Para garantir uma rotina equilibrada, é preciso mais
do que pensar só em dieta e exercício
O termo saudabilidade nunca esteve tão presente nas
rodas de conversa. Todos desejam conquistar um modo de vida mais saudável para
si e para os que o cercam. No entanto, se a pauta é convergente, as ações
preconizadas para se atingir tais objetivos são, muitas vezes, divergentes.
Para começar, vários são os pilares que sustentam um
estilo mais saudável de viver – a alimentação e os exercícios físicos são
apenas alguns deles. Mas o aspecto mais interessante é que não há como
identificar qual tem papel de maior importância. O segredo é manter o
equilíbrio entre todos e, para isso, o bom senso é crucial.
Manter uma alimentação adequada não substitui a
atividade física, da mesma forma que se exercitar não torna a alimentação
balanceada desnecessária. Ambos se completam em termos de resultados para a
saúde e o bem-estar.
E quando o assunto é alimentação, temos que compreendê-la
como um conjunto compartilhado de hábitos alimentares e de vida, em vez de uma
mera variedade específica de nutrientes. Em resumo, nosso prato é composto por
alimentos. Tem arroz, feijão, legumes, verduras, frutas… Os nutrientes, a
exemplo de carboidratos, proteínas e gorduras, são uma consequência de nossas
escolhas.
Alguns princípios básicos são de conhecimento geral.
Por exemplo: na alimentação diária, é preciso contar com vegetais,
compreendendo especialmente frutas e legumes, cereais e pães integrais, feijão
e outras leguminosas, além de castanhas e sementes; ao escolher alimentos
cultivados localmente, frescos e sazonais, garantimos mais sabor e preço mais
baixo; nossas fontes de proteína e ferro (carnes, aves, ovos e peixes) e
proteína e cálcio (leite e derivados) são importantes em quantidades moderadas;
açúcares e doces, assim como óleos e gorduras, não são proibidos, porém, isso
não significa que seu consumo deva ser livre. Temos de tomar água durante todo
o dia.
Se ao ler esse último parágrafo você pensou: “já sei
tudo isso!”. A pergunta então é: por que tais comportamentos não fazem parte de
seu hábito alimentar?
Aí reside o problema: entendemos o que precisa ser
feito, mas não estamos dispostos a mudar. Temos ótimas respostas para justificar
o porquê de estarmos nos sabotando. E, na sequência, ótimas soluções para
compensar os deslizes: dietas da moda, refeições ou alimentos “superpoderosos”,
nutrientes “vingadores”, as vias metabólicas “que podem ser enganadas”, e assim
vai…
Mas devemos sempre nos lembrar que os alimentos
fazem parte de um conjunto de saberes-fazer, conhecimentos, rituais, símbolos e
tradições sobre técnicas agrícolas, pesca, criação de gado, conservação,
processamento, preparação e, especialmente, partilha e consumo.
A refeição deve retornar à mesa, fazendo com que
esse seja um momento de troca social e de comunicação, e uma afirmação e
renovação da identidade da família, do grupo ou da comunidade. Aspectos assim
são fundamentais para nutrir um estilo de vida realmente saudável.
Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/alimente-se-com-ciencia/afinal-o-que-significa-ter-um-estilo-de-vida-saudavel/
- Por Sueli Longo, nutricionista - Foto: Bruno Marçal/SAÚDE é Vital
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