Peso, controle do diabetes e humor podem ser
afetados com noites insones
Sabemos que excesso de trabalho, estresse, insônia,
acúmulo de tarefas e distúrbios do sono são alguns dos vilões mais comuns de
uma boa noite de descanso. Um estudo realizado em janeiro de 2013 pelo
Instituto de Pesquisa e Orientação da Mente (IPOM) afirma que 69% dos
brasileiros avaliam seu próprio sono como ruim e insatisfatório, com problemas
que vão desde a dificuldade para pegar no sono até acordar diversas vezes
durante a noite. Embora as poucas horas de sono já façam parte da rotina dos
brasileiros, dormir menos do que o recomendado (de seis a oito horas) pode
afetar a nossa saúde como um todo - funções que muitas vezes nem imaginamos
estar relacionadas ao sono. Quer descobrir como a falta de sono afeta o seu
corpo? Confira os que os especialistas dizem sobre o assunto:
Impede a conservação da memória
"O sono é uma etapa crucial para o cérebro
transformar a memória de curto prazo relevante em memória de longo prazo",
afirma o neurologista André Felicio, da Academia Brasileira de Neurologia. O
especialista explica que, durante a noite, o cérebro faz uma varredura entre as
informações acumuladas, guardando aquilo que considera primordial, descartando
o supérfluo e fixando lições que aprendemos ao longo do dia. "Por esse
motivo, quem dorme mal costuma sofrer para se lembrar de eventos simples, como
episódios do dia anterior ou nomes de pessoas próximas", diz.
Afeta o emagrecimento
Durante o sono nosso organismo produz a leptina, um
hormônio capaz de controlar a sensação de saciedade ao longo do dia. Por isso,
pessoas que dormem pouco produzem menores quantidades desse hormônio. Além
disso, quem tem o sono restrito produz mais quantidade do hormônio grelina, que
provoca fome e reduz o gasto de energia. "A consequência é a ingestão
exagerada de calorias durante o dia, pois o corpo não se sente
satisfeito", explica a endocrinologista Alessandra Rasovski, da Sociedade
Brasileira e Endocrinologia e Metabologia. Segundo um estudo feito na
Universidade de Chicago, pessoas que dormem de seis a oito horas por dia
queimam mais gorduras do que aquelas que dormem pouco ou tem o sono
fragmentado. A pesquisa afirma que a falta de sono reduz em 55% a queima de
gordura.
Enfraquece a imunidade
É durante o sono que acontecem diversos processos em
nosso organismo, dentre elas a produção de anticorpos. De acordo com um estudo
da Universidade de Chicago (EUA), dormir pouco reduz a função imune e o número
de leucócitos, células responsáveis por combater corpos estranhos em nosso
organismo. Segundo a pesquisa, quem dormia quatro horas por noite por uma
semana tinham os anticorpos reduzidos pela metade, quando comparados aqueles
que dormiram até oito horas.
Altera o funcionamento do metabolismo
As mudanças no ciclo do sono podem atrapalhar a
síntese dos hormônios de crescimento e do cortisol, já que ambos são produzidos
enquanto dormimos. "Os maiores efeitos dessa deficiência são despertar cansado,
a dificuldade de raciocínio e a ansiedade, que podem interferir na realização
de tarefas do cotidiano, levando a problemas como déficit de atenção, acidentes
de trânsito, indisposição física, irritabilidade e sonolência", diz a
endocrinologista Alessandra.
Leva ao envelhecimento precoce
Durante o sono, produzimos hormônios
"rejuvenescedores", como a melatonina e o hormônio do crescimento.
"Esses hormônios exercem funções reparadoras e calmantes para a pele, e a
falta de sono impede que o corpo descanse adequadamente", afirma a
endocrinologista Alessandra. Os maiores resultados disso são uma pele sem viço
e com olheiras. O estresse provocado pela falta de sono também favorece o
aparecimento de rugas.
Interfere na produção de insulina
Pessoas com diabetes que tem um sono insuficiente
desenvolvem uma maior resistência insulínica, tornando o controle da doença
mais difícil. É o que afirma um estudo feito pela Northwestern University, dos
Estados Unidos. Os pesquisadores concluíram que portadores de diabetes que
dormem mal tinham 82% mais resistência à insulina que os portadores com sono de
qualidade. Além disso, a falta de sono adequado pode favorecer o aparecimento
de diabetes tipo 2 em quem não tem a doença. "É durante o sono que o corpo
estabiliza os índices glicêmicos, por isso quem não tem um sono de qualidade
sofre com o descontrole do nível de glicose, podendo desenvolver
diabetes", explica a endocrinologista Alessandra.
Desregula a pressão arterial
A neurologista Rosa Hasan, responsável pelo
Laboratório do Sono do Hospital São Luiz, explica que a dificuldade em
descansar durante a noite é equivalente a um estado de estresse, aumentando a
atividade da adrenalina no corpo. "Uma noite mal dormida deixa o organismo
em estado de alerta, aumentando a pressão sanguínea durante a noite",
explica a especialista. Ela afirma que com o tempo essa alteração na pressão
sanguínea se torna permanente, gerando a hipertensão.
Afeta o desempenho físico
"Um sono incompleto é uma das principais causas
de fadiga ou baixo desempenho motor", afirma o neurologista André. Quando
dormimos profundamente e sem interrupções, nosso corpo começa a produzir o
hormônio GH, responsável pelo nosso crescimento, e que começa a ser sintetizado
só 30 minutos depois de começarmos a dormir. "O hormônio do crescimento
tem como funções ajudar a manter o tônus muscular, evitar o acúmulo de
gorduras, melhorar o desempenho físico e combater a osteoporose", explica
a endocrinologista Alessandra.
Prejudica o humor
"A falta de sono faz com que o cérebro não
descanse plenamente, prejudicando a comunicação entre os neurônios",
explica o neurologista André. E os neurônios são os responsáveis por produzir
os neurônios relacionados ao nosso bem-estar, como a serotonina. "Por isso
que um sono deficiente impacta o nosso bom-humor de forma direta, podendo até
favorecer quadros de depressão."
Fonte: http://www.minhavida.com.br/saude/galerias/16159-confira-nove-problemas-que-a-falta-de-sono-provoca-a-saude
- POR CAROLINA SERPEJANTE
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