Estudo relaciona cortisol a mortes causadas por
infarto, pressão alta e derrame
O estresse é um inimigo do coração. As tensões
emocionais propriciam doenças cardiovasculares aos montes. Já foi comprovado
cientificamente que a alta liberação de hormônios em situações estressantes
perturbam o organismo, provocando reações que englobam desde o aumento da
pressão arterial a um fulminante ataque cardíaco.
Preocupações diárias com problemas pessoais, excesso
de trabalho, insegurança, frustrações, pressão, entre outros sintomas de
estresse, desencadeiam reações que interferem no bom funcionamento do coração.
A associação destes fatores com a pré-disposição genética a problemas
cardiovasculares resultam em uma espécie de bomba para o corpo. Entender a
gravidade da situação é o primeiro passo para combater as ameaças.
Descarga de hormônios
Estar sob um estado de tensão mexe com o
funcionamento do cérebro. De acordo com a cardiologista Maria Angela Plácido,
quem vive uma rotina estressante libera altos níveis de hormônios que provocam
instabilidade no organismo. A adrenalina é um deles."Ela atua aumentando
os batimentos cardíacos e a pressão arterial, o que pode culminar em um ataque
cardíaco e até levar a morte", explica. Já o cortisol, outro hormônio
liberado durante situações de estresse, pode causar mortes em pessoas que já
tenham doenças cardiovasculares, segundo um estudo publicado no Journal of
Clinical Endocrinology & Metabolism.
Para chegar a tal conclusão, pesquisadores
observaram o comportamento de mais de 800 voluntários com mais de 65 anos e com
histórico de problemas cardíacos. No período de três anos, cerca de 180 destas
pessoas que estavam sendo acompanhadas morreram. A quantidade de cortisol que
circulava no organismo delas era maior do que a esperada. Esse aumento está
relacionado a complicações cardiovasculares. Segundo os números levantados no estudo,
para as pessoas que não sofrem com doenças cardiovasculares os problemas
causados pelo cortisol são quase imperceptíveis, mas para pessoas que tem
histórico de doenças do coração, o aumento nos níveis desse hormônio eleva o
risco de morte em até cinco vezes.
Em outra pesquisa, feita na Suécia e publicada na
revista Diabetic Medicine, foi constatado que homens que passam por altos
níveis de estresse podem dobrar os riscos de desenvolver diabetes tipo 2,
aquele em que o organismo é capaz de produzir insulina, mas tem dificuldade de
processá-la.
Como combater o inimigo do coração
Especialistas aconselham quem sofre com problemas
cardíacos a fugir de fatores estressores para aliviar os sintomas do estresse.
Alguns hábitos, segundo a cardiologista Maria Angela, podem ser incorporados à
rotina para evitar danos fatais. Atividades físicas regulares, alimentação
balanceada, sono sem interferência de ruídos já são de grande ajuda no combate
ao inimigo. Além deles, claro, há inúmeras formas de manter a saúde do coração em
perfeito estado, como manter os níveis de colesterol estáveis, não fumar, não
estar acima do peso, entre outros.
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