sábado, 1 de fevereiro de 2020

Coronavírus: quem está mais suscetível a ele e aos sintomas graves


Segundo um estudo, o vírus vindo da China afeta mais alguns subgrupos, como pessoas mais velhas ou com doenças crônicas. Conheça quais e as complicações

O coronavírus e seus sintomas mais graves surgem especialmente em pessoas mais velhas e que tenham alguma doença crônica. Essa é uma das conclusões de um novo estudo publicado no The Lancet por pesquisadores da China.

No trabalho, os cientistas avaliaram todos os casos confirmados dessa infecção respiratória que deram entrada entre 1º e 20 de janeiro de 2020 em um hospital de Wuhan, o provável epicentro do surto. Foram 99 indivíduos ao todo.

Entre eles, 55% possuíam algum problema crônico. Diabetes, doenças cardiovasculares, males digestivos ou respiratórios e câncer estavam entre eles. Além disso, a média de idade dos pacientes era de 55 anos — 37% estavam acima dos 60 anos.

Segundo o trabalho chinês, isso ocorreria porque o envelhecimento e essas enfermidades tendem a diminuir a imunidade contra infecções em geral.

Aliás, os pesquisadores também notaram que mais homens foram parar nesse hospital por causa do coronavírus. Dos 99 enfermos, 67 eram do sexo masculino (68%). “A reduzida suscetibilidade das mulheres a infecções virais pode ser atribuída à proteção do cromossomo X e aos hormônios sexuais, que exercem um papel no sistema imunológico”, escrevem os autores, no artigo.

Os sintomas mais comuns entre esse grupo hospitalizado pelo coronavírus foram febre, tosse e falta de ar. Dores musculares e de cabeça, bem como confusão mental, irritação na garganta e desconforto no peito também foram observados.

Além disso, 75% dos 99 participantes do estudo apresentaram uma pneumonia que afetou os dois pulmões. Até o momento, 11% de todos os participantes morreram.

Mas atenção! Isso não significa que a letalidade do novo coronavírus é de 11%. Primeiro porque o número de casos avaliados nesse experimento, embora seja o maior até o momento, é pequeno. Segundo que os pesquisadores se concentraram em pessoas hospitalizadas.

Ou seja, é possível que o vírus tenha causado sintomas mais brandos em outros sujeitos, que nem viram necessidade de ir até um pronto-socorro. Se for o caso, ao incluir essa turma em outro estudo, a letalidade certamente cairia. Devemos esperar mais estudos.

Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/coronavirus-sintomas-graves/ - Por Theo Ruprecht - Ilustração: Erika Onodera/SAÚDE é Vital

sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

9 formas naturais de aliviar os sintomas de alergias


Lavar o nariz, usar tecidos naturais e turbinar a dieta são dicas valiosas

Quem sofre com alergias sabe que o tempo frio ou as mudanças bruscas de temperatura são um prelúdio para sintomas como tosse seca, olhos e nariz irritados, dificuldade para respirar e espirros. Dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI) indicam que 30% dos brasileiros sofrem com algum tipo de reação alérgica, sendo que rinite, bronquite e asma são predominantes.

Por sorte, existem diversas medidas que podem ser tomadas para evitar ou mesmo aliviar esses sintomas. "Devemos lembrar que os tratamentos naturais não eliminam o uso de medicamentos, e que cada caso deve ser avaliado por um médico", diz o alergista Gustavo Falbo Wandalsen, diretor da ASBAI.

Ele também afirma que evitar o contato com os causadores da alergia, como poeira e animais, é o primeiro passo para evitar as crises, mas que alguns cuidados são mais do que bem-vindos. No Dia Nacional de Prevenção à Alergia e no Dia Mundial da Asma, comemorados no dia 7 de maio, confira os conselhos dos especialistas para evitar crises alérgicas:

1. Evite produtos com cheiro forte
De acordo com Gustavo Falbo Wandalsen, produtos com odores muito acentuados, como perfumes, cremes e produtos de limpeza, não são necessariamente as causas de uma alergia, mas podem provocar irritações e agravar os sintomas.
"Dessa forma, é importante que a pessoa evite ficar em constante contato com esse tipo de produto, principalmente nas épocas em que as crises são mais frequentes", explica. Portanto, prefira sabonetes neutros ou cosméticos que tenham odores mais suaves, dando uma folga para o seu nariz.

2. Turbine a dieta com quercetina
Presente principalmente na maçã, na cebola e no brócolis, a quercetina é um antioxidante capaz de diminuir a produção de histamina no corpo. "Essa substância, por sua vez, é a responsável por aumentar a dilatação dos nossos vasos sanguíneos e iniciar um processo alérgico", diz o nutrólogo Roberto Navarro, da Associação Brasileira de Nutrologia.
Ele afirma que o consumo diário desse nutriente pode ajudar, inclusive, a diminuir as chances de uma crise. "É possível obter a quercetina na forma de cápsula, sob receita médica, conforme o andamento do quadro alérgico", acrescenta o especialista.

3. Não se esqueça da limpeza nasal
"Essa é uma das formas indicadas pelos médicos para evitar irritações causadas principalmente pela rinite alérgica", diz o alergista Gustavo. Para fazer a limpeza nasal, que deve ser feita duas vezes por dia, você coloca soro fisiológico em seringas ou conta gotas e pinga o líquido diretamente no nariz.
Existem também produtos comerciais em spray, por exemplo, que são específicos para essa função. "Tudo o que a gente respira fica grudado na mucosa do nariz, e quando você faz a limpeza, retira esses corpos estranhos e diminui também as crostas de secreção nasal que a rinite produz, facilitando inclusive a respiração", diz o especialista.

4. Aumente a umidade do ar
Quando a umidade do ar está entre 20% e 30%, surge o estado de atenção; entre 12% e 20%, estado de alerta; e abaixo de 12%, surge o estado de emergência. Esse cenário deixa as vias aéreas ressecadas, comprometendo a secreção líquida que funciona como proteção natural do nariz. "Com isso, as vias nasais ficam livres para a entrada de vírus, bactérias e agentes alergênicos", explica a pneumologista Valéria Martins, diretora da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia.
Além disso, o tempo seco dificulta a dispersão da poluição e da poeira, que ficam suspensas no ar e passíveis de inalação. "Dessa forma, umidificadores, bacias com água, toalhas e panos molhados e até mesmo algumas plantas cultivadas no ambiente podem ajudar a equilibrar os níveis de umidade durante as estações mais secas e ajudar nas crises alérgicas", complementa.

5. Lave os olhos com soro fisiológico
Um dos sintomas de alergia é a irritação nos olhos, que podem coçar e lacrimejar. Pessoas que sofrem desse problema com mais frequência podem roubar a dica do nariz e fazer uma lavagem diária dos olhos com soro fisiológico. "Essa limpeza é eficaz não só para prevenir os sintomas, mas também para aliviar uma irritação já instalada", afirma o alergista Gustavo.
De acordo com o médico, é importante ressaltar que, durante uma crise, é essencial evitar sabonetes e outros produtos com potencial irritante para lavar os olhos, pois só irá agravar o problema.

6. Fique de olho na vitamina D baixa
De acordo com a nutricionista Hellen Fernandes, consultora da farmácia de manipulação Galgani, a falta de vitamina D no organismo pode contribuir para o aumento da massa muscular nos brônquios, fazendo com que eles se contraiam mais, tornando a respiração mais difícil.
"Outro problema é a deficiência do nutriente em pessoas com asma, pois o uso de corticoides para o tratamento da doença pode diminuir os níveis de vitamina D, sendo necessária a suplementação", completa. Ela afirma ainda que a vitamina D só deve ser suplementada em asmáticos com deficiência confirmada por exame de laboratório e a dose ideal de reposição será receitada pelo médico.
Mas se você quer acrescentar mais doses de vitamina D ao organismo para melhorar a respiração, boas fontes do nutriente são gema de ovo, fígado, manteiga e alguns tipos de peixes, como cavala, salmão e arenque. "Além disso, tomar sol de 15 a 20 minutos por dia, em horários de baixa exposição, é a melhor maneira de sintetizar o nutriente", afirma a especialista.

7. Use tecidos naturais
Já notou como a poeira parece sempre ficar grudada na tela da TV? Isso se dá porque o aparelho acumula uma carga elétrica que atrai as pequenas partículas que flutuam pelo ar. Com as roupas de materiais sintéticos, a lógica não é muito diferente.
Quando esses materiais se atritam uns com os outros, constroem uma carga elétrica que atrai a poeira para si - transformando você em uma espécie de agente irritante. Isso é o que afirmam pesquisadores da Philadelphia's Jefferson Medical College Hospital, que analisaram a relação entre alergias a pólen e o uso de tecidos como nylon e poliéster.
Sendo assim, o melhor é optar por tecidos naturais, como algodão, principalmente quando o tempo está mais seco - e a poeira mais concentrada.

8. Mantenha-se hidratado
"A mucosa tanto do pulmão quanto da via aérea superior funciona melhor quando você está hidratado", afirma o alergista Gustavo. Ele ressalta, no entanto, que essa é uma recomendação mais genérica, mais de prevenção do de que tratamento para uma crise instalada.
"Perdemos água na respiração e na transpiração", explica a pneumologista Valéria Martins. "Por isso, precisamos beber água o dia inteiro, além de lavar as vias respiratórias com soro fisiológico", acrescenta.

Consuma ômega 3
"A ingestão de ômega 3 irá inibir a produção de prostaglandina, uma substância broncoconstritora associada a alergias respiratórias", diz a nutricionista Hellen. Por conta disso, esse nutriente combate as inflamações e melhora a função respiratória.

Boas fontes de ômega 3 são as oleaginosas, como nozes e castanhas, e peixes de água fria, como salmão, arenque, atum e sardinha.


quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

O que acontece quando você não lava os lençóis

Existem dois tipos de pessoas neste mundo: aqueles que lavam os lençóis religiosamente e aqueles que não lavam com tanta frequência assim. Se você está no primeiro grupo, nós o aplaudimos. Se você está no grupo que tende a lavar os lençóis de acordo com o ciclo lunar, bem, você pode estar dividindo eles com seres indesejáveis.

Toda semana você passa de 49 a 63 horas entre os lençóis, o que dá tempo de suor, óleo, sujeira, pele morta, germes e bactérias de se acumular.

Se você ainda precisar de mais motivação para jogar esses lençóis na lava roupas, continue lendo por motivos pelos quais lavar a roupa com frequência é essencial para uma boa saúde.

Ácaros
Você pode não perceber, mas está constantemente perdendo células mortas da pele – o dia inteiro. Quando você está rolando em sua cama à noite, está despejando milhares dessas minúsculas células que se acumulam em seus lençóis

Os ácaros, pequenos organismos que são quase invisíveis a olho nu, adoram se alimentar dessas células, bem como da umidade e a poeira de seus cobertores. Eles podem causar alergias, desencadear asma e até causar eczema.

Se você não lavar seus lençóis de forma consistente, esses pequenos organismos continuarão a se acumular até você acordar com coceira.

Pelos de animais
Se você gosta de dormir com seu cão, precisará ser mais vigilante. O cabelo extra deixado pelo seu cão ou gato torna seus lençóis um ambiente ainda mais atraente para os ácaros. Além disso, os animais de estimação podem transmitir outros irritantes indesejados, como os ácaros que se escondem sob a pele ou uma infecção fúngica chamada micose do couro cabeludo.

Bactérias e vírus
Lembra de todas aquelas células mortas da pele, suor e saliva de que falamos anteriormente? Bem, não apenas a baba de um dia na sua fronha é ruim por si só, mas tudo isso faz da sua cama um ambiente perfeito para o crescimento de bactérias
Um estudo descobriu que, após apenas uma semana, os lençóis não lavados continham entre três e cinco milhões de UFC (unidades formadoras de colônias) por polegada quadrada. Após quatro semanas, esse número aumentava para doze milhões. As fronhas após uma semana tinham mais de dezessete mil vezes o número de bactérias que em um banheiro! Se você ou seu parceiro estiver doente, é ainda mais importante que essas roupas sejam lavadas. Os vírus da gripe geralmente duram cerca de quinze minutos em uma superfície macia, mas alguns insetos podem permanecer por até quatro horas.

Acne
Se você notar que sua pele está começando a parecer pior, talvez seja hora de trocar sua fronha. Células mortas da pele, bactérias e sujeira podem acumular-se nessa superfície e entupir os poros, levando a acne. Se você tem uma pele particularmente propensa a acne, convém trocar sua fronha várias vezes por semana.

Percevejos
Percevejos são insetos sugadores de sangue que mordem facilmente seres humanos. Os percevejos não são atraídos pelos seus lençóis, mas por você, tornando-os um problema mais difícil de resolver. Eles podem chegar em sua casa a partir de outros lugares, como quartos de hotel e dormitórios, e você saberá que os possui se estiver acordando com marcas de mordidas coçadas.
Lavar seus lençóis com água quente é uma maneira eficaz de eliminá-los se eles acabarem na sua cama.

Como manter seus lençóis limpos
Aqui estão algumas maneiras de manter sua cama limpa e sem insetos, para que você possa ficar tranquilo todas as noites:

1. Lave seus travesseiros. Embora lavar a fronha com freqüência seja muito importante, também é uma boa ideia lavar as almofadas de verdade. Uma boa regra é lavar o travesseiro pelo menos duas vezes por ano – apenas siga as instruções na etiqueta. O mesmo vale para edredons e outros revestimentos que você possa ter em sua cama.

2. Troque seus lençóis com mais frequência se: Você dorme despido, dorme com seus filhos ou um animal de estimação, sua muito à noite ou come na cama.

3. Não arrume sua cama imediatamente. Isso pode ir contra o que sua mãe sempre lhe disse, mas se você fechar as cobertas e deixar secar a umidade acumulada durante a noite por alguns minutos, sua cama será um refúgio menos atraente para bactérias e vírus

Lave os lençóis pelo menos uma vez por semana com a água mais quente permitida no rótulo – a água quente é melhor para desinfetar os lençóis.

Edredons e travesseiros devem ser lavados a cada três a seis meses, e é uma boa idéia aspirar seu colchão pelo menos duas vezes por ano

Pode parecer uma tarefa difícil acompanhar toda essa lavagem, mas se você deseja que sua cama seja um lugar aconchegante para descansar, em vez de um refúgio seguro para bactérias, seria prudente seguir essas orientações.

Fonte: https://www.revistasaberesaude.com/o-que-acontece-quando-voce-nao-lava-os-lencois/ - Por Revista Saber é Saúde - Adaptado de theheartysoul

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Quais tratamentos dermatológicos a gente pode (e deve!) fazer no verão


Calor e sol não se trata apenas de usar protetor solar, viu?

A história é conhecida: no inverno, você aproveita o período em que normalmente não frequenta praias ou piscinas para fazer alguns tratamentos de pele mais invasivos, como os que utilizam laser ou substâncias que pedem distância do sol. E, no verão, você esquece tudo isso e mergulha no bronzeamento, muitas vezes, negligenciando os cuidados com a pele.

Agindo dessa forma, você deixa de lado um período importante para continuar tratando do rosto e evitar manchas e o envelhecimento precoce. Mas não se engane. “O ano todo é propício para cuidar da pele. Inclusive no verão, quando a exposição ao sol costuma ser maior. Basta fazer os tratamentos certos. Assim, você prolonga ainda mais a juventude do rosto”, diz a dermatologista Luciane Scattone, de São Paulo, que tem alguns famosos entre seus pacientes, como a atriz Débora Nascimento. Veja o que você pode (e deve) fazer no verão:

Ácidos, sim
É verdade, existem substâncias que reagem com o sol, podendo sensibilizar e manchar a pele, como o ácido retinóico. Mas existem aquelas que podem ser usadas, mesmo que você vá à praia no dia seguinte. É o caso dos ácidos salicílico e glicólico. Eles podem ser passados à noite, de acordo com orientação médica. Na manhã seguinte, você aplica o bloqueador solar, com a pele limpa, para não ter problema.

Mais vitamina C
No verão é importante, ainda, acrescentar mais vitamina C na pele. Trata-se de um potente antioxidante, com propriedades clareadoras, que não interagem com os raios ultravioletas. Essa substância previne e ajuda a tirar as manchas de verão. “E não há qualquer motivo para se preocupar com o bronzeamento, pois a vitamina C não vai interferir nele”, diz a doutora Luciane. E, claro, use também protetores solares mais potentes, com Fator de Protetor Solar (FPS) acima de 30, incluindo proteção contra os raios UVA e luz visível.

Limpeza de pele sempre
Além de retirar as impurezas do rosto e eliminar cravos e espinhas, a limpeza do rosto também é uma ocasião para oferecer substâncias rejuvenescedoras à pele, como as máscaras a base de ácido hialurônico, argila e carvão ativado. Essa limpeza deve ser feita mensalmente ou conforme orientação médica. Nesse caso, também não precisa ficar com receio de perder o bronzeado durante o processo. Basta a sua esteticista usar os produtos certos e que não reagem com o sol”.

Hidratação, a estrela da temporada
Talvez, esse seja o tratamento mais importante no período de sol. Pode ser feito por meio do uso de substâncias como peptídeos e ceramidas, além do ácido hialurônico ou vitamina C, uma a duas vezes ao dia — sempre depois que o rosto for lavado com um sabonete específico para o seu tipo de pele.

“Para garantir a hidratação duradoura, é importante também beber bastante água e optar por alimentos ricos no líquido, como alface, melancia e carambola”, afirma a médica. Outra opção: hidratação injetável, realizado em consultório médico. Nesse tipo de procedimento, são feitas, por exemplo, aplicações de uma solução de ácido hialurônico, que ajudam a combater as rugas finas, principalmente ao redor dos olhos, boca, pescoço e colo. Para ter resultado satisfatório, você deve fazer pelo menos três sessões. Uma por mês.

Peeling
Os mais superficiais, para tirar as células mortas, que utilizam tecnologias como ultrassom (macro e micro-focado) e radiofrequência, podem ser feitos em qualquer época do ano. Assim como a hidratação injetável, o peeling pede três sessões (uma por mês).

Mas, antes de tudo, mantenha a visita ao dermatologista
Não deixe para procurar esse profissional só no inverno. Principalmente se você tem a pele mais clara. Se observar algo diferente, como o aparecimento de uma nova pinta, não hesite em fazer uma consulta.


terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Os sete alimentos que turbinam o cérebro


Pesquisadora elenca alguns dos ingredientes mais estudados para reduzir o risco de Alzheimer, depressão e outros problemas nervosos

Felizmente, os cientistas têm obtido cada vez mais evidências de que o estilo de vida exerce um papel importantíssimo na melhora das funções cerebrais e na prevenção das doenças neurodegenerativas, caso do Alzheimer. A alimentação é um capítulo à parte nessa linha de defesa.

Uma dieta equilibrada é extremamente bem-vinda ao cérebro, mas, para facilitar nossa missão de fazer boas escolhas no mercado e à mesa, listamos aqui sete alimentos que, integrados a uma rotina saudável, nutrem os neurônios e ajudam a preservar a memória e outras capacidades cognitivas.

1) Frutas vermelhas
Esses frutinhos deliciosos são ricos em compostos de ação antioxidante e anti-inflamatória e, assim, protegem nosso cérebro contra danos do envelhecimento. Para tanto, devem ser consumidos regularmente. Fazem parte do time morango, amora, uva, framboesa, mirtilo…
As provas de seus benefícios foram esmiuçadas em uma revisão de estudos feita por pesquisadores americanos que engloba tanto experimentos em ratinhos como trabalhos com seres humanos.
Em roedores idosos, observou-se, por exemplo, que o consumo prolongado de frutas vermelhas reduz o estresse oxidativo e a inflamação no cérebro, o que defende os neurônios diante das placas beta-amiloide — que se acumulam no cérebro de quem tem Alzheimer, destruindo as conexões entre as células e elas próprias. Na experiência, as cobaias que ingeriram frutas vermelhas também se saíram melhor em testes de memória espacial e de reconhecimento de novos objetos.
Em dois estudos com gente como a gente, homens e mulheres mais velhos, que já apresentavam problemas iniciais de memória, receberam doses diárias de suco de uva tinto ou suco de mirtilo ao longo de 12 semanas. Resultado: ganhos nos testes de memória verbal e espacial, na comparação com quem ingeriu bebidas sem os frutos de verdade.
O ideal é fazer as frutas vermelhas marcarem ponto na alimentação toda semana. Se estiverem caras ou fora da estação, vale apostar nas versões congeladas, que também oferecem esses efeitos positivos.

2) Amendoim
Se você não for alérgico a esse alimento, dá para consumi-lo com frequência (só evitando, claro, porções exageradas). Ele é rico em gorduras boas, vitaminas e minerais caros ao cérebro. Além disso, sua casquinha contém resveratrol, a mesma substância protetora encontrada no vinho e no suco de uva. A vantagem do amendoim é que ele representa uma alternativa mais acessível.
Um trabalho de revisão recente aponta que o resveratrol é particularmente benquisto pelo cérebro. Ele está associado à proteção contra Alzheimer, Parkinson e até tumores cerebrais.
Lembre-se apenas de priorizar sempre a versão mais natural, sem sal e aditivos. É essa que traz o combo mais proveitoso à cabeça.

3) Folhas escuras
Couve e outras verduras de folhas escuras devem fazer parte da rotina alimentar. Isso porque nos ajudam a manter adequados os níveis de vitamina K. Pesquisas sugerem que essa vitamina também tem afinidade especial pela defesa do cérebro. Uma revisão de literatura científica publicada no periódico Frontiers in Neurology elenca pelo menos seis estudos diferentes que chegaram à mesma confusão: um elo entre a deficiência do nutriente e a redução da capacidade cognitiva em pessoas acima dos 65 anos.
Um trabalho conduzido no Canadá demonstrou que idosos com bons níveis de vitamina K no sangue apresentavam melhor performance em testes de memória verbal. Portanto, a memória agradece se você incluir no prato couve, espinafre, almeirão e companhia.
Mas é preciso conversar com o médico antes se você tiver algum problema de coagulação e tomar certos medicamentos que atuam nesse processo. Como a vitamina K afeta a coagulação sanguínea, alguns ajustes no consumo deverão ser feitos e orientados caso a caso.

4) Açafrão (ou cúrcuma)
Um dos componentes dessa especiaria é a curcumina, um polifenol com comprovados efeitos antioxidante e anti-inflamatório. Com menos radicais livres e inflamação na área, o cérebro fica menos sujeito a processos degenerativos mais comuns com a idade.
Um estudo divulgado na revista científica Nutritional Neuroscience indica que o consumo frequente de polifenóis pode inclusive induzir o desenvolvimento de novos neurônios, além de ajudar a combater a depressão. O efeito se estende até ao estresse crônico e suas repercussões cerebrais. Em experimento com ratos, o uso da curcumina reverteu problemas associados ao estresse nos neurônios.
Em humanos, também já foi demonstrado que o consumo regular de curry, tempero indiano que contém cúrcuma, está relacionado a uma melhor atividade cognitiva.
Nesse momento, novos estudos clínicos são realizados para nos dar um entendimento mais amplo da atuação dessa especiaria no cérebro e de como devemos utilizá-la para potencializar seus benefícios. Só cabe uma conversa com o médico antes de adotar a cúrcuma de vez na rotina. Isso porque ela pode interagir com alguns medicamentos.
Embora já existam suplementos à base desse ingrediente, o mais recomendado por ora é investir no tempero mesmo. Compre uma marca confiável e adicione a suas receitas.

5) Iogurte e kefir
Falamos agora dos alimentos fermentados, aqueles que ofertam bactérias bem-vindas ao nosso organismo. Crescem as evidências de que não só resguardam o intestino, mas também surtem resultados positivos no cérebro.
Pesquisadores europeus descobriram, por exemplo, que o consumo regular de bebidas fermentadas melhora a qualidade do sono e do humor em adultos saudáveis, o que, direta ou indiretamente, repercute na memória e em outras habilidades cognitivas.
Outro estudo, esse publicado no Journal of Functional Foods, constatou que a ingestão de uma bebida fermentada aperfeiçoou a performance cognitiva de idosos saudáveis, comparados com aqueles que não consumiram o produto.
Devido às cada vez mais exploradas conexões entre saúde intestinal e cerebral, podemos dizer que vale a pena incluir iogurte, kefir e/ou leites fermentados na rotina.

6) Nozes
Sabemos que o grupo das oleaginosas (ou nuts) zela pelo bem-estar do cérebro, mas, em meio a esse time, as nozes merecem destaque. São ricas em ômega-3, uma gordura especialmente proveitosa para os neurônios, e substâncias de ação antioxidante e anti-inflamatória.
Segundo uma revisão publicada no The Journal of Nutrition, o consumo de nozes favorece a formação de novos neurônios e ainda contribui para a comunicação entre os já existentes. Além disso, otimiza a eliminação de toxinas que podem perambular pelo cérebro. A ingestão diária de uma porção parece turbinar particularmente a memória verbal.
Além disso, a inclusão das nozes dentro de um cardápio de estilo mediterrâneo (isto é, com frutas, verduras, legumes, azeite, peixes, vinho etc) está associada a uma redução em 46% no risco de sofrer um AVC. Não é tarefa de outro mundo investir em um punhado no dia a dia, né?

7) Peixes
Não é de hoje que se reconhece que o consumo de pescados é uma maravilha para o cérebro. Além da proteção contra doenças neurodegenerativas, surgem cada vez mais provas de que peixes ricos em ômega-3 ajudam a prevenir e reduzir significativamente sintomas de depressão — de modo mais rápido do que se imaginava.
Um estudo divulgado no periódico Psychiatry Research demonstrou que a suplementação com ômega-3 por 21 dias já foi suficiente para abrandar ou reverter alguns casos de depressão. Surpreendentemente, 67% dos pacientes que tomaram ômega-3 na pesquisa não apresentavam mais sinais de depressão no final do experimento.
Vale ressaltar que não se propõe substituir remédios prescritos pelo ômega-3, ok? Existem situações que não podem ser controladas com suplementos ou mesmo alimentos. Assim, tudo deve ser conversado com o psiquiatra, que receitará as condutas de acordo com a situação.
O que nos interessa aqui é que nem sempre se precisa recorrer às cápsulas para ampliar a cota de ômega-3 no organismo e beneficiar o cérebro. O consumo de qualquer peixe pelo menos uma vez por semana é o suficiente para ampliar o volume de massa cinzenta, segundo estudiosos americanos e europeus. E, se o peixe for rico em ômega-3, seu consumo pode resultar em ganhos na memória que usamos para o trabalho, por exemplo.
Entre os peixes campeões em ômega-3, podemos citar o salmão, a sardinha, o atum…

Recado final
Os alimentos que elencamos ajudam a compor qualquer dieta saudável. Mas eles não funcionam como remédio. Por isso, e especialmente se você já tem algum problema neurológico ou psiquiátrico, sempre alinhe as recomendações com as orientações do seu médico. E nunca pare o tratamento prescrito.