quarta-feira, 21 de abril de 2021

Exercícios físicos mais intensos aumentam longevidade


Estudo amplo mostrou que o aumento da proporção de exercícios vigorosos reduz mortalidade em 17% na comparação com o grupo que realiza apenas atividades moderadas

 

A prática de atividades vigorosas como a natação (acima) resulta em maior longevidade.

 

A prática regular de atividade física já está mais que estabelecida como uma forma eficaz de garantir qualidade de vida e reduzir a mortalidade. Um estudo recente publicado na revista “JAMA Internal Medicine” mostrou, no entanto, que não só a regularidade, mas também a intensidade da atividade física resultam em maior longevidade.

 

A conclusão é de um estudo realizado com base em dados de 403.681 pessoas, em que se comparou a redução da mortalidade associada a diferentes combinações de exercícios de intensidades moderadas e vigorosas dentro do tempo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de 150 a 300 minutos por semana.

 

 “Qualquer tipo de atividade física regular é melhor do que nada. No entanto, o que vimos no nosso estudo foi que incluir exercícios vigorosos – como futebol e corrida, por exemplo – na prática semanal está associado à redução de mortalidade. Na comparação com adultos que realizaram apenas atividades moderadas, aqueles que fazem metade ou 75% de atividade vigorosa do total da semana tiveram 17% de redução da mortalidade em geral, que inclui entre diferentes causas a mortalidade por doenças cardiovasculares e câncer”, diz Leandro Rezende, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp) que coordenou o estudo.

 

Atividade moderada ou vigorosa?

Rezende, que foi bolsista da Fapesp na pesquisa de doutorado e pós-doutorado, tem realizado análises com base em dados populacionais para identificar associações entre atividade física, nutrição e redução de doenças crônicas, especialmente o câncer, bem como estudos de modelagem do impacto de intervenções e políticas públicas voltadas à alimentação saudável e promoção de atividade física na redução de doenças e gastos com saúde.

 

Nesse artigo publicado no “JAMA”, ele contou com a colaboração de pesquisadores da Universidade de Wuhan (China), Universidade de Santiago do Chile (Chile) e da Universidade Europeia Miguel de Cervantes (Espanha). Rezende utilizou dados populacionais do The National Health Interview Survey, realizado nos Estados Unidos, que acompanha 403.681 pessoas anualmente com questionários e análises sobre a prática de atividade física e referente à saúde.

 

“Com a análise conseguimos responder a uma antiga pergunta: o que é melhor, atividade moderada ou vigorosa? Mostramos que as duas são importantes, mas que dar maior intensidade à atividade física regular reduz ainda mais a mortalidade. O resultado do estudo reforça a recomendação da OMS de pelo menos de 150 a 300 minutos de atividade física de intensidade moderada por semana, ou 75 a 150 minutos de atividade física de intensidade vigorosa, ou uma combinação equivalente das intensidades das atividades”, diz.

 

Magnitude maior

A intensidade de uma atividade física é medida pela unidade de equivalente metabólico, ou a quantidade de gasto energético – que é produzido por quilo de peso por minuto. Atividades moderadas, como uma caminhada leve de deslocamento, passear de bicicleta ou atividades domésticas que envolvem gasto energético, variam de 3 a 6 unidades de equivalente metabólico. Já natação, dança, pedalar em uma velocidade mais alta, correr, e praticar esportes como futebol, handebol e boxe são atividades vigorosas, que correspondem a mais de 7 unidades de equivalente metabólico.

 

“Primeiro comparamos os adultos que não praticavam atividade física com aqueles que praticavam alguma atividade física na semana, independentemente da intensidade. Com isso, vimos que adultos que praticavam alguma atividade física, a despeito da idade e de outros fatores, apresentavam menor mortalidade [comparado com quem nunca deixou de ser sedentário]. Não importa se a atividade é moderada ou vigorosa. Só que a magnitude dessa redução da mortalidade é maior para atividade vigorosa que para atividades moderadas. Esses resultados corroboram as últimas recomendações da OMS para atividade física”, afirma.

 

Na análise dos que realizaram pelo menos alguma atividade física durante a semana, os pesquisadores calcularam a porcentagem de exercícios vigorosos e moderados na prática semanal.

 

Ajuste de fatores

“Um indivíduo que faz 75 minutos de atividade física vigorosa realiza o equivalente a 150 minutos de atividade moderada no percentual da participação da atividade vigorosa no total de atividade física semanal”, explica Rezende.

 

Para “calibrar” os dados de um grande número de indivíduos com diferentes históricos, os pesquisadores precisaram incluir outros fatores que poderiam interferir no resultado final, evitando assim “vieses”. “Foi necessário ajustar a análise com o que chamamos de variáveis de confusão, que poderiam interferir no resultado de um estudo relacionado à longevidade, que monitora essas pessoas por anos. Com isso precisamos ajustar fatores como tabagismo, doenças existentes no início do estudo, consumo de álcool e outras variáveis que poderiam explicar essas associações”, diz.

 

O artigo Association of Physical Activity Intensity With Mortality A National Cohort Study of 403â?¯681 US Adults (doi: 10.1001/jamainternmed.2020.6331), de Yafeng Wang, Jing Nie, Gerson Ferrari, Juan Pablo Rey-Lopez, Leandro F. M. Rezende, pode ser lido em https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/article-abstract/2772939.

 

Fonte: https://www.revistaplaneta.com.br/exercicios-fisicos-mais-intensos-aumentam-longevidade/ - Texto: Maria Fernanda Ziegler | Agência Fapesp16/03/2021 - Crédito: Piqsels

terça-feira, 20 de abril de 2021

Café forte meia hora antes do exercício aumenta a queima de gordura


Como poucos suplementos alimentares ajudam realmente a perder peso, o café pode se mostrar uma alternativa válida e barata.

 

Café para queimar gordura

 

A cafeína (cerca de 3 mg/kg, o equivalente a um café forte) ingerida meia hora antes do exercício aeróbico aumenta significativamente a taxa de queima de gordura.

 

E, se o exercício for realizado à tarde melhor, porque os efeitos da cafeína são mais marcantes do que pela manhã.

 

"A recomendação de se exercitar com o estômago vazio pela manhã para aumentar a oxidação das gorduras é comum. No entanto, essa recomendação pode carecer de embasamento científico, pois não se sabe se esse aumento se deve ao exercício pela manhã ou por não comer por um período mais longo," explica o Dr. Francisco Gahete, da Universidade de Granada (Espanha).

 

Participaram da pesquisa 15 homens (idade média de 32 anos), realizando um teste de exercício quatro vezes em intervalos de sete dias.

 

Os participantes ingeriram 3 mg/kg de cafeína ou um placebo às 8h e às 17h (cada indivíduo completou os testes em todas as quatro condições em ordem aleatória). As condições anteriores a cada teste de exercício (horas decorridas desde a última refeição, exercício físico ou consumo de substâncias estimulantes) foram estritamente padronizadas e foi medida a oxidação de gordura durante o exercício.

 

"Os resultados do nosso estudo mostraram que a ingestão aguda de cafeína 30 minutos antes de realizar um teste de exercício aeróbio aumentou a oxidação máxima de gordura durante o exercício, independentemente da hora do dia," detalhou Francisco Amaro, coautor do estudo.

 

Queima de gordura ao longo do dia

 

A queima da gordura ocorreu em maior nível nos dois horários, mas o experimento confirmou a existência de uma variação diurna na oxidação das gorduras durante o exercício, sendo os valores maiores no período da tarde do que na manhã para tempos iguais de jejum.

 

Para comparação, a cafeína aumentou a oxidação da gordura durante os exercícios matinais de maneira semelhante à observada à tarde sem a ingestão de cafeína.

 

Em resumo, os resultados deste estudo sugerem que a combinação de ingestão de cafeína e exercícios aeróbicos realizados em intensidade moderada à tarde fornecem o cenário ideal para pessoas que buscam aumentar a queima de gordura durante o exercício físico.

 

Checagem com artigo científico:

 

Artigo: Caffeine increases maximal fat oxidation during a graded exercise test: is there a diurnal variation?

Autores: Mauricio Ramírez-Maldonado, Lucas Jurado-Fasoli, Juan del Coso, Jonatan R. Ruiz, Francisco J. Amaro-Gahete

Publicação: Journal of the International Society of Sports Nutrition

Vol.: 18, Article number: 5

DOI: 10.1186/s12970-020-00400-6

 

Fonte: https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=cafe-forte-meia-hora-antes-exercicio-aumenta-queima-gordura&id=14665&nl=nlds - Redação do Diário da Saúde - Imagem: University of Granada

segunda-feira, 19 de abril de 2021

Atividade física ajuda na melhora dos sintomas de doenças respiratórias


Fazer uma atividade física também otimiza a saúde de quem sofre com as doenças respiratórias crônicas

 

Manter uma rotina de exercícios durante o período de isolamento exigido por causa da pandemia do coronavírus tem sido desafiador. Porém, tentar manter a disciplina é importante para promover benefícios à saúde. Manter o corpo ativo melhora a qualidade de vida, além de fortalecer os músculos, ajudar na prevenção da obesidade e no cuidado com o coração. Fazer uma atividade física também otimiza a saúde de quem sofre com as doenças respiratórias crônicas, como a bronquite crônica, a rinite, a asma e as condições mais graves, como o enfisema pulmonar. "Fortalecer os músculos beneficia o fluxo de oxigênio no organismo e o condicionamento cardiorrespiratório, promovendo assim bem-estar para quem sofre com problemas respiratórios, como asma, por exemplo", explica Guilherme Reis, Coordenador Geral da Rede Alpha Fitness.

 

Pessoas que sofrem com doenças respiratórias acreditam que o esforço provocado pela dança, a prática de um esporte, ou a ida à academia vai dificultar a respiração, mas na verdade é o contrário: eles melhoram a saúde. No mundo, mais de 235 milhões de pessoas sofrem com a asma, de acordo com levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS). Os exercícios apresentam efeitos práticos no dia a dia, já que ajudam na rotina, como: subir e descer escadas, correr e caminhar. "Ter um estilo de vida sedentário, sem nenhuma atividade que fortaleça o corpo, é o que realmente pode agravar as doenças respiratórias crônicas. Quem não se exercita, não fortalece os músculos, e músculos mais fortes são essenciais para o bom funcionamento do organismo. O início da prática da atividade escolhida pode até ser um desafio para quem não está acostumado, mas depois que o corpo se habitua, a melhora da respiração é nítida", explica o especialista.

 

Antes de começar a praticar alguma atividade, porém, é necessário consultar um especialista, para saber quais modalidades são mais indicadas para seu caso e o nível de intensidade que poderá atingir durante a prática. "Seguindo a orientação adequada, a pessoa poderá realizar exercícios até que consiga conviver melhor com o problema", finaliza Guilherme.

 

Informações: Musicaemais

 

Fonte: https://revistanovafamilia.com.br/atividade-fisica-ajuda-na-melhora-dos-sintomas-de-doencas-respiratorias - Redação - Foto : Reprodução

domingo, 18 de abril de 2021

Atividade física sempre: antes, durante e depois da pandemia de Covid-19


Médicos, nutricionistas e outros profissionais da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) explicam as novas (e clássicas) medidas para resguardar o peito

 

A maioria dos malefícios do sedentarismo são conhecidos da população: aumento de peso, doenças cardiovasculares como infarto e AVC, diabetes tipo 2, apneia do sono… A “novidade” da pandemia é que essas comorbidades podem catapultar um paciente acometido pela Covid-19 para um estágio mais grave. Isso nos faz associar a falta de atividade física com maiores complicações e pior prognóstico da infecção pelo novo coronavírus.

 

Um estudo francês evidenciou que a necessidade de ventilação mecânica invasiva foi maior em pacientes com índice de massa corporal (IMC) elevado – uma das consequências da falta de mobilidade – chegando a 85,7% nos pacientes com Covid-19 e IMC igual ou superior 35. Além disso, o risco de hospitalizações foi 32% maior para pessoas fisicamente inativas. O trabalho está citado na revista científica da SOCESP inteiramente voltada para a relação da Covid-19 com as doenças cardiovasculares.

 

O combate a uma doença sobre a qual a ciência ainda conhece pouco requer medidas que defendam nosso corpo. E a atividade física regular pode ser uma aliada.

 

Porém, um estudo divulgado em janeiro de 2021 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) confirma que o brasileiro se exercita menos do que deveria. O levantamento aponta que, nos últimos 15 anos, praticamente um em cada dois adultos (47%) no Brasil não faz atividades físicas suficientemente.

 

No contexto promovido pela pandemia, esse cenário poderia ser ampliado, alcançando até aqueles que se mantinham ativos antes das restrições sanitárias. Espaços limitados nas residências, o desigual acesso à internet para aulas online e o contato restrito com professores de educação física são alguns dos fatores que justificariam a descontinuidade dos treinos.

 

Mas uma pesquisa brasileira realizada com 16 mil pessoas contraria – ainda bem – essa tendência, mostrando que o percentual de praticantes pré-pandemia não mudou muito. Utilizando um questionário online disseminado por redes sociais no ano passado, a apuração identificou que 40% dos entrevistados estavam fazendo algum exercício durante a quarentena. O fato de os números desse levantamento “baterem” com o da pesquisa da OMS não é à toa: podemos pensar que grande parte daqueles que se exercitavam regularmente procuraram algum meio de se manterem ativos.

 

Sempre dá para começar

A qualquer momento e independentemente da idade, a adoção de hábitos saudáveis tende a trazer longevidade e qualidade de vida. Quanto maior o nível de atividade física, maior o efeito protetor sobre eventos cardiovasculares e mortalidade. Além da melhora na função cardiovascular e imunológica, exercitar-se contribui com a saúde mental, ajudando a reduzir sentimentos como estresse e ansiedade, comuns em tempos de isolamento social.

 

No Brasil, ainda há poucas políticas públicas com oferta de programas para práticas físicas, o que restringe o alcance de profissionais habilitados entre as populações carentes. O mais devastador é que essas iniciativas não teriam um peso tão significativo no orçamento de governos e prefeituras, quando comparado ao custo financeiro e social de cuidar das sequelas do sedentarismo. A oferta de programas sérios e gratuitos de atividades físicas em parques e clubes, por exemplo, fatalmente fariam os índices de sedentarismo no país diminuírem.

 

Informações: Veja Saúde

 

Fonte: https://revistanovafamilia.com.br/atividade-fisica-sempre-antes-durante-e-depois-da-pandemia-de-covid-19 - Redação - Foto : Reprodução

Usando genética, os pesquisadores identificam drogas potenciais para o tratamento precoce de COVID-19


Um novo estudo usando genética humana sugere que os pesquisadores devem priorizar os ensaios clínicos de drogas que têm como alvo duas proteínas para gerenciar COVID-19 em seus estágios iniciais. Com base em suas análises, os pesquisadores pedem para priorizar os ensaios clínicos de drogas que visam as proteínas IFNAR2 e ACE2. O objetivo é identificar os medicamentos existentes, aprovados pela FDA ou em desenvolvimento clínico para outras condições, que podem ser reaproveitados para o tratamento precoce do COVID-19.

   

Um novo estudo usando genética humana sugere que os pesquisadores devem priorizar os ensaios clínicos de drogas que têm como alvo duas proteínas para gerenciar COVID-19 em seus estágios iniciais.

 

As descobertas apareceram online na revista Nature Medicine em março de 2021.

 

Com base em suas análises, os pesquisadores estão pedindo a priorização de ensaios clínicos de drogas direcionadas às proteínas IFNAR2 e ACE2. O objetivo é identificar os medicamentos existentes, aprovados pela FDA ou em desenvolvimento clínico para outras condições, que podem ser reaproveitados para o tratamento precoce do COVID-19. Fazer isso, dizem eles, ajudará a evitar que as pessoas com o vírus sejam hospitalizadas.

 

IFNAR2 é o alvo para medicamentos aprovados, frequentemente usados ​​por pacientes com formas recorrentes de esclerose múltipla do sistema nervoso central. Os pesquisadores acreditam que a terapia ACE2 mais promissora contra COVID-19 é um medicamento que foi desenvolvido antes do início da pandemia e foi avaliado em ensaios clínicos para reduzir a resposta inflamatória em pacientes com distúrbios respiratórios graves.

 

O Dr. Juan P. Casas, médico epidemiologista do Veterans Affairs Boston Healthcare System, liderou o estudo. A pesquisa contou com colaboradores da University of Cambridge e do European Bioinformatics Institute, na Inglaterra, e do Istituto Italiano di Tecnologia, da Itália.

 

"Quando começamos este projeto no início do verão passado, a maioria dos ensaios COVID-19 estavam sendo feitos em pacientes hospitalizados", explica Casas. "Muito poucos tratamentos estavam sendo testados para administrar aos pacientes no início da história natural da doença. No entanto, à medida que a disponibilidade de testes contra o coronavírus aumentava, uma oportunidade se abriu para identificar e tratar os pacientes com COVID-19 antes de progredirem para formas mais graves que requer hospitalização.

 

“O problema que tentamos superar”, acrescenta ele, “é como identificar se os medicamentos existentes, aprovados ou em desenvolvimento clínico para outras condições, podem ser reaproveitados para o tratamento precoce de COVID-19. Estratégias mais comumente usadas para reaproveitamento de medicamentos são baseados em estudos pré-clínicos, como experimentos em células ou modelos animais. No entanto, esses tipos de estudos podem ter problemas de reprodutibilidade ou dificuldades em traduzir seus achados para humanos. Isso geralmente leva a taxas mais altas de falha em testes clínicos. "

 

Casas e sua equipe usaram a genética como ponto de partida para identificar drogas que podem ser reutilizadas para o tratamento de COVID-19. Estudos de genética humana em grande escala têm sido amplamente usados ​​para informar os programas de desenvolvimento de medicamentos, com algumas pesquisas identificando os alvos dos medicamentos COVID-19.

 

"O motivo pelo qual usamos a genética humana é o seguinte", diz Casas, que também é membro do corpo docente da Harvard Medical School. "Dado que mais de 90% das drogas têm como alvo uma proteína humana codificada por um gene, existe a oportunidade de usar variantes genéticas dentro desses genes drogáveis ​​como instrumentos para antecipar os efeitos que as drogas que têm como alvo a mesma proteína terão. Em outras palavras, genética estudos que usaram variantes dentro de genes druggable podem ser concebidos como ensaios naturais randomizados. "

 

Para colocar as coisas em perspectiva, ele se refere a um gene que codifica uma proteína chamada PCSK9. A proteína é o alvo de uma classe de medicamentos chamados inibidores de PCSK9, usados ​​para reduzir o colesterol e prevenir doenças cardiovasculares. Os pesquisadores descobriram essa classe de drogas por causa de estudos que mostram que as pessoas que carregam uma determinada variante do gene PCSK9 tendem a ter níveis elevados de colesterol e têm maior risco de doenças cardiovasculares.

 

"Esse tipo de estudo genético foi fundamental para identificar a proteína PSCK9 como um alvo para a descoberta de drogas", diz Casas. "É sabido que os alvos de drogas com suporte genético humano têm pelo menos o dobro de chances de sucesso em comparação com os alvos sem suporte genético humano."

 

Com base nesses benefícios conhecidos da genética humana para a descoberta de medicamentos, Casas e sua equipe começaram a identificar todos os genes que codificam proteínas que serviam como alvos para medicamentos aprovados pela FDA ou em desenvolvimento clínico. Eles chamaram esse conjunto de 1.263 genes de "genoma acionável que pode ser drogado". Os genes eram de dois grandes conjuntos de dados genéticos que totalizaram mais de 7.500 pacientes com COVID-19 hospitalizados e mais de 1 milhão de controles sem COVID.

 

Comparando os perfis genéticos dos pacientes hospitalizados e dos controles, e observando quais drogas têm como alvo quais genes, os pesquisadores foram capazes de identificar as drogas mais prováveis ​​de prevenir casos graves de COVID-19 que requerem hospitalização.

 

Os dois conjuntos de dados foram VA's Million Veteran Program (MVP), uma das maiores fontes mundiais de saúde e informação genética, e COVID-19 Host Genetics Initiative, um consórcio de mais de 1.000 cientistas de mais de 50 países trabalhando em colaboração para compartilhar dados e ideias, recrutar pacientes e divulgar as descobertas.

 

"Este estudo vai ao cerne do motivo pelo qual construímos o MVP", disse a Dra. Sumitra Muralidhar, diretora do Million Veteran Program. "Isso demonstra o potencial do MVP para descobrir novos tratamentos, neste caso para COVID-19."

 

ACE2 é altamente relevante para COVID-19 porque o coronavírus usa essa proteína para entrar nas células humanas. A terapia ACE2 mais promissora contra COVID-19 é a droga APN01, que imita a proteína. A droga funciona confundindo o coronavírus para que ele se ligue à droga em vez da proteína ACE2 na célula humana. A evidência positiva está surgindo de pequenos ensaios clínicos sobre a eficácia do APN01 em pacientes COVID-19, especialmente aqueles que estão hospitalizados. "Portanto, se nossos achados genéticos estiverem corretos, é necessário testar essa estratégia em ensaios clínicos em pacientes ambulatoriais com COVID-19", diz Casas.

 

A proteína IFNAR2 serve como alvo para uma família de medicamentos conhecida como interferons tipo I, um dos quais é o interferon beta. Esse medicamento é aprovado para o tratamento de pacientes com uma forma degenerativa de esclerose múltipla, uma doença crônica que ataca o sistema nervoso central e interrompe o fluxo de informações dentro do cérebro e entre o cérebro e o corpo. Os pesquisadores mostraram que pessoas com uma determinada variante do IFNAR2 tinham menos chance de serem hospitalizadas devido ao COVID-19, em comparação com pessoas sem a variante.

 

Atualmente, Casas está no início do planejamento de um ensaio clínico para testar a eficiência e segurança do interferon beta em pacientes ambulatoriais COVID-19 em VA. Se suas descobertas genéticas forem confirmadas por um estudo, ele diz que o objetivo seria prescrever o medicamento depois que as pessoas forem diagnosticadas com COVID-19, mas antes que suas condições exijam hospitalização.

 

Casas vê uma necessidade contínua de medicamentos para tratar as pessoas na fase inicial do COVID-19, apesar das campanhas de vacinação em andamento em todo o mundo.

 

“Isso se deve em grande parte a dois motivos”, diz ele. “Em primeiro lugar, levará algum tempo para atingir os altos níveis de cobertura vacinal necessários para criar imunidade coletiva. Além disso, certas variantes do coronavírus estão surgindo e parecem levar a uma redução da eficiência da vacina. Ainda não estamos esclarecidos”.

 

Fonte: https://www.sciencedaily.com/releases/2021/04/210409124757.htm - Photo//Noticias de Viseu