A alimentação inadequada resulta em diversos problemas de saúde ao redor do mundo e está associada a fatores de risco que causam aproximadamente 11 milhões de óbitos por ano.
A substituição de carnes vermelhas e processadas,
bebidas açucaradas e grãos refinados por uma alimentação rica em grãos
integrais, legumes, carnes magras, frutas e nozes aumenta a expectativa de vida
em até 13 anos, afirma nova pesquisa. Cientistas indicam que quanto mais cedo
for alterada a dieta, melhor será a perspectiva de mais anos de vida.
A alimentação inadequada resulta em diversos problemas
de saúde ao redor do mundo e está associada a fatores de risco que causam
aproximadamente 11 milhões de óbitos por ano.
Nesse novo estudo, publicado na revista Plos Medicine
e assinado por pesquisadores de instituições norueguesas, os cientistas se
valeram do GBD (Global Burden of Disease), uma iniciativa que reúne dados sobre
o impacto que fatores de risco, como a má alimentação, têm no índice de
mortalidade de diferentes países –inclusive no Brasil.
No país, por exemplo, dados do GBD demonstram que uma
dieta inadequada tem relação com cerca de 44% das mortes por complicações
cardiovasculares e 26% dos óbitos por diabetes.
Com informações como essas, os pesquisadores
investigaram se a mudança de hábitos alimentares poderia resultar em uma
expectativa de vida maior para grupos populacionais de três regiões do globo:
Estados Unidos, Europa e China.
"É uma pesquisa de estimativa de impacto, então
não significa que esses resultados são aplicáveis em cada indivíduo, mas é uma
estimativa populacional", afirma Aline de Carvalho, professora do
Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de
São Paulo).
Essa estimativa é feita por meio da média de anos de
vida para quatro grupos de idade –20, 40, 60 e 80 anos– em cada uma das três
regiões selecionadas no estudo. Depois, observou-se os impactos que a
alimentação causava na mortalidade já que os pesquisadores fizeram médias do
efeito que determinados alimentos tinham na expectativa de vida.
Além de calcular a média para esses alimentos
separadamente, também houve uma sistematização em três tipos de dietas.
Uma delas foi denominada de ocidental e era
caracterizada por ser rica em carnes vermelhas, alimentos processados, bebidas
açucaradas e grãos que não eram integrais –ou seja, um padrão de consumo ruim.
Outro modelo de dieta era a ideal e envolvia principalmente alimentos
saudáveis: grãos integrais, legumes, carnes magras e frutas. A terceira,
nomeada como viável, estava no meio termo dos outros dois tipos.
Cada um desses modelos de alimentação tinha suas
consequências organizadas nos anos de vida da população. Esses valores, então,
foram aplicados à expectativa de anos dos quatro grupos que o estudo observou
por meio do GBD e, desse modo, era possível obter o impacto no incremento de
anos na vida da pessoa a depender da idade em que ela tivesse iniciado uma
alimentação mais saudável.
Nas estimativas da população americana, por exemplo, o
estudo observou que homens que iniciassem a dieta ideal aos 20 anos tinham um
incremento de 13 anos na sua expectativa de vida –no caso de homens que aos 80
anos tivessem adotado essa alimentação, esse incremento era de somente 3,4
anos.
Mesmo que o ganho de expectativa de vida seja menor a
medida que a alimentação saudável seja adotada mais tardiamente, os autores
observaram que a mudança tem impactos relevantes inclusive entre idosos –ideia
também defendida por Carvalho.
"Sempre a mudança para uma alimentação mais
saudável é importante, independente da faixa etária da vida. Quanto mais cedo,
melhor. Já que a mudança de hábitos pode perdurar durante a vida", diz.
Além das análises baseadas nos três tipos de dieta, a
pesquisa também elencou quais seriam os alimentos mais importantes no aumento
de expectativa de vida separadamente: nozes, leguminosas e grãos integrais.
Cada um desses alimentos, segundo estimativa, poderia representar mais um ano
de vida para a pessoa que incorporasse ao menos uma opção na dieta a partir dos
20 anos.
Alimentos que também foram considerados saudáveis
–como frutas e peixes– registraram um efeito positivo menor que esses outros
três. Já entre os que apresentaram mais risco à saúde, a carne vermelha ou processada
lidera a lista.
Esses resultados não necessariamente podem ser
transpostos para o Brasil já que o estudo não considerou dados do país,
ressalta Carvalho. Um exemplo disso é com relação às leguminosas, como feijão,
que figuraram entre os melhores alimentos.
A professora explica que isso acontece porque,
provavelmente, não há o consumo de uma quantidade adequada de feijões nas
regiões analisadas pela pesquisa, fazendo com que adicioná-los na dieta já
cause um efeito positivo para a população. No entanto, talvez isso não seria
visto da mesma forma no Brasil já que a população local tem um hábito maior de
consumir a leguminosa.
Por isso mesmo, seria importante estudos do mesmo tipo
com dados do Brasil, algo que já vem sendo trabalhado por Carvalho e outros
pesquisadores. Ela cita, por exemplo, uma pesquisa que está sendo feita para
mensurar os impactos da alimentação para a saúde da população brasileira e
também para o meio ambiente.
"A gente está vendo como uma dieta pode ter um
impacto na melhoria da saúde, quais são os alimentos que a gente poderia
aumentar ou diminuir, mas que também tenha um efeito positivo para o meio
ambiente", conclui, indicando que o estudo ainda está em estágio
preliminar.
Fonte: https://www.noticiasaominuto.com.br/brasil/1890212/alimentacao-saudavel-aumenta-expectativa-de-vida-em-ate-13-anos-aponta-estudo
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E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer; tudo é possível
ao que crê.
Marcos 9:23
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