Método ABCDE é ainda pouco conhecido, mas permite identificar possíveis melanomas, permitindo o diagnóstico do câncer de pele
Com mais de 176 mil novos casos por ano, segundo o
Inca (Instituto Nacional de Câncer), o câncer de pele é o mais frequente no
Brasil – e a campanha Dezembro Laranja serve para conscientizar a população
sobre as formas de combater a doença. A exposição solar é a principal forma de
adquirir o câncer.
Por isso, o final do ano, época em que se inicia o
verão e o calor intenso, é o momento de maior alerta. A boa notícia é que as
chances de cura para neoplasia ultrapassam os 90%, quando descoberta e tratada
em fase inicial.
Diferentes tipos de câncer de pele
Os tipos de câncer de pele se dividem entre os
não-melanomas e os melanomas. O tipo não-melanoma atinge as células basais e
escamosas e apresenta menor mortalidade.
Já o melanoma tem origem nos melanócitos, células que
produzem melanina e estabelecem o tom de cor da pele. Ele tende a ser mais
grave, pois possui alta possibilidade de se espalhar para os órgãos vizinhos
(metástase). Contudo, é possível contê-lo quando a detecção ocorre em fase
inicial.
Em 2020, as estimativas de incidência do câncer de
pele dos tipos carcinoma basocelular (mais comum e menos agressivo) ou
espinocelular (mais agressivo e com células que crescem rápido) foi de 176.930
casos.
Já para o tipo melanoma (que é o câncer de pele potencialmente
grave pela capacidade de metástase) a estimativa, neste mesmo período, foi de
8.450 casos, o que corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos
registrados no país.
Prevenção e os perigos da exposição solar
A exposição solar excessiva, especialmente entre as
pessoas de pele e olhos claros, cabelos ruivos ou loiros aumenta os riscos do
câncer de pele. Além disso, causa ainda o envelhecimento precoce da pele, o que
facilita o aparecimento de rugas, pintas e até do melasma (manchas na pele de
tom mais escurecido).
“É necessário que a população adquira e mantenha
hábitos de proteção, como o uso frequente do protetor solar, aliado às
barreiras físicas, que protegem exatamente as partes em que o protetor solar
não pode ser usado, como os olhos e o topo da cabeça, por exemplo”, diz o Prof.
Dr. José Antonio Sanches, coordenador da Dermatologia do Hospital Alemão
Oswaldo Cruz.
Ele salienta ainda que é importante nestes casos
utilizar óculos de sol, camisetas e chapéus, além de buscar a sombra sempre que
possível. “É preciso se proteger da exposição solar diariamente, mesmo quando o
clima está nublado, e evitar se expor ao sol entre 10h e 16h. As pessoas de pele negra também precisam se
cuidar, mesmo que a incidência de câncer de pele nessa parcela da população
seja menor. Isso porque há outros fatores de risco incluem indivíduos esse
grupo, com histórico familiar, sistema imune debilitado e exposição à radiação
artificial”, orienta o médico.
Sinais de alerta, diagnóstico e tratamento
O sinal de alerta para o câncer de pele, segundo o Dr.
Sanches, é o surgimento de manchas na pele que coçam, ardem, descamam ou
sangram e de feridas que não cicatrizam em até quatro semanas. “Esses sintomas
podem ser indicativos do câncer, que ocorre principalmente nas áreas do corpo
mais expostas ao sol, como rosto, pescoço e orelhas”, orienta.
A maior parte dos cânceres de pele são tratados por
meio da remoção cirúrgica da lesão. Isso pode ser alterado de acordo com a
localização do tumor, o estágio da doença e as condições físicas do paciente.
Como identificar o câncer de pele
Uma das maneiras de observar a evolução de melanomas é
o autoexame ABCDE, afirma a Dra. Maria Paula Muniz Tinoco, dermatologista e
professora da Unigranrio. “O ABCDE é uma ferramenta simples de avaliar os
sinais de alerta de possíveis melanomas. As letras representam: Assimetria,
Bordas irregulares, Cor variada, Diâmetro maior que 6 mm e Evolução ao longo do
tempo”, explica a médica.
Segundo ela, é importante que as pessoas fiquem
atentas a possíveis mudanças nas próprias pintas quando observarem a própria
pele. O cuidado com a pele deve ser um hábito diário.
Portanto, as pessoas devem conhecer o próprio corpo a
fim de detectar pequenas mudanças que podem ser cruciais para um tratamento
efetivo de algum problema de pele, salienta Maria Paula. Além do histórico
familiar e a propensão genética para a doença, a vivência diária sem proteção
da superfície cutânea pode contribuir para o surgimento de melanomas.
“Para prevenir problemas de pele, todos devem adotar
práticas como usar protetor solar diariamente, evitar exposição excessiva ao
sol, vestir roupas protetoras, evitar camas de bronzeamento e realizar exames
regulares de pele. Essas medidas simples podem ajudar na prevenção do câncer de
pele e de outros problemas dermatológicos graves”, ressalta a professora da
Unigranrio.
Método ABCDE
A especialista detalhou o significado de cada letra do
método ABCDE. Cada inicial indica um aspecto diferente para o qual a pessoa
deve ficar atenta se observar sinais no corpo. Confira:
Assimetria: Caso uma pinta se apresente com uma forma
assimétrica, ela pode apresentar indícios de malignidade.
Bordas irregulares: Um melanoma costuma apresentar
certa irregularidade no entorno das bordas, com um contorno mal definido.
Cor variada: É importante que o indivíduo fique atento
se o sinal possui coloração única. Caso contrário, se a lesão apresentar
diversas tonalidades ao mesmo tempo, isso pode indicar um possível problema.
Diâmetro: A dimensão de cada sinal ou mancha é um
fator crucial ao avaliar a detecção de doenças. Caso o diâmetro da marca exceda
6 mm, é recomendável buscar uma avaliação mais detalhada.
Evolução: É importante identificar se há algum
crescimento ou modificação progressiva da pinta. Muitas vezes, a evolução do
quadro pode ocorrer de maneira rápida, o que requer bastante atenção.
Fonte: https://www.saudeemdia.com.br/noticias/dezembro-laranja-aprenda-metodo-para-reconhecer-sinais-do-cancer-de-pele.phtml
- By Milena Vogado - Foto: Shutterstock
Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás
a glória de Deus?
João 11:40