Pode-se dizer que a ciência começou
a existir no momento em que o ser humano se tornou inteligente o suficiente
para fazer algumas perguntas muito simples. O que estamos fazendo aqui? Todas
essas coisas que eu posso ver aqui: o que são? O que é aquela bola brilhante e
quente no céu? Por que eu posso fazer essa pergunta? Ao longo de milênios,
essas questões foram gradualmente sendo respondidas, mas muitas ainda
persistem. Os mistérios da vida, o universo e tudo mais são a força motriz por
trás da ciência, as coisas que obrigam as pessoas a dedicarem suas vidas à
busca da verdade. Nesse sentido, a ciência existe no mistério e ainda há muito
dele em toda parte.
Como começou a vida?
A origem da vida é o mistério mais próximo de nossos
corações, pois ele explica o que nos fez existir em primeiro lugar. O principal
obstáculo para chegar a uma resposta é que isso aconteceu há mais de 3,5 bilhões de
anos atrás. A ideia dominante é que a vida foi despertada em uma mistura
primordial através de algumas reações químicas desconhecidas. Algo fez com que
redes complexas de átomos começassem a processar energia e se reproduzissem e
nós não sabemos o que é. Alguns cientistas ainda pensam que a vida poderia ter
sido trazida a este planeta em um asteróide antigo.
Estamos sozinhos no universo?
A pergunta seguinte a como a vida veio a existir é
se ela poderia ou não correr em outro lugar. Essa questão é extremamente
difícil de responder, mas com trilhões de
estrelas em cada galáxia e mais de 100 bilhões de galáxias no universo, parece
haver algo mais. Existe o SETI (sigla em inglês para Busca por Inteligência
Extraterrestre), que verifica sinais de rádio enviados através do espaço, mas
eles ainda nos devem respostas (nós enviamos sinais para o espaço o tempo todo,
então a vida inteligente em outros lugares provavelmente deveria fazer o
mesmo). A missão Viking a Marte recebeu alguns poucos sinais, mas outro
escaneamento informou que essa área é completamente desprovida de vida. É
extremamente improvável que nós sejamos a única forma de vida no universo, mas
ainda temos que encontrar suficiente evidência de outras vidas e coisas
improváveis acontecem o tempo todo.
Matéria escura
Einstein foi incrível.
Ele surgiu com a bela teoria da gravidade (a teoria da relatividade geral), que
explica os mistérios do seu tempo e ainda serve como nosso melhor modelo para a
força que esculpiu o universo. No entanto, há um problema. Se aplicarmos seu
modelo para a velocidade com que as estrelas se movem ao redor de seus centros
galácticos, os números não batem. A teoria é que a velocidade extra significa
gravidade extra, e a gravidade extra significa que há mais coisas lá fora do
que pensávamos. Isso representa 90% do nosso universo, mas ainda não podemos
vê-lo. É a chamada matéria escura.
Energia escura
As leis do movimento parecem bastante simples - você
aplica alguma força em algo e isso se move a uma distância proporcional à
quantidade de energia que recebeu e à quantidade de resistência que encontra. A
maior força propulsora que conhecemos é o big bang, então os cientistas
finalmente tentaram medir os destroços estelares. Logicamente, assim como uma
bola de futebol chutada através de um campo eventualmente desacelera, o
universo também teria gradualmente desacelerado após sua expansão de massa.
Infelizmente, ele está na verdade acelerando, devido a uma força desconhecida
chamada de energia escura. Você já deve ter percebido que os físicos gostam de
usar a palavra "escuro" como um código para "coisas que não
entendemos".
O problema do horizonte
Ligue a TV, mas ligue em um canal que não esteja
sintonizado. O que você pode ver é a radiação de fundo de microondas (não o
eletrodoméstico) criada no big bang. Está em todo o universo, então os
cientistas mediram sua temperatura como um meio de estudar as consequências da
grande explosão. Eles descobriram que é exatamente a mesma temperatura em todos
os sentidos, que não é certamente o que você esperaria na sequência de uma
explosão. O calor só pode viajar na velocidade da luz, então ele não poderia
ter viajado 28 bilhões de anos-luz em todo nosso universo nos 14 bilhões de
anos que ele existe. Para explicar isso, cosmólogos têm sugerido a inflação
cósmica (um período de rápida expansão no início do universo), mas a teoria só
cria mais perguntas.
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