Pesquisa indica que jovens conseguem adicionar mais de uma década à expectativa de vida mudando sua alimentação. Nutróloga comenta
Já imaginou acrescentar mais de uma década à sua vida?
É o que pode acontecer com jovens que fizerem mudanças na alimentação, como
aponta um estudo recente publicado no PLOS Medicine. Os resultados da pesquisa
surpreendem: uma mudança na dieta pode proporcionar ganhos substanciais de
saúde para pessoas de todas as idades, mas especificamente para jovens, que
podem ganhar até 13 anos de vida ao consumir mais legumes e grãos e diminuir a
ingestão de carne vermelha.
“A dieta típica ocidental tem um alto consumo de
açúcar e carboidratos e conta com alimentos ultraprocessados em excesso. O
estudo mostra que abandonar esse padrão alimentar, incluindo mais leguminosas,
grãos integrais e nozes, e diminuindo o consumo de carne vermelha e processada,
é o suficiente para adicionar alguns anos à nossa expectativa de vida”, declara a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez,
diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
Importância da alimentação
A alimentação tem papel fundamental na manutenção das
funções do organismo. Globalmente, estima-se que os fatores de risco dietéticos
levem a 11 milhões de mortes por ano, como apontou a médica. O que consumimos
em uma dieta, portanto, pode trazer consequências importantes para alterações
no DNA celular, chamadas de epigenéticas.
“O DNA fornece o código para a produção de proteínas,
que realizam muitas funções nas células do nosso corpo, e a epigenética se
concentra na forma como os fatores ambientais, comportamentais e sociais podem
modificar as funções e a herança celular. Uma alimentação mais inflamatória é capaz
de impactar e acelerar o envelhecimento. Ao mesmo tempo, um padrão alimentar
mais equilibrado, com inclusão de alimentos funcionais, como mostra o estudo,
pode ajudar a acrescentar alguns anos à expectativa de vida”, explica a
especialista.
Quando mudar a dieta?
Como aponta a profissional, a pesquisa também destaca
que os ganhos são maiores quanto mais cedo forem feitas as mudanças na dieta.
“No entanto, apesar de menores para os idosos, os ganhos previstos na
expectativa de vida ainda são substanciais”, acrescenta Dra. Marcella.
Para adultos jovens, o modelo estima que uma mudança
para o que seria uma dieta “ideal” a partir dos 20 anos aumentaria a
expectativa de vida em mais de uma década para as mulheres (10,7 anos em média)
e homens (13,0 anos). Já para as pessoas com 60 anos, alterar a dieta pode
aumentar a expectativa de vida em 8 anos para mulheres e 8,8 anos para homens.
Idosos com 80 anos podem ganhar mais 3 anos de vida, conforme o estudo.
“Os maiores ganhos em anos de expectativa de vida seriam
obtidos comendo mais leguminosas, mais grãos integrais, e mais nozes, ao mesmo
tempo em que se diminui o consumo de carne vermelha e processada”, enfatiza a
nutróloga.
Benefícios de uma nova dieta
De acordo com a Dra. Marcella, um dos grandes focos dessa
mudança é garantir um maior fornecimento de nutrientes ao organismo, o que
melhora o metabolismo, confere atividades hipoglicemiantes (de controle da
glicemia), hipolipemiantes (no controle do colesterol), antioxidantes,
anti-inflamatória e melhora a imunidade.
Ao mesmo tempo, adotar a dieta apresentada pelo estudo
proporciona um impacto significativo na redução da inflamação, que nem sempre é
visível, mas pode atuar de maneira sistêmica e discreta, podendo perdurar de
forma crônica e trazer danos ao organismo, levando a problemas de saúde como
artrite, doenças cardíacas, mal de Alzheimer, depressão e câncer”, finaliza a
médica nutróloga.
Fonte: https://sportlife.com.br/mudar-dieta-pode-adicionar-ate-13-anos-de-vida-diz-estudo/
- Redação Sport Life - Foto: Shutterstock
Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas,
também vosso Pai celestial vos perdoará a vós.
Mateus 6:14
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