Assim que os fogos de artifício e o tilintar das
taças de espumante indicam que o novo ano acaba de começar, renovam-se também
nossas esperanças. Ganhamos forças para pensar e realizar novas metas,
multiplicamos nossos sonhos e o desejo de fazer diferente e viver melhor.
E se, neste ano, pouco a pouco, mudássemos nossa
maneira de enxergar as dificuldades e lidar com os problemas? E se colocássemos
em prática pequenas e bem-vindas mudanças de atitude?
Para ajudar você nesta missão – e provar que é
possível –, convocamos um time de experts para compartilhar dicas de como viver
o novo ano com mais tranquilidade. Dos ensinamentos de vida de Monja Coen, uma
das líderes espirituais mais pop do país, às preciosas orientações do
psiquiatra José Ovídio Copstein Waldemar, especialista em terapia familiar,
veja um manual com 40 sugestões de mudanças para fazer de 2019 um ano mais leve
– e feliz.
Você e suas metas
Faça o seu melhor e relaxe
Há situações na vida em que, por mais que a gente se
esforce, o resultado não é o esperado. Nesses casos, será que vale mais pensar
apenas no que não deu certo? Ou valorizar o que funcionou de fato?
– Gosto de olhar para o que acontece com
contentamento. Olhar e pensar “certo, foi a contento”. Não que eu não queira
ser excelente, mas assim vivo com mais leveza – explica Cristina Calligaris,
coach com formação em neurociência. – Se fiz o meu melhor, precisa ser
suficiente, mesmo que não tenha sido 100%. Não é somente a nota 10 que passa de
ano.
Mentalize que sim!
Assim como ser uma pessoa negativa pode fazer mal ao
nosso bem-estar e à nossa saúde mental, pensar de forma positiva só traz
ganhos. E se aplica a várias áreas de vida. Está insegura se conseguirá apresentar
aquele projeto na reunião? Mentalize que sim, ao invés de pensar em tudo o que
pode dar errado.
– Vale até para um relacionamento conjugal que não
está legal. Comunique que é possível resgatar o que vocês tinham ao invés de
criticar – explica o coach Magnos Pena Para. – Precisamos alimentar o
sentimento de possibilidade e plenitude, e então as coisas podem começar a
mudar.
Deixe para janeiro
Todo dezembro, a cena se repete: com o ano
terminando e, para muitos, a chegada do recesso, parece que se multiplicam as
obrigações no trabalho. Somam-se a isso as festas de final de ano, as
confraternizações, os presentes para comprar, férias para planejar – e uma
lista de afazeres que parece nunca terminar. No meio do alvoroço do último mês
do calendário, quem consegue planejar com calma o ano seguinte?
Para Bárbara Graziela Santos, criadora do projeto 15
Segundos de Coisa Boa no Instagram, em que dá dicas de qualidade de vida com
Rafael Barbieri, a proposta é deixar a organização do ano vindouro para janeiro.
Escolha um momento tranquilo, em que você, de fato, consiga esvaziar a mente e
elencar suas prioridades.
Com menos planos, tenha mais acertos
Ok, você resolveu passar para janeiro o momento de
planejar tudo o que quer fazer nos próximos 12 meses. Mas, sejamos francas: a
gente muda todos os dias um pouquinho, não dá para negar. É por isso que
Bárbara costuma fazer planejamentos mais curtos. Na lista de prioridades,
costuma elencar o que quer fazer no ano, mas começa pensando os primeiros três
meses:
– Minha ideia é aliviar as expectativas e deixar
tudo um pouco mais leve.
Pense no que você gostaria de fazer diferente em
cada área da vida – Bárbara costuma dividir seu planejamento em setores como
trabalho, cultura, saúde, carreira, família. A partir daí, estipule também
subcategorias: na área de saúde, por exemplo, você pode querer fazer um novo
exercício físico, mas também investir em terapia ou yoga.
– Assim, você se sente mais organizada – pontua
Bárbara.
Repense o valor o dinheiro
Será que ter mais grana na conta é garantia de uma
vida tranquila? Para o professor Luiz Gaziri, criador da disciplina A Ciência
da Felicidade na FAE Business School, de Curitiba, não necessariamente:
– Temos que nos desvencilhar da crença de que ter
sucesso é ser rico. Esse tipo de objetivo diminui nossa satisfação de vida –
pondera. – Quando ganha um aumento, a pessoa se acostuma facilmente a viver com
uma quantia de dinheiro maior, e isso faz com que queira ainda mais sempre. E
aí projeta a felicidade para o próximo aumento.
Não é errado ser ambicioso, mas pensar o tempo todo
nisso faz com que você não consiga valorizar o que tem hoje.
Você e os outros
Faça o bem para um estranho
Você já deve ter chegado em casa mais feliz por
conta de uma gentileza espontânea de um estranho ou alguém não tão próximo
assim. E que tal experimentar a sensação de ser o “anjo” de outra pessoa? Não
precisa ser nada extravagante: vai desde um bombom na mesa daquela colega que
chegou meio cabisbaixa até um cumprimento verdadeiro e o obrigada que não soa
automático ao caixa no supermercado.
– Reconhecer os outros traz felicidade e motivação –
diz o professor Luiz Gaziri. – Mostra que aquelas pessoas também existem e não
deixa que se tornem invisíveis. Perdemos todos os dias chances de melhorar o
dia do frentista, do farmacêutico… Interaja mais.
Agradeça sempre
Parece que a gratidão virou moda: é hashtag nas
redes sociais e funciona como legenda para milhões de publicações de fotos no
Instagram. Mas estamos agradecendo na vida real? Aos outros e a nós mesmos?
– Agradecer é uma das virtudes mais ricas e puras
que existem. As pessoas gratas sabem valorizar tudo o que possuem e tudo que
acontece e, assim, são mais felizes – defende o coach José Roberto Marques. –
Ter gratidão é fundamental para que nos tornemos pessoas melhores, felizes e
completas. Ter uma vida leve e plena depende somente de nós mesmos.
Digite menos, ouça mais
Assim que você acorda, sua primeira atitude é dar
bom dia a quem está ao seu lado ou conferir as últimas mensagens e notícias?
– Por causa do celular, perdemos pequenas
oportunidades do dia de nos relacionarmos mais com quem nos rodeia – destaca
Luiz Gaziri.
Aproveite para interagir mais com quem está a sua
volta. No almoço da firma, que tal conversar com seus colegas ao invés de ficar
no celular papeando com quem está a quilômetros de distância?
Saiba receber críticas
Ouvir uma crítica nem sempre é agradável. Pode ser
uma proposição construtiva, que ajuda você a melhorar. Mas nem sempre é preciso
levar tudo em consideração.
– Saiba escutar quando você é criticada. A partir
daí, veja se você pode mudar ou se a pessoa é que não a compreendeu – reflete
Monja Coen.
Você e você
Aprenda a se perdoar
Pare e pense: quantas vezes você perdoou outras
pessoas? E quantas vezes você mesma se culpou por um casamento malsucedido ou
um emprego que não deu certo e jamais se desculpou? Aprender a se perdoar é uma
forma de deixar o que não funcionou no passado e olhar para você mesma com mais
empatia.
– É muito comum perdoar os outros, mas não nos
perdoar. Usamos uma régua muita dura para “bater” em nós mesmos. Precisamos
entender nossas falhas – pondera Cristina Calligaris, coach com formação em
neurociência.
Lide com seus defeitos
Já diz o ditado popular: cada um sabe onde aperta o
sapato. Quando você se conhece bem, sabe quais são seus pontos fortes e fracos.
Se a falta de paciência, por exemplo, é o que costuma causar aborrecimentos no
seu dia, é exatamente esta característica que você precisa trabalhar consigo
mesma, explica Monja Coen:
– Se algo está dando errado, sei que minha tendência
é dar um grito, preciso trabalhar isso. Não adianta nada falar mais alto,
preciso repetir isso a mim mesma de forma amorosa.
Conheça suas reações
Quando nos conhecemos profundamente, sabemos
exatamente como funciona nossa mente. O que nos causa alegria e o que
certamente nos trará tristeza e raiva. Se nos dispomos a fazer essa
autoanálise, conseguimos identificar quando esses ímpetos podem ocorrer.
– Qualquer emoção que sentimos passa como um raio
pelo nosso corpo. Quando me conheço bem, consigo saber se quero ter uma
explosão de raiva ou não – pondera Monja Coen.
Autossabotagem: não entre nessa
Quantas vezes você deixou de vestir uma roupa ou até
de dizer algo por medo da opinião alheia? Mais: deixou de fazer aquele curso de
italiano por pura e simples procrastinação? Ou até por preguiça? O coach José
Roberto Marques destaca que nós precisamos identificar os comportamentos que
nos fazem adiar nossas ações, sabotar nossos projetos e até prejudicar a
autoconfiança:
– Quando você substituí-las por comportamentos mais
positivos, terá mais tranquilidade para lidar com os problemas do dia a dia.
Mude de opinião
Você já parou para pensar em quantas vezes mudou de
ideia sobre um mesmo assunto no último ano? Renovar nossos pontos de vista faz
parte da evolução. E, como dizia Miguel de Cervantes, “é de sábios mudar de
opinião”.
– Não acumule coisas e não acumule ideias. Quando
você acumula pontos de vista, fica rígido, uma pessoa desagradável com quem
conversar porque parece ser a dona da verdade – diz Monja Coen. – Conhecemos
algumas coisas, mas outras sempre precisaremos aprender.
Diga adeus à negatividade
Pense bem: no último feedback da sua chefia, você
deu mais importância aos pontos positivos ressaltados ou saiu reclamando por
ter ouvido um único aspecto a melhorar? Por que, afinal, não conseguimos olhar
para o copo meio cheio?
– O ser humano é negativo por natureza. O problema é
que a negatividade libera no corpo substâncias como o cortisol, o hormônio do
estresse, que diminui a nossa capacidade cognitiva, piora nossos
relacionamentos e até nos faz enxergar menos – diz Luiz Gaziri. – Busque aumentar
suas emoções positivas.
Cuide de si mesma
Você também precisa se certificar de que está
cuidando de você mesma com o mesmo carinho com que trata os outros.
– Tenha tempo para passear, fazer uma atividade de
que gosta. Ou até para passar hidratante no corpo – indica a coach Cristina
Calligaris.
Gaste com você
Que tal investir grana em você?
– Gaste também com experiências para você, como uma
viagem, um passeio ou um restaurante legal – propõe Luiz Gaziri.
Você e seus relacionamentos
Busque o diálogo
Em qualquer relacionamento, discordâncias são
comuns. Do lugar aonde vocês vão jantar ao melhor jeito de lidar com a birra do
filho, pensar de forma diferente é uma constante na vida de casal. Mas, afinal,
como lidar com opiniões contrárias de um jeito tranquilo, que não leve
necessariamente a um conflito? Para o psiquiatra José Ovídio Copstein Waldemar,
do Instituto da Família de Porto Alegre (Infapa), a saída é tentar entender o
ponto de vista do(a) cônjuge antes de impor o seu:
– Ao invés de dizer que o outro está errado, diga
que você tem outra opinião. Converse “desarmada” para entender o ponto de vista
do outro.
Aí, o caminho é expor as suas razões. As chances de
cada um ceder um pouco e entender o outro lado são muito maiores – e, assim,
evita-se conflitos que só estragam o dia.
– Chamo isso de falar a favor de você, e não contra
– diz o psiquiatra.
Saiba ouvir
Em tempos de ânimos polarizados no país – dentro e
fora das redes sociais –, é difícil encontrar alguém que não tenha discutido
por temas que circundam a política nos últimos meses.
– Vivemos em tempos de muito ódio. Precisamos, cada
vez mais, ter a capacidade de não reagir da mesma forma – pondera Waldemar.
E, afinal, como entrar em discussões com alguém que
tem opiniões contrárias à sua sem, necessariamente, ficar com raiva e gerar um
conflito?
– Sugiro que a gente abra mão de achar que sabe toda
a verdade. Quando você diz que “tem a sua opinião”, é diferente de falar que
“as coisas são deste jeito” – indica.
Foque no lado bom do outro
Desavenças e conflitos com a mãe, o marido ou a
melhor amiga todas temos – ou ainda vamos ter. Mas, antes de passar dias de
cara amarrada e evitando o contato, que tal lembrar do que você gosta naquela
pessoa?
– Precisamos buscar o que nos conecta – sintetiza o
psiquiatra.
Dê um tempo nas redes sociais
Se você percebe que a cada vez que atualiza a
timeline das redes sociais fica mais estressada, que tal dar um tempo?
– Precisamos nos desintoxicar das redes sociais.
Elas ajudam, mas também são tóxicas – diz Waldemar.
Não tenha medo de deixar de seguir pessoas (sem
necessariamente excluí-las, se for o caso) e até de desfazer amizades virtuais.
Você não precisa deletar sua conta, mas pode acessar menos. Ficar alguns dias
offline. Ou até evitar entrar nas redes sociais quando teve um dia complicado –
e sabe que aquele ambiente pode estressá-la ainda mais.
Alimente seu amor
Entre as mil e uma obrigações do dia a dia, é comum
que o lazer percam tempo na agenda. Mas são justamente esses momentos de
descanso que fazem com que nossa rotina seja mais viável. Para um casal com
filhos pequenos, por exemplo, sair para jantar no final de semana sem os
pimpolhos pode ser uma missão complicada. Para o psiquiatra, entretanto, vale a
pena fazer dar certo.
– Precisamos buscar espaços de nutrição emocional em
meio à rotina. Quando você deixa de fazer isso e esquece o romance, deixa de
lado também sua relação, que é o principal sustento emocional. Precisa haver um
espaço somente para o casal – completa.
Afaste-se de más companhias
Assim como precisamos resgatar o que nos liga ao
outro em meio a períodos difíceis e conflituosos, é necessário também saber a
hora de parar de tentar. Às vezes, algumas relações não têm salvação – sejam as
amorosas, familiares ou com amigos. Pelo seu bem-estar mental, afastar-se de
pessoas com quem você briga constantemente e não consegue estabelecer um
diálogo pode ser a melhor alternativa para evitar aborrecimentos.
– Essas são pessoas tóxicas. Você pode
identificá-las quando sai de uma conversa pior do que entrou – explica
Waldemar. – Pessoas amargas, que reclamam o tempo todo, que são negativas, não
percebem a reação que causam nos outros.
Dê limites para a opinião alheia
Pitaco não solicitado: está aí algo que incomoda
muita gente, mas com que poucas pessoas sabem como lidar. Pode vir da amiga, da
vizinha, da colega de trabalho, mas é bem comum que as opiniões sobre os mais
diversos aspectos de sua vida venham de familiares, como a sua mãe. E, afinal,
como explicar, de um jeito delicado, que naquele momento você não quer ouvir?
– Fale de uma forma com que a pessoa se sinta
acolhida. Diga que aprecia a vontade dela de ajudar, mas que você precisa do
seu espaço para decidir. Explique que você não quer a solução proposta por ela,
apenas um ombro amigo e acolhimento – sugere o psiquiatra. – É difícil para os
pais, por exemplo, entenderem que não precisam dar opinião quando não
solicitados. Mas precisamos estar atentos ao que são situações normais e casos
extremos.
Evite brigas com uma boa conversa
Para o psiquiatra José Ovídio Copstein Waldemar,
muitas brigas que acabam com nosso dia poderiam ser evitadas com conversas
sinceras e tranquilas. Está estressada com a chefia do trabalho? Proponha um
papo e procure estar tranquila antes de começar a falar.
– Se o chefe está sempre criticando você, diga que
tem se esforçado muito, mas a sensação é de que não consegue corresponder às
expectativas. Fale em primeira pessoa em relação aos seus sentimentos.
Ao invés de acusá-lo, fale sobre o que você está
sentindo e quais as suas necessidades. Isso propicia dialogar da melhor forma
para ser compreendida – afirma Waldemar.
Você e seu tempo
Organize seu dia de véspera
A cada dia, cada uma de nós tem suas tarefas para
cumprir. E, quanto mais coisas a fazer no dia seguinte, maior a ansiedade já na
noite anterior. Será que vai dar tempo de fazer tudo? A estratégia de Bárbara
Graziela Santos é planejar. A criadora do projeto 15 Segundos de Coisa Boa no
Instagram costuma apostar na boa e velha agenda de papel para elencar
compromissos e planejar prioridades. Se você não desgruda do celular, pode
escolher um aplicativo que cumpra a função. Vale até criar um quadro no seu
quarto ou no escritório com os sete dias da semana e acrescentar os
compromissos com post-its coloridos, separados por áreas. Tudo para não perder
o sono e nem sofrer por antecipação.
– É o que chamo de esvaziamento diário. Me organizo
no dia anterior para começar o dia mais relaxada e dormir melhor, porque sei
exatamente como será o dia seguinte – explica.
Viva o hoje
Você já chegou ao final de uma semana sem lembrar
exatamente do que tinha feito em meio a tanta correria? Já se pegou planejando
cada segundo do fíndi como se a semana não tivesse outros cinco dias entre um
domingo e o sábado seguinte? Para Bárbara, cada dia é uma nova oportunidade de
fazer diferente. E por que não ter pequenas alegrias em dias não marcados?
Porque o jantar delicioso precisa ser na sexta e não na terça?
– Temos a sensação de que tudo passa rápido porque
não vivemos o meio. Aqui em casa, não existem essas regras de dia disso ou
daquilo. O churrasco não precisa ser no domingo, por exemplo. Se a gente está
com vontade de fazer algo e aquilo vai fazer bem, torna o dia mais marcante.
Viver mais o presente dá a sensação de uma vida mais longa e vivida – destaca.
Pare para respirar
Ter tempo é um luxo, bem sabemos. Mas alguns
minutinhos diários para se conectar com você mesma podem ser valiosos. Para
Monja Coen, uma prática recomendada é, a cada hora, parar, respirar e inspirar.
E só.
– Ajuda a entrar em contato com você e sua
respiração.
Pequenas pausas durante o dia se refletem em uma
vida mais tranquila. Que tal, na volta para a casa ou no intervalo do almoço,
parar em uma praça por 10 minutos e observar a mudança da luz do sol e o
movimento das árvores? Garantia de um respiro na correria diária.
Você e seu estilo
Organize seu armário
Você já deve ter vivido a cena: em um dia
tumultuado, chega aquele convite irrecusável para um evento chique. Você abre o
armário e, voilá, parece que nada cai bem, nada funciona, nada serve. Na
maioria das vezes, não é falta de uma roupa bacana, mas de organização. Saber o
que tem no armário é o primeiro passo para se vestir bem sem esforço.
– É um problema quando você tem um armário lotado e
nunca tem o que vestir – diz Chiara Gadaleta, consultora de sustentabilidade na
indústria fashion, que estreia o programa Menos É Demais no canal por
assinatura Discovery Home & Health, no dia 8 de janeiro.
Além de saber exatamente onde está aquela pantalona
e não esquecer jamais da blusa de festa incrível usada apenas uma vez, você
poupa tempo na hora de se vestir.
Desapegue sem dó
Depois de organizar o armário, várias pilhas
costumam ser formadas sob a cama: as peças que precisam de conserto, as que vão
para doação… Mas, às vezes, ainda guardamos aquele casaco com etiqueta comprado
no impulso e que nunca foi usado. Antes de tudo, dê destino às peças! Tenha
sempre na agenda do celular os contatos de ONGS da região que recebem doações.
Vale até guardar na mala do carro para, assim que passar por perto do local, já
deixar as sacolas por lá.
E aquelas peças novinhas que não fazem mais sentido
no armário? Promova uma sessão de desapegos e trocas entre as suas amigas. Além
de uma tarde divertida, você faz as peças girarem – e garante roupa nova sem
gastar um centavo.
– A moda ensina a fazer upcycling, trocas, doações.
Isso aumenta a vida útil das peças e diminui o descarte – lembra Chiara.
Viva com menos
Já parou para pensar que, quanto mais roupas se tem
no armário, maior a indecisão na hora de se vestir? Sem contar que muita gente
acaba usando sempre as mesmas peças. Por que, então, acumular roupas e
desperdiçar energia e espaço com roupas que não usa? Na carona do novo programa
de Chiara, a solução pode ser o armário-cápsula, que ganhou força nos últimos
anos. O termo surgiu com a estilista Susie Faux, que, nos anos 1970, idealizou
um closet com poucos itens – peças básicas que nunca saem de moda e conversam
entre si.
O número de peças, claro, pode variar: há quem viva
bem com 15, e quem precise de pelo menos 50.
O mais importante é que tudo esteja de acordo com
seu estilo e suas necessidades: se você faz academia três vezes por semana e
vai a festas uma vez por mês, não adianta ter cinco saias de paetê e apenas uma
legging. Para entender como funciona, vale assistir ao vídeo da youtuber
Marieli Mallmann:
Conheça seu lifestyle
Quando suas peças estão alinhadas com o seu estilo
de vida, você deixa sua vida mais prática. Lembrar-se disso na hora das compras
também faz você economizar tempo e investir sua grana de forma mais certeira.
– Se quero andar mais a pé, vou investir em um tênis
bacana – diz Chiara. – Preciso pensar qual é o meu lifestyle, e isso vai além
da moda. Se não cozinho, para que ter várias panelas diferentes na cozinha? As
pessoas não são iguais, não precisam das mesmas coisas. Autoconhecimento é não
ter medo de olhar para você mesma.
Repita roupa sem medo
Foi-se o tempo em que repetir o vestido daquela
festa em outra ocasião era uma atitude malvista. Ainda bem, não é?
– As pessoas já sabem que repetir peças é bacana. É
um atestado de que você conhece bem o seu estilo.
Se você tem peças de qualidade no armário, talvez
gaste um pouco mais na hora da compra, mas a vida útil será maior também. Com o
passar do tempo, você terá armado mais combinações com as mesmas roupas, o que
facilita na correria do dia a dia.
Você e suas finanças
Faça um controle financeiro
Manter o controle de suas finanças e saber
exatamente para onde foi cada centavo não é tarefa simples. A sugestão da
educadora financeira Leila Ghiorzi, que ministra cursos sobre finanças para
mulheres e mantém o site É Da Minha Conta, é definir um valor para ser gasto
semanalmente. Você inclui despesas como restaurante, supermercado, transporte e
até cinema. Na hora de estabelecer o valor, seja sincera: pense nos
compromissos que você tem e do que não abre mão, como aquele happy hour com as
amigas.
No início do mês, calcule a quantia que deve gastar
a cada semana e, depois de pagar as contas fixas, terá uma noção mais realista
de quanto irá gastar nas próximas semanas – e o que deve sobrar.
– Costumo passar no banco no começo da semana e
sacar exatamente aquele valor que calculei. Sei que no final de semana gasto
mais, então separo mais dinheiro. Assim, tenho uma previsão todo início de mês
– explica Leila.
Economize sem sofrer
Tentando poupar uns pilas, quem nunca cortou gastos
como saídas aos finais de semana e logo desistiu da empreitada? Para que o ato
de economizar seja incorporado a seu dia a dia, não pode ser sofrido. Para
Leila, é preciso analisar seus gastos e identificar quais são indispensáveis,
os que você julga necessários para seu bem-estar (e aqui vale desde comprar um
livro por mês até fazer as unhas toda semana no salão) e aqueles que, de fato,
dá para cortar.
– Eu, por exemplo, adoro almoçar fora. Mas prefiro
cortar meu próprio cabelo. Economizo aí – conta Leila.
Invista, sim!
Economizar é o começo de uma vida financeira
saudável. O passo seguinte? Investir. A educadora financeira sugere iniciar com
o que der – com R$ 100 reais por mês, já é possível investir:
– Procure o gerente de seu banco e converse sobre a
melhor opção para o dinheiro de que você dispõe. Quanto mais a gente se informa
sobre investimentos, mais se sente estimulada a querer guardar mais grana para
investir.
Mas seja realista: na hora de fazer o orçamento
mensal, veja quanto, de fato, sobra para o investimento, evitando aqueles
saques não planejados no final do mês. Você pode programar as aplicações, tanto
para a poupança quanto para o tesouro direto, que saem automaticamente da sua
conta. Se quer economizar para a aposentadoria, vale pesquisar sobre opções de
previdência privada.
Seja fashionista sem entrar no vermelho
Se você adora moda, possivelmente já gastou mais do
que podia com uma coleção nova da sua marca favorita ou compensou um dia ruim
com um sapato novo. Mas, afinal, como lidar com esses rompantes consumistas sem
detonar sua conta bancária? Para Leila Ghiorzi, a saída, novamente, é ser
sincera com você mesma. Se você não consegue passar um mês inteiro sem comprar
uma blusinha ou um creme, inclua esse gasto no seu orçamento. Estipule um valor
que não pese no final do mês e tente não gastar além desta quantia.
– Não tente se enganar. O pior é quando você não
planeja aquele gasto e, quando compra, bagunça tudo. Melhor comprar uma calça
jeans ou uma blusa todo mês do que chegar no final de ano e comprar 20 calças
de uma vez.
Aposte no débito em conta
Há quem tenha colocado na rotina um dia – geralmente
aquele em que o salário cai na conta – para organizar os boletos e fazer todos
os pagamentos. Mas as faturas não vencem todas no mesmo dia e nem sempre
podemos escolher a data mais conveniente. Ou seja, a chance de esquecer alguma
e acabar pagando juros é grande. Que tal automatizar os pagamentos e evitar
essa preocupação?
– Não vejo problema em recursos como o débito em
conta. Eu uso, gosto e recomendo. É uma forma de não precisar, ativamente,
pagar essa conta. Perdemos tempo com essas coisas, mesmo que sejam dois minutos
no internet banking – defende a educadora financeira. – Acho mais fácil controlar a entrada do que
ficar pagando a cada vencimento.
Mas, atenção: verifique semanalmente, por exemplo,
se as contas programadas foram, de fato, pagas. Confira também o extrato da
fatura, para evitar que você acabe pagando sem perceber valores que,
porventura, tenham sido debitados erroneamente.
Simplifique sua vida
Além de cartões de crédito de metade das empresas do
mercado, é bem comum que muitas de nós também mantenham mais de uma conta
corrente. Pode ser que você receba o salário em uma conta, o financiamento da
casa seja em outra, mas o banco que mais funcione para você seja um terceiro.
Se possível, que tal tentar concentrar todas as suas operações em uma conta
somente? – Dá muito trabalho gerenciar isso tudo. E é importante simplificar ao
máximo nossa vida financeira. Minha dica é centralizar tudo em uma conta, se
possível, com o cartão de crédito – sugere a educadora financeira.
Você não precisa de tantos cartões
Abra sua carteira e veja: quantos cartões de crédito
você carrega? É possível que, além dos cartões de débito e crédito de sua conta
corrente principal, também estejam aí aquele cartão da loja de departamentos,
do supermercado, daquela magazine onde você comprou uma televisão parcelada há
cinco anos… Mas já parou para pensar se você realmente usou todos eles nos
últimos meses? Vale reservar uns minutos para organizar os cartões que você de
fato usa, principalmente se paga taxas ou anuidades. Além de economizar
dinheiro, você ainda evita ter vários boletos diferentes para se lembrar de
pagar – e quem já esqueceu de quitar aquela parcela sabe a dor de cabeça em que
alguns reais podem se transformar.