domingo, 16 de setembro de 2018

Novas orientações mudam diagnóstico do ataque cardíaco


De acordo com a nova Definição Universal de Infarto do Miocárdio, lesão no miocárdio não é mais sinônimo de ataque cardíaco.

Diagnóstico de infarto

O que pode ser pior do que chegar a um pronto-socorro com um ataque cardíaco? Chegar lá e os médicos tratarem você de um infarto, quando você não teve um.

"A menos que haja clareza na sala de emergência sobre o que define um ataque cardíaco, os pacientes com dor no peito podem ser erroneamente rotulados com ataque cardíaco e não receber o tratamento correto," alertou o professor Kristian Thygesen, do Hospital Universitário de Aarhus (Dinamarca).

"Muitos médicos não entenderam que níveis elevados de troponina no sangue não são suficientes para diagnosticar um ataque cardíaco, e isso tem criado problemas reais," continuou o professor Thygesen.

Devido a esses problemas, o European Heart Journal acaba de publicar uma nova orientação para os médicos - é a Quarta Definição Universal de Infarto do Miocárdio.

Definição Universal de Infarto

O documento, elaborado graças a um consenso internacional entre os cardiologistas, indica que um ataque cardíaco (infarto do miocárdio) ocorreu quando o músculo cardíaco (miocárdio) está lesionado e tem oxigênio insuficiente.

A troponina é uma proteína normalmente usada pelo músculo cardíaco para contração, mas ela é liberada no sangue quando o músculo é lesionado. Ocorre que existem inúmeras situações que podem causar lesão miocárdica e, portanto, um aumento na troponina. Essas situações incluem infecção, sepse, doença renal, cirurgia cardíaca e exercícios extenuantes.

Por isso, a lesão miocárdica por si só agora passou a ser considerada uma condição à parte, e o primeiro passo do tratamento consiste em lidar com o distúrbio subjacente, e não considerar a lesão como um infarto.

A falta de oxigênio (isquemia) no músculo cardíaco, por sua vez, é detectada por eletrocardiograma (ECG) e apresenta sintomas como dor no peito, braços ou mandíbula, falta de ar e cansaço.

Tipos de infarto

Quanto ao infarto do miocárdio, existem pelo menos dois tipos que requerem tratamento específico.

O tipo 1 é a situação que a maioria das pessoas associa a um ataque cardíaco, quando um depósito de gordura em uma artéria, chamado placa, se solta e bloqueia o fluxo sanguíneo para o coração, que o priva de oxigênio. O tratamento pode incluir medicação antiagregante plaquetária para impedir que as plaquetas se agrupem e formem um coágulo, inserção de um stent por meio de um cateter para abrir a artéria, ou cirurgia para contornar a artéria.

No tipo 2 de infarto do miocárdio, a privação de oxigênio é causada não pela ruptura de uma placa em uma artéria, mas por outros motivos, como insuficiência respiratória ou hipertensão grave. "Alguns médicos têm incorretamente chamado este infarto de tipo 1 e dado o tratamento errado, o que pode ser prejudicial. O tratamento deve ser direcionado para a condição subjacente, por exemplo, medicamentos para baixar a pressão arterial para pacientes com hipertensão," disse o professor Joseph Alpert.

"No documento de consenso, expandimos a seção sobre infarto do miocárdio tipo 2 e incluímos três indicadores para ajudar os médicos a fazer o diagnóstico correto. A incorporação do tipo 2 nos códigos CID é mais um passo rumo ao reconhecimento preciso, seguido de tratamento apropriado. Um código para lesão miocárdica será acrescentada à CID no próximo ano," disse o professor Harvey White, membro do painel que revisou as recomendações.


sábado, 15 de setembro de 2018

Quem vê Deus nas pequenas coisas é mais feliz


A felicidade vem de ser grato, seja pelo abençoado dia iluminado, seja pela sagrada noite escura, como diz a música de Louis Armstrong (What A Wonderful World).

Fé nas pequenas coisas

Pessoas religiosas "extraem" felicidade do fato de acreditarem que há um significado mais profundo nos eventos simples do cotidiano.

Esta é a conclusão de Jonathan Ramsay, da Universidade James Cook (Austrália), depois de entrevistar centenas de pessoas de uma amostra diversificada de cristãos, budistas ou taoístas, muçulmanos e pessoas sem afiliação religiosa.

Isto é uma novidade porque a felicidade advinda da espiritualidade tem sido normalmente associada a um senso de significado e sentido geral da vida - um sentido amplo e global da vida.

Na verdade, ressalta o pesquisador, todas as religiões do mundo acreditam que o Universo tem uma ordem e uma estrutura subjacentes que dão maior significado a eventos e circunstâncias: "O que nos interessa é: se o crente interpreta eventos dessa maneira, isto influencia sua reação emocional a esses eventos e, eventualmente, sua sensação geral de bem-estar?"

Significado e propósito

Os resultados mostram que todas as pessoas, mas especialmente as pessoas religiosas, atribuem regularmente importância a eventos pouco marcantes - como discutir hobbies com um colega de trabalho, receber um presente pequeno, mas inesperado, ou passar tempo com um membro da família.

"Nós descobrimos que, quanto mais as pessoas atribuem significado, simbolismo e propósito a esses eventos, mais elas experimentam emoções positivas, como gratidão e contentamento," disse Ramsay.

Várias pesquisas têm mostrado uma ligação entre atribuição de significado, religião e bem-estar, mas este foi o primeiro estudo a examinar as consequências emocionais de dar significado a eventos tipicamente considerados "insignificantes" - sem grandes efeitos sobre a vida da pessoa - e também o primeiro a investigar esse processo na experiência imediata, momento a momento.

"A relação entre religião e bem-estar é bem conhecida. Nossos resultados sugerem que o efeito positivo da crença religiosa sobre o bem-estar por meio da atribuição de significado a eventos, e as emoções positivas daí resultantes, é um fenômeno geral que se verifica entre grupos religiosos e étnicos," concluiu Ramsay.

Fonte: https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=quem-ve-deus-pequenas-coisas-mais-feliz&id=13008&nl=nlds - Redação do Diário da Saúde - Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

5 exercícios para queimar gordura do bumbum


E, claro, deixar glúteos e pernas bem definidos e durinhos

Gordura localizada costuma ser o pesadelo de muitas mulheres. Você já ouviu falar na "bananinha"? Estamos falando daquela gordurinha que fica embaixo do bumbum, difícil de eliminar. Mas nada que uma boa dose de disciplina, com exercícios regulares e alimentação adequada não resolvam. Fale com um especialista e inclua já os movimentos abaixo no seu treino:

1. Agachamento
Os exercícios de agachamento são os mais completos quando o assunto é fortalecer os músculos desta região. Isso por que eles trabalham a parte anterior e posterior da coxa, além dos glúteos.
O professor de musculação Bruno Rocha explica que o agachamento pode ser feito com as duas pernas paralelas - imitando o movimento de sentar-se em uma cadeira - ou bilateral, colocando uma das pernas um pouco para frente. A personal trainer Fernanda Andrade alerta que em ambas as formas é importante deixar a coluna ereta e observar os joelhos, que não podem passar da linha dos pés. Para pessoas em nível avançado, é possível fazer o exercício segurando halteres ou apoiando uma barra nos ombros. Veja aqui mais exercícios para tornear as pernas.

2. Quatro apoios
Para fazer o exercício de quatro apoios você deve apoiar seus joelhos e cotovelos em um colchonete, sendo que os cotovelos devem estar alinhados com os ombros e os joelhos com os quadris. Levante uma das pernas, sem esticá-la, e faça movimentos de subida e descida. "Lembrando que a força para levantar a perna deve vir dos quadris, e nunca da coluna, prevenindo lesões", diz Fernanda. Esse exercício trabalha os músculos posteriores da coxa e glúteos. Confira os principais exercícios para deixar o bumbum durinho.

3. Elevação de quadril isométrica
Exercício trabalho posterior de coxa e glúteos. Mantenha-se deitado com a barriga para cima e apoie as solas dos pés na bola com os joelhos flexionados. Faça uma elevação de quadril que deverá ser mantida de forma isométrica por 30 segundos. Veja aqui variações desse exercício e como executá-lo da melhor maneira.

4. Stiff unilateral (pica pau)
Com os braços em frente ao corpo, tire uma perna do chão e mantenha o corpo equilibrado. Depois, desça em direção ao solo, flexionando o quadril e o joelho. Alterne as pernas. O movimento é poderoso para a região posterior das pernas.






5. Mesa flexora
O aparelho trabalha os músculos posteriores da coxa (isquiotibiais e gastrocnêmios). O professor Alexandre Jacometo conta que é possível realizar o exercício sem a máquina específica, utilizando apenas caneleira. "No entanto, a amplitude do movimento será menor, não dando muito resultado", afirma o profissional.


quinta-feira, 13 de setembro de 2018

11 alimentos com alto teor de colesterol – quais comer e quais evitar


O colesterol é indiscutivelmente uma das substâncias mais incompreendidas no mundo da ciência.

Durante décadas, evitamos alimentos saudáveis ricos em colesterol, como ovos, devido ao medo de que aumentassem nosso risco de doenças cardíacas.

No entanto, pesquisas recentes mostraram que, para a maioria das pessoas, o consumo de alimentos saudáveis e ricos em colesterol não prejudica sua saúde.

Pelo contrário: alguns alimentos ricos em colesterol são cheios de nutrientes importantes que faltam na dieta de muitos de nós.

A verdade sobre o colesterol

O que é colesterol?
O colesterol é uma substância cerosa encontrada em nossos corpos e em produtos de origem animal, como carne, ovos e laticínios.

Ele é um componente essencial de todas as células do corpo, dando força e flexibilidade às membranas celulares. Também desempenha papéis importantes na produção de hormônios, vitamina D e na bile necessária para digerirmos gorduras.

Seu fígado produz todo o colesterol que seu corpo precisa para funcionar. Quando você consome colesterol extra a partir de sua dieta, seu corpo compensa reduzindo a quantidade de colesterol que naturalmente produz. Em contraste, quando a ingestão de colesterol na dieta é baixa, seu corpo aumenta a produção de colesterol para garantir que sempre haja o suficiente desta substância vital.

Como o colesterol não se mistura bem com líquidos (como o sangue), é transportado por partículas chamadas lipoproteínas, tanto de baixa quando de alta densidade – ou LDL e HDL.

O LDL é frequentemente chamado de “colesterol ruim”, pois está associado ao acúmulo de placas nas artérias, enquanto o HDL (“colesterol bom”) ajuda a excretar o excesso de colesterol do corpo.

Colesterol bom faz mal para você?
Colesterol na dieta
Apenas cerca de 25% do colesterol no seu organismo vem de fontes alimentares. O resto é produzido pelo seu fígado.

As pesquisas científicas realizadas até hoje mostraram que o colesterol da dieta não afeta significativamente os níveis de colesterol em seu corpo. Os dados desses estudos também não apoiam uma associação entre colesterol dietético e doenças cardíacas na população em geral.

Apenas um pequeno número de pessoas tem dificuldade em compensar o colesterol da dieta – para mais ou para menos – e parece ser mais vulnerável a alimentos ricos em colesterol.

O colesterol da dieta também pode afetar beneficamente a relação entre LDL e HDL, que é considerada o melhor indicador de risco para doenças cardíacas.

Quais alimentos comer, e quais evitar?
Embora as pesquisas mostrem que é desnecessário para a maioria das pessoas evitar colesterol na dieta, nem todos os alimentos que contêm colesterol são saudáveis.

Confira 7 alimentos que você não só pode, como deve consumir, e 4 que realmente é melhor não ingerir:

Para comer
1. Ovos
O ovo é um dos alimentos mais nutritivos que você pode comer. Também é rico em colesterol, com um ovo grande fornecendo 211 mg da substância, ou 70% da Ingestão Diária Recomendada (IDR).
Diversas pesquisas já mostraram que os ovos não afetam negativamente os níveis de colesterol, e que sua ingestão pode levar a aumentos no HDL, ou colesterol “bom”.
Os ovos são ainda uma excelente fonte de proteínas altamente absorvíveis e nutrientes benéficos, como vitaminas do complexo B, selênio e vitamina A.
De acordo com os cientistas, comer 1 a 3 ovos por dia é perfeitamente seguro para pessoas saudáveis.

2. Queijo
Uma porção de 28 gramas de queijo fornece 27 mg de colesterol, ou cerca de 9% da IDR.
Embora o queijo seja frequentemente associado ao aumento do colesterol, vários estudos mostraram que, como o ovo, ele não afeta negativamente os níveis dessa substância no corpo.
Um estudo de 12 semanas em 162 pessoas descobriu que uma ingestão de 80 gramas de queijo gordo por dia não aumenta o LDL, o colesterol “ruim”, em comparação com a mesma quantidade de queijo com pouca gordura ou o número igual de calorias vindas de pão e geleia.
Diferentes tipos de queijo variam em conteúdo nutricional, mas a maioria fornece uma boa quantidade de cálcio, proteínas, vitaminas B e vitamina A.

3. Frutos do mar
Frutos do mar, incluindo mariscos, caranguejo e camarão, são excelentes fontes de proteínas, vitaminas do complexo B, ferro e selênio.
Também são ricos em colesterol. Por exemplo, uma porção de 85 gramas de camarão fornece 166 mg de colesterol, ou mais de 50% da IDR.
Além disso, esses alimentos contêm antioxidantes como carotenoides e o aminoácido taurina, que ajudam a prevenir doenças cardíacas e reduzir o colesterol “ruim”.
Populações que consomem mais frutos do mar têm taxas demonstrativamente mais baixas de doenças cardíacas, diabetes e doenças inflamatórias como a artrite.

4. Carne bovina de pasto
Um bife vindo de gado de pasto é cheio de proteínas, além de importantes vitaminas e minerais como vitamina B12, zinco, selênio e ferro.
Tem menos colesterol do que o gado criado em espaços confinados, e contém significativamente mais ácidos graxos ômega-3, que possuem propriedades anti-inflamatórias.

Uma porção de 112 gramas desse tipo de carne bovina contém cerca de 62 mg de colesterol, ou 20% da IDR.

5. Carnes de órgãos
Carnes de órgãos ricas em colesterol – como coração, rim e fígado – são altamente nutritivas.
Por exemplo, o coração de frango é uma excelente fonte do poderoso antioxidante CoQ10, assim como vitamina B12, ferro e zinco.
Também é rico em colesterol, com uma porção de 56 gramas fornecendo 105 mg de colesterol, ou 36% da IDR.
Um estudo com mais de 9.000 adultos coreanos descobriu que aqueles com uma ingestão moderada de carne não processada – incluindo carnes de órgãos – tinham um risco menor de desenvolver doenças cardíacas do que aqueles que não as consumiam.

6. Sardinhas
 As sardinhas são cheias de nutrientes e excelentes fontes de proteína.
Uma porção de 92 gramas desse peixe contém 131 mg de colesterol, ou 44% da IDR, além de 63% da IDR de vitamina D, 137% da IDR de vitamina B12 e 35% da IDR de cálcio.
Além disso, sardinhas são uma excelente fonte de ferro, selênio, fósforo, zinco, cobre, magnésio e vitamina E.

7. Iogurte
Iogurte integral é um alimento rico em colesterol, repleto de nutrientes como proteínas, cálcio, fósforo, vitaminas do complexo B, magnésio, zinco e potássio.
245 gramas desse alimento contêm 31,9 mg de colesterol, ou 11% da IDR.
 Pesquisas recentes mostram que o aumento do consumo de produtos lácteos fermentados e integrais está associado a reduções no colesterol LDL e pressão arterial, bem como a menores riscos de derrame, doenças cardíacas e diabetes.
Além disso, produtos lácteos fermentados, como o iogurte, beneficiam a saúde intestinal, afetando positivamente as bactérias que vivem no nosso intestino.

Para evitar

8. Alimentos fritos
Alimentos fritos – como carnes e palitos de queijo fritos – são ricos em colesterol e devem ser evitados sempre que possível.
São comidas carregadas de calorias que podem conter gorduras trans, o que aumenta o risco de doenças cardíacas e prejudica sua saúde de muitas outras maneiras.
Além disso, o alto consumo de alimentos fritos tem sido associado a um aumento do risco de doenças cardíacas, obesidade e diabetes.

9. Fast food
O consumo de fast food é um importante fator de risco para inúmeras doenças crônicas, incluindo doenças cardíacas, diabetes e obesidade.
Pessoas que consomem fast food frequentemente tendem a ter colesterol mais alto, mais gordura na barriga, níveis mais altos de inflamação e má regulação do açúcar no sangue.
Comer menos alimentos processados e cozinhar mais refeições em casa está associado a menor peso corporal, menor quantidade de gordura corporal e reduções nos fatores de risco para doenças cardíacas, como colesterol LDL.

10. Carnes processadas
Carnes processadas, como salsicha e bacon, são alimentos ricos em colesterol cujo consumo deve ser limitado.
A alta ingestão de carnes processadas tem sido associada ao aumento do risco de doenças cardíacas e certos tipos de câncer, como o câncer de cólon.
Uma grande revisão que incluiu mais de 614.000 participantes descobriu que cada porção adicional de 50 gramas de carne processada por dia está associada a um risco 42% maior de desenvolver doenças cardíacas.

11. Sobremesas
Biscoitos, bolos, sorvetes e doces em geral são alimentos não saudáveis que tendem a ser ricos em colesterol, além de açúcar, gordura e calorias não saudáveis.
O consumo frequente desses alimentos pode afetar negativamente a saúde geral e levar ao ganho de peso com o passar do tempo.
Pesquisas já relacionaram o consumo adicional de açúcar à obesidade, diabetes, doenças cardíacas, declínio cognitivo e certos tipos de câncer. Além disso, esses alimentos são muitas vezes desprovidos dos nutrientes que seu corpo precisa para prosperar, como vitaminas, minerais, proteínas e gorduras saudáveis. [HealthLine]


quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Exercício físico elimina proteínas tóxicas dos músculos


A descoberta pode auxiliar no desenvolvimento de alternativas para tratar a disfunção muscular induzida pela falta de atividade física - como ficar muito tempo sentado.

Efeitos celulares dos exercícios

Os benefícios que a atividade física traz para a saúde são bem conhecidos, mas os processos celulares responsáveis por esses ganhos só começaram a ficar mais claros há pouco tempo.

Um deles é a relação entre a prática de exercício físico e a prevenção da disfunção muscular. Um tipo bastante frequente de disfunção muscular ocorre quando as células do músculo esquelético - que compõe a maior parte do corpo humano - param de receber estímulos.

Isso ocorre, por exemplo, em casos de lesão no nervo isquiático, ou ciático - geralmente observada em indivíduos que passam muito tempo sentados, como motoristas de ônibus - ou quando se está acamado por longos períodos.

Uma equipe da USP, em parceria com colegas dos EUA e da Noruega, decidiu estudar como exatamente funcionam os estímulos usados para minimizar ou mesmo reverter essa disfunção muscular.

Sistema autofágico

A equipe descobriu que a falta de estímulo ao músculo - pelo ficar muito tempo sentado, por exemplo - ocasiona o acúmulo de proteínas mal processadas dentro das células musculares, o que explica o prejuízo na função do órgão. Esse acúmulo decorre do prejuízo na maquinaria celular responsável por identificar e remover tais "lixos" celulares, conhecido como sistema autofágico.

Uma analogia pode ajudar a entender melhor esse processo de autofagia: "Imagine o músculo trabalhando de modo semelhante a uma geladeira, que precisa receber eletricidade para funcionar. Quando esse sinal é cessado, ao retirar a geladeira da tomada ou bloquear o neurônio que inerva o músculo, rapidamente observamos que a comida (na geladeira) e a proteína (no músculo) começam a estragar em diferentes tempos, de acordo com sua composição," disse o professor Júlio César Batista Ferreira, coordenador da equipe.

Estudando animais de laboratório, a pesquisadora Juliane Cruz Campos demonstrou que o exercício físico é capaz de manter o sistema autofágico em alerta, facilitando sua ação quando necessária - como na disfunção muscular induzida por falta de estímulo.

"A atividade física diária sensibiliza o sistema autofágico, facilitando a eliminação de proteínas e organelas pouco funcionais no músculo. A remoção desses componentes mal funcionais é muito importante, pois quando acumulados tornam-se tóxicos e contribuem para a disfunção ou mesmo a morte da célula muscular," disse o professor Júlio César.