domingo, 30 de dezembro de 2018

Saiba o significado das cores para usar no Ano Novo


Diga adeus à roupa branca na virada do ano. O terapeuta holístico Marcos Guillen, que atua no Espaço Soul, revela a energia por trás das cores

Sai ano e entra ano e o branquinho é sempre a principal escolha para a virada do ano. Não é para menos, já que a cor representa a serenidade e leveza que desejamos para o próximo ciclo. Porém, a escolha por outros tons ajuda a dar uma sacudida nas energias para 2019. Se você ainda não escolheu a para o Réveillon, o terapeuta holístico e tarólogo Marcos Guillen, que atende no Espaço Soul pode ajudar!

Já é sabido que o amarelo é a cor de quem busca prosperidade no novo ciclo. Porém Marcos defende o uso do tom para outros fins: “Muito mais que atrair dinheiro, o amarelo também reforça a vitalidade, disposição e energia para agir, além de estar ligado à sabedoria e ao equilíbrio”.

O rosa e o vermelho são as cores do amor, porém, existe uma diferença entre as duas: “O rosa é indicado para quem quer ser mais feliz no campo afetivo, promovendo um ano novo mais doce, regido pelo amor. Já o vermelho é indicado para quem deseja reforçar a energia sexual e trazer mais sensualidade”, explica Guillen.

Confira as outras tonalidades indicadas pelo profissional para arrasar no Réveillon:

Azul – É um tom que eleva o poder interior, reforça a fé em Deus, em si mesmo e estimula a iniciativa para a realização dos sonhos e projetos pessoais. “Quem se sente letárgico em suas atividades e precisam estimular a iniciativa em si deve usar a cor”.

Verde – Excelente escolha para garantir um ano de 2019 com saúde, já que o verde contribui para um ano de cura, não apenas física, como também interior e espiritual.

Violeta e lilás – Os dois tons são responsáveis por transmutar as energias e de equilíbrio. “Por isso, devem ser usados por quem precisa transformar energias negativas em positivas”.

Marrom ou laranja – São tons que representam a justiça e são indicadas para estimular que o universo se reorganize e reequilibre, trazendo a justiça para a vida da pessoa.


12 filmes que você precisa assistir em 2019


Haja grana pra tanto ingresso. O ano que vem está cheio de continuações aguardadas, filmes que vão mexer com a sua nostalgia, e, é claro, muitos heróis.

The Irishman
Estreia: sem data anunciada
Famoso por filmes como Taxi Driver, Touro Indomável e Os Infiltrados, Martin Scorsese lançará mais um filme sobre a máfia, desta vez para a Netflix. A história é baseada na vida real do líder sindical Frank Sheeran, acusado de ter ligações com uma família criminosa, e conta com grandes atores de Hollywood: Robert De Niro, Al Pacino e Joe Pesci.

Vingadores: Ultimato
Estreia: 26 de abril
Depois de acabar com metade da vida no universo, Thanos (Josh Brolin) se aposentou e foi viver numa fazenda. A sequência de Guerra Infinita encerra o primeiro ciclo da Marvel nos cinemas, que começou lá atrás, com Homem de Ferro, em 2008.
Além do longa, a Marvel marcará presença no cinema mais duas vezes em 2019. Capitã Marvel estreia em 9 de março e Homem-Aranha: Longe de Casa será lançado em julho.

Pokémon – Detetive Pikachu
Estreia: 9 de maio
A ideia de fazer uma versão em live action de Pokémon, um dos animes de maior sucesso dos anos 2000, pode parecer estranha. Colocar um Pikachu dublado por Ryan Reynolds no papel de um detetive particular, então, é mais estranho ainda. Mas o trailer é divertido, então quem sabe?

Rocketman
Estreia: 17 de maio
Se você gostou de Bohemian Rhapsody, que contou a história de Freddie Mercury, provavelmente vai querer conferir esse musical, que mostra o início da carreira de outra estrela da música: Elton John. O próprio cantor é um dos produtores do filme, que terá como protagonista o ator Taron Egerton. Difícil encarar um papel como esse? Pois já fique sabendo que Egerton canta de verdade no filme, sem dublagem.

Toy Story 4
Estreia: 20 de junho de 2019
Tem uma cobra na minha bota! Quase dez anos depois do último filme, os brinquedos da Pixar retornam para mais um longa.
Apesar do teaser não dar detalhes sobre a história, a sinopse divulgada fala da vida de Woody & Cia. após todos irem morar com uma nova criança, Bonnie – e os problemas que aparecem após a chegada de Forky, um novo brinquedo.

Turma da Mônica: Laços
Estreia: 27 de junho
Floquinho, bairro do Limoeiro e até o Louco. Pela primeira vez, o universo criado por Maurício de Sousa vai ganhar uma versão em carne e osso para o cinema. A trama é inspirada na graphic novel Laços, criada pelos artistas Victor e Lu Caffagi.

O Rei Leão
Estreia: 19 de julho
Seguindo a onda de versões live-action de seus desenhos clássicos, a Disney fez uma nova versão da animação de 1994. Desta vez, os personagens principais ganharão as vozes, exclusivamente, de artistas negros: Donald Glover, Chiwetel Ejiofor, Beyoncé e James Earl Jones (que também interpretou Mufasa no original – e dublou Darth Vader, é claro).
Outras duas novas versões também estão marcadas para esse ano. Dumbo estreia em 29 de março e Aladdin no dia 24 de maio.

Era uma Vez em Hollywood
Estreia: 26 de julho
O novo filme do diretor Quentin Tarantino vai misturar ficção com uma das histórias mais chocantes dos EUA: o assassinato da atriz Sharon Tate pela seita liderada por Charles Manson. O elenco traz nomes como Leonardo DiCaprio, Brad Pitt, Margot Robbie e Al Pacino.

It – Parte 2
Estreia: 5 de setembro
Depois do sucesso do terror de It – A Coisa, em 2017, o longa, baseado no livro homônimo de Stephen King, vai ganhar uma continuação. Ela se passará 27 anos depois do primeiro filme e será estrelada pelas versões adultas das crianças da primeira parte da história. Dentre eles estão atores como James McAvoy, Jessica Chastain e Bill Hader.

Joker
Estreia: 4 de outubro
O ator Joaquin Phoenix será o próximo Coringa dos cinemas, em um filme que vai explorar a origem do maior vilão do Batman (talvez, da história dos quadrinhos). Além dele, Robert De Niro fará uma participação no longa.

Frozen 2
Estreia: 22 de novembro
Achou que a história de Anna, Elsa e Olaf tinha acabado? A continuação ainda não possui uma sinopse, mas se tiver músicas tão legais quanto o primeiro, já está valendo.
Em 2017, a Disney lançou um curta especial de Frozen para o fim de ano. Olaf – Em uma nova aventura congelante de Frozen, disponível na Netflix, mostra o boneco de neve indo atrás de tradições natalinas para salvar o Natal das princesas.

Star Wars: Episódio XIX
Estreia: 19 de dezembro
O desfecho da nova trilogia vai se passar um ano após os conflitos de “Os Últimos Jedi” e ainda não teve seu título divulgado. Nele, haverá a volta de um dos personagens da trilogia original, Lando Calrissian, vivido pelo ator Billy Dee Williams.
Além disso, Carrie Fisher, morta em 2016, também voltará como Leia em cenas que não foram usadas na última produção.
Este será o retorno de J.J. Abrams na direção. Ele havia comandado o primeiro filme dessa nova leva em 2015, mas ficou apenas na produção durante o segundo.

Fonte: https://super.abril.com.br/cultura/12-filmes-que-voce-precisa-assistir-em-2019/ - Por Rafael Battaglia - Marvel Studios/Lucasfilm Ltd./Walt Disney Studios Motion Pictures/Bond/Montagem sobre reprodução

sábado, 29 de dezembro de 2018

6 grandes momentos da ciência em 2018 – e um não tão bom assim


Em 2018, os cientistas descobriram formigas enfermeiras, encontraram um lago em Marte e inventaram um novo jeito de observar o céu: neutrinos.

Vamos começar a retrospectiva de 2018 com uma história um pouquinho mais antiga. Em 1919, uma comitiva de astrônomos gringos se dirigiu à cidade de Sobral, interior do Ceará, para observar o céu durante um eclipse solar. A missão deles era avaliar se a luz de estrelas distantes era distorcida pela gravidade massiva do Sol quando passava perto dele.

É que alguns anos antes, em trabalhos publicados em 1905 e 1911, um cara levemente genial chamado Albert Einstein havia previsto que sim: gravidade é um negócio que distorce o tecido da realidade; dobra o espaço e o tempo e obriga até a luz a fazer curva. No limite, permite viagens no tempo – ainda que essa seja uma possibilidade teórica, essencialmente impossível de se realizar na prática.

Lembre-se: estamos em 1919. Isso é 40 anos antes da época em que se passa a série de TV Mad Men. E em Mad Men homens ainda andavam de terno e chapéu e mulheres usavam anáguas por baixo dos vestidos. Se você, de calça jeans no século 21, apanha para entender a Teoria da Relatividade, imagine o que foi para alguém da época inventá-la.

Pois é, calhou que era verdade. A comitiva de Sobral viu a luz ser distorcida da maneira exata que Einstein havia previsto. No dia seguinte, a notícia era capa de todos os jornais do mundo. É difícil para nós, da SUPER, imaginar a alegria dos repórteres que estavam de plantão naquele dia. Não é sempre que um jornalista de ciência pode dar uma bomba dessas – afirmar, na capa, que um cara, sozinho, mudou a história da civilização.

Isso é porque gênios são raros. Descobertas, normalmente, são feitas passo a passo. E os passos são minúsculos. Eles são o resultado do esforço colaborativo de centenas de pessoas (nem todas de avental branco), que organizam experimentos longos e complicados para tirar conclusões que, muitas vezes, um leigo sequer é capaz de entender. Os jornalistas tentam extrair, dessas conclusões, as que são mais interessantes ou simples de explicar – e, assim, transmitir um pouco do fascínio que move essa Sociedade dos Poetas Mortos chamada Ciência, com “C” maiúsculo.
Em 2018, como geralmente acontece, não houve nenhum Einstein. Mas teve muita Ciência do jeito que ela é: sangue, suor e lágrimas. Relembrando:

1. Formigas enfermeiras
Em fevereiro, a equipe de Erik Frank, biólogo da Universidade de Würzburg, publicou um artigo relatando como as formigas da espécie Megaponera analis agem como enfermeiras de guerra: resgatam as colegas feridas em combates com outros insetos, limpam os ferimentos e até aplicam substâncias de função antibiótica. As veteranas voltam para a linha de frente depois da cicatrização. Relembre aqui.
 Formigas africanas resgatam os feridos em expedições de caça – limpam os ferimentos, aplicam antibiótico e os carregam para casa. quase um terço da colônia é composta de veteranos de guerra salvos.
Formigas africanas resgatam os feridos em expedições de caça – limpam os ferimentos, aplicam antibiótico e os carregam para casa. quase um terço da colônia é composta de veteranos de guerra salvos. (Estevan Silveira/Superinteressante)
Frank e seus colegas sabem disso porque, entre 2013 e 2015, eles assistiram de camarote a 420 expedições de formigas, organizadas por 52 formigueiros. Pode parecer muito trabalho para uma conclusão simples. É muito trabalho para uma conclusão simples. Mas vale a pena porque o comportamento nossas amigas analis é exemplo de algo maior: como a seleção natural pode dar origem a comportamentos altruístas em sociedades animais (como a nossa).
Na teoria, a seleção natural deveria premiar seres vivos egoístas: como eles agem de maneira a beneficiar a si próprios, eles naturalmente sobrevivem mais tempo e deixam mais prole. Já os seres vivos bobos e prestativos, que gastam energia com os outros, perdem na luta pela vida. Por causa disso, sempre foi um desafio explicar a existência da bondade – seja entre formigas, seja entre nós.
A coisa muda de figura quando percebemos que um gene que te estimula a ajudar pessoas próximas acaba, por tabela, ajudando a preservar as cópias dele que moram no corpo dos seus parentes próximos: pais, irmãos, filhos… Assim, o altruísmo ganha uma explicação matemática: um gene que colabora com seus clones em outros corpos aumenta o número de si mesmo na população. Você pode entender o fenômeno nesta matéria da SUPER de junho.
As formigas, portanto, são uma pequena colaboração à grande aventura de entender o comportamento animal. Um exemplo lindo de ciência feita em 2018.

2. Bebês editados
Às vezes, cientistas abandonam a cautela dos pequenos passos no desejo de virar notícia. E aí erram. O pesquisador chinês He Jiankui afirmou, em novembro, que havia criado um par de gêmeas humanas com o DNA editado pela técnica CRISPR-Cas9. A ideia era torná-las resistentes ao vírus causador da AIDS, o HIV. Os pais das crianças eram soropositivos.
Ninguém sabe se Jiankui realmente fez isso – não há nenhum artigo científico que descreva a peripécia, e ninguém viu as cobaias recém-nascidas. Mas isso não torna a alegação menos grave.
O primeiro problema é prático: a técnica CRISPR-Cas9 (que você pode entender melhor aqui) nunca foi submetida à bateria de testes clínicos pelos quais qualquer medicamento e terapia sérios precisam passar antes de serem aplicados em humanos. Ninguém sabe ao certo quais são os riscos e efeitos colaterais de se copiar e colar trechos de DNA como se faz com textos no computador. Há evidências, por exemplo, de que genes sem relação com o gene-alvo podem ser modificados acidentalmente pela técnica.
O segundo é ético: editar DNA para curar doenças não é diferente de customizar genes para mudar características físicas ou comportamentais de um bebê. As ferramentas para fazer isso ainda precisam ser aperfeiçoadas, mas já estão nas mãos dos cientistas.
Crianças produzidas sob encomenda, de acordo com as especificações dos pais, são uma assustadora versão século 21 da eugenia – a ideia de “melhoramento genético” da espécie humana por meio da reprodução seletiva de indivíduos mais aptos e a castração dos supostamente incapazes.

3. Lago de gelo em Marte
Em julho, dados de radar de uma sonda não-tripulada da Agência Espacial Europeia (ESA) revelaram um corpo de água salgada com 20 quilômetros de extensão oculto sob uma calota de gelo no extremo sul de Marte. Essa foi a primeira vez que um acúmulo de H2O estável e razoavelmente grande foi encontrado no Planeta Vermelho – e reacendeu as esperanças de que nosso vizinho planetário possa abrigar formas de vida simples.

4. Sons de Marte
A sonda inSight, da Nasa, chegou ao planeta vermelho em 26 de novembro com a missão de estudar os terremotos marcianos – “martemotos”, para os bem-humorados. Mas veio com um bônus: conseguiu usar seus sismógrafos para registrar o som do vento do planeta. Conclusão? Sons graves se propagam melhor na atmosfera rarefeita de gás carbônico. Os baixistas agradecem. Ouça abaixo:

5. Neutrinos antárticos
Até 2017, havia basicamente dois jeitos de se observar o Universo.

1. Um era o que você já conhece: luz. Luz, para um astrônomo, não é só a luz que os olhos podem ver diretamente – do tipo que permitiu a Galileu descobrir as luas de Júpiter com uma pequena luneta, em 1610. Outros tipos de radiação eletromagnética, como as ondas de rádio e as micro-ondas, podem ser captadas e interpretadas por equipamentos com um alcance muito maior que o do olho humano – e são uma fonte de informação valiosa para estudar objetos distantes.

2. O outro método de observação, bem mais recente, são as ondas gravitacionais: perturbações no próprio tecido do espaço-tempo, que se propagam após colisões violentas entre corpos extremamente densos, como estrelas de nêutrons e buracos negros. Elas são captadas pelo observatório LIGO. Você pode entender melhor o que o LIGO faz aqui.
Em 2018, o observatório IceCube, na Antártica, inaugurou um terceiro jeito de observar o céu. Bem diferente dos dois anteriores, ele funciona por meio da detecção de partículas subatômicas muito discretas chamadas neutrinos.
Neutrinos – ao contrário de quarks e elétrons, que compõem seu corpo, ou de fótons, que compõem a luz – são bastante discretos. Raramente interagem com as coisas. Há 65 bilhões de neutrinos atravessando cada centímetro quadrado do seu corpo neste exato momento.
Nas raras ocasiões em que interagem, porém, causam um rebuliço. Se um neutrino tromba com outra partícula dentro da água – ou do gelo, o que dá na mesma –, ele dá origem a uma porção de outras partículas. Essas partículas são jogadas longe pelo impacto, como bolas de sinuca atingidas pela bola branca. Aceleram tanto, de fato, que vão mais rápido do que a velocidade da luz na água (que é um quarto menor que a velocidade da luz no vácuo – só por isso é possível ultrapassá-la).
Da mesma maneira que um avião gera uma onda de choque quando cruza a barreira do som no ar, uma partícula emana uma luminosidade azulada muito particular quando cruza a barreira da luz na água: a radiação Cherenkov. O que o IceCube é capaz de detectar, portanto, não são os neutrinos em si, e sim a radiação Cherenkov gerada quando eles, por sorte, colidem com alguma coisa.
Com os dados dos 5160 sensores de luz que compõem o IceCube, é possível calcular com precisão de que direção do céu veio cada neutrino. E assim, estabelecer qual foi a estrela (ou até quasar) distante que os produziu. Esses sensores ficam encravados em um pedaço de gelo com um quilômetro cúbico de volume no Polo Sul. Ou seja: o IceCube é uma espécie de Facebook do céu. Envia uma notificação sempre que recebe uma mensagem de um lugar distante.

6. Exoluas?
Da série “legal, mas ainda precisa de confirmação”: em outubro, astrônomos detectaram pela primeira vez um corpo na órbita de um planeta de outra estrela. Em outras palavras, uma lua em outro Sistema Solar. A dita cuja gira em torno do planeta gigante gasoso Kepler 1625b, que é maior que Júpiter. A dupla fica a 8 mil anos-luz da Terra, na direção da constelação de Cisne.
A presença de luas nos planetas de outras estrelas não é uma surpresa: elas são extremamente comuns no Sistema Solar, e não há motivos para pensar que não apareçam em outros lugares. Mas a detecção de uma é um feito técnico notável: atestado na nossa capacidade de observar lugares tão distantes que jamais poderemos visitar.

7. O animal mais antigo
A explosão do Cambriano é o nome dado pelos geólogos ao momento em que animais grandes e complexos surgem repentinamente no registro fóssil, há 541 milhões de anos. Foi um capítulo de evolução acelerada na história natural, em que formas de vida grandes e cheias de truques — como lesmas, caramujos e insetos — pipocaram após bilhões de anos de tédio microscópico e sexo nada entusiasmado entre bactérias.
O bichinho que você na foto acima, batizado de Dickinsonia, é o fóssil animal mais antigo já encontrado: viveu há 558 milhões de anos, 17 milhões de anos antes desse marco zero. E você teve o prazer de acompanhar sua descoberta em 2018. Diga olá para seus ancestrais, humano.


sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Saúde high-tech: exames que podem ser feitos pelo celular ou smartwatch


Não é mais necessário ligar na pizzaria para pedir uma redonda, certo? Ou ir até o supermercado fazer as compras da semana. Hoje, atividades tão rotineiras como essas podem ser feitas pelo celular. E acredite: o mesmo vale para alguns daqueles exames de saúde que todo ano seu médico pede.

Imagine realizar pelo celular ou smartwatch procedimentos como eletrocardiograma e ultrassom. Ou poder conferir a glicemia de uma forma tão simples quanto o número de passos que você deu em um dia. Isso já é realidade.

É claro: não significa que qualquer um poderá fazer papel de médico. Mas esses avanços prometem tornar muito mais práticos e acessíveis os cuidados com a saúde. Saiba mais sobre eles:

1. Eletrocardiograma
Em setembro de 2018, a Apple anunciou que a quarta geração do Apple Watch, lançada em 21 de novembro, traria uma funcionalidade bem importante para quem precisa ficar de olho na saúde cardiovascular: agora o relógio inteligente também é capaz de fazer uma espécie de eletrocardiograma, exame que mede a atividade elétrica do coração e indica se há arritmia ou algum outro problema com os batimentos cardíacos.

Além de medir a frequência durante e logo após o exercício, o app do smartwatch também consegue aferir a pulsação quando você está em repouso – justamente como faz o eletro. O relógio conta com uma tecnologia que realiza a chamada fotopletismografia, que dispara luz infravermelha e/ou luz de LED verde para detectar a quantidade de sangue que está circulando. O líquido que corre em nossas veias e artérias é avermelhado porque reflete a luz infravermelha e absorve todas as outras.

Quando o ritmo cardíaco acelera, o fluxo sanguíneo aumenta e, portanto, uma quantidade maior de luz verde é absorvida. Os dispositivos luminosos atuam junto com condutores que convertem luz em corrente elétrica e monitoram, constantemente, quanto sangue está passando pelo pulso. A variação da frequência que os sensores do relógio são capazes de medir é de 30 a 210 batimentos por minuto.

O novo Apple Watch também traz eletrodos na parte traseira e na coroa (aquela rodinha na lateral), que identificam sinais elétricos do coração e calculam a pulsação. Basta abrir o app que mede os batimentos cardíacos e colocar o dedo por alguns segundos na coroa.

A má notícia é que, por questões regulatórias, essa função só está disponível nos Estados Unidos, por enquanto – ainda que o Apple Watch Série 4 já esteja à venda no Brasil. Também vale destacar que ele não substitui o exame feito por um médico. O grau de precisão das medidas feitas pelo relógio pode variar de pessoa para pessoa, e fatores como tatuagens e temperatura do corpo e do ambiente podem interferir na leitura dos batimentos.

2. Ultrassom
Um aparelho de ultrassom que se conecta com o celular, investiga com precisão várias partes do corpo e ainda permite que médicos em localidades diferentes analisem, pela internet, as imagens registradas. Ficção científica? Que nada!

Estamos falando do Butterfly IQ, criado pelo cientista e empresário americano Jonathan Rothberg, fundador da empresa de tecnologia Butterfly Network. O aparelho, disponível apenas para iPhone, funciona de uma forma bem simples: um pequeno transdutor se conecta com o smartphone por um fio e, via aplicativo, permite fazer 13 tipos diferentes de exames de ultrassom. Na lista estão procedimentos ginecológicos, musculoesqueléticos, de órgãos pequenos, como a tireoide, e até obstétricos.

O Butterlfy também conta com a Buttlerfly Cloud, um sistema que permite aos médicos – os únicos que podem adquirir o aparelho – cadastrar na nuvem as imagens que registram, além de compartilharem estudos científicos, de modo que todos os usuários do app tenham acesso a esse grande banco de dados online. Os uploads são ilimitados e podem ser compartilhados de forma anônima.

Por enquanto, o Buttfly IQ está disponível apenas no mercado americano, mas é possível fazer uma reserva pelo site porque, em breve, ele estará disponível em outros países.

3. Medição de glicose
Num futuro próximo, os diabéticos não vão mais precisar fazer picadas no próprio dedo para saber como está a glicemia ou andar para cima e para baixo com o aparelho medidor de glicose. Novos recursos estão sendo desenvolvidos para que esses pacientes possam monitorar o diabetes de uma forma muito mais precisa e prática – inclusive pelo smartphone.

Um exemplo são os aparelhos desenvolvidos pela Dexcom, empresa americana especializada em tecnologias para diabetes. Tanto o Dexcom G5 Mobile CGM System quanto a nova geração, o Dexcom G6 CGM, contam com um pequeno sensor que analisa os níveis de glicose pela superfície da pele e um transmissor que se acopla ao sensor e envia as informações via bluetooth para um aparelhinho da própria Dexcom ou para um celular ou smartwatch compatível (há opções tanto no sistema Android quanto no iOS).

A empresa foi pioneira em conseguir a aprovação da FDA (Food & Drug Administration, agência do governo americano que regula alimentos e bebidas) para um monitor contínuo de glicose que não exige picadas nos dedos. O sensor – que pode ser colocado na barriga ou na lombar – dura dez dias, é resistente à água e à movimentação intensa (dá para se exercitar tranquilamente, segundo o fabricante).

Ao contrário de um medidor comum de glicose, que faz a dosagem apenas quando utilizado, esse novo sistema monitora o açúcar no sangue a cada cinco minutos durante todo o período de uso. Para ter ideia, o número de aferições pode chegar a 288 em 24 horas. O sistema também permite criar alarmes para quando a glicose atinge níveis muito altos ou baixos. E o melhor de tudo: no mesmo aparelho que você usa para realizar todas as outras atividades do dia a dia.

Além dos Estados Unidos, os produtos da Dexcom estão disponíveis em diversos países da Europa e da Ásia. Não há previsão de chegada ao Brasil.


quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Doença cardiovascular: pra evitar, o que importa é alimento, não nutriente


Especialista mostra como não há um herói ou vilão na dieta. A proteção do coração depende de uma dieta balanceada, com certas características gerais

A nutrição desempenha papel importante tanto na prevenção quanto no tratamento de doenças crônicas, em especial das cardiovasculares. Durante grande parte do século 20, as recomendações nutricionais eram baseadas na prevenção da desnutrição e das deficiências de nutrientes específicos. Foi apenas a partir de 1980 que elas mudaram o foco para as doenças crônicas, como obesidade, diabetes, hipertensão…

Veja o caso da diretriz norte americana de 1980, que, entre outras coisas, sugeria: “evite muita gordura, gordura saturada e colesterol; ingira alimentos com mais amido e fibras; evite muito açúcar e muito sal”. Entretanto, é interessante observarmos que esse guia ainda era baseado em restrição de determinados macro e micronutrientes, o que é bastante difícil de ser adotado pelas pessoas.

Além disso, novos estudos mostraram que, mais importante do que se concentrar em nutrientes específicos, era atentar para a ingestão de alimentos e a adoção de padrões alimentares específicos. Padrões alimentares caracterizam-se pela combinação de comidas habitualmente consumidas que, em conjunto, apresentam efeitos benéficos à saúde.

Exemplos desses padrões são a dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) e a do mediterrâneo. Elas são ricas em alimentos in natura ou minimamente processados, como frutas, castanhas, vegetais, legumes, grãos integrais, peixes, iogurte e óleos vegetais. E são restritas em carnes processadas, carne vermelha, grãos refinados, amido e açúcar. Todas essas escolhas – não um ou outra isoladamente – conferem um alto teor de fibras, vitaminas, antioxidantes, minerais, compostos fenólicos, além de baixa quantidade de sal, açúcar e gordura trans.

Essa mudança do foco de nutrientes para alimentos específicos e o cardápio como um todo já era sugerida pelo estudo Women’s Health Initiative, publicado em 2006 no periódico científico JAMA. Nesse trabalho, 48 835 mulheres na pós-menopausa, entre 50 e 79 anos, foram divididas em dois grupos:

1) Um teria que reduzir a gordura na dieta para menos de 20% do total de calorias e aumentar a ingestão de frutas, vegetais e grãos.

2) O outro serviria como grupo controle, recebendo apenas materiais informativos relacionados a nutrição saudável.

Após uma média de acompanhamento de 8 anos, não houve diferença significativa na redução de doenças cardiovasculares e AVC entre os dois grupos. E apenas uma modesta queda no índice dos fatores de risco cardiovasculares (colesterol alto, por exemplo).

Uma hipótese para explicar esses resultados é que grande parte da gordura tirada do cardápio foi substituída, a longo prazo, por carboidratos refinados. E, em excesso, eles também podem provocar repercussões negativas.

Outro estudo interessante, veiculado no periódico The Lancet, mostrou que altas e baixas quantidades de carboidratos na dieta foram associadas com maior mortalidade. O menor risco foi encontrado justamente quando a concentração desse nutriente estava entre 50 e 55% da composição da dieta.

No entanto, houve redução da mortalidade quando os carboidratos foram substituídos por fontes de proteínas e gorduras de origem vegetal, ao invés das animais (fonte: Seidelmann SB, et al. Dietary carbohydrate intake and mortality: a prospective cohort study and meta-analysis. Lancet Public Health. 2018;3:e419-428). Esses dados sugerem que a fonte dos macronutrientes pode influenciar na mortalidade. De novo, estamos falando de comida, e não de um ou outro nutriente.

Dicas simples para buscar uma vida mais saudável em 2019
O estudo PREDIMED veio reforçar a ideia de que padrões alimentares saudáveis são mais importantes. Na investigação, 7 447 pacientes com alto risco cardiovascular foram divididos em três grupos e acompanhados por 4,8 anos. O primeiro recebeu a dieta do mediterrâneo com 30 gramas de castanhas por dia. O segundo adotou a dieta do mediterrâneo suplementada com 1 litro de azeite de oliva extra-virgem por semana. Já o terceiro grupo foi orientado a fazer dieta com baixa quantidade de gordura.

Apesar das limitações da pesquisa, os dados finais indicaram que os dois grupos que receberam a dieta do mediterrâneo apresentaram redução do número de infarto, AVC e morte de origem cardiovascular (fonte: Estruch R. Primary prevention of cardiovascular disease with a mediterranean diet supplemented with extra-virgin olive oil or nuts. N Engl J Med. 2018;378:e34)

Logo, as recomendações nutricionais mais recentes enfatizam a importância de dietas saudáveis como estratégia contra as doenças crônicas não transmissíveis, em especial as cardiovasculares. Outros exemplos desses padrões alimentares podem ser encontrados no Guia Alimentar da População Brasileira e em iniciativas como o Meu Prato Saudável.

Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/alimente-se-com-ciencia/doenca-cardiovascular-pra-evitar-o-que-importa-e-alimento-nao-nutriente/ -  Por Dr. Marcos Ferreira Minicucci, médico - Foto: Alex Silva/A2 Estúdio