O neurologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Tiago Sowmy, esclarece dúvidas sobre a doença
As enxaquecas são muito comuns na população e podem
até mesmo fazer parte da rotina de muita gente. Segundo a Sociedade Brasileira
de Cefaleia, cerca de 140 milhões de pessoas no Brasil sofrem com a doença. Um
estudo da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia apontou que cerca de
52% da população mundial também são acometidas por esse mal. Mas afinal, o que
causa a enxaqueca e como é possível evitar esses sintomas que podem ser tão
incômodos? Como fazer para evitar as enxaquecas? O neurologista do Hospital
Edmundo Vasconcelos, Tiago Sowmy, responde a essas e outras dúvidas abaixo.
Tipos e sintomas de enxaqueca
Ao todo, existem três tipos de cefaleias primárias, ou
seja, aquelas que não tem uma causa específica. A enxaqueca propriamente dita
oferece como sintomas principais uma dor forte, pulsátil e intensa que ocupa
metade da cabeça. O paciente pode ter mais sensibilidade à luz, ao barulho ou
ao som e turvação visual podendo chegar a ter náuseas, vômitos, formigamentos e
até dificuldade de comunicação e de memória. Pode haver ainda uma sensação de
cansaço, de fadiga e até mesmo tontura, mal-estar ou vertigem. Muitas vezes a
realização de atividades físicas ou até de atividades cotidianas pode se tornar
desconfortável. Geralmente pode durar de 4 a 72 horas sem qualquer tipo de
medicação.
A cefaleia tensional é uma dor mais leve e moderada,
com característica de um aperto ou de pressão na cabeça, geralmente localizada
na parte frontal da cabeça. Não há características de sensibilidade como na
enxaqueca. Sua duração pode ser muito variável, indo de 30 minutos até alguns
dias, mas não há uma regra clara. Já a cefaleia em salvas é mais incomum e
representa a dor mais intensa de todas, com sensação de pontadas e até de
ardor. Pode acometer só um lado da cabeça e apresenta sintomas como
lacrimejamento, vermelhidão no olho e corrimento nasal. Cada episódio pode
durar entre 15 minutos e três horas e pode ocorrer várias vezes ao dia. Os
pacientes com essa cefaleia ficam agitados e não conseguem ficar em repouso, ao
contrário da enxaqueca.
“Um jeito de diferenciar é verificar a intensidade da
dor, onde ela está localizada, se é latejante, se há um aperto e se há outros
sintomas associados como a náusea, vômitos e congestão nasal. Outra questão
importante para se analisar é a duração da dor e a frequência em que ela
acomete o paciente. E a partir disso o médico vai direcionar a conversa e
classificar o tipo de dor”, explica ele.
Para todos os casos, porém, é importante observar
alguns sintomas-chave. Segundo o neurologista, alguns desses fatores são a dor
de cabeça súbita e intensa, a mudança de padrão no tipo de dor de cabeça, os
sintomas que se perpetuam ou duram muito tempo e a existência de febre ou de
algum trauma na cabeça, como uma batida após um acidente. Pessoas que tenham
condições como problemas cardíacos ou vasculares, que utilizem medicações
imunossupressoras para doenças autoimunes ou que apresentem dores crônicas
também geram um alerta. “Para todos os casos acima o paciente deve procurar
atendimento médico com urgência para evitar quadros piores”, alerta.
Causas da enxaqueca
O médico Tiago Sowmy destaca que não há uma causa
específica para a enxaqueca e explica que são vários os fatores que interagem
para a sua ocorrência. “A gente sabe que alguns fatores como o histórico
familiar aumenta o risco de um paciente ter enxaqueca, além da existência de
transtornos de humor, ansiedade e depressão. Fatores de estilo e hábitos de
vida e fatores hormonais, como uma gravidez, a menopausa ou o período pré-menstrual,
além do uso de anticoncepcional, também podem estar envolvidos”, ressalta.
Entre os fatores ligados ao estilo de vida podem estar
a falta de uma alimentação adequada, desidratação, jejum prolongado ou
alimentos específicos como álcool, doces, cafeína, temperos e comidas
condimentadas. Entre outros fatores possíveis podem estar a exposição a muitas
telas ou a ambientes muito barulhentos ou a exposição a momentos de muito
estresse ou carga emocional. Segundo o médico, há pacientes que relatam enxaquecas
após atividades físicas muito intensas ou após a privação ou excesso de sono,
por exemplo.
“Entre esses vários fatores a gente pede para o
paciente fazer um diário da vida dele, apontando se há o caso de uma enxaqueca
após um episódio como comer um determinado alimento, por exemplo, além das
durações e quantidades de episódios de enxaquecas. A dificuldade diagnóstica se
encontra mais em conseguir elaborar um histórico detalhado do paciente e
extrair os sintomas mais importantes do que propriamente se basear em um exame.
Se a gente consegue unir os sintomas e o histórico aos exames teremos um quadro
muito mais completo”, reitera. Ele detalha ainda que os exames laboratoriais e
os exames de imagem ajudam a excluir outras causas e outras patologias que
possam estar simulando a enxaqueca.
Quais são os tratamentos da enxaqueca
O especialista destaca que para tratar das dores
causadas pelas enxaquecas tanto os analgésicos mais comuns como a aspirina,
dipirona e paracetamol quanto as medicações mais específicas como os triptanos
são recomendadas. Também podem ser utilizados os antieméticos para ajudar com
as náuseas e vômitos.
Já para a profilaxia, ou seja, para a prevenção, o
especialista indica os beta-bloqueadores, mas a depender da característica do
indivíduo, podem ser usados antidepressivos ou antiepiléticos. Além de algumas
medicações injetáveis, até mesmo a utilização de toxinas botulínicas,
conhecidos popularmente como botox, podem ser utilizados. Ainda pode haver a
indicação de fitoterápicos e de suplementos alimentares.
“A depender do tipo de paciente a orientação médica
pode pedir que o paciente lide melhor com o estresse, apresente uma alimentação
mais balanceada, melhor hidratação, melhore a qualidade do sono e faça
atividades físicas. Os bons hábitos podem ajudar. E no caso de qualquer
medicação é sempre importante procurar ajuda médica”, finaliza.
Fonte: https://www.noticiasaominuto.com.br/lifestyle/2197942/enxaqueca-veja-os-tipos-sintomas-causas-e-principais-tratamentos
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Ele dá força aos cansados e aumenta o poder dos
fracos. (Isaías 40:29)
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