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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Adolescentes que dormem tarde têm notas mais baixas

Parece que pais do mundo todo estão realmente certos ao mandar seus filhos irem para a cama cedo. Um novo estudo publicado no Journal of Adolescent Health mostrou que adolescentes que vão dormir tarde durante o ano letivo e que vão para a escola cedo têm um desempenho acadêmico inferior e estão em risco de sofrimento emocional mais tarde. Este resultado fornece uma evidência adicional para um crescente corpo de pesquisa que sustenta um movimento para atrasar o horário de início das aulas para adolescentes.

“Ir para a cama depois das 23h30, particularmente em adolescentes mais jovens, previu piores médias de pontos cumulativos (conhecidos pela sigla GPA e usados para colocações de universidades e empregos nos EUA) à altura da formatura do ensino médio e mais problemas emocionais nos anos de faculdade e depois disso”, afirmou a principal autora do estudo, Lauren D. Asarnow, mestre e estudante de doutorado no departamento de psicologia da Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA).

A pesquisa reuniu dados sobre o sono e o número de horas dormidas de 2.700 adolescentes de 13 a 18 anos participando do Estudo Nacional Longitudinal da Saúde do Adolescente em dois grupos: um em 1995, e o segundo em 1996. Entre 2001 e 2002, conforme os entrevistados envelheceram, foram coletados dados sobre o desempenho acadêmico e autorrelatos da saúde emocional para a comparação longitudinal. O objetivo geral do estudo foi examinar a relação entre os padrões de adolescentes do ensino médio em uma amostra nacionalmente representativa de sono/padrões circadianos (relativos ao relógio biológico), seu desempenho acadêmico em geral na escola e as taxas de sofrimento emocional relatados após a formatura.

Para ambos os grupos do ensino médio, 23% dos participantes relataram ir para a cama às 23h15 ou mais tarde. No momento em que esses adolescentes chegaram à idade da graduação e de ir para a faculdade, apresentaram menor GPA cumulativo e maior sofrimento emocional entre 18 e 26 anos.

Os cientistas ainda observaram pesquisas anteriores e descobriram que os adolescentes que preferem realizar atividades e ir para cama tarde da noite – um padrão de comportamento muitas vezes chamado de preferência circadiana pela noite – foram testados durante a manhã e tiveram um pior desempenho em tarefas cognitivas.

Lauren alertou os pais a ajudar os jovens a ir para a cama mais cedo, e acrescentou que o comportamento do sono de um adolescente é altamente modificável quando ele recebe o apoio adequado. No entanto, acrescentou que a mudança da hora de dormir de um adolescente de tarde para cedo pode ser difícil, em parte porque de 30% a 40% dos adolescentes têm o hábito de dormir tarde devido à uma base biológica ligada ao aparecimento e a evolução da puberdade. Além disso, a pressão acadêmica, os hábitos ligados ao uso da tecnologia e o horário de dormir dos amigos também influenciam a escolha de um adolescente para ficar acordado ou ir para a cama. [Science Daily]

sábado, 21 de setembro de 2013

Crianças e adolescentes podem consumir energéticos?

Muitos energéticos têm sabor e aspecto de refrigerante, mas os níveis de cafeína são muito mais altos. A cafeína é um estimulante que, em excesso, pode levar a convulsões, batimentos cardíacos irregulares e, em casos extremos, a morte. Um relatório feito nos Estados Unidos pela associação Drug Abuse Warning Network mostrou que, em 2011, 20.783 pessoas foram parar no hospital por causa de bebidas estimulantes.

Embora fabricantes dos energéticos afirmem que os produtos são seguros, muitos especialistas estão alertando os pais sobre os riscos do consumo por crianças e adolescentes. Nos Estados Unidos, refrigerantes não podem ter mais de 71 miligramas de cafeína a cada 354 ml da bebida. A Coca-Cola normal, por exemplo, tem 30 a 35 miligramas da substância nessa porção, enquanto um café do McDonalds com 473 ml tem 100 miligramas de cafeína.

Se bebidas forem vendidas como suplementos alimentares dietéticos, alguns órgãos de saúde não controlam a quantidade de cafeína. Para exemplificar a situação, o energético Monster’s Worx Energy tem 200 mg de cafeína em apenas 59 ml da bebida, e o Rockstar Energy tem 214 mg em 473 ml.

Até o momento, não existem pesquisas que mostrem se os energéticos produzem efeitos colaterais no sistema neurológico e cardiovascular em desenvolvimento. Mas já é comprovado que as bebidas podem elevar a frequência cardíaca e a pressão arterial, causar distúrbios de ansiedade e gastrointestinais e insônia. [MedicalXpress]

domingo, 12 de fevereiro de 2012

As revelações sobre o cérebro adolescente


Novas pesquisas decifram as transformações cerebrais que acontecem na adolescência, explicam comportamentos típicos e sugerem como lidar com eles.

O que faz uma garota de 14 anos passar o dia inteiro emudecida, trancada no quarto? Ou ir do riso à fúria em menos de um segundo? Pode ser realmente difícil entender a cabeça de um adolescente. Para ajudar nesta tarefa, a ciência está empreendendo um esforço fantástico. Nos Estados Unidos, ele está sendo capitaneado pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos (NIMH). O órgão – um dos mais respeitados do mundo – está patrocinando uma linha de estudos focada na busca de informações para compreender o que está por trás das oscilações de humor e comportamentos de risco que marcam a adolescência. E as informações trazidas pelos estudos realizados até agora estão construindo uma nova visão da metamorfose sofrida pelos jovens. “O cérebro do adolescente não é um rascunho de um cérebro adulto. Ele foi primorosamente forjado por nossa história evolutiva para ter características diferenciadas do cérebro de crianças e de adultos”, disse à ISTOÉ o neurocientista americano Jay Giedd, pesquisador do NIMH e um pioneiro na investigação do cérebro adolescente.

Giedd e seus colegas estão redefinindo os conceitos da medicina sobre essa fase da vida. Para eles, os tropeços da adolescência são sinais de que o cérebro jovem está procurando se adaptar ao ambiente. Nos primeiros 13 anos de pesquisa, os cientistas estudaram mudanças cerebrais ocorridas do nascimento até a velhice, na saúde e na doença. Descobriram que a adolescência é marcada por um aumento das conexões entre diferentes partes do cérebro. É um processo de integração que continuará por toda a vida, melhorando o trabalho conjunto entre as partes.

As pesquisas revelaram ainda que, nessa etapa, dá-se o fortalecimento e amadurecimento de algumas redes de neurônios (as células nervosas que trocam informações entre si) e o abandono de outras, menos usadas. Os estudos mostraram também que a onda de maturidade se inicia nas partes mais profundas e antigas, próximas do tronco cerebral, como os centros da linguagem, e naquelas ligadas ao processamento de emoções como o medo. Depois, essa onda vai subindo rumo às áreas mais recentes do cérebro, ligadas ao pensamento complexo e à tomada de decisões. Entre elas estão o córtex pré-frontal, o sulco temporal superior e o córtex parietal superior, envolvidos na integração de informações enviadas por outras estruturas do órgão. Essa evolução explica, em parte, por que nesse período da vida a impulsividade e os sentimentos mais viscerais são manifestados com tanta facilidade, sem passar pelo filtro da razão.

Na tentativa de elucidar por que os jovens atravessam o período de crescimento como se estivessem em uma montanha-russa, um dos aspectos mais estudados é a tendência de se expor a riscos. No começo da empreitada científica para decifrar os segredos do cérebro adolescente, acreditava-se que a falta de noção do perigo iminente estivesse associada à falta de amadurecimento do córtex pré-frontal, área ligada à avaliação dos riscos que só atinge o desenvolvimento pleno por volta dos 20 anos. O avanço das pesquisas, porém, está demonstrando que por volta dos 15 anos os jovens conseguem perceber o risco da mesma forma e com a mesma precisão que um adulto.

Se sabem o que está acon¬tecendo, por que os jovens se colocam em situações ameaçadoras? Embora as habilidades básicas necessárias para perceber os riscos estejam ativas, a capacidade de regular o comportamento de forma consistente com essas percepções não está totalmente madura. “Na adolescência, os indivíduos dão mais atenção para as recompensas em potencial vindas de uma escolha arriscada do que para os custos dessa decisão”, disse à ISTOÉ Laurence Steinberg, professor de psicologia da Universidade Temple, especializado em desenvolvimento adolescente e autor de “Os Dez Princípios Básicos para Educar seus Filhos”. Steinberg é um dos mais destacados estudiosos da adolescência na atualidade.

A afirmação do pesquisador está sustentada em exames de imagem que assinalam, no cérebro adolescente, uma intensa atividade em áreas ligadas à recompensa. Por recompensa, entenda-se a sensação prazerosa que invade o corpo e a mente após uma vitória, como ganhar no jogo ou ser reconhecido como o melhor pelo grupo. Esse processo coincide com alterações das quantidades de dopamina, um neurotransmissor (substância que faz a troca de mensagens entre os neurônios) muito importante na experiência do prazer ou recompensa. “Isso parece afetar o processo de antecipação do prêmio, de tal forma que os adolescentes se sentem mais animados do que os adultos quando percebem a possibilidade do ganho”, diz o psicólogo americano.

Ele também foi buscar na teoria da evolução a justificativa para o mecanismo cerebral que premia os jovens com sensações agradáveis por se arriscarem. “No passado, levavam vantagem sobre outros da espécie aqueles que se deslocavam e assumiam riscos em busca de um lugar com mais alimento”, pontua. “A busca por novidade e fortes emoções representaria, à luz da teoria da evolução, um sinal da capacidade de adaptação dos seres humanos a novos ambientes.” Nosso cérebro teria aprendido esse caminho e estaria reproduzindo-o até hoje. Descobertas ainda mais recentes mostram que a recompensa mexe profundamente com o cérebro. “Todas as áreas do cérebro são afetadas quando uma atitude é recompensada ou penalizada socialmente”, disse à ISTOÉ Timothy Vickery, um dos autores de um trabalho recente publicado na revista “Neuron”.

Paralelamente à configuração cerebral, existem as contribuições do mundo contemporâneo para a tendência ao prazer imediato. “Talvez as dificuldades da vida futura e do mercado de trabalho, por exemplo, levem o jovem a uma situação de viver o prazer imediato. Daí a busca pela bebida, pela droga, pelo sexo e tudo o mais no sentido de se aproveitar a vida”, diz o hebiatra (médico especializado em adolescentes) Paulo César Pinho Ribeiro, da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. De fato, por volta dos 15 anos, dá-se o pico da busca por emoções fortes. A psiquiatra Ana Cecília Marques, presidente da Associação Brasileira do Estudo de Álcool e Drogas, defende uma ação firme nesse momento. “Os pais devem assumir o seu papel e não deixar que os jovens fumem ou bebam”, diz.

O caminho para enfrentar essa questão é o diálogo. No Colégio Peretz, em São Paulo, a estratégia de conversar longamente sobre os riscos do consumo de álcool e drogas existe há dez anos. “A proposta é acompanhar os jovens e esclarecer as dúvidas que surgem durante esse período”, diz Evelina Holender, coordenadora do projeto.

A busca de emoções e o desejo de ser aceito e admirado pelos outros – duas características do adolescente – podem se converter numa mistura explosiva. O psicólogo Steinberg demonstrou claramente esse mecanismo com o auxílio de um jogo de videogame cuja proposta era dirigir um carro pela cidade no menor tempo possível. No percurso, os sinais mudavam de verde para amarelo quando o carrinho se aproximava. Se o competidor cruzasse o sinal antes de ele ficar vermelho, ganhava pontos. Se ficasse no meio da pista ou na faixa, perdiam-se muitos pontos. Ao disputarem os jogos a sós em uma sala, os jovens assumiram riscos na mesma proporção que os adultos. Mas com a presença de um ou mais amigos no ambiente houve mudança nos resultados. “Nessa circunstância, os adolescentes correram o dobro dos riscos dos adultos”, observou o pesquisador.

O papel do grupo na adolescência também está sendo examinado. “Por volta dos 15 anos, registra-se o pico de atividade dos neurônios-espelho, células ativadas pela observação do comportamento de outras pessoas e que levam à sua repetição”, diz o neurologista Erasmo Barbante Casella, do Hospital Albert Einstein e do Instituto da Criança da Universidade de São Paulo. Esse é um dos motivos pelos quais os jovens adotam gestos e roupas similares. Além disso, há a grande necessidade de ser aceito pelos amigos e o peso terrível da rejeição. “É uma fase na qual a identidade não está absolutamente constituída, e o grupo acaba sendo o meio para experimentar e também uma lente pela qual o adolescente lê o mundo”, diz a psicóloga Joana Novaes, da PUC-Rio de Janeiro. Estudos apontam que há também uma grande quantidade de oxitocina, hormônio relacionado às ligações sociais e formação de vínculos, circulando no organismo, o que favoreceria a tendência de andar em turma.

Afora o prazer de correr perigo e dos altos e baixos humorais, a adolescência pode ser vista como uma fase de altíssima resiliência, que é a capacidade de se adaptar e sobreviver às dificuldades. Mas há desvantagens. O lado complicado é que o adolescente que passa por tantas transformações está mais vulnerável ao aparecimento de alterações como depressão, ansiedade e transtornos alimentares como a anorexia e a bulimia. Na semana passada, um estudo do NIMH feito com 10 mil jovens com idades entre 13 e 18 anos revelou que 12% apresentavam sintomas de fobia social, um transtorno de ansiedade que afasta os jovens do convívio. No estudo, 5% dos jovens confundiam os sintomas da alteração com timidez.

Ainda não se sabe qual é o impacto do grande volume de novas informações na conduta prática adotada por pais e profissionais ligados aos jovens, como professores e psicólogos. Mas já existem algumas mudanças em curso. Com base em algumas das descobertas, no Hospital Israelita Albert Einstein e no Instituto da Criança, por exemplo, Casella procura orientar os pais a prestar mais atenção às companhias dos filhos. “Existe realmente uma tendência a copiar comportamentos. E os pais precisam interferir nisso”, diz o especialista.

É sabido também que o universo de possibilidades do cérebro adolescente será mais amplo se a criança tiver recebido suporte emocional e familiar, boa alimentação e acesso à educação. “Como na construção de uma casa, o resultado é melhor quando se tem bons alicerces. Por isso é importante estar atento ao desenvolvimento infantil”, disse à ISTOÉ o pediatra Jack Scho¬noff, diretor do Centro de Desenvolvimento Infantil da Universidade de Harvard (EUA). Quem passou por carências também tem uma espécie de segunda chance para acertar o passo do desenvolvimento na adolescência, embora com limitações. “Não é possível voltar atrás, mas dar os estímulos adequados ao adolescente irá ajudá-lo a chegar mais perto do seu potencial máximo”, disse Schonoff. Na semana passada, o especialista veio ao Brasil para lançar uma parceria com a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, envolvida em iniciativas para o desenvolvimento integral da criança.

Por mais que as crises se sucedam, se uma boa comunicação tiver sido cultivada ano após ano, haverá maior proximidade entre pais e filhos. “A crise é um sinal de saúde. O adolescente deve contestar e confrontar os pais, porque isso faz parte da reformulação pela qual ele está passando”, diz a psicanalista da infância Ana Maria Brayner Iencarelli, do Rio de Janeiro. Outra opção que se tem mostrado eficiente para auxiliar os adolescentes a atravessar esse período da vida são cursos que orientam sobre como criar coletivamente, planejar um evento, montar um show ou criar um blog, por exemplo. Não é por acaso que iniciativas estão se popularizando mundialmente. Pesquisas da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, referendam essa diretriz. “Adolescentes engajados em atividades que exigem criatividade aprendem a planejar e lidar com situações inesperadas”, diz Reed Larson, professor do departamento de Desenvolvimento Humano e Comunitário da universidade americana.

ISTO É - INDEPENDENTE
Por Mônica Tarantino, Monique Oliveira e Luciani Gomes

Fonte: http://www.educacaofisica.com.br/index.php/escola/canais-escola/crescimento-desenvolvimento/20066-as-revelacoes-sobre-o-cerebro-adolescente

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Álcool aumenta riscos de doenças da mama em meninas adolescentes


O consumo de álcool pode ser especialmente maléfico para meninas adolescentes com histórico familiar de doenças benignas da mama. A ingestão de bebidas alcoólicas pode aumentar as chances de que essas meninas desenvolvam alguma dessas condições durante a juventude.

As doenças benignas da mama podem causar lesões inflamatórias e dores nos seios. Esse tipo de condição é um fator de risco para o desenvolvimento de câncer de mama. De acordo com um estudo desenvolvido na Washington University (EUA), meninas cujas mães ou tias tiveram câncer de mama correm duas vezes mais riscos de desenvolverem esses problemas.

“A pergunta mais normal que nós escutamos de mulheres com histórico familiar de doença de mama é ‘Como nós podemos prevenir o câncer de mama em nossas filhas? ’”, afirma o pesquisador Dr. Graham A. Colditz. “Isso aponta uma estratégia de risco mais baixo – ou de evitar o aumento do risco – através da limitação de ingestão de álcool”.

Fonte: Blog de Boa Saúde – por Ana Cláudia Xavier

domingo, 16 de outubro de 2011

Adolescentes que praticam esportes ficam longe do cigarro


Esportes afastam cigarro

A prática de esportes e o consumo de cigarro estão diretamente relacionados, de acordo uma pesquisa feita por cientistas espanhóis.

Este estudo comprova que os adolescentes que praticam um esporte geralmente não fumam (8 em cada 10), e mais de 40% dos adolescentes entre 13 e 18 anos não praticam qualquer atividade física.

Fumo e atividade física

O artigo, publicado no jornal Nutrición e Hospitalaria, analisou a relação entre o fumo e os esportes em uma amostra de cerca de 3.000 estudantes de Granada, Madri, Murcia, Santander e Zaragoza, que responderam questionários sobre seus hábitos nos dois assuntos.

Os resultados mostram que 59,2% dos adolescentes são fisicamente ativos, embora haja diferenças significativas entre os sexos (71,1% dos meninos contra 46,7% das meninas). Esses percentuais coincidem com outros estudos similares feitos nos Estados Unidos, embora os resultados estejam abaixo dos verificados na França, onde 75% dos homens praticam um esporte, contra 58% das mulheres.

Garotas fumam mais

No tocante ao fumo, a pesquisa revelou que 15% dos adolescentes são fumantes regulares, com as mulheres fumando um pouco mais do que os homens. Há uma clara correlação entre a prática de atividades físicas e o consumo do tabaco - 80,9% dos voluntários fisicamente ativos afirmam que não fumam, contra 71,4% dos não-ativos.

Na opinião dos cientistas, esses resultados mostram a importância da adoção de medidas para promover a prática de esportes e erradicar o consumo de tabaco, já que está comprovado o quanto a atividade física, a alimentação e o consumo de álcool e fumo estão relacionados com a obesidade, diabetes, doenças coronárias, osteoporose e câncer.

Como parecer mais velho

Enquanto o nível de prática de atividades físicas nos adolescentes decresce à medida que eles ficam mais velhos, o consumo de tabaco aumenta, o que revela a importância da adoção de estratégias de intervenção nas duas condutas.

O trabalho também analisou as atitudes e motivações que encorajam o fumo entre os jovens, que incluem o uso da substância tóxica como um mecanismo para controlar o peso, um método para acalmar, uma curiosidade e parecer mais velho, entre outros.

Fonte: Diário da Saúde – por Pablo Tercedor Sánchez

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Adolescentes que dormem mal têm maior risco de pressão alta


Pouco sono ou sono ruim

Adolescentes que não dormem bem, ou não dormem o tempo suficiente, apresentam um maior risco de ter pressão arterial elevada.

E essa elevação da pressão arterial pode levar a doenças cardiovasculares mais tarde na vida, afirmam pesquisadores da Universidade Case Western, nos Estados Unidos.

Os pesquisadores descobriram que as chances de ter pressão alta aumenta 3,5 vezes para aqueles com baixa eficiência do sono e 2,5 vezes para aqueles com períodos de sono inferiores a 6,5 horas, mesmo após o ajuste para sexo, índice de massa corporal e nível socioeconômico.

O tempo de sono diário recomendado para um adolescente é de nove horas.

Sono e pressão alta

Os adolescentes com baixa eficiência do sono - aqueles que têm dificuldade para dormir durante a noite ou que acordam muito cedo - têm uma média de 4 milímetros de mercúrio da pressão arterial (mm Hg) sistólica maior em comparação com adolescentes com maior eficiência do sono.

"Nosso estudo destaca a alta taxa de má qualidade do sono e de sono inadequado na adolescência, juntamente com o risco de desenvolver pressão alta e outros problemas de saúde," disse Susan Redline, coordenadora do estudo.

"Também descobrimos que a baixa eficiência do sono pode ser mais consistentemente associada com a pré-hipertensão do que um período mais curto de sono," informou ela.

Os pesquisadores descobriram que 14% dos adolescentes têm pré-hipertensão ou hipertensão com pressão arterial no percentil 90 para a sua altura, idade e sexo - nos 10% piores.

Invasão tecnológica no quarto

Vinte e seis por cento dos participantes tinham baixa eficiência do sono e 11 por cento tiveram uma duração do sono muito curta, de menos de 6,5 horas.

Os participantes com menos de 85% de eficiência do sono em laboratório apresentaram quase três vezes mais chances de terem também pressão arterial elevada.

"Estas associações podem ter um grande impacto na saúde pública," disse Redline. "Parte do problema é a invasão tecnológica do quarto com computadores, telefones celulares e tocadores de música," afirma Redline.

"Há adolescentes que passam mensagens de texto ou ouvem música a noite toda, além de acordarem cedo para a escola. Os adolescentes precisam de nove horas de sono por dia.

"Os pais devem otimizar a qualidade do sono de sua família com sono regular e hora de acordar, e os quartos devem ser mantidos silenciosos, escuros e propícios ao sono."

Fonte: Diário da Saúde

domingo, 4 de setembro de 2011

Adolescentes: reforce o positivo para eliminar o negativo


Viés cognitivo

Ensinar os adolescentes a encarar as situações sociais de forma positiva pode ajudar e evitar problemas na vida adulta, sobretudo os relativos à ansiedade.

Pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, descobriram que a forma de encarar uma situação aparentemente neutra altera o que os adolescentes pensam sobre essa situação.

Desta forma, os pais e professores podem educar esses jovens a encararem aspectos mais positivos do que negativos dessas situações, o que os ajudará futuramente.

Essa abordagem é chamada de viés cognitivo para a interpretação de situações.

Como pensar positivo

Os pesquisadores demonstraram em estudos de laboratório que é possível induzir estilos positivos e negativos de pensar - as pesquisas foram feitas em adolescentes saudáveis sem registro de problemas de ansiedade.

"Acredita-se que algumas pessoas tendem a fazer interpretações negativas de situações ambíguas," explica a Dra. Jennifer Lau.

Pessoas com ansiedade tendem a seguir esse padrão de interpretação.

"Acredita-se que esses pensamentos negativos impulsionem e mantenham seus sentimentos de mau humor e ansiedade. Se você mudar o estilo de pensamento, talvez você possa mudar o humor dos adolescentes ansiosos," afirma.

Ansiedade entre adolescentes

Os adolescentes parecem ter um período de vulnerabilidade, quando surgem os primeiros sinais tanto de depressão quanto de ansiedade, o que tem exigido novos tratamentos.

As terapias comportamentais cognitivas, por exemplo, não funcionam para todos e não estão disponíveis em muitos lugares.

Estimativas sobre a prevalência de ansiedade entre os adolescentes variam entre 10 e 15%.
A adolescência é um período no qual as mudanças biológicas coincidem com o desenvolvimento de áreas do cérebro envolvidas no controle emocional e com grande alterações sociais, como mudança de escola e grupos de amizade, e os primeiros interesses românticos.

Apesar disso, a ansiedade e a depressão entre adolescentes tem-se mantido um tema bastante negligenciado, em comparação com estudos envolvendo adultos.

"É claro que é normal que os adolescentes se preocupem com os exames, com os amigos, com a aceitação social e com o futuro em geral," diz a Dr. Lau. "Mas a ansiedade pode tornar-se um problema quando se torna persistente ou é desproporcional à situação."

Agora os cientistas querem descobrir se é também possível mudar interpretações negativas que já foram incorporadas pelos jovens.

Fonte: Diário da Saúde

terça-feira, 24 de maio de 2011

Guia de saúde para adolescentes


Diversão, estudo, esportes e... muitos problemas. A vida nessa idade é mais difícil do que parece, e nada melhor do que um passo a passo para ajudar esses jovens numa fase cheia de dúvidas e acontecimentos

Eles precisam estudar muito, mas também necessitam de momentos de lazer e distração. A alimentação não fica de fora, e, ainda que os jovens, entre 12 e 18 anos, sejam loucos por hambúrgueres, os legumes e as frutas devem fazer parte da dieta. Autoestima e busca pelo corpo ideal também são parte dessa etapa em que acontece a formação da identidade. Sendo assim, a VivaSaúde elaborou um guia para que você entenda as principais doenças que atingem os adolescentes, além de descobrir as atividades físicas e o cardápio mais indicados.

As doenças mais comuns
Dor de cabeça, cólica forte, tendinite, bulimia, doenças sexualmente transmissíveis (DST) e gastrite. As dúvidas assolam pais e filhos, e é muito importante saber qual médico consultar em cada situação. Essas ameaças à saúde são frequentemente ignoradas por uma juventude que nem sempre dá a devida importância aos temas relacionados ao corpo e mente. Por isso, muitas vezes, cabe aos progenitores um auxílio redobrado.

Na hora de buscar acompanhamento, o pediatra é preparado para atender crianças e adolescentes. Porém, atualmente, o hebiatra e o endocrinologista pediátrico têm sido mais procurados. No caso das garotas, é comum o surgimento de problemas ginecológicos, como alterações no ciclo menstrual, corrimento ou dores na região pélvica. Além de uma possível gravidez indesejada e os transtornos alimentares. "Independentemente da especialidade, o médico deve ser sensível aos problemas que os jovens enfrentam e estar livre de preconceitos", diz Rita de Cássia Soares, da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Já os garotos apresentam mais problemas relacionados a doenças sexualmente transmissíveis ou uso de drogas. Ambos, entretanto, estão expostos a problemas psiquiátricos. "De maneira geral, os distúrbios mais comuns são os transtornos ansiosos e os depressivos. O transtorno de conduta e os relacionados ao uso de álcool ou entorpecentes ocorrem mais em meninos, enquanto que os alimentares são mais comuns entre as meninas", explica Andreas Stravogiannis, psiquiatra, especialista em infância e adolescência do Hospital 9 de Julho (SP).

Algumas características comuns na juventude, como a irresponsabilidade, a procura da identidade, a rebeldia e a insegurança psicológica são parte desse período crítico do desenvolvimento, tanto fisiológico quanto psicológico. É crucial, então, que aconteça um acompanhamento familiar paralelamente ao profissional. A presença e a compressão dos pais serão decisivas para a formação do caráter do adolescente.

Por dentro da cabeça deles
Para os pais, eles sempre serão os mais bonitos, especiais, os mais inteligentes. Esse excesso de autoestima e adoração pode ser bom durante a infância, quando o mimo faz parte da criação. Mais tarde, no entanto, os filhos se deparam com o mundo e com a competição. Eles nem sempre são os mais belos ou espertos. Problemas de aceitação e confiança passam a ser comuns e chega a hora de se conhecer melhor!
A influência do grupo também é grande, uma vez que o adolescente começa a estabelecer prioridades. De acordo com a psicóloga Cecília Zylberstajn, da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), especialista em adolescentes, é importante que eles frequentem cursos extracurriculares, clubes e façam outras atividades. "Assim, serão bonitos em um grupo, engraçados no outro e conseguirão relativizar tais sentimentos. Descobrirão vários aspectos em si mesmos", comenta.
A adolescência é uma fase em que questões existenciais se impõem e a intensidade e o impacto que elas poderão acarretar dependerão de fatores diversos, "como a sua constituição emocional e o meio familiar e social no qual está inserido", garante Andreas Stravogiannis. As pessoas mais próximas poderão perceber mudanças comportamentais, e eventualmente solicitarão os cuidados de algum profissional.

E na hora de comer?
Época de provas na escola, cursinho ou tensão pré-vestibular. Nessa correria toda, como fica a alimentação? Geralmente, eles consomem as chamadas "calorias vazias", presentes em refrigerantes e bolachas, ou pulam refeições e perdem nutrientes signifi cativos para o desenvolvimento do cérebro, o que pode prejudicá-los.
Para evitar tal tipo de situação, é muito importante a supervisão da família. "Não se deve restringir nenhum alimento específico, mas conscientizá-lo sobre o que trará uma vida saudável ou não. Insistir na mudança dos costumes é um desafio possível para os adolescentes, pois ninguém os segura quando isso se torna uma meta de vida", afirma Rita de Cássia.

Bons hábitos alimentares garantem uma vida adulta mais proveitosa e previnem doenças como diabetes, obesidade, hipertensão e infarto. O consumo exagerado de fast food, frituras e doces deve ser evitado e substituído por sucos naturais, frutas, legumes e cereais. "Podem acontecer várias deficiências nutricionais, como o baixo depósito de cálcio nos ossos, com risco maior para osteoporose, e o intestino preso graças à falta de fibras e água na dieta", alerta Lenycia de Cassya Lopes Neri, nutricionista do Ambulatório do Instituto da Criança (HC/FMUSP). O aspecto da comida pode ajudar, e recomenda-se misturar frutas com iogurtes e cereais, ralar legumes no arroz ou fazer sucos que misturam hortaliças, frutas e legumes, adquirindo uma aparência colorida.

Outro fator que merece atenção é a alimentação na hora e no lugar errados. Devorar um pacote de salgadinhos enquanto assiste ao programa preferido não pode estar associado apenas a esse hábito. Os jovens estão mais sedentários e passam horas em frente à telinha ou ao computador, na maioria das vezes, acompanhados por lanchinhos. Tudo isso contribui para que o organismo não receba adequadamente o estímulo de saciedade e leve ao consumo de quantidades exageradas.

Quando vira um transtorno
Atualmente, vemos desfiles de moda, revistas que expõem curvas perfeitas e novelas que priorizam e cultuam a magreza. Num momento da vida em que se busca a formação da identidade e a aceitação do grupo, o corpo ideal torna-se uma das principais metas ou problemas numa geração composta por números alarmantes de anorexia e bulimia.

Os transtornos alimentares podem causar a morte e ocorrem, na maior parte das vezes, entre as garotas. Para evitar tais casos, Mônica Beyruti, diretora do Departamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), recomenda que as instituições de ensino médio e fundamental desenvolvam atividades voltadas para a conscientização da percepção pessoal e social. "Uma das formas em que isso pode ser feito é mediante palestras e plantões de dúvidas, nos quais exista acesso a um 'miniatendimento' individual", completa a especialista.

Um dos contribuintes fundamentais para que os transtornos ganhem popularidade entre as meninas são os blogs. Vários deles, que são a favor da anorexia, cultuam imagens de pessoas excessivamente magras e ensinam a fazer jejum. Os poucos garotos que apresentam distúrbios alimentares têm uma maior prevalência de obesidade pré-mórbida em relação às garotas e passaram a ter o problema por não conseguirem mais conviver com críticas e apelidos relacionados ao excesso de peso.

A mídia e a internet estimulam esse tipo de manifestação, que poderia nem aparecer caso não divulgassem tantas informações ou estipulassem padrões de beleza. "Algumas meninas se inspiram nesses blogs e se tornam anoréxicas purgativas, aquelas que ingerem e vomitam, um grau ainda mais preocupante do distúrbio", alerta Cristiano Nabuco, coordenador da equipe de psicoterapia do ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares e do Grupo de Dependência de Internet, ambos do Instituto de Psiquiatria da FMUSP.

É preciso se exercitar
Correr, dançar, pular. Entre o lúdico e o real, desde criança as brincadeiras e exercícios físicos são parte do desenvolvimento do ser humano. As pessoas precisam dessas atividades para seu bem-estar, e, ainda que tenha início na infância, apenas na adolescência é que as habilidades aparecem e os movimentos se tornam mais elaborados. Nessa fase, a escolha de uma atividade ou de um esporte é essencial para um melhor convívio social e uma vida saudável.

O exercício deve ser feito de maneira adequada, com acompanhamento e avaliação médica. "A manutenção da atividade é válida porque estimula o metabolismo e faz com que o adolescente tenha condições de crescer o máximo que pode", aconselha Arnaldo José Hernandez, chefe do Grupo de Medicina do Esporte e Cirurgia do Joelho, do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas (SP), e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBME).

Além disso, outro benefício é o controle da obesidade, doença que afeta cada vez mais pessoas jovens e é agravada pelo gasto excessivo de tempo em frente à televisão ou ao videogame, fator que influencia o consumo de alimentos gordurosos e vazios de nutrientes. Se for elaborado um programa de exercícios associado a um acompanhamento nutricional, o domínio do peso será mais eficaz. Um adulto que não foi obeso na adolescência terá mais facilidade para emagrecer.

O coração e os ossos também saem ganhando com tudo isso, já que ocorre uma melhora na frequência cardíaca e na função do miocárdio e do colesterol, além de o sistema ósseo passar a incorporar mais minerais, como o cálcio. "Se a mulher mantiver atividades físicas nesse período, fará uma espécie de poupança de osso, que poderá ser utilizada na vida adulta e após a menopausa, quando a possibilidade de surgir osteoporose aumenta", recomenda Hernandez.

Lembre-se sempre que exercício físico é igual à saúde, relaxamento físico e psíquico. "Além de trazer disposição diária e melhorar muito a postura", acrescenta a pediatra Rita de Cássia. Então, incentive o adolescente a deixar a preguiça para trás, escolher o quanto antes a atividade que mais lhe agrada e, acima de tudo, praticar com prazer e regularidade!

OS PERIGOS PARA A SAÚDE DELES
Conheça agora quais são as principais doenças que atingem os adolescentes. E, o melhor, saiba como prevení-las!
● Alterações menstruais: Acompanhamento de um ginecologista desde a menarca e frequência de exames.
● Corrimento: Evitar o uso de protetor diário de calcinha, já que ele inibe a respiração da região, e não usar calças muito apertadas, principalmente em dias de calor.
● Doenças sexualmente transmissíveis: Uso de preservativo e acompanhamento ginecológico constante.
● Distúrbios psiquiátricos: Bom convívio familiar e social, com atividades variadas além da escola. Recomenda-se que os pais estejam sempre abertos a diálogos e explicações.
● Obesidade: Dieta equilibrada, acompanhamento nutricional e prática de exercícios físicos são atitudes recomendadas.
● Transtornos alimentares: Alimentação saudável, atenção dos pais em relação ao que os filhos consomem e boa compreensão do jovem sobre o seu corpo, para que não se deixe influenciar por sites e programas de televisão.
● Alcoolismo: No caso de fator genético, indica-se um acompanhamento médico. Se não houver casos na ascendência, é importante que ocorram esclarecimentos contínuos dentro de casa a respeito dos males que a bebida pode proporcionar.

Fonte: Revista Viva Saúde - por Fernanda Emmerik

terça-feira, 12 de abril de 2011

Livros podem proteger adolescentes contra a depressão


Uma pesquisa desenvolvida na Universidade de Pittsburgh analisou a relação que adolescentes deprimidos têm com as diversas mídias e descobriu que a leitura está fortemente associada à depressão. Entre os adolescentes que participaram do estudo, os que passavam mais tempo lendo tinham 90% menos chances de não estarem deprimidos.

Os cientistas não sabem explicar essa relação, mas desenvolveram duas hipóteses. “Nós pensamos entre nós mesmos que quando você tem depressão o seu cérebro não está funcionando de forma apropriada. Então é muito mais difícil se sentar com um livro e ter que usar uma grande parte do lóbulo frontal do seu cérebro para criar a história e os personagens na sua cabeça”, explica o pesquisador Brian A. Primack. Outra possibilidade é a de que a leitura seja de alguma forma protetora, afastando os jovens da depressão.

A doença muitas vezes se manifesta de formas diferentes em adultos e jovens. Por isso é preciso que pais e educadores estejam atentos a qualquer sinal ou comportamento incomum do adolescente, buscando ajuda profissional se necessário.

Fonte: Blog Boa Saúde

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Adolescentes e o estilo de vida


Adolescentes com um estilo de vida pouco saudável têm mais dores de cabeça

A revista Neurology, periódico oficial da Academia Americana de Neurologia, acaba de publicar uma pesquisa apontando que adolescentes com maus hábitos de vida têm dores de cabeça com maior frequência e que essa associação é mais forte nos casos de dor do tipo enxaqueca.
Cerca de 6 mil noruegueses com idades entre 13 e 18 anos foram estudados por meio de avaliação clínica e de um questionário que abordava a prática de atividade física e a presença ou não de tabagismo. Os resultados mostraram que sedentarismo, sobrepeso e tabagismo estavam associados de forma independente à frequência de dor de cabeça experimentada pelos adolescentes. Além disso, esses fatores tinham efeito aditivo: os que apresentavam dois ou três fatores tinham mais dor de cabeça do que aqueles que possuíam apenas um deles.
Enxaqueca é uma disfunção cerebral com forte componente genético e que sofre grande influência de fatores ambientais, já que vários estímulos são capazes de disparar as crises de dor de cabeça. A resposta a cada estímulo é muito individual e por isso é desejável que cada indivíduo identifique os fatores que provocam suas crises e tente evitá-los. Para alguns, o contato com a fumaça do cigarro representa um forte componente desencadeador.
Quanto ao exercício físico, alguns portadores de enxaqueca até têm crises por ele provocadas, mas também é bem reconhecido que é um grande aliado para o controle de suas crises. Sabe-se também que o sobrepeso está associado a crises de enxaqueca mais frequentes e o presente estudo foi o primeiro a demonstrar que esse efeito ocorre também entre os adolescentes.
De uma forma geral, qualquer atitude que promova um melhor estado de equilíbrio do corpo e da mente pode ajudar a evitar crises de enxaqueca de quem sofre do problema. E esse problema não tem nada de pequeno. Cerca de 20% das mulheres e 10% dos homens têm enxaqueca e a Organização Mundial da Saúde (OMS) a classifica como a 19ª doença que mais leva à incapacidade funcional das pessoas em países desenvolvidos. No caso da mulher, ela fica em 12º lugar.
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Por Ricardo Teixeira
Doutor em neurologia e pesquisador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Dirige o Instituto do Cérebro de Brasília e é o autor do Blog “ConsCiência no Dia-a-Dia”.