Nova pesquisa demonstrou redução na frequência e
intensidade das crises de dor de cabeça
Se você apresentou mais que 15 dias de dor de cabeça
por mês, com crises típicas de enxaqueca em
alguns desses dias, nos últimos três meses, você tem o diagnóstico de enxaqueca
crônica. Um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Cefaleia demonstrou
que 9% da população sofre com dores de cabeça diárias ou quase diárias. Já
existem medicamentos preventivos para enxaqueca que podem reduzir os dias de
dor por mês, porém um novo estudo comprovou que associar exercício aeróbico ao
uso desses medicamentos pode trazer um resultado ainda melhor no tratamento da
enxaqueca crônica.
A pesquisa, realizada na Universidade Federal de São
Paulo (UNIFESP) por mim e pela fisioterapeuta Michelle Dias Santiago, estudou
50 pacientes com diagnóstico de enxaqueca crônica divididos em dois grupos:
metade dos pacientes fez uso de uma medicação preventiva diariamente, enquanto
a outra metade fez uso da mesma medicação diariamente e também praticou
atividade aeróbica de forma orientada, três vezes por semana. Após três meses
de acompanhamento, todos os pacientes apresentaram melhora do seu quadro com
redução na frequência, intensidade e duração das crises de dor de cabeça.
Entretanto, o grupo que também realizou atividade aeróbica apresentou uma
melhora significativamente maior em todos esses parâmetros, e ainda uma redução
do Índice de massa corpórea (IMC), ou seja, perderam peso. Essa pesquisa foi
apresentada no XXVII Congresso Brasileiro de Cefaleia ocorrido esse mês e foi
premiada melhor pesquisa brasileira na área de cefaleias no ano de 2013.
Associar exercícios aeróbicos
ao medicamento preventivo é mais eficaz e traz maiores benefícios ao paciente
do que só tomar a medicação. O tratamento da enxaqueca crônica deve envolver
múltiplos procedimentos como orientação de rotinas saudáveis com pratica de
exercícios aeróbicos regularmente, tempo de sono adequado, alimentação
balanceada, suporte psicológico se necessário, terapias não medicamentosas,
evitar situações desencadeantes de crises e o abuso de analgésicos, e a
orientação de um medicamento preventivo adequado para cada paciente.
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