quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Quatro fatores podem influenciar a expectativa de vida


A expectativa de vida de uma pessoa parece estar ligada a quatro fatores sociais específicos: casamento, gênero, educação e raça. A interação entre esses quatro fatores ajuda a explicar as diferenças na expectativa de vida.


Para este estudo, pesquisadores da Universidade de Syddansk, na Dinamarca, se concentraram na expectativa de vida parcial, ou seja, os anos que uma pessoa pode esperar viver entre 30 e 80 anos. A equipe analisou dados federais sobre mortes e a população dos EUA entre 2015 e 2019, observando como todas as combinações dos quatro fatores poderiam influenciar o risco de morte precoce por uma das 11 principais causas de morte no país. Os resultados mostram que há uma diferença de 18 anos entre aqueles com a menor e a maior expectativa de vida parcial.

 

Homens brancos com diploma de ensino médio ou menos que nunca se casaram tiveram a menor expectativa de vida parcial, em torno de 37 anos a partir dos 30 anos. No outro extremo, mulheres brancas casadas com diploma universitário podem esperar ter mais 55 anos a partir dos 30 anos. Características individuais puxam a expectativa de vida para frente e para trás, e alguns fatores aumentam os anos extras de uma pessoa, enquanto outros os encurtam.

 

Por exemplo, ter diploma de ensino médio ou menos reduz a expectativa de vida parcial em quase quatro anos, mas ser casada e mulher aumenta a expectativa de vida parcial em cinco anos. Então, pode-se esperar que uma mulher casada com diploma de ensino médio tenha uma expectativa de vida melhor que a média.

 

Em outro exemplo, um diploma universitário aumenta a expectativa de vida parcial em quase quatro anos, mas nunca ter se casado e ser homem diminui em quase cinco anos. Assim, um homem solteiro bem-educado pode esperar uma expectativa de vida menor do que a média. Eles descobriram que casamento e ensino superior sempre reduzem o risco de morte prematura.

 

E as mulheres geralmente têm uma vantagem de sobrevivência sobre os homens em todas as causas de morte, exceto em alguns tipos de câncer e na doença de Alzheimer. No entanto, a raça tem um papel mais complexo na expectativa de vida. Algumas causas específicas de morte afetam mais pessoas brancas, como suicídio, ferimentos, doença pulmonar crônica e câncer de pulmão. Outras, como a doença hepática, afetam mais pessoas hispânicas, enquanto a maioria das causas de morte afeta mais pessoas negras em geral.

 

BMJ Open. DOI: 10.1136/bmjopen-2023-079534.

 

Fonte: https://www.boasaude.com.br/noticias/20466/quatro-fatores-podem-influenciar-a-expectativa-de-vida.html?utm_source=terra_capa_vida-e-estilo&utm_medium=referral#google_vignette

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Médico alerta para os perigos das bebidas energéticas


É importante limitar o consumo deste tipo de bebidas. Saiba mais.

 

É impossível negar que as bebidas energéticas são populares. Infelizmente, segundo Sermed Mezher, um médico, citado no Mirror, o consumo excessivo pode causar diferentes problemas, incluindo lesões renais graves.

 

Primeiro explica que "o elevado teor de cafeína pode aumentar a pressão sanguínea", o que, com o tempo, causa danos no coração.

 

Além disto, "a pressão arterial elevada pode ser um fator de risco para a doença renal, uma vez que danifica os pequenos vasos sanguíneos dentro dos rins, prejudicando a sua eficácia".

 

"Muitas pessoas usam estas bebidas como uma alternativa à água, pensando que estão se hidratando, mas não apercebe que a cafeína pode ter um efeito diurético, o que significa que faz com que o corpo perca mais água do que perderia de outra forma", acrescenta. Se não compensarem este efeito com ingestão de líquidos podem acabar por causar danos aos rins.

 

Também alerta para as quantidades elevadas de açúcar que estas bebidas contêm e avisa que "a cafeína e outros aditivos, como a taurina e o guaraná, são capazes de provocar a constrição dos vasos sanguíneos e elevar o ritmo cardíaco, colocando um stress adicional nos rins".

 

Fonte: https://www.noticiasaominuto.com.br/lifestyle/2260250/medico-alerta-para-os-perigos-das-bebidas-energeticas - © Shutterstock

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Longevidade: 5 coisas que estão te envelhecendo e você não percebe


Fatores já conhecidos aceleram o envelhecimento, mas alguns aspectos que passam despercebidos diminuem a longevidade

 

Qual o segredo da longevidade? Aliás, será que existe um segredo para entardecer o envelhecimento? Para a cirurgiã plástica especialista em rejuvenescimento Dra. Elodia Avila, existem diversos fatores que podem afetar a nossa longevidade saudável - e, quanto melhor conhecermos eles, mais controle podemos ter sobre esse processo.

 

Quando pensamos no que afeta nossa longevidade, é comum vir à mente coisas como o sol, tabagismo, genética etc. Porém, além dos fatores mais conhecidos, existem diversos outros aspectos que muitas vezes passam despercebidos, mas que podem influenciar fortemente no ritmo do envelhecimento.

 

De acordo com Elodia, são os fatores "invisíveis" os mais perigosos para a longevidade saudável. "Os fatores mais famosos geralmente são os que têm mais atenção e, portanto, as pessoas costumam ter mais cuidado com eles. Mas os fatores que não são tão conhecidos te envelhecem sem você perceber - e, por isso, a informação é a chave", destaca.

 

5 coisas que você não fazia ideia que afetam a sua longevidade

Pensando nisso, a especialista listou 5 coisas que aceleram nosso envelhecimento sem notarmos. Confira:

 

1 - Luz eletrônica: "Já existem estudos que indicam uma ação negativa da chamada luz azul na sua pele, isso, conforme os estudos forem sendo aprofundados, pode configurar um grande perigo pois as telas são parte do nosso dia a dia. Por isso, ter esse alerta ajuda a manter uma moderação no uso de aparelhos eletrônicos sempre que possível", conta a Dra. Elodia Avila.

 

2 - Estresse: "O estresse é um dos principais males da atualidade, e nossa sociedade possui inúmeros fatores que estimulam o estresse a um ponto excessivo. Esse excesso gera a liberação de hormônios do estresse, como o cortisol, que são bastante perigosos para a saúde da nossa pele", diz a médica.

 

3 - Banho com água muito quente: "Isso não significa que você deve banhar com água fria, mas quando banhar com água excessivamente quente com frequência afeta a barreira cutânea da pele, o que estimula a desidratação, um grande inimigo da pele, mas além disso, os impactos na barreira cutânea pode afetar também, por exemplo, a proteção a doenças e até o pH da pele", alerta.

 

4 - Tristeza: "Nada melhor que ser feliz. A felicidade ajuda com o bem-estar, disposição, equilíbrio emocional, mental e físico. Por isso, estar triste prejudica a sua saúde como um todo, o que afeta a sua longevidade", diz.

 

5 - Insônia: "A insônia tem se tornado cada vez mais comum e isso é um grande problema pois um sono de qualidade é importante para a pele. O famoso 'sono da beleza' não é um mito, dormir bem ajuda na manutenção dos tecidos cutâneos, da hidratação e até mesmo regula a produção de colágeno", explica Elodia.

 

Fonte: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/longevidade-5-coisas-que-estao-te-envelhecendo-e-voce-nao-percebe,4671a06488f7ac8d399552e1ba4132c4s13ryhor.html - Foto: Shutterstock

domingo, 16 de fevereiro de 2025

Os alimentos mais perigosos do mundo: Alguns são populares no Brasil


Em todo o mundo, certos alimentos vêm com perigos ocultos. De plantas venenosas a animais tóxicos, esses tipos de comida podem causar doenças graves ou até mesmo a morte se não forem preparados corretamente. Embora muitos itens sejam usados ​​em culinárias tradicionais, a falta de conhecimento ou manuseio inadequado pode transformá-los em assassinos silenciosos.

 

Nesta galeria, exploramos alguns dos alimentos mais perigosos do mundo, esclarecendo seus riscos.

 

Caroços de cereja

Os caroços de cereja, junto com outras sementes de frutas de caroço, contêm amigdalina, um composto que libera cianeto quando metabolizado. Comer muitos deles pode causar envenenamento por cianeto.

 

Brotos de alfafa

Brotos de alfafa, embora nutritivos, são frequentemente contaminados com bactérias nocivas como E. coli ou Salmonella. Devido às suas condições de crescimento quentes e úmidas, eles representam um risco significativo de doenças transmitidas por alimentos.

 

Feijão vermelho

Feijões crus contêm fitohemaglutinina, uma toxina que causa náuseas severas, vômitos e problemas digestivos. Para torná-los seguros, eles devem ser completamente cozidos em altas temperaturas para neutralizar a toxina.

 

Ackee

Ackee, a fruta nacional da Jamaica, contém hipoglicina A quando verde, uma toxina que pode causar vômitos. Se não for preparada corretamente, pode levar ao coma hipoglicêmico ou à morte.

 

Fugu (peixe-balão)

Também conhecido como peixe-balão, fugu é uma iguaria japonesa, mas contém tetrodotoxina, uma neurotoxina potente. Apenas chefs licenciados podem prepará-lo devido ao risco de envenenamento acidental, que pode ser fatal.

Embora os talos do ruibarbo sejam seguros para consumo, as folhas contêm ácido oxálico e glicosídeos de antraquinona, ambos compostos tóxicos.

 

Mandioca (macaxeira ou aipim)

A mandioca (também conhecida em partes do Brasil como macaxeira ou aipim) contém glicosídeos cianogênicos, que liberam cianeto quando processados ​​de forma inadequada. Sem a preparação adequada, esse vegetal de raiz pode causar envenenamento por cianeto, levando a náuseas, vômitos ou até mesmo à morte. 

 

Sannakji (polvo vivo)

Sannakji é um prato coreano com polvo vivo. Os tentáculos ainda podem se mover depois de cortados e representam um risco de asfixia se não forem mastigados completamente.

 

Hákarl (tubarão fermentado)

O Hákarl islandês, feito de tubarão da Groenlândia fermentado, contém altos níveis de amônia. Se não for fermentado corretamente, pode causar intoxicação alimentar, problemas respiratórios ou irritação estomacal devido à sua toxicidade.

 

Amêijoas de sangue

Amêijoas e sangue coletadas de águas contaminadas podem carregar bactérias perigosas como hepatite e tifoide, tornando-as um risco à saúde. O cozimento adequado é essencial para evitar doenças transmitidas por alimentos desses moluscos.

 

Castanha de caju crua

Castanhas de cajus cruas contêm urushiol, um óleo tóxico também encontrado na hera venenosa. Comer as castanhas sem torrá-las pode causar reações alérgicas, erupções cutâneas ou, em casos graves, problemas respiratórios.

 

Bagas de sabugueiro

As bagas, folhas, cascas e raízes cruas da planta do sabugueiro contêm lectina e cianeto, que podem causar náusea, vômito e diarreia. No entanto, cozinhar as bagas e sementes corretamente eliminará o cianeto.

 

Bafo de Dragão (pimenta)

Bafo de Dragão, a pimenta mais picante do mundo com 2,48 milhões de unidades Scoville, supera as pimentas fantasma e Carolina Reapers. Consumi-la pode causar queimaduras na garganta, fechamento das vias aéreas e até choque anafilático.

 

Mel cru

O mel cru contém esporos de botulismo, que podem ser mortais para bebês com menos de um ano de idade. Os esporos produzem uma neurotoxina que pode levar à paralisia e até à morte se consumidos por bebês.

 

Casu marzu (queijo de larva)

Casu Marzu é um queijo da Sardenha deliberadamente infestado com larvas vivas. Essas larvas sobrevivem à digestão, possivelmente causando infecções nos intestinos. Consumir esse queijo sem remover as larvas pode causar sérios problemas de saúde.

 

Mariscos

Mariscos como ostras e amêijoas podem abrigar algas nocivas, levando a intoxicação paralítica por mariscos (PSP) e outras doenças. Quando consumidos contaminados, os mariscos podem causar paralisia, insuficiência respiratória e morte.

 

Cérebros de macaco

Comer cérebros de macaco, frequentemente consumidos como uma iguaria em certas culturas, traz o risco de contrair doenças priônicas como a Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), uma doença neurodegenerativa fatal.

 

Noz-moscada

Noz-moscada, quando consumida em grandes quantidades, contém miristicina, um composto que pode causar alucinações, náuseas e convulsões. Em casos extremos, overdoses podem resultar em morte devido a envenenamento ou falência de órgãos.

 

Fesikh (peixe fermentado)

Fesikh é um prato tradicional egípcio feito de peixe fermentado. Se preparado de forma inadequada, pode abrigar bactérias perigosas que causam botulismo, uma doença potencialmente fatal que afeta o sistema nervoso.

 

Rã-touro africana

Na Namíbia, aventureiros podem comer até o sapo inteiro, mas sua pele e órgãos contêm toxinas que podem causar insuficiência renal se não forem preparados corretamente.

 

Batatas verdes

Batatas verdes contêm solanina, um composto tóxico que se desenvolve quando as batatas são expostas à luz. Consumir batatas verdes pode causar náusea, vômito e diarreia.

 

Leite não pasteurizado

Leite não pasteurizado pode conter bactérias nocivas como Salmonella, Listeria ou E. coli, levando a doenças transmitidas por alimentos. É especialmente arriscado para mulheres grávidas, crianças e idosos.

 

Cogumelo chapéu-da-morte

O cogumelo chapéu-da-morte (ou Death Cap) está entre os fungos mais mortais. Contendo toxinas potentes como amatoxinas, ele pode causar insuficiência hepática e renal. Os sintomas podem levar horas para aparecer, tornando-o mortal.

 

Queijo não pasteurizado

Assim como o leite não pasteurizado, o queijo não pasteurizado também carrega o risco de contaminação bacteriana. Mulheres grávidas e aquelas com sistemas imunológicos mais frágeis são particularmente vulneráveis ​​a esses riscos.

 

Blaasop com listras prateadas

Relacionado ao baiacu, o peixe blaasop de listras prateadas contém tetrodotoxina, uma substância altamente tóxica. Se preparado de forma inadequada, esse peixe pode causar paralisia, insuficiência respiratória e até mesmo morte por envenenamento.

 

Carambola

A carambola contém neurotoxinas que podem ser fatais para pessoas com doença renal. As toxinas podem causar confusão grave, convulsões ou até mesmo a morte. Indivíduos saudáveis ​​podem consumi-la com segurança, mas com moderação.

 

Carne crua e frutos do mar

Consumir peixe ou carne crua, como sushi ou steak tartare, aumenta o risco de infecções bacterianas e parasitas como E. coli ou salmonela, levando a doenças graves e infecções transmitidas por alimentos.

 

Lutefisk

Lutefisk é um prato escandinavo feito de peixe seco embebido em soda cáustica. Se não for enxaguado corretamente, os altos níveis de soda cáustica podem causar queimaduras químicas graves ou problemas digestivos, levando até mesmo à morte.

 

(Condé Nast Traveler) (BBC) (Business Insider)

 

Fonte: https://www.noticiasaominuto.com.br/lifestyle/2259190/os-alimentos-mais-perigosos-do-mundo-alguns-sao-populares-no-brasil - ©DR

sábado, 15 de fevereiro de 2025

A verdadeira dieta antinflamatória


A inflamação crônica é um problema de saúde silencioso, mas crescente, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Embora muitas vezes vista como uma resposta temporária do corpo a infecções ou lesões, a inflamação pode se tornar um inimigo persistente e invisível, alimentando uma série de doenças crônicas, incluindo problemas cardíacos, diabetes e até câncer. Em um momento em que dietas da moda e tendências de saúde estão mais acessíveis do que nunca, surge uma pergunta importante: como podemos lidar com a inflamação de maneira eficaz? Existe uma solução simples ou é necessário um esforço mais profundo e sustentável?

 

Nos últimos anos, pesquisadores e especialistas têm se debruçado sobre essa questão. A resposta, como frequentemente acontece no campo da saúde, não é simples e envolve uma combinação de fatores – do que comemos à quantidade de exercício que fazemos, sem esquecer da nossa saúde mental. Embora o conceito de inflamação crônica seja complexo, uma coisa é clara: encontrar formas eficazes de combatê-la pode melhorar a qualidade de vida e reduzir o risco de doenças graves.

 

A Iniciação da inflamação crônica

A inflamação é uma resposta natural do corpo a lesões ou infecções, um mecanismo de defesa essencial para a nossa sobrevivência. Porém, quando o corpo entra em um estado de inflamação constante, sem a presença de uma ameaça direta, surgem complicações. A inflamação crônica pode ser silenciosa, mas é uma das principais responsáveis pelo avanço de várias doenças, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, e até mesmo alguns tipos de câncer.

O processo de inflamação crônica pode ser comparado a um alarme que não para de disparar. O corpo, em sua tentativa de defender-se, continua a produzir substâncias químicas pró-inflamatórias que, com o tempo, podem prejudicar tecidos saudáveis e desencadear uma série de condições crônicas. Pesquisas indicam que essa inflamação prolongada está profundamente conectada ao envelhecimento celular e ao aumento do risco de doenças degenerativas.

 

Dieta e inflamação: o que deveríamos comer?

Nos últimos anos, a alimentação tem sido apontada como um dos principais fatores capazes de influenciar os níveis de inflamação no corpo. A relação entre dieta e inflamação não é nova, mas ela tem ganhado cada vez mais atenção à medida que mais estudos científicos demonstram como certos alimentos podem exacerbar ou, pelo contrário, reduzir a inflamação.

Uma das primeiras reações ao procurar uma solução dietética para a inflamação é a eliminação de alimentos considerados “inflamatórios”. Por exemplo, as chamadas nightshades (solanáceas), como tomates, batatas e berinjelas, têm sido acusadas de aumentar a inflamação devido a uma substância chamada solanina, que pode ser tóxica em grandes quantidades. No entanto, estudos mais recentes revelam que a evidência científica não sustenta essa alegação. Um estudo da Universidade da Califórnia, em São Francisco, constatou que não há pesquisas conclusivas demonstrando que a solanina tenha um efeito direto sobre a inflamação em seres humanos. Além disso, vegetais como tomates e berinjelas são ricos em nutrientes e compostos anti-inflamatórios, como os polifenóis e fibras, que ajudam a manter a saúde intestinal e reduzem a inflamação.

Em vez de cortar esses alimentos da dieta, especialistas recomendam uma abordagem mais balanceada, com foco em alimentos anti-inflamatórios comprovados cientificamente. Alimentos como frutas, vegetais, nozes e peixes ricos em ácidos graxos ômega-3 têm se mostrado eficazes na redução da inflamação. Um exemplo disso é o azeite de oliva, que contém compostos antioxidantes como os polifenóis, que podem proteger contra os danos causados pela inflamação crônica.

Mas, de longe, a dieta mais indicada para reduzir a inflamação não se resume a um único alimento. A Dieta Mediterrânea, amplamente estudada por suas propriedades anti-inflamatórias, tem sido constantemente associada à redução dos marcadores inflamatórios no sangue e à diminuição do risco de doenças cardíacas e outros distúrbios relacionados à inflamação.

 

A dieta mediterrânea: um estudo longo e concreto

O estudo PREDIMED, conduzido por mais de 20 anos, revela que a Dieta Mediterrânea é uma das abordagens mais eficazes para combater a inflamação crônica. O estudo envolveu mais de 7.000 pessoas com risco elevado de doenças cardíacas, mostrando que os participantes que seguiram a dieta mediterrânea – rica em peixe, azeite de oliva, frutas, legumes e grãos integrais – apresentaram uma redução significativa na inflamação e um risco 30% menor de desenvolver doenças cardiovasculares em comparação com aqueles que seguiram uma dieta de baixo teor de gordura.

A explicação para os efeitos positivos dessa dieta é multifacetada. O consumo de peixes ricos em ômega-3, como o salmão, por exemplo, ajuda a reduzir a inflamação ao ser incorporado à camada lipídica das células, tornando-as menos suscetíveis à inflamação. Além disso, a alta ingestão de fibras presentes em vegetais e leguminosas também desempenha um papel crucial, ajudando a regular o microbioma intestinal, que tem sido identificado como um fator chave na modulação da inflamação no corpo.

 

O papel do exercício na inflamação crônica

Embora a alimentação tenha um impacto significativo na inflamação, a quantidade e o tipo de exercício que fazemos também são fatores cruciais. Existe uma ideia errônea amplamente divulgada de que o exercício de alta intensidade pode aumentar a inflamação crônica, especialmente os treinos mais intensos, como o HIIT (treinamento intervalado de alta intensidade). No entanto, pesquisas recentes desafiaram esse mito.

O exercício, como o próprio corpo, reage à intensidade da atividade. É verdade que exercícios extenuantes, como maratonas, podem causar um aumento temporário nos marcadores inflamatórios devido ao estresse muscular e à microlesão nos tecidos. Contudo, essa inflamação é passageira e, com a recuperação adequada, o corpo tende a voltar a um estado equilibrado. Em estudos conduzidos por Grace Rose, da Universidade da Costa do Sol, na Austrália, foi demonstrado que, independentemente da intensidade do exercício, a prática regular não aumenta o risco de inflamação crônica. Na verdade, o exercício moderado e intenso é mais eficaz para reduzir a inflamação crônica ao melhorar a saúde cardiovascular e reduzir o estresse, dois fatores que estão intrinsecamente ligados ao aumento da inflamação.

 

O impacto do estresse e da qualidade do sono

A dieta e o exercício são fundamentais, mas um aspecto igualmente importante na luta contra a inflamação é a gestão do estresse e a obtenção de uma boa noite de sono. O estresse crônico ativa o sistema imunológico e aumenta os níveis de cortisol, um hormônio que, em excesso, pode favorecer a inflamação. Diversas estratégias para reduzir o estresse, como meditação, yoga ou simplesmente atividades de lazer, têm se mostrado eficazes.

Além disso, um sono de boa qualidade também é crucial para reduzir a inflamação. A falta de sono ou o sono de má qualidade aumentam os níveis de marcadores inflamatórios no corpo, tornando mais difícil combater a inflamação crônica.

 

Não existe cura mágica, mas há soluções

A inflamação crônica é um fenômeno complexo que não pode ser resolvido com uma solução rápida. Tomates ou tomar um shot de cúrcuma não são respostas mágicas. A verdadeira chave para reduzir a inflamação está em adotar um estilo de vida saudável que combine uma dieta equilibrada, exercício regular, boa qualidade de sono e técnicas de gerenciamento do estresse. A Dieta Mediterrânea, rica em alimentos anti-inflamatórios e antioxidantes, e a prática de exercícios moderados a intensos têm se mostrado extremamente eficazes na redução da inflamação crônica.

No entanto, é importante entender que combater a inflamação não é uma tarefa de um único passo, mas um esforço contínuo e holístico que envolve uma série de mudanças no estilo de vida. Em um mundo repleto de soluções rápidas e modismos, o verdadeiro caminho para uma vida mais saudável e menos inflamada está em escolhas conscientes e sustentáveis a longo prazo.

 

Fonte: https://hypescience.com/a-verdadeira-dieta-antinflamatoria/#google_vignette - Por Marcelo Ribeiro