metabolismo de uma bactéria presente na pele e que se alimenta da secreção produzida pelas glândulas sebáceas, a Propionibacterium acnes, causando uma resposta inflamatória que leva ao aparecimento das espinhas. O indicado para esse tipo de acne é modificar a dieta para eliminar a quantidade exagerada dos nutrientes que estão gerando as inflamações e aplicar cuidados tópicos à pele.

Além das causas, o que pode agravar a acne?

Como falamos acima, algumas condições e até alimentos podem piorar a pele acneica e ficar de olho neles também ajuda na hora do tratamento.

Dieta inadequada
Uma alimentação com grandes quantidades de açúcar branco e carboidratos simples aumenta as substâncias inflamatórias na pele, que podem levar à produção em excesso de sebo e ao aparecimento de espinhas.

Muito sol
Algumas pessoas acreditam que o sol ajuda a secar as espinhas, porém, a ação dele sobre a pele acneica é o contrário disso, e os raios solares em excesso podem até causar o efeito rebote e elevar a oleosidade do rosto. Isso acontece, porque o corpo entende que a pele está sendo lesionada e faz com que as glândulas sebáceas produzam mais sebo para protegê-la.

Estresse
Os dias agitados e cheios de cobrança também podem ser um agravante para a acne. O estado de estresse constante causa um desbalanço hormonal e aumenta a secreção do cortisol, hormônio que influencia na produção excessiva de sebo pela pele.


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