Pesquisa verificou que taxas de anticorpos desabam durante recuperação da Covid-19
A imunidade contra COVID-19 pode não ser tão
duradoura, é o que avalia um estudo publicado na última segunda-feira (7) no
periódico científico Science Immunology.
A pesquisa elaborada por cientistas da Universidade
de Stanford analisou as interações de anticorpos produzidos contra o
coronavírus (SARS-CoV-2).
Para a elaboração do estudo, 254 pessoas positivas
para SARS-CoV-2 foram observadas ao longo de cinco meses. Dessas, 79 foram
hospitalizadas com COVID-19, 175 não precisaram de internação e 25 morreram.
A partir de testes de RT-PCR, pesquisadores
observaram como o corpo das pessoas que fizeram parte do estudo produziam os
anticorpos.
De acordo com os dados descobertos, três tipos de
anticorpos (IgA, IgM e IgG) normalmente são detectáveis no sangue logo no
começo da infecção pelo SARS-CoV-2 - cerca de duas semanas após o contágio,
quando o corpo já manifestou os primeiros sintomas de COVID-19.
Para os cientistas, isso mostra uma reação do
sistema imunológico que ajuda a combater a doença logo de cara, mesmo que ela
não tenha atingido seu nível mais intenso.
Entretanto, conforme o tempo de recuperação avança,
os níveis de IgA e IgM caem rapidamente - isso acontece a partir da quarta e
quinta semana de tratamento. As taxas de IgG chegam a se manter no corpo por
mais tempo, mas ainda assim também entram em declínio.
"É importante notar que a diminuição dos níveis
de anticorpos não indica necessariamente que toda a imunidade será
perdida", diz o estudo.
"É possível que a produção local de anticorpos
na mucosa nas vias aéreas possa ajudar a prevenir ou impedir a infecção por
SARS-CoV-2 após a reexposição. Mesmo que os anticorpos diminuam para níveis
indetectáveis, as células B e T de memória estimuladas por infecção podem
fornecer uma resposta mais rápida ou eficaz após uma exposição futura".
Reinfecção
Um dos temores sobre o coronavírus é um possível
quadro de reinfecção e reincidência de COVID-19. Segundo o estudo de Stanford,
ainda não é possível estabelecer qual fração da população será suscetível à
reinfecção - e que será necessário tempo adicional de estudo e acompanhamento para
obter essas informações.
"Os relatórios iniciais de reinfecção oferecem
alguma esperança de que o SARS-CoV-2 possa se comportar de maneira semelhante a
outros coronavírus da comunidade, com a reinfecção geralmente produzindo uma
doença mais branda do que a infecção inicial".
Fonte: https://www.minhavida.com.br/saude/noticias/37105-anticorpos-de-covid-nao-duram-para-sempre-diz-estudo
- Escrito por Redação Minha Vida
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