Se a preocupação antes era apenas com o Índice de
Massa Corpórea (IMC), que leva em conta o peso e a altura da pessoa, hoje a
análise do risco cardiovascular envolve também a circunferência da cintura.
Fique atento aos riscos de acumular gordura na barriga em excesso
A dificuldade para fechar o botão da calça deixa
qualquer um de mau humor, até quem está na faixa de peso considerada normal. O
que separa vaidade e necessidade é uma linha tênue em volta da cintura que fica
logo abaixo da pele: a gordura que se acumula ali causa desconforto no espelho,
mas não traz maiores consequências à saúde. O problema reside na camada de
adiposidade que se forma entre os órgãos internos, a chamada gordura visceral.
É ela que sinaliza o risco para doenças cardiovasculares, como diabetes,
infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
Assim, se a preocupação antes era apenas com o
Índice de Massa Corpórea (IMC), que leva em conta o peso e a altura da pessoa,
hoje a análise do risco cardiovascular envolve também a circunferência da
cintura, a menor medida obtida com a fita métrica disposta entre a última
costela e o osso do quadril. Quando, na mulher, o total ultrapassa 80 cm, e no
homem os 94 cm, e ambos apresentam sobrepeso (IMC entre 25 e 29,9), o sinal de
advertência é acionado. E de 88 e 102 cm em diante, ele toca mesmo se a pessoa
estiver com peso saudável (IMC entre 18,5 e 24,9).
Fatores de risco
Claro que um exame de saúde não se restringe à
balança e às medidas corporais. É preciso saber o histórico familiar, além de
medir a pressão e solicitar exames de sangue para averiguar os níveis de
colesterol, glicose e triglicerídeos. Mas o acúmulo de volume na barriga pode
ser o primeiro e mais visível indício de problemas. “A sequência de eventos é:
acúmulo de gordura visceral, desenvolvimento de hipertensão, diabetes,
dislipidemia (aumento de triglicerídeos e diminuição do bom colesterol) e
eventos cardiovasculares”, alerta a endocrinologista Maria Edna de Melo,
presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome
Metabólica (Abeso).
A boa notícia é que, segundo os endocrinologistas, a
gordura visceral é mais metabolicamente ativa, ou seja, responde mais
facilmente às medidas comportamentais. É por isso, aliás, que os homens costumam
emagrecer com mais facilidade que as mulheres, que contam com mais gordura
subcutânea. Mas por que temos uma tendência a acumular gordura nessa parte do
corpo?
Abdome: ponto de choque
Há um motivo nobre para todo volume que se acumula
no tronco: é onde estão os órgãos vitais, que precisam de proteção contra
eventuais ameaças e fonte rápida de energia em caso de falta de comida. Essa
segurança é garantida por um complexo processo metabólico, que transforma os
alimentos em energia e, o que sobra, em gordura, para uso futuro.
O principal hormônio envolvido nessa história é a
insulina. “Ela joga o açúcar para dentro da célula e envia o estímulo para o
cérebro para que a pessoa pare de comer”, fala Maria Fernanda Barca, membro da
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Além disso, a
insulina também está envolvida no armazenamento de gordura.
Fonte: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/riscos-de-acumular-gordura-na-barriga-em-excesso/7034/
- Por Tatiana Pronin | Fontes (Digestão) Renato Zilli, endocrinologista, e
Paulo Zogaib, fisiologia do esporte | Foto Shutterstock | Ilustrações Sueli
Mendes | Adaptação Kelly Miyazzato.
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