quinta-feira, 13 de maio de 2021

Vacinas da gripe e Covid-19 precisam de intervalo mínimo de 14 dias; entenda


Vice-presidente da SBIm, Isabella Ballalai explicou que monitorar efeitos colaterais da vacina da Covid-19 pode ficar mais difícil sem esse espaçamento

 

O início da campanha de vacinação da gripe traz muitas dúvidas para os grupos que também estão recebendo a imunização contra a Covid-19. A vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, explicou à CNN que é essencial ter um intervalo mínimo de 14 dias entre uma vacina e outra. "Isso é uma precaução, não é uma contraindicação", ela esclarece.

 

"Estamos em um momento em que a vigilância de eventos adversos é muito importante para dar segurança pra todo mundo. Assim, pode-se dizer se a vacina da Covid-19 causou esse ou aquele efeito colateral. Se tomo duas vacinas [diferentes] próximas e tenho evento adverso, vem a pergunta: foi por causa da vacina da Covid-19 ou da outra? Por isso, é muito importante respeitar esses 14 dias", detalhou Isabella.

 

A especialista ainda destacou que em casos de acidente que necessitem de vacinação antirrábica ou antitetânica, por exemplo, essa regra é descartada. "Essas são vacinações de emergência, então não precisam respeitar esse intervalo."

 

Isabella ainda reforçou que a vaicinação da gripe neste ano será importante para evitar a ida aos hospitais e pronto-socorros durante o período mais frio do ano. "A influenza é a causa da mesma doença que a Covid-19: a síndrome respiratória aguda grave, que pode levar à internação na UTI e ao uso de ventilação mecânica. Hoje, com o cenário que temos da Covid-19, não se pode ter nenhuma concorrência para nossa estrutura."

 

Fonte: https://www.minhavida.com.br/saude/materias/37533-10-possiveis-sequelas-da-covid-19 - Da CNN, em São Paulo

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Tipo sanguíneo pode indicar doenças mais frequentes, diz estudo

 


Segundo estudo conduzido com dados de mais de 5 milhões de pessoas por pesquisadores do Karolinska Institutet, na Suécia, e publicado nesta semana na revista científica eLife, o tipo sanguíneo pode ser capaz de indicar as doenças mais frequentes em cada indivíduo.

 

Conexões previamente identificadas indicam que pessoas com sangue tipo A são mais propensas a desenvolver coágulos sanguíneos na comparação com pessoas com sangue O. Esse último grupo, no entanto, apresenta maior probabilidade de sofrer algum distúrbio hemorrágico.

 

Está relacionada a mulheres com sangue O+, de acordo com o artigo, a hipertensão induzida pela gravidez. Já o sangue tipo B possui risco menor de desenvolver pedra nos rins.

 

O principal autor do estudo, Torsten Dahlén, explicou que houve uma abordagem imparcial para investigar a ligação entre os tipos de sangue ABO e os grupos Rh [positivo ou negativo] e mais de 1.000 doenças.

 

“Ainda há muito pouca informação disponível sobre se as pessoas com grupos sanguíneos Rh-positivos ou Rh-negativos podem estar sob risco de certas doenças, ou quantas outras doenças podem ser afetadas pelo tipo ou grupo sanguíneo”, acrescenta o pesquisador, que é estudante de doutorado do Departamento de Medicina do Karolinska Institutet.

 

O autor sênior do estudo, Gustaf Edgren, professor associado de epidemiologia do Karolinska Institutet e médico do Departamento de Cardiologia da Södersjukhuset Hospital, em Estocolmo, reconhece que os resultados, apesar de serem um avanço, requerem mais estudos.

 

“Eles estabelecem as bases para estudos futuros para identificar os mecanismos por trás do desenvolvimento de doenças, ou para investigar novas maneiras de identificar e tratar indivíduos com certas condições.”

 

Fonte: https://www.revistaplaneta.com.br/tipo-sanguineo-pode-indicar-doencas-mais-frequentes-diz-estudo/

terça-feira, 11 de maio de 2021

Enxaqueca não é sintoma, é doença: veja as causas e como prevenir


Muita gente ainda busca uma resposta em exames para justificar o diagnóstico da enxaqueca, mas o que pouca gente sabe é que a enxaqueca é uma doença do cérebro, adquirida de forma genética, quando a pessoa nasce com um desequilíbrio bioquímico nos neurotransmissores que trabalham no sistema controlador da dor. “Podemos dizer que o alarme cerebral do portador de enxaqueca veio com “defeito” e por isso ele dispara sem motivo, permitindo que a pessoa tenha dores de cabeça desnecessariamente”, explica a neurologista Elza Magalhães, especialista em dores de cabeça. De acordo com a médica, o sistema modulador da dor funciona como um alarme que deve disparar apenas quando algo de errado acontece com nosso corpo.

 

Atinge mais as mulheres 

A enxaqueca é uma condição predominantemente feminina, chegando a uma proporção de 5 mulheres para 1 homem. A neurologista explica que o desequilíbrio hormonal que ocorre na fisiologia feminina deixa as mulheres mais suscetíveis à doença, e esse desequilíbrio já se manifesta na puberdade onde tem início as flutuações dos hormônios sexuais (estrogênios, ou estrógenos).

Geralmente a enxaqueca inicia junto com a TPM, melhora na gravidez, e pode até dimunir na menopausa, embora mulheres que fazem Terapia de Reposição Hormonal (TRH) costumam piorar da enxaqueca, e aquelas que deixaram a enxaqueca ficar crônica antes de entrar na menopausa podem não ter o benefício da melhora. “Por isso, é importante estimular o tratamento adequado e precoce dessa doença, que muitas vezes é negligenciada”, reforça a neurologista.

 

Os gatilhos

Quando exposto a alguns estímulos externos, ou mudanças metabólicas ou hormonais, o cérebro portador de enxaqueca é mais suscetível a manifestar crises:

 

• Preocupações excessivas, ansiedade, tensão, estresse

• Ficar sem comer por muito tempo

• Insônia ou noite mal dormida

• Irritação e alterações de humor

• Excesso de cafeína

• Falta de atividade física

• Uso excessivo de analgésicos

• Alguns alimentos também podem agravar: excesso de chocolate, frutas cítricas, alimentos muito gelados, gordurosos, condimentados e ricos em glutamato monossódico (salgadinhos, molhos, adoçantes)

 

Sintomas da dor da enxaqueca

• É latejante, e predomina mais de um lado da cabeça

• Vem associada a náuseas ou vômitos

• Provoca aversão à luz (fotofobia), ao som (fonofobia) e a odores (osmofobia)

• Piora com esforço físico mínimo, como, por exemplo, subir alguns lances de escada

 

Dicas para evitar as crises

 

Além do tratamento farmacológico orientado pelo médico, é importante que o portador de enxaqueca identifique quais são seus gatilhos para evitar e reduzir o número de crises. Embora seja uma doença benigna, a enxaqueca traz muito desconforto para quem convive com ela, principalmente quando fica crônica e não é tratada adequadamente.

 

Veja algumas dicas que podem ajudar:

• Ingerir pelo menos 2 litros de água por dia

• Ter uma boa qualidade de sono

• Praticar exercício físico

• Fazer meditação, em busca de mais tranquilidade

• Evitar jejum prolongado

• Se alimentar de forma saudável, evitando alimentos embutidos, industrializados, frituras, condimentos prontos

 

Para melhorar uma dor já instalada

• Colocar uma bolsa de gelo na testa, e ao mesmo tempo fazer um escalda pés

• Ficar no escuro e com o ambiente silencioso

• Usar o medicamento para dor e para enjoo orientado pelo médico

 

O abuso de analgésicos

A enxaqueca é considerada crônica quando acontece pelo menos 15 dias por mês, por pelo menos 3 meses consecutivos. Existem alguns fatores que transformam uma enxaqueca episódica em crônica, e o mais preocupante é o uso abusivo de analgésicos. “É importante que as pessoas que sofrem de enxaqueca procurem tratamento, e que o uso de analgésicos seja evitado”, alerta a neurologista.

De acordo a médica, a pessoa que faz uso de 15 comprimidos ou mais de analgésicos simples para tratar enxaqueca, ou 10 comprimidos de analgésicos mais complexos por mês, já é considerado usuário abusivo e isso pode transformar a dor em uma condição crônica e de difícil tratamento.

 

O diagnóstico é simples

O diagnóstico é baseado nos critérios clínicos definidos pela Sociedade Internacional de Cefaleia que, junto com os sintomas associados, são suficientes para confirmar, não sendo necessário realizar exames complementares, como tomografia ou ressonância magnética. “Estes exames só oneram o tratamento e expõe a riscos desnecessários”, orienta a neurologista.

 

Fonte: https://revistaabm.com.br/blog/enxaqueca-nao-e-sintoma-e-doenca-veja-as-causas-e-como-prevenir

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Cuidar da alimentação ao longo da vida é essencial para um envelhecimento saudável


A alimentação é uma parte muito importante na forma como vamos envelhecer. Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), 20% do processo de envelhecimento se devem a fatores genéticos, 20% são influências ambientais, e 60% se devem às escolhas que fazemos ao longo da vida, e a principal é a alimentação.

 

E promover um envelhecimento saudável, e com qualidade de vida, é um grande desafio, que para ser alcançado de modo amplo, tem que combinar, além da alimentação, atividades que estimulem a memória, o tratamento de patologias coexistentes, e o combate, ou o controle, de fatores de risco, como a obesidade, o sedentarismo, o tabagismo, a diabetes, a hipertensão, o consumo de bebidas alcóolicas, e o estresse.

 

“À medida que a população envelhece, e no Brasil está em ritmo galopante, aumentam também as doenças que têm associação com o envelhecimento, como as síndromes demenciais, especialmente a doença de Alzheimer, e a doença vascular. E evitar os fatores de risco é muito importante, assim como cuidar da alimentação ao longo da vida”, alerta o geriatra Leonardo Oliva, presidente regional da SBGG/BA

 

No Brasil, segundo a revisão 2018 da Projeção de População do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que até 2060 o percentual de pessoas com mais de 65 anos passará dos atuais 9,2% para 25.5%.

 

A nutricionista Alice Mesquita, especialista em gerontologia, destaca que a avaliação do estado nutricional é imprescindível no processo de envelhecimento. “Tanto a magreza extrema, como o excesso de peso impacta negativamente na qualidade de vida. É preciso evitar “dietas de revista” ou veiculadas na mídia, uma vez que cada um tem uma história que deve ser analisada adequadamente e por profissionais especializados”.

 

Alimentos ultraprocessados devem ser evitados, por serem ricos em açúcares, sódio, aditivos químicos e gorduras saturadas. Esses alimentos promovem o aumento da prevalência e a dificuldade de controle das doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, hipertensão arterial, diabetes, doenças cardiovasculares e câncer.

 

A recomendação é que a alimentação seja a mais natural e a mais colorida possível, e isso se deve ao fato de que, quanto mais colorido, mais diversidade de nutrientes ingeridos, além de ser um estímulo visual ao consumo.

 

As frutas e os vegetais ricos em vitamina C, A e betacaroteno, bem como as hortaliças verdes escuras, são fontes de vitaminas e minerais imprescindíveis na proteção do dano celular causado por radicais livres. Alimentos desse grupo não podem faltar na alimentação: laranja, limão, acerola, mamão, abóbora, cenoura, couve, espinafre, rúcula, brócolis, dentre outros.

 

O consumo desses vegetais também promove um equilíbrio na flora intestinal, além de evitar prisão de ventre e favorecer a proliferação de bactérias benéficas. Consumir na forma de saladas, sopas, suflês, ou adicionadas em sucos naturais é bem indicado e são opções de consumo aceito pela maioria da população. 

 

As fontes de gorduras saudáveis - poli e monoinsaturadas - promovem um papel protetor contra as doenças cardiovasculares e as demências, tipo o Alzheimer. Excelentes fontes dessas gorduras boas são os peixes tipo salmão, atum, sardinha, arenque, azeite de oliva extra virgem, abacate e oleaginosas, como castanhas, nozes e amêndoas. Mas atenção: recomenda-se a utilização do azeite sem aquecimento, e do abacate imediatamente após sua abertura.

 

O consumo de proteína é essencial para a manutenção da massa muscular, fundamental durante o processo de envelhecimento, e que está diretamente ligada à capacidade funcional, ou seja, à manutenção da habilidade para realizar atividades básicas da vida diária. As fontes são carnes magras, como peixe, músculo (carne de boi), frango, além de ovo (preferencialmente cozido), leite e derivados semidesnatados, e proteína derivada da soja.

 

Alimentos ricos em cálcio e magnésio evitam a osteoporose, problema que pode afetar até 27,4% da população. Os alimentos indicados são leite, derivados e hortaliças verde-escuros.

 

Para os idosos

 

Segundo o geriatra, do ponto de vista de quem já é idoso, a alimentação tem que ser mais fonte de prazer do que de saúde, uma vez que a alimentação ocupa um lugar importante nos prazeres da vida de uma pessoa com idade avançada.

 

“Tem que evitar tratar o idoso como uma pessoa que mereça fazer grandes restrições alimentares. Evitar aquela “comida de doente”, sem sal e sem cor. Ao contrário: tem que dar a ele a comida que ele gosta e do jeito que ele gosta, sem muitas preocupações quanto a ser muito ou pouco saudável. Quanto mais idoso, mais tem que levar isso em consideração”.

 

Mas é preciso ter atenção especial com alguns componentes da dieta: tem que ser rica em cálcio e proteína animal. No caso do cálcio, não precisa ser através de comprimidos, mas diretamente na alimentação, com o consumo de leite, derivados e vegetais folhosos.

 

“Durante o processo de envelhecimento ocorre uma menor produção de enzimas importantes para a digestão, por isso é importante incluir pequenas porções de alimentos proteicos ao longo do dia”, explica a nutricionista.

 

Outra orientação importante dos especialistas é em relação à hidratação. É normal a sensação de sede diminuir com o avançar da idade, mas é importante não descuidar do consumo de água e líquidos.

 

Segundo o presidente da SBGG/BA, seguindo essas orientações é possível envelhecer de uma maneira melhor e até prevenir as demências. “Não é garantido que não se desenvolverá uma demência, mas com certeza vai reduzir muito os riscos”.

 

• Manter uma alimentação saudável

• Praticar atividade física regularmente

• Manter o peso

• Visitar o médico periodicamente, assim como tomar o medicamento prescrito de forma correta e regular

• Diminuir o estresse

• Manter bons hábitos sociais e familiares, incluindo hobbys e atividades de lazer

• Não fumar

• Beber pouco

 

Fonte: https://www.revistaabm.com.br/blog/cuidar-da-alimentacao-ao-longo-da-vida-e-essencial-para-um-envelhecimento-saudavel

domingo, 9 de maio de 2021

Covid e os sintomas que perduram: estudos buscam entender melhor


Os estudos para entender melhor sobre o novo coronavírus continuam. Muitos pacientes têm apontado que os sintomas da Covid-19 persistem por semanas, e até meses, após o diagnóstico da doença, mesmo em pessoas que apresentam apenas formas leves, sem necessidade de hospitalização. E como a doença envolve, potencialmente, os pulmões e o coração, o acompanhamento com pneumologista e cardiologista mostra-se fundamental.

 

De acordo com o diretor do Hospital Cárdio Pulmonar, o cardiologista Eduardo Darzé, as consequências a longo a prazo estão sendo avaliadas e estudadas, mas como a Covid-19 é uma doença aguda, que envolve múltiplos sistemas e órgãos, a possibilidade de consequências a longo a prazo é muito provável, e é isso que tem sido observado nesses primeiros estudos. “Principalmente quem tem doenças mais graves, que precisa de hospitalização, os cuidados e o tratamento não terminam com a alta hospitalar. Esses pacientes, de fato, têm sintomas que persistem por pelo menos 2 a 3 meses”. De acordo com o médico, os sintomas persistentes são:

 

• Fadiga

• Falta de ar

• Dores no corpo

• Tosse

• Dor de cabeça (às vezes)

 

Miocardite

O cardiologista também destaca que a Covid-19 pode causar danos potenciais a longo prazo no músculo cardíaco, a miocardite, inflamação já documentada em vários estudos, tanto em autópsias, como em exame de imagem mais sofisticado. E ficou evidente o problema, meses após a infecção aguda. “Essa infecção traz consequências muito ruins, como dilatação e disfunção progressiva do coração, e arritmias, levando à insuficiência cardíaca, que é um quadro mais grave”

Dr. Darzé esclarece que essas sequelas não têm sido observadas com muita frequência, mas a presença do vírus e da inflamação têm sido muito frequentes, mesmo semanas ou meses depois da infecção aguda. “Obviamente, é preciso fazer estudos mais prolongados com follow-up mais longo, para saber a consequência real da presença do vírus e da inflamação no coração durante tanto tempo. Mas, até agora, apenas uma minoria dos pacientes desenvolveu essas sequelas”.

 

Trombose

Além da miocardite, o cardiologista alerta sobre o processo trombótico, outra consequência a longo prazo muito marcada durante a fase aguda da Covid-19, com formação de coágulos dentro do vaso. “Os estudos são muitos consistentes em mostrar que os pacientes têm tendência à coagulação dos vasos em diferentes órgãos. Eu destaco dois grandes grupos de doenças trombóticas: as que envolvem a veia - trombose venosa da perna e a embolia pulmonar -, e as que envolvem o sistema arterial, que causam o infarto agudo do miocárdio e o AVC”.

De acordo com Dr. Darzé, essas síndromes trombóticas podem levar a consequências a longo prazo, porque envolvem a interrupção aguda de sangue ao cérebro e ao coração, causando o infarto e as sequelas tradicionais, como dificuldade de andar, falar e pensar. “Isso requer um acompanhamento a longo prazo, principalmente com trombose na perna e embolia pulmonar, que vai precisar de uso prolongado de coagulante”, explica.

 

Entender melhor

O diretor médico do Centro de Tratamento da Covid-19 do Hospital Espanhol, o infectologista Roberto Badaró, declara que, embora existam evidências na literatura de que uma pessoa que adquiriu o vírus pode persistir com replicação assintomática em até quatro meses, não é possível afirmar se esse vírus detectado é infectante ou não. “Ao que parece, nos relatos ditos de reinfecção, é que nenhum deles fez cultivo do vírus. Todos relataram que a reinfecção na base da positividade do teste RT-PCR, se não muito raro, pode ser persistência da primeira infecção”.

O infectologista ressalta que os médicos ainda estão entendendo melhor o curso da doença, principalmente quando o paciente tem uma pneumonia severa. “Essa doença tem três fases distintas, com a primeira viral e assintomática, e outras duas mais graves, que é a da pneumonia e da inflamação, que podem levar ao óbito. Na fase da inflamação não há mais replicação viral, e sim um processo inflamatório severo com aumento das citocinas humanas, que leva o paciente à falência de múltiplos órgãos, e a mortalidade pode chegar a 70-90%, dependendo do caso e dos fatores de riscos. Portanto, precisamos entender melhor como bloquear essa resposta de citocinas com anticorpos monoclonais e drogas que reduzam a viremia na fase inicial”.

 

Tomografia do tórax

O pneumologista Jorge Pereira, chefe da divisão médica do Hospital Universitário Edgard Santos, alerta para a baixa especificidade do exame da tomografia computadorizada do tórax de alta resolução (TCAR) no manejo da Covid-19, embora seja um exame de alta sensibilidade e de grande auxílio com a doença. “O método visual de avaliação quantitativa, usado corriqueiramente em nosso meio, que procura estimar a extensão do comprometimento pulmonar e da gravidade da doença, tem demonstrado amplas variações intra e interindividuais, além de não guardar estreita correlação com a gravidade da doença”.

O pneumologista ressalta que o exame não deve ser realizado isoladamente para definir a indicação de internação hospitalar, porém deve ser realizado em todos os pacientes com indicação de internação, baseado em outros parâmetros, e também para avaliar eventuais complicações. “Mostra-se útil diante da suspeita da ocorrência de fenômenos vasculares, na triagem para a realização de angio-TC, ou de tomografia de dupla energia”.

De acordo com Dr. Jorge, existe comprovação científica de que a replicação viral se reduz drasticamente em, aproximadamente, duas semanas do início dos sintomas da doença. Diante disso, a possibilidade de esse indivíduo representar um risco de transmitir a doença fica muito reduzida.

Por outro lado, um estudo realizado nos EUA, e que envolveu dezenas de indivíduos que permaneceram internados com a Covid-19, e se tornaram assintomáticos com alta hospitalar através do teste RT-PCR-negativo, e permaneceram em ambiente controlado a fim de se evitarem novas exposições ao vírus, demonstrou, por testes seriados ambulatoriais ao longo de vários meses, que alguns indivíduos permanecem com o teste positivo nesse período. A discussão é se esses vírus estariam ainda viáveis e capazes de transmitir a infecção. “Há um consenso em torno da probabilidade de o teste identificar fragmentos do vírus sem que representem um risco real de propagação, já que não representaria a forma viável do vírus”, esclarece o pneumologista.

 

Vacina e o comportamento do vírus

Dr. Roberto Badaró destaca que, mesmo após uma vacina eficaz, ainda não será possível afirmar o comportamento do vírus. Segundo ele, pode acontecer o mesmo que ocorre com o Influenza, “que varia a sua hemaglutinina e neuraminidase, por isso tem vacinas todos os anos contra H1N1, e depois H2N3, e assim sucessivamente”.  O infectologista alerta que o coronavírus tem várias espécies diferentes e ainda não se sabe as mutações que podem ocorrer. “Dependendo da imunidade que será adquirida com a vacina pode ser que haja uma necessidade de vacinação de tempos em tempos”, enfatiza.

 

Fonte: https://revistaabm.com.br/blog/covid-e-os-sintomas-que-perduram-estudos-buscam-entender-melhor