Apesar dos resultados, são necessários mais estudos experimentais para saber se a vitamina pode reduzir o risco de COVID-19
Desde o início da pandemia, se tem falado bastante
sobre o papel da vitamina D e sua influência no combate ao novo coronavírus.
Isso porque a vitamina é conhecida justamente pelo seu papel na função
imunitária do corpo. Mas até então, não havia nada cientificamente comprovado.
Uma nova pesquisa, publicada no início de setembro,
concluiu que a deficiência nos níveis de vitamina D pode aumentar o risco de
contrair a COVID-19. O estudo foi feito por pesquisadores da Universidade de
Medicina de Chicago e publicado pelo periódico científico JAMA Network Open.
Na pesquisa, 489 pacientes tiveram seus níveis de
vitamina D analisados juntamente ao teste RT-PCR (exame que identifica o vírus
e confirma a COVID-19). Os resultados mostraram que aqueles com baixos níveis
da vitamina tinham um risco 1,77 vezes maior de testar positivo para a COVID-19
em comparação com pacientes que tinham níveis suficientes da vitamina.
Contudo, embora os resultados deste estudo sugiram
um papel da vitamina D no risco de infecção por COVID-19, a descoberta precisa
ser avaliada com cuidado.
Para comprovar seus achados, David Meltzer, chefe de
Medicina Hospitalar da Universidade de Chicago e autor principal do estudo, e a
equipe afirmaram no artigo que é necessário realizar estudos experimentais para
indicar se a suplementação de vitamina D pode reduzir o risco e a gravidade da
COVID-19.
Vitamina D e transmissão de COVID-19
No artigo do estudo, os pesquisadores levantam a
hipótese de que, se a vitamina D tem potencial para reduzir a incidência do
novo coronavírus, talvez ela possa também ajudar a reduzir a transmissão de
COVID-19.
"A vitamina D fortalece a imunidade inata,
portanto, pode-se esperar que diminua a infecção e a transmissão de COVID-19. A
vitamina D também afeta o metabolismo do zinco, o que diminui a replicação dos
coronavírus. No entanto, é necessário cautela devido à importância potencial de
pessoas assintomáticas na disseminação do COVID-19", diz a pesquisa.
Além disso, o artigo ainda explica que a vitamina D
modula a função imunológica por meio de efeitos nas células dendríticas e nas
células T, que podem promover a eliminação do vírus e atenuar as respostas
inflamatórias que produzem os sintomas.
"Na medida em que previne a infecção e diminui
a replicação viral ou acelera a eliminação do vírus, o tratamento com vitamina
D pode reduzir a transmissão (da doença).", esclarece o artigo.
Limitações do estudo
Por outro lado, os pesquisadores completam: "se
a vitamina D reduz a inflamação, ela pode aumentar a transmissão assintomática
e diminuir as manifestações clínicas, incluindo a tosse, tornando difícil
prever seu efeito na disseminação do vírus", esclarece o artigo.
Apesar do grande avanço frente às pesquisas, os
pesquisadores ressaltam outras limitações do estudo.
"Primeiro, a deficiência de vitamina D pode ser
uma consequência associada a uma série de condições crônicas de saúde ou
fatores comportamentais que plausivelmente aumentam o risco de COVID-19",
completa.
Como foi feito o estudo
Na pesquisa, dos 4314 pacientes testados para
COVID-19 durante o período do estudo, 499 tiveram um nível de vitamina D medido
no ano anterior ao teste, e 489 foram incluídos na amostra analítica. A
pesquisa também considerou fatores como idade, gênero, raça e etnia.
Desse total, 172 pacientes (35%) tinham deficiência
de vitamina D, enquanto 317 não tinham.
Dos 71 participantes que testaram positivo para
COVID-19, 32 estavam entre os que tinham deficiência de vitamina D e 39 entre
os que não tinham.
Isso significa que, entre o grupo com deficiência da
vitamina D, 18,6% tinham COVID-19, contra 12,3% do grupo sem deficiência.
Fonte: https://www.minhavida.com.br/alimentacao/noticias/36761-falta-de-vitamina-d-pode-aumentar-o-risco-de-covid-19-diz-novo-estudo
- Escrito por Redação Minha Vida