quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

É por isso que exercícios são um remédio milagroso


Não é nenhuma novidade que exercício físico faz bem para a saúde. Mas quão bem? Novas pesquisas têm revelado que os benefícios de se mexer vão muito além do que qualquer um poderia esperar.

Os efeitos da atividade física ultrapassam o controle do colesterol e da pressão e possuem um alcance muito mais amplo do que os músculos e o sistema vascular, afetando profundamente até mesmo a saúde do cérebro.

Se estiver precisando de um incentivo, você está no artigo certo. Abaixo, você pode conhecer alguns dos mecanismos que explicam todas as vantagens de se exercitar. Vale observar que os cientistas imaginam um futuro no qual o exercício será a terapia de ouro.

Para o cérebro
Exercícios físicos cumprem muitas funções no corpo humano. Por exemplo, mantêm nossos vasos sanguíneos dilatados e funcionando bem, o que por sua vez torna menos provável que entupam e causem ataques cardíacos e derrames. Com mais fluxo sanguíneo no cérebro, podem até ajudar a prevenir doenças cognitivas, como o Alzheimer.
Falando de atividade física e cérebro, um estudo norueguês com recrutas militares descobriu que a aptidão aeróbica na idade de 18 anos podia prever o risco de demência mais tarde na vida.
Outro estudo com mulheres suecas de meia idade concluiu que as mais aptas fisicamente tinham oito vezes menos risco de demência nos próximos 44 anos.
E uma pesquisa da Clínica Mayo, nos EUA, descobriu que 12 semanas de atividade física intensa leva a um aumento da captação de glicose e maior atividade metabólica no cérebro, particularmente em regiões que mostram declínio em pacientes com doença de Alzheimer.

Músculos, diabetes e câncer
Uma coisa importante que o exercício físico faz é criar músculos mais fortes. Isso ajuda na saúde de várias formas.
O músculo é o maior consumidor da glicose que é liberada na corrente sanguínea após uma refeição. Quanto mais músculo uma pessoa tem, mais rápido essa glicose é removida. E quanto mais rápido ela é removida, menos exposição há aos danos causados pelo aumento de açúcar no sangue. Só isso já serve como remédio para pessoas propensas a diabetes.
Também é um mecanismo importante para o processo de envelhecimento: o crescimento de músculos diminui o declínio da função da mitocôndria, o combustível das nossas células. Com elas funcionando bem, há menos danos oxidativos no corpo.
As proteínas dos músculos ainda servem como “reservatórios de aminoácidos” para o resto do corpo. Isso é especialmente importante quando estamos doentes – nosso sistema imunológico precisa de muitos aminoácidos para produzir anticorpos.
Por fim, o maior benefício vem das moléculas de sinalização, as mioquinas, ativadas e liberadas em resposta ao esforço muscular. Elas ajudam no crescimento muscular, no metabolismo dos nutrientes, na inflamação e numa série de outros processos.
Uma das mioquinas mais importantes é a interleucina-6, capaz de suprimir a fome e melhorar a resposta do sistema imunológico ao câncer. Outra, a catepsina B, pode levar a mudanças benéficas no cérebro, como a produção de novas células cerebrais.

Inflamação
De acordo com Bente Klarlund Pedersen, fisiologista do exercício na Universidade de Copenhague (Dinamarca), a falta de exercício físico leva a um risco maior de pelo menos 35 doenças.
Isso se deve, em grande parte, à inflamação crônica. A falta de atividade leva a um maior peso e principalmente mais gordura abdominal, largamente associada à inflamação crônica.
A interleucina-6 é uma das chaves do efeito do exercício sobre a gordura abdominal e a inflamação.
Em um experimento recente realizado por Pedersen e seus colegas, 27 voluntários com gordura visceral fizeram um regime de exercício em bicicleta ergométrica que durou 12 semanas, enquanto outros 26 voluntários permaneceram inativos. Metade dos participantes de cada grupo também recebeu um medicamento que bloqueava a ação da molécula.
No final das 12 semanas, os praticantes de exercício físico haviam perdido gordura abdominal, como esperado, mas apenas se não tivessem recebido o bloqueador da interleucina-6.

Exercício como (literalmente) remédio
Sabe aquela coisa de “é bom se exercitar”? Risque isso para “você vai ter que se exercitar”, porque não haverá alternativa melhor para curar doenças.
Alguns estudos têm revelado que a atividade física é mais eficaz que drogas em diversos casos. Por exemplo, uma pesquisa com 64 adultos com diabetes tipo 2 chegou à conclusão de que exercício físico regular pode substituir medicação para diminuir o nível de açúcar no sangue.
Outro experimento com 300 pessoas descobriu que exercícios físicos são tão eficazes quanto remédios para diminuir o risco de doença cardíaca e diabetes, e mais eficazes no caso de reabilitação depois de um derrame.

E a dose?
Uma coisa é saber que exercício físico pode ser medicinal, outra é definir sua dosagem – que tipo, frequência, duração e intensidade devem ser feitos caso a caso, por exemplo, para quem tem risco de diabetes ou histórico familiar de demência. Isso sem contar as dificuldades individuais de cada um, como sobrepeso ou lesões.
Mas os pesquisadores já estão avançando nesse campo complexo. Diversos estudos estão sendo planejados ou executados a fim de chegar a recomendações mais precisas.
Por exemplo, um com 2.000 voluntários irá medir a atividade gênica, a sinalização molecular e outras mudanças no corpo durante atividade física moderada e intensa. Outro irá analisar o efeito do volume de exercício no envelhecimento cerebral através de fatores como inflamação, moléculas de sinalização, composição corporal e outros.
Certamente, mesmo depois de termos resultados detalhados desses e de outros experimentos, a quantidade “certa” de exercício físico irá variar e talvez seja algo difícil de se prescrever.
“Não existe um único sistema de órgãos no corpo que não seja afetado pelo exercício. Parte do motivo pelo qual o efeito do exercício é tão consistente e robusto é o fato de não existir uma única via molecular, mas sim uma combinação de várias coisas. Portanto, no final de todos esses testes, analisaremos não apenas um ou dois mecanismos, mas vários deles. Vai ser uma resposta complicada”, disse Marcas Bamman, fisiologista do exercício da Universidade do Alabama em Birmingham (EUA). [DiscoverMagazine]


quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Escovar os dentes protege também o coração


Escovar os dentes com frequência está associado a menores riscos de fibrilação atrial e insuficiência cardíaca

Pesquisas anteriores já haviam sugerido que a falta de higiene bucal aumenta a circulação de bactérias no sangue, causando inflamação no organismo.

Como a inflamação no organismo aumenta os riscos de fibrilação atrial (batimento cardíaco irregular) e insuficiência cardíaca (a capacidade do coração de bombear sangue ou relaxar e encher de sangue é prejudicada), Yoonkyung Chang e seus colegas da Universidade Ewha Womans (Coreia do Sul) queriam examinar se haveria uma conexão direta entre a higiene bucal e a ocorrência dessas duas condições.

O estudo de coorte retrospectivo envolveu 161.286 participantes do Sistema Nacional de Seguro de Saúde da Coreia do Sul, com idades entre 40 e 79 anos, sem histórico de fibrilação atrial ou insuficiência cardíaca.

Os participantes foram submetidos a um exame médico de rotina entre 2003 e 2004, quando foram coletadas informações sobre altura, peso, exames laboratoriais, doenças, estilo de vida, saúde bucal e comportamentos de higiene bucal.

Durante um seguimento médio de 10,5 anos, 4.911 (3,0%) participantes desenvolveram fibrilação atrial e 7.971 (4,9%) desenvolveram insuficiência cardíaca.

Escovar os dentes três ou mais vezes ao dia foi associado a um risco 10% menor de fibrilação atrial e a um risco 12% menor de insuficiência cardíaca durante esses 10,5 anos de acompanhamento. Os resultados foram independentes de vários fatores, incluindo idade, sexo, status socioeconômico, exercício físico regular, consumo de álcool, índice de massa corporal e comorbidades, como hipertensão.

Embora o estudo não tenha investigado os mecanismos envolvidos, uma possibilidade é que a escovação frequente reduza as bactérias no biofilme subgengival (bactérias que vivem nas bolsas entre os dentes e as gengivas), impedindo assim a translocação para a corrente sanguínea, sugerem os pesquisadores.


terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Perder peso: 40 dicas para emagrecer com saúde


Quase metade dos brasileiros está acima do peso, mas é possível reduzir esse número com hábitos saudáveis

A nutricionista Roberta Stella reuniu todos os truques para fazer o ponteiro da balança voltar ao normal sem que você passe fome:

1) Nada de se desesperar: esqueça as dietas muito restritivas ou que prometem um grande emagrecimento em um período pequeno de tempo. Em longo prazo, o resultado é desastroso.

2) Comece fazendo um diário com os alimentos que você ingere todos os dias. Você perceberá os erros e se corrigirá sozinho. Essa mesma pesquisa do Ministério da Saúde divulgou que a presença de feijão e hortaliças na mesa das famílias brasileiras diminuiu, ao passo que o consumo de gordura aumentou.

3) Estabeleça uma rotina alimentar.

4) Estipule cinco refeições por dia, com horários para que elas aconteçam. E cumpra.

5) Analise os rótulos dos alimentos. Muitas vezes, os alimentos light contêm uma pequena diferença na quantidade calórica, que nem compensa a troca.

6) Prefira os alimentos integrais. Eles contêm mais nutrientes e fibras, que fazem um bem danado para o seu organismo.

7) Opte por leites e derivados desnatados. A menor quantidade de gordura significa menos colesterol e calorias na sua alimentação.

8) Cuidado com os embutidos (mortadela, salame, presunto). Eles carregam uma quantidade considerável de gordura, colesterol e sódio.

9) Escolha embutidos com menor quantidade de gordura como, por exemplo, o peito de peru.

10) Não fique mais do que 4 horas sem se alimentar.

11) Faça lanchinhos entre as refeições, hábito essencial para uma alimentação saudável.

12) Para esses lanches, opte por alimentos fáceis de serem obtidos e carregados na bolsa, como iogurte, barrinha de cereais, frutas e bolacha salgada.

13) Coma pelo menos 2 frutas por dia.

14) Consuma as frutas (maçã, pêra, uva) com casca.

15) Saladas e legumes devem fazer parte da sua alimentação diária.

16) Evite preparações altamente calóricas como gratinadas, fritas, à parmegiana, à milanesa e quatro queijos.

17) Tempere as saladas com suco de limão e vinagre.

18) O azeite tem gorduras boas para o coração. Mas isso não quer dizer que ele não seja calórico. Se a intenção é emagrecer, use com muita moderação.

19) Doces devem ser evitados, principalmente bolos recheados, tortas, bomba de chocolate.

20) Prefira os sanduíches naturais aos oferecidos pelos fast-foods.

21) Atum e sardinha em conserva são ótimos para uma salada ou um sanduíche. Mas lembre-se: utilize a versão light, conservada em água, não em óleo.

22) Prefira as carnes menos calóricas, como peixe, frango e cortes magros de carne bovina.

23) Retire a pele do frango.

24) Cuidado com os molhos à base de maionese para temperar saladas.

25) Prefiras os picolés ao sorvete de massa.

26) Sucos naturais são uma ótima pedida para se refrescar.

27) Você pode contar com a água de coco para se hidratar, mas atente à quantidade. Por ser calórica, a bebida não pode ser consumida livremente. Um copo pequeno (200 mL) apresenta 40 calorias. Consuma somente um coco por dia e beba muita água mineral.

28) Evite bebidas gaseificadas, mesmo as que não contêm calorias, como água e refrigerantes light.

29) Durante a refeição, beba somente um copo pequeno (200 mL) de líquidos. Assim a digestão não ficará prejudicada.

30) Um grama de álcool tem 7 calorias. Já um grama de carboidratos ou proteínas contém apenas 4 calorias: ou seja, aquele copinho de cerveja engorda bem mais do que um pedaço de pão. Portanto, evite as bebidas alcoólicas se o objetivo é emagrecer.

31) Se for a um barzinho, evite os petiscos fritos, amendoins e castanhas de caju.

32) Não vá ao supermercado com fome. Isso somente fará com que não resista quando passar pela gôndola de doces e salgadinhos.

33) Beba muita água, pelo menos, 2 litros por dia.

34) Cuidado com o café. Beba, no máximo, 4 xícaras por dia.

35) Inicie a refeição com um prato grande de saladas (folhas e legumes cozidos).

36) Se exagerar em algum dia, não desista. Recomece novamente no dia seguinte.

37) Dê preferência a alimentos ricos em água e de baixo valor calórico, como frutas, legumes e verduras. Você poderá consumir um volume maior desses alimentos, comparando com aqueles ricos em calorias.

38) Evite fazer a última refeição do dia perto da hora de se deitar. Para não prejudicar a digestão dos alimentos e o sono, faça o jantar, pelo menos, uma hora e meia antes de ir para a cama.

39) Boa notícia para quem é fã de lanchonetes: as grandes redes de sanduíches já possuem opções saudáveis. Entre elas, destacam-se salada, água de coco e frutas.

40) Não encare a dieta como punição. Afinal, a reestruturação alimentar garante um corpo mais bonito e saudável. A dieta nada mais é que um presente que você dá a si mesmo. Mantenha as atitudes positivas ao longo do emagrecimento.


segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

O que o cochilo pode fazer pela sua saúde


Novos estudos atestam que tirar uma soneca após o almoço previne infartos, turbina a memória e melhora o raciocínio, entre outros benefícios

Em tempos de guerra ou paz, o primeiro-ministro britânico Winston Churchill (1874-1965) não abria mão de tirar um cochilo, sempre por volta das 17 horas. Depois de uma hora e meia de soneca, ele tomava banho, jantava e continuava a trabalhar até a 1 da manhã. No dia seguinte, às 7h30 em ponto, retomava a rotina. “Quem adere ao hábito ganha dois dias em vez de um”, costumava dizer. No Brasil, quem incorporou o costume foi o sociólogo Fernando Henrique Cardoso. Quando era presidente da República, gostava de pegar um livro ou jornal e dar uma boa cochilada de 15 a 20 minutos em um sofá qualquer do Palácio da Alvorada, em Brasília. “Faz um bem danado”, relatou FHC em 1998.

Parece conversa pra boi dormir, mas o fato é que a ciência assina embaixo. A mais nova pesquisa a confirmar o efeito benéfico do cochilo vespertino vem do Hospital Universitário de Lausanne, na Suíça, e foi publicada na revista médica Heart.

A equipe da epidemiologista Nadine Häusler monitorou os hábitos de sono e o prontuário de aproximadamente 3 400 voluntários com idade entre 35 e 75 anos. Passados cinco anos, ela concluiu que tirar uma pestana uma ou duas vezes por semana reduz em até 48% o risco de eventos cardiovasculares, a exemplo de infartos e AVCs.

“Quando você dorme pouco ou mal à noite, cochilos ocasionais são uma forma de compensação fisiológica que diminui o nível de estresse”, explica a estudiosa.

Cochilar por alguns minutos, de preferência na parte da tarde, não faz bem só ao coração. O cérebro, principalmente o dos idosos, também fica feliz da vida. É o que revela outro estudo, este realizado pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, e publicado no periódico Journal of the American Geriatrics Society.

No trabalho, cerca de 2 900 chineses com mais de 65 anos tiveram que, entre outras tarefas, resolver equações matemáticas, memorizar sequências de palavras e responder a perguntas do tipo “Em que estação do ano estamos?”.

Segundo a médica e coordenadora da investigação, Junxin Li, os que cochilavam cerca de 30 minutos, até por volta das 16 horas, foram os que apresentaram melhores resultados.

Não faltam evidências para legitimar as vantagens do relaxamento pós-prandial — prandium, em latim, quer dizer almoço. Até a Nasa recomenda a soneca a pilotos e astronautas.

Segundo um experimento da agência espacial americana, quem faz um repouso de uns 20 minutos depois da principal refeição do dia tem sua capacidade de raciocínio e memória aumentada em 34% e sua habilidade para tomar uma decisão acertada sobe 54%.

Mas, cá entre nós, será que dá para descansar o esqueleto em tão pouco tempo? A resposta é sim! “Cochilos curtos, de 15 minutos, são suficientes para causar um ‘reset’ no corpo e no cérebro”, afirma a pediatra Lucila Prado, do Departamento Científico do Sono da Academia Brasileira de Neurologia.

Quanto tempo o cochilo deve durar
O sono nosso de cada dia, explicam os cientistas, tem quatro estágios: 1, 2, 3 e REM — sigla para rapid eye movement, ou movimento rápido dos olhos. Do estágio mais superficial ao mais profundo, o ciclo total dura de uma hora e meia a duas e se repete quatro ou cinco vezes ao longo da noite.
O ideal é cochilar apenas 15 minutos, mas, se houver tempo, estique até, no máximo, duas horas. Mais que isso, você pode acordar grogue, irritadiço e mal-humorado. Ou pior: ter dificuldade para pegar no sono mais tarde.
Por essas e outras, a neurologista Andrea Bacelar não recomenda a prática a qualquer um. “Apenas a quem trabalha em turnos ou não dorme o suficiente à noite”, ressalva ela, que é presidente da Associação Brasileira do Sono.

A soneca perfeita
O lugar: deve ser silencioso e climatizado. Na falta de um local assim, que tal a sala de reuniões vazia? Em último caso, até um pufe ou uma cadeira reclinável podem ajudar.
A luminosidade: vale fechar cortinas ou persianas. Agora, se não for possível deixar o ambiente escolhido mais escurinho, recorra a uma máscara de dormir.
O barulho: protetores auriculares podem ser úteis para barrá-lo. Outra sugestão é utilizar fones e ouvir música clássica ou até um barulhinho de cachoeira.
A duração: bastam 20 minutinhos. Mas, se conseguir, capriche: de 90 minutos a duas horas. Mais que isso, você pode acordar grogue e irritado. Use o despertador.
O período: o melhor é cochilar logo após o almoço, de preferência entre as 13 e as 15 horas. Evite tirar sonecas no fim do dia para não atrapalhar o sono principal.

A hora da sesta
Na Espanha, siesta. No Japão, inemuri. Nos Estados Unidos, power nap. São muitos os países que, por razões culturais ou não, adotam o hábito de fazer um repouso pós-almoço. A nomenclatura varia de um lugar para outro.
Na Espanha, o termo siesta se refere à sexta hora do dia. Para os latinos, o dia começava às 6 da manhã. Logo, a sexta hora era ao meio-dia. No Japão, ser pego cochilando no trabalho não significa demissão — em alguns casos, pode dar promoção! É o chamado inemuri, ou “dormindo em serviço”. Uma prova de que o funcionário veste a camisa da empresa.
Para os americanos, soneca virou power nap, ou “cochilo poderoso”. O termo foi criado em 1999 pelo psicólogo James B. Maas, da Universidade Cornell.
“Seu corpo está com fome de sono, mas, durante o dia, você não pode fazer uma refeição completa? A solução é servir um lanche muito saboroso chamado soneca”, compara o autor de Power Sleep (clique para comprar), Sleep for Success e Sleep to Win, entre outros livros.
No Brasil, a moda não pegou. “Não sai barato criar um cochilódromo em uma empresa. Demanda investimento. Além disso, para muitos empresários, o hábito é sinônimo de preguiça. É preciso vencer esse preconceito”, avalia Paulo Sardinha, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos.
Por enquanto, dá para contar nos dedos as empresas que disponibilizam espaços aconchegantes para os funcionários relaxarem um tempinho.
 “Mas os benefícios do cochilo para a saúde do trabalhador são incontáveis”, afirma Rosylane Rocha, presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalhador. “Melhora o humor, estimula a criatividade e aumenta a produtividade”, cita.
Desde 2010, a Locaweb, empresa de hospedagem de sites, oferece pufes confortáveis em local arborizado. Em média, 30 colaboradores usam o serviço todo dia. “Funcionários descansados produzem mais”, crava Simony Fernanda, gerente de Gente & Gestão da companhia.
Na farmacêutica Novartis, o balanço também é positivo. A cabine do sono, inaugurada em fevereiro, faz parte do espaço Energized, que inclui sala de meditação e cadeiras de massagem. Todos os meses, 160 funcionários desfrutam da novidade durante 15 a 20 minutos.
“Contribui para um melhor aprendizado e uma execução mais eficiente das tarefas”, garante Júlia Fernandes, diretora de Pessoas e Organização do grupo.
Se a empresa onde você trabalha não proporciona uma área apropriada, o jeito é improvisar: procure um lugar sossegado para a soneca. Pode ser uma sala de reuniões vazia ou o interior do carro — dentro do estacionamento, claro. O ideal é que o ambiente seja escuro, climatizado e silencioso. Se não for, máscaras de dormir e tampões de ouvido dão uma força.
Mas atenção: sonolência excessiva durante o dia pode ser sintoma de algum distúrbio do sono. “No caso dos adultos, são indicadas de sete a nove horas de sono. Se o indivíduo dorme esse tempo e mesmo assim sente uma sonolência que atrapalha suas atividades diárias, ele deve procurar um especialista”, aconselha a médica Luciana Palombini, do Instituto do Sono, em São Paulo.

Um cochilo pode fazer maravilhas. Mas só quando você não é refém dele.

Cochilo próprio para menores
Até os 3 anos de idade, a soneca é obrigatória na vida dos pequenos. Depois, torna-se opcional. “Hoje em dia, muitas crianças seguem o ritmo dos pais e acabam sofrendo de privação do sono”, alerta a médica Simone Fagondes, da Sociedade Brasileira de Pediatria. O mesmo se aplica aos adolescentes.
E, se o sono noturno deixa a desejar, o cochilo vespertino pode ser a solução. Mas, aí, não pode passar de 20 minutos. “É como desligar o carro em um lugar frio. Para o motor pegar novamente, demora à beça”, compara o neurocientista John Fontenelle Araújo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Refúgios modernos
Pelo menos cinco cidades já alugam cabines para quem quer tirar uma soneca no meio do dia: Rio, São Paulo, Campinas, Recife e Brasília. Na Pausadamente, na capital fluminense, o cliente pode escolher de luz ambiente a trilha sonora.
Na Cochilo, em São Paulo, são quatro opções de tempo — 15, 30, 45 e 60 minutos — e os preços variam de 12 a 25 reais. Em 2012, quando foi inaugurada, eram quatro cabines. Hoje são 37. “Recebemos de seguranças e estagiários a executivos”, conta Alicia Jankavski, uma das proprietárias.
Já o Siesta Box funciona nos aeroportos de Guararapes, no Recife, de Viracopos, em Campinas, e Juscelino Kubitschek, em Brasília.

Fonte: https://saude.abril.com.br/bem-estar/o-que-o-cochilo-faz-por-voce/ - Por André Bernardo - Ilustrações: Leonardo Yorka/SAÚDE é Vital

domingo, 5 de janeiro de 2020

Refrigerante diet literalmente encolhe seu cérebro, está ligado à demência


Você já se perguntou se refrigerante diet é ruim para você? Pode parecer uma opção melhor em comparação com o refrigerante açucarado, mas a ciência mostra que o ponto de vista é insatisfatório. E agora, temos ainda mais motivos para evitar o consumo de refrigerante a todo custo. Bebidas artificialmente adoçadas aumentam o risco de derrame e demência. Em outras palavras, está martelando seu cérebro.

Pesquisadores da Universidade de Boston analisaram os números e descobriram que as pessoas que tomam refrigerante dietético têm quase três vezes mais chances de sofrer derrame e demência.

E refrigerante açucarado? Isso também tem seus problemas. Vamos dar uma olhada nas últimas pesquisas …

Bebidas artificialmente adoçadas aumentam o risco de derrame e demência
Os pesquisadores estudaram as tendências de consumo de bebidas de cerca de 3.000 adultos e encontraram alguns fatos surpreendentes sobre o consumo de refrigerantes diet. Quando eles observaram as pessoas com mais de 45 anos, vítimas de acidente vascular cerebral e as maiores de 60 anos com demência, descobriram que beber refrigerantes diet com frequência quase triplicou o risco de desenvolver derrame ou demência. Esse risco foi mantido mesmo após considerar outros fatores de risco, como comer em excesso, qualidade da dieta, níveis de exercício e tabagismo.

“Esses estudos não são o melhor e o fim de tudo, mas são dados fortes e uma sugestão muito forte. Parece que não há muita vantagem de ter bebidas açucaradas, e substituir o açúcar por adoçantes artificiais não parece ajudar. Talvez a boa e antiga água seja algo com que precisamos nos acostumar. ”- Sudha Seshadri, MD, autora do estudo, professora de neurologia e membro do corpo docente do Centro de Doença de Alzheimer da Universidade de Boston.

Se se trata de açúcar “real” ou estamos falando sobre os perigos do xarope de milho de alta frutose relacionados com refrigerantes, a ciência é clara. O escândalo da indústria açucareira dos anos cinquenta e sessenta pôs em marcha um desastre alimentar. Os estudos falhos financiados pela indústria do açúcar mudaram a percepção do público, enganando as pessoas para pensar que a gordura, não açúcar, era o vilão nutricional.

Agora, sabemos melhor, entendendo que as gorduras saudáveis são vitais para uma boa saúde. Mas ainda assim, muitas pessoas estão tomando refrigerante. O excesso de açúcar é um gatilho bem conhecido da doença cardíaca que causa grandes danos metabólicos. Mas pesquisadores da Universidade de Boston queriam ver como o consumo de refrigerante e suco de frutas afeta o cérebro humano.

Usando imagens de ressonância magnética, testes cognitivos e dados existentes, os cientistas descobriram que beber mais de duas bebidas açucaradas por dia ou mais de três refrigerantes resulta em menor volume cerebral. Estamos falando de encolhimento real do cérebro aqui, reduzindo o tamanho do hipocampo. Ele também define o envelhecimento acelerado do cérebro em movimento e resulta em memória mais fraca. Estes são todos os fatores de risco para o estágio inicial de Alzheimer. Até mesmo um refrigerante dietético por dia resulta em menor volume cerebral.

Outras Condições Ligadas ao Refrigerante Diet

A Universidade de Boston mostrou a primeira ligação entre refrigerante diet e demência, mas há uma longa lista de pesquisadores médicos ligando bebidas adoçadas artificialmente a uma série de outros problemas de saúde, incluindo:

• Depressão. Beber 4 ou mais latas por dia está associado a um risco 30% maior de depressão.

• Danos nos rins. O consumo prolongado de refrigerante dietético está associado a uma redução de 30% na função renal.

• Diabetes Tipo 2 e Síndrome Metabólica. Beber refrigerante diet diariamente aumenta seu risco de síndrome metabólica em 36%; Aumenta o risco de diabetes tipo 2 em 67 por cento em comparação com os bebedores de refrigerantes não dietéticos.

Considerações Finais: Bebidas artificialmente adoçadas aumentam o risco de derrame e demência
• Beber refrigerante diet regularmente triplica o risco de derrame e demência.

• Beber um refrigerante dietético por dia encolhe o volume do seu cérebro.

• Beber refrigerante açucarado regularmente na verdade reduz o tamanho do seu hipocampo, desencadeia o envelhecimento cerebral acelerado e resulta em memória mais fraca. Estes são todos os fatores de risco de Alzheimer em estágio inicial.

• Em vez de beber uma dieta ou refrigerante normal, experimente o chá. Pode reduzir o risco de Alzheimer em até 86%.