Sem supervisão, os pequenos podem não desenvolver um
relacionamento saudável com animais da família e tornar o dia a dia um grande
desafio
Para quem resistia heroicamente aos pedidos dos
filhos de ter um mascote em casa, os 120 dias sem aula talvez tenha sido o
maior argumento para você ceder à vontade deles. É de se pensar, né? A vida
pode estar complicada, mas crianças e animais costumam formar um sólido
relacionamento que pode ajudar a passar por esses dias em que estamos com a
criatividade esgotada.
Mas alto lá! É bom lembrar que animal não é
brinquedo e, com o confinamento, os riscos de acidentes envolvendo mascotes e
tutores mirins se tornaram bastante elevados. Primeiro, porque as crianças se
lançam aos animais como abelhas sobre a flor. Segundo: a falta do que fazer
pode potencializar brincadeiras perigosas, como enrolar animais em cobertores,
colocá-los depois do banho na máquina de secar roupa, trancá-los no banheiro e
até deixá-los descansando no beliche de cima.
O assunto é sério. Acidentes envolvendo mascotes
provocados por crianças sempre existiram, mas a quarentena abre margem para os
pequenos colocarem em prática ideias mirabolantes. E o troco pode vir. Um cachorro que tem o rabo puxado, a orelha
assoprada ou que se sinta fortemente ameaçado pode cravar os dentes no primeiro
que passar na sua frente.
Brincadeiras podem dar errado
Queimaduras, ombro deslocado, joelho fora do lugar,
sufocação e até fratura são alguns exemplos de brincadeiras que acabaram muito
mal. Saiba que o tombo de uma criança de três anos sobre um animal pequeno pode
causar estragos terríveis ao bichinho. O mesmo vale para crianças ainda sem
coordenação em pegar os animais no colo e transportá-los (pelo pescoço) de um
cômodo ao outro da casa.
Além de ferir o animal, esse relacionamento fica
comprometido porque o mascote vai começar a fugir da criança e vê-la como um
indivíduo que causa dor. Crianças pequenas, sem supervisão, podem deteriorar de
forma irrecuperável o relacionamento entre eles e seus animais de estimação. E,
por fim: é difícil explicar para uma criança que a brincadeira protagonizada
por ela foi a responsável pela morte do mascote.
Segue abaixo algumas situações que precisam ser
monitoradas:
Aglomeração de crianças
Isso é chato, muito chato. Imagine seis crianças
enlouquecidas indo até a casa do vizinho para ver o filhotinho de cachorro
recém-chegado. Não deixe que o manipulem e nunca, jamais, o deixe sozinho com
aglomeração de crianças. O agito infantil e o corre-corre típico da idade pode
causar acidentes. Não transfira para o seu filho a responsabilidade de cuidar o
movimento brusco de seus amigos.
Animal na cama
Cobertores e travesseiros podem ser usados para
construir castelos, e o resultado é a sufocação do animal. Por isso, fique
atento às brincadeiras na cama.
Atenção na sacada
Sacadas abertas, estas que têm grades em vez de
concreto, devem receber telas antes da chegada do mascote. Gatos em fuga de
crianças também podem se aventurar a pular de uma sacada ou janela sem rede de
proteção.
O perigo da janela
Janelas também favorecem a fuga de animais, ainda
mais se não forem muito altas. Isso pode encorajar os mascote a fugir.
Jogar bolinha
A brincadeira parece inocente, mas um animal
correndo alucinado atrás de uma bolinha pode se enfiar de forma brusca embaixo
do sofá, bater em uma parede ou atravessar a sacada que não é feita de
concreto. Esteja presente nas primeiras brincadeiras até perceber que o mascote
sabe frear a tempo de não se ferir.
Cuidado com os olhos
Olhos são uma área particularmente sensível e
precisam ser preservados. Evite brincadeiras que ameaçam a integridade dos
olhos do seu mascote.
Brincadeiras que estimulem o medo
Nunca estimule seus filhos a brincar de qualquer
jogo que deixe o animal em apuros. Isso vai deteriorar o relacionem deles, e
seu pet se tornará um animal assustado, preso em uma casa de malucos e infeliz.
Não estimule o medo em nenhum animal.
Pegar no colo
Por mais tentador que seja, não deixe seu filho de
três anos brincar à vontade com o mascote. Toques e abraços aparecem de forma
inesperada e seu filho pode apertar demais ou ferir o mascote porque não sabe
ainda até onde vai a intensidade de um abraço.
Do alto
Cuidado com móveis altos, camas e escadarias.
Piscinas
Ensine, assim que puder, seu pet a nadar e se
informe sobre os "resgastes", que são as escadas feitas de material
rugoso para permitir ao seu animal chegar à superfície.
Respeite o almoço
Evite brincadeiras no hora da refeição com seu
mascote. Ele pode revidar.
Chuveiro e banheiras
Dar banho no mascote é um ato sempre solicitado
pelas crianças e nunca deve ficar sem supervisão. O animal pode ter seu
comportamento alterado devido ao desconforto, tentando sair de qualquer jeito,
o que pode provocar a queda do animal e arranhões nas crianças.
Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/donna/mundo-pet/noticia/2020/07/filhos-e-pets-juntos-veja-cuidados-na-convivencia-de-animais-e-criancas-ckcw28dr700320147yef3eb7c.html
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