As causas da condição também vão além da genética, aponta estudo brasileiro
Já é sabido que a obesidade é uma condição
multifatorial – isto é, que possui mais de uma causa envolvida. Pensando nisso,
um estudo brasileiro publicado no começo do ano na revista Nature Metabolism
resolveu investigar os principais determinantes da epidemia na América Latina,
e descobriu influências que vão além da genética, do sedentarismo e da
alimentação inadequada.
Segundo os cientistas, existem oito fatores
determinantes para a obesidade nos países analisados:
Ambiente físico;
Exposição alimentar;
Interesse econômico e político;
Desigualdade social;
Acesso limitado ao conhecimento científico;
Cultura;
Comportamento contextual;
Genética.
No artigo, uma revisão de trabalhos anteriores, os
autores reiteram a necessidade de intervenções focadas nas especificidades das
regiões em questão, além de proporem uma força-tarefa com iniciativas focadas
em compreender a doença e impedir o seu crescimento.
Consequências da obesidade para a saúde
Redução da fertilidade
De acordo com o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em
reprodução humana e diretor clínico da Clínica Mater Prime, estudos apontam que
mulheres com sobrepeso têm cerca de 25% menos chances de engravidar e aquelas
com obesidade apresentam queda na taxa mensal de até 50% em comparação às
mulheres com a mesma idade e peso normal.
“O peso inadequado interfere na produção dos hormônios
sexuais femininos, especialmente o estrogênio, o que, consequentemente,
atrapalha o processo de ovulação ”, destaca.
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Além disso, nas mulheres, ainda existe o risco de
desenvolver diabetes gestacional, o que pode causar sérios problemas de saúde
na criança.
Já em relação aos homens, o médico ressalta que os
impactos podem ser ainda maiores, levando à uma diminuição de até 60% na
fertilidade. “O excesso de gordura corporal prejudica a produção de
testosterona, o que, além de reduzir o apetite sexual e causar dificuldades de
ereção, também interfere na qualidade e quantidade de esperma. No geral, quanto
maior o sobrepeso, menor é a qualidade, concentração e mobilidade do esperma”,
conta ele.
Danos às articulações
“O sobrepeso causa uma sobrecarga das articulações,
provocando um ‘trauma’ repetitivo excessivo da cartilagem, o que,
consequentemente, gera a sua degeneração”, detalha o Dr. Marcos Cortelazo,
ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva, membro da
Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).
Os danos são ainda piores quando a obesidade está
associada ao sedentarismo. “Os pacientes sedentários apresentam uma diminuição
da massa muscular, levando a perda de proteção das articulações. É importante
lembrar que as articulações foram feitas para serem movimentadas, logo, se
ficam paradas por muito tempo, sofrem um processo de atrofia e rigidez que
causa dor”, completa.
Aumento do risco de doenças metabólicas
A obesidade pode aumentar o risco de desenvolvimento
de diabetes tipo 2 , visto que o abuso de açúcar e carboidratos , além de
favorecer o ganho de peso, faz com que o nosso corpo se torne resistente à
insulina.
A doença hepática gordurosa não alcoólica é outra
condição comumente observada em pessoas obesas, de acordo com a Dra. Marcella
Garcez. “Ela é caracterizada pelo acúmulo de gordura nas células do fígado, o
que, se não tratado, pode colaborar para o surgimento de doenças cardiovasculares
e esteatoepatite , além de levar à fibrose e à cirrose hepática ”, fala a
médica nutróloga.
“Pessoas obesas também possuem maiores chances de
desenvolver câncer, já que o acúmulo de gordura estimula a produção de
hormônios envolvidos no desenvolvimento de células cancerígenas “, acrescenta.
Mau funcionamento dos rins
“Quando o corpo fica maior devido ao acúmulo de
gordura, os rins filtram em ritmo acelerado – o que chamamos de hiperfiltração
– que, a longo prazo, desencadeia a doença renal crônica , com um risco
estimado de duas até sete vezes maior do que em indivíduos sem obesidade”,
alerta a Dra. Caroline Reigada , médica nefrologista, especialista em Medicina
Interna pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e em Nefrologia
pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo
Predisposição a doenças cardiovasculares e
circulatórias
A obesidade faz parte dos fatores de risco para o
aumento do colesterol, da pressão arterial e da ocorrência de doenças
cardiovasculares e circulatórias .
“A gordura está relacionada com o depósito de placas
de colesterol nas artérias coronárias que irrigam o coração, favorecendo a má
circulação do sangue. Além disso, as veias são afetadas pela grande quantidade
de sódio acumulado no organismo de quem está com sobrepeso, o que causa
retenção de líquidos e dificulta ainda mais a circulação”, enfatiza a cirurgiã
vascular Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e
Cirurgia Vascular.
Por dificultar o retorno venoso, essa gordura
prejudica a saúde das pernas, favorecendo o surgimento de varizes. “Com o
retorno venoso prejudicado, o sangue que deveria voltar ao coração fica
acumulado nas pernas, aumentando a pressão sanguínea dentro das veias e favorecendo
a sua dilatação”, diz a cirurgiã vascular.
Vale lembrar que, se não tratadas adequadamente, as
varizes podem provocar complicações relacionadas ao bombeamento inadequado de
sangue, por exemplo, a trombose.
Fonte: https://saude.ig.com.br/parceiros/boa-forma/2024-09-20/os-8-fatores-que-influenciam-a-obesidade-alem-da-alimentacao-e-sedentarismo.html
- Por Boa Forma - Amanda Panteri
Por meio de Jesus, portanto, ofereçamos continuamente
a Deus um sacrifício de louvor, que é fruto de lábios que confessam o seu nome.
Hebreus 13:15
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