sábado, 13 de dezembro de 2025

Aumentar o número de passos diários poderia retardar o Alzheimer


Aumentar o número de passos diários pode ajudar a retardar as alterações cerebrais precoces associadas à doença de Alzheimer, sugere estudo realizado no Massachusetts General Hospital, nos Estados Unidos.

 

Os pesquisadores acompanharam quase 300 adultos mais velhos por até 14 anos e descobriram que pessoas que já apresentavam altos níveis de beta-amiloide (um sinal precoce de Alzheimer) perdiam memória e habilidades cognitivas mais lentamente se fossem fisicamente ativas.

 

Mesmo uma quantidade baixa ou moderada de movimento diário fez diferença. De fato, adultos que caminhavam de 5.000 a 7.500 passos por dia tiveram suas habilidades cognitivas declinando na metade da taxa de pessoas que eram praticamente sedentárias.

 

Além disso, mais movimento não ofereceu muitos benefícios adicionais, sugerindo que as pessoas não precisam necessariamente atingir 10.000 passos por dia para ver resultados.

 

O estudo mostrou, também, que o exercício não diminuiu o acúmulo de beta-amiloide. Em vez disso, foi associado a um crescimento mais lento da proteína tau, outra proteína tóxica do cérebro que, segundo especialistas, desempenha um papel direto nos danos celulares.

 

Nature Medicine. DOI: 10.1038/s41591-025-03955-6.

 

Fonte: https://www.boasaude.com.br/noticias/21766/aumentar-o-numero-de-passos-diarios-poderia-retardar-o-alzheimer.html?utm_source=terra_capa_vida-e-estilo&utm_medium=referral#google_vignette

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Por quais motivos está ocorrendo um aumento de jovens com AVC?


O aumento de casos de AVC em jovens passou a chamar a atenção de médicos e serviços de saúde. Saiba por que isso está acontecendo.

 

O aumento de casos de AVC em jovens passou a chamar a atenção de médicos e serviços de saúde. Afinal, o que antes era mais associado à população idosa hoje aparece com frequência em pessoas na faixa dos 20, 30 e 40 anos. Essa mudança de cenário liga-se a um conjunto de fatores de risco, muitos deles presentes no dia a dia e, em geral, negligenciados nessa faixa etária.

 

Ao mesmo tempo em que houve melhora no diagnóstico, com maior acesso a exames de imagem e atendimento de urgência, também se observam hábitos de vida que favorecem o surgimento do acidente vascular cerebral mais cedo. Assim, condições como descontrole da pressão alta, uso de drogas, sedentarismo e alimentação pobre em nutrientes formam um ambiente propício para que o cérebro sofra uma interrupção do fluxo sanguíneo ou um sangramento.

 

O que é o AVC em jovens e por que preocupa?

O AVC em jovens corresponde ao acidente vascular cerebral que ocorre antes dos 45 ou 50 anos, a depender do critério adotado pelos estudos. Ele pode ser isquêmico, quando um vaso sanguíneo é obstruído. Ou então hemorrágico, quando há ruptura de uma artéria cerebral. Assim, a preocupação é maior porque atinge pessoas em plena fase produtiva, com impacto em trabalho, estudo e organização familiar.

 

Entre os motivos para maior atenção ao acidente vascular cerebral em jovens estão a tendência de subestimar sintomas, a demora em procurar ajuda e a ideia de que se trata de uma doença "de idosos". Afinal, isso pode atrasar o atendimento, reduzindo as chances de recuperação. Além disso, algumas causas são diferentes das encontradas na população mais velha, envolvendo problemas genéticos, alterações de coagulação e malformações dos vasos.

 

Quais fatores de risco explicam o aumento do AVC em jovens?

Os especialistas apontam que o crescimento do AVC em jovens adultos relaciona-se diretamente ao estilo de vida atual e ao controle insuficiente de doenças crônicas. Portanto, pressão alta, diabetes e colesterol elevado aparecem cada vez mais cedo, muitas vezes sem diagnóstico. Esses quadros, somados ao tabagismo e ao consumo abusivo de álcool, aceleram o desgaste dos vasos sanguíneos.

 

Entre os principais fatores de risco para o acidente vascular cerebral em pessoas jovens destacam-se:

 

Hipertensão arterial: um dos fatores mais importantes, frequentemente silencioso e sem monitoramento regular.

Tabagismo e uso de narguilé:

Sedentarismo e obesidade:

Uso de drogas ilícitas:

Consumo excessivo de álcool:

Alimentação rica em ultraprocessados:

 

Além desses fatores adquiridos, existem causas menos visíveis, como alterações de coagulação do sangue, doenças autoimunes, enxaqueca com aura em associação com tabagismo, e uso de certos anticoncepcionais hormonais em pessoas com risco aumentado. Essas condições podem atuar isoladamente ou combinadas aos hábitos de vida, elevando a probabilidade de um evento cerebral agudo.

 

Doenças silenciosas e condições específicas em jovens

Muitos jovens com AVC apresentam alguma doença prévia que não havia sido identificada ou tratada. Doenças cardíacas congênitas, como o forame oval patente, podem permitir que pequenos coágulos formados em outras partes do corpo cheguem ao cérebro. Arritmias cardíacas, mesmo transitórias, também podem contribuir para a formação de trombos.

 

Outra situação observada é a presença de trombofilias, condições que tornam o sangue mais propenso a coagular. Essas alterações podem ser genéticas ou adquiridas ao longo da vida. Em mulheres, o uso de anticoncepcionais combinados com tabagismo ou enxaqueca com aura aumenta o risco de acidente vascular cerebral, sobretudo quando há histórico familiar de trombose.

 

Doenças inflamatórias crônicas, como lúpus e outras enfermidades autoimunes, também têm participação no cenário do AVC precoce. Elas podem afetar diretamente a parede dos vasos ou interferir na coagulação. Em alguns casos, o primeiro evento grave da doença é justamente um AVC, o que reforça a importância de acompanhamento médico em quadros crônicos.

 

Estresse, sono e rotina moderna contribuem para o AVC em jovens?

O ritmo acelerado de trabalho e estudo, comum entre jovens adultos, é frequentemente associado a noites mal dormidas, excesso de estímulos digitais e dificuldades para manter uma rotina saudável. O estresse crônico está ligado ao aumento da pressão arterial, à piora da alimentação e ao maior consumo de álcool, cigarro e outras substâncias.

 

A privação de sono é outro ponto de atenção. Dormir pouco ou mal de maneira contínua interfere no metabolismo, eleva o risco de obesidade, diabetes e hipertensão e pode favorecer episódios de arritmia cardíaca. Todos esses elementos se somam na construção de um cenário mais propício ao surgimento do acidente vascular cerebral em idade jovem.

 

Nesse contexto, pequenas mudanças de hábito podem fazer diferença: monitorar a pressão arterial, buscar avaliação médica diante de sintomas persistentes, organizar horários de descanso e, sempre que possível, reduzir a exposição a fatores de risco conhecidos. A combinação entre informação, acesso a cuidados de saúde e atenção aos sinais do corpo é considerada essencial para diminuir a ocorrência de AVC entre os mais jovens e reduzir as sequelas quando o evento acontece.

 

Fonte: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/por-quais-motivos-esta-ocorrendo-um-aumento-de-jovens-com-avc,1b7ad9f5f17b0bf1d5a907e2c081dc39pew9vy78.html?utm_source=clipboard - Por: Valdomiro Neto* *com uso de Inteligência Artificial / Giro 10 - depositphotos.com / pressmaster

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Alimentos para dormir melhor: 10 opções leves para consumir à noite


Eles ajudam o organismo a produzir substâncias que contribuem para um sono profundo e reparador

 

Fim de ano é época de agenda cheia, compromissos que se estendem à noite, estímulos demais e aquela sensação conhecida: o corpo se deita, mas a mente não descansa. Com isso, é comum passar horas no celular na cama, acordar no meio da madrugada e, mesmo dormindo várias horas, sentir que o descanso não rendeu. Nesse cenário, a alimentação pode ser uma grande aliada.

 

A nutricionista Sabina Donadelli, que une ciência e práticas alimentares naturais, explica que alguns alimentos, quando consumidos à noite, funcionam quase como "mensageiros do relaxamento", ajudando o organismo a produzir serotonina e melatonina — substâncias essenciais para o sono profundo. "Dormir bem não depende apenas de hábitos digitais. A forma como jantamos dita o comportamento do corpo nas horas seguintes. Às vezes não falta sono, falta nutriente para desligar", afirma.

 

A seguir, ela lista 10 alimentos simples, acessíveis e perfeitos para incluir no jantar ou na ceia que favorecem um sono reparador, principalmente durante o período mais intenso do ano. Confira!

 

1. Banana

Rica em triptofano e magnésio, a banana ajuda a relaxar os músculos e a reduzir a tensão corporal. Quando combinada com canela, vira um calmante natural suave.

 

2. Kiwi

Quando consumido à noite, o kiwi pode ajudar no aumento do tempo total de sono e na redução de despertares. Ele é excelente para quem sente a mente acelerada ao se deitar.

 

3. Abacate

O abacate é fonte de gordura boa que sacia sem pesar e estabiliza a glicemia. "É um alimento que abraça o corpo", diz Sabina Donadelli. Com algumas gotas de limão, vira uma ceia leve e funcional.

 

4. Iogurte natural integral

O iogurte natural integral oferece triptofano e probióticos que favorecem a comunicação intestino-cérebro, ponto-chave para um sono mais profundo. O alimento pode ser acrescido de mel ou cacau.

 

5. Aveia

A aveia é fonte de fibras e triptofano. O seu consumo mantém o corpo nutrido durante a madrugada e evita aquela fome repentina durante o descanso.

 

6. Ovo

O ovo é uma proteína de fácil digestão. Uma porção pequena à noite pode estabilizar o apetite e reduzir a compulsão por doces antes de dormir.

 

7. Peixes magros (tilápia, linguado, salmão fresco)

Os peixes magros são ricos em ômega 3 e vitamina B6, que participam da produção de melatonina. Trata-se de uma opção leve para jantares tardios.

 

8. Frutas vermelhas

As frutas vermelhas são fontes de antioxidantes, que combatem inflamação e ajudam o corpo a "baixar a rotação". Morango com iogurte, por exemplo, é uma combinação certeira.

 

9. Chá de camomila ou erva-doce

O chá de camomila ou erva-doce não contém cafeína. Quando tomado 1 hora antes de se deitar, reduz a agitação mental e prepara o sistema nervoso para o descanso.

 

10. Castanhas (1 punhado)

As castanhas são fonte de magnésio, mineral relaxante que auxilia a musculatura a descansar. É importante não exceder a porção para evitar o peso gástrico.

 

Montando um jantar leve e eficiente

Para um jantar eficiente, a nutricionista Sabina Donadelli sugere pensar no prato como um trio simples: proteína leve com vegetal e um alimento calmante. Um exemplo de jantar prático para dias corridos é: peixe no vapor com legumes e meia banana com canela. Para uma ceia rápida, aposte em iogurte com aveia e morangos.

"Não se trata de comer pouco, e sim de comer com propósito. Quando nutrimos o corpo com os ingredientes certos, o sono chega mais macio", reforça.

 

Alimentos para evitar à noite

Jantares muito gordurosos, ultraprocessados, churrasco, pizza, excesso de queijos curados, frituras e chocolate perto do horário de dormir dificultam a digestão e prolongam o estado de alerta metabólico. "O corpo passa a noite tentando processar gordura e açúcar. Isso rouba energia do reparo celular, que é a função mais importante do sono", alerta Sabina Donadelli.

 

Cuide do jantar durante o fim de ano

Entre festas, confraternizações e rotina quebrada, é comum dormir tarde, beber mais, comer fora do horário e exagerar no açúcar. Ajustar o jantar pode minimizar danos, reduzir a retenção, melhorar o humor e garantir aquela sensação de acordar leve — mesmo em dezembro.

 

"O sono é o momento em que o corpo se reorganiza. Quando o jantar ajuda e não atrapalha, o amanhecer rende mais", finaliza Sabina Donadelli.

 

Fonte: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/alimentos-para-dormir-melhor-10-opcoes-leves-para-consumir-a-noite,945cc32389ae0e05d9e3bb08e966b646wd2wirv4.html?utm_source=clipboard - Por Silmara Sanches - Foto: Danijela Maksimovic | Shutterstock / Portal EdiCase

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Conheça as quatro doenças mais comuns no verão e como se prevenir


Com altas temperaturas, circulação de vírus aumenta risco de enfermidades sazonais

 

Vacinação é uma das formas de prevenção de doenças sazonais

O verão está chegando e, com as altas temperaturas, a circulação de alguns vírus aumenta o risco de doenças sazonais. No Brasil, são comuns as doenças transmitidas por mosquitos ou por vírus gastrointestinais.

 

As quatro doenças que exigem mais atenção da população durante o verão são  a dengue, a febre amarela, a hepatite A e as gastroenterites por rotavírus. Para todas elas, há imunizantes eficazes, que são apontados por especialistas como a principal estratégia de prevenção. O Portal iG conversou com infectologistas para saber os tipos certos de vacinas para cada doença.

 

A dengue, a hepatite A e o rotavírus, causam um impacto direto na saúde nesta época do ano. Por este motivo, a prevenção deve ser estratégica.

 

“A  vacinação deve ser vista como uma proteção contínua e individual que tem impacto direto na saúde pública, especialmente contra a dengue, cujo vetor se beneficia do clima quente e úmido, e contra a hepatite A e o rotavírus, que se espalham em condições sanitárias precárias ou de aglomeração. A desatenção com a vacina é um risco real e desnecessário”, afirma o infectologista Alberto Chebabo.

 

Entenda a relação do aumento de casos das quatro doenças com as altas temperaturas:

A dengue é uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que também é vetor da chikungunya e da zika. Durante o ano, os mosquitos se reproduzem na época de chuva, geralmente entre novembro e dezembro.

 

Quando começa o verão, o transmissor já está na fase adulta e pode transmitir a doença. De acordo com uma projeção matemática feita pelo InfoDengue – Mosqlimate Challenge¹ (IMDC), são esperados  1,8 milhão de casos de dengue no Brasil em 2026.

 

Chebabo reforça a necessidade de ampliar a vacinação como medida de proteção. “O problema do aumento dos casos de dengue é agravado pela baixa cobertura vacinal contra a doença no Brasil. Ano passado, o Ministério da Saúde enviou mais de 6 milhões de doses para os estados e municípios, mas apenas 3,3 milhões foram aplicadas. Aproximadamente 1 milhão de jovens brasileiros iniciaram o esquema vacinal, mas não retornaram para a segunda dose'', afirma ao iG Saúde.

 

O imunizante contém  quatro sorotipos do vírus: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4, que atuam reduzindo o risco de infecção e também diminuem os riscos do desenvolvimento de formas graves da doença.

 

O infectologista Guenael Freire ressalta a importância da vacinação. “É fundamental que a população, mesmo que fora do público prioritário definido pelo Ministério da Saúde, procure as clínicas de vacinação para adquirir mais essa proteção.”

 

A  febre amarela é outra arbovirose combatida com vacina. Ela também merece atenção redobrada no verão, especialmente em regiões de mata ou com maior aglomeração. A febre amarela exige a imunização para quem viaja para alguns destinos internacionais e em regiões endêmicas do Norte do Brasil e Centro-Oeste.

 

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) alertou para um possível aumento dos casos de febre amarela nas Américas. Até maio de 2025, o número de infecções registrado foi oito vezes maior que no mesmo período de 2024. O número de mortes já supera em três vezes o total do ano passado inteiro, de acordo com a organização. Ao todo, a região já relatou 221 casos e 89 óbitos em 2025. A liderança na América Latina é do Brasil, com metade das infecções e das mortes. Em seguida vêm a Colômbia e o Peru.

 

A hepatite A também é uma infecção, mas a transmissão é fecal-oral, através de alimentos mal lavados e água contaminada. Também pode ser transmitida sexualmente quando não se usa preservativo.

 

O médico Alberto Chebabo comenta que a “transmissão sexual tem se mostrado significativa, contribuindo muito para o aumento dos casos. Por exemplo, a cidade do Rio de Janeiro registrou um crescimento de 50% em 2025 em relação ao ano anterior, totalizando quase 500 casos de hepatite A na capital do estado, de acordo com os dados locais divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde. A maioria deles está associada à transmissão sexual, e não à hídrica ou alimentar.”

 

A gastroenterite por rotavírus é uma ameaça durante todo o ano, afirma o especialista Guenael Freire.

 

"Ela é conhecida como ‘virose de férias’. Tem seus surtos impulsionados no verão. Isso ocorre por causa da poluição hídrica (chuvas intensas que sobrecarregam os esgotos) e da maior exposição em ambientes de lazer."

 

Em 2025, mais de 11 mil diagnósticos foram confirmados, principalmente na Baixada Santista, em São Paulo. Todos estavam relacionados às chuvas e à contaminação da água do mar. Apesar disso, a vacina não é aplicada em todas as pessoas, como explica o especialista.

 

"No caso do rotavírus, a vacina é indicada para lactentes e é oferecida na rede particular em sua forma pentavalente. Ela é capaz de proteger contra cinco tipos de rotavírus (G1, G2, G3, G4 e P1A), que são as principais causas de gastroenterite, diarreia e desidratação grave em bebês e crianças pequenas. O imunizante também está disponível na versão monovalente (VRH1) na rede pública'', diz Guenael Freire.

 

Com o histórico de casos das doenças no Brasil, os médicos recomendam que as pessoas mantenham a carteira de vacinação atualizada e contribuam para a imunidade de rebanho. Essa será a única garantia de que estarão protegidas contra doenças que se aproveitam do verão para se espalharem.

 

Fonte: https://saude.ig.com.br/2025-12-10/especialistas-apontam-as-4-doencas-perigosas-no-verao-e-prevencao.html - Por Aline da Mata - Divulgação / EBC

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Médico aponta qual o pior inimigo da saúde do fígado e não é a gordura


O endocrinologista João Sório alerta: o maior risco para o fígado está escondido nesses alimentos industrializados.

 

Manter o fígado saudável é mais do que evitar alimentos gordurosos. Segundo o endocrinologista João Sório, em um vídeo no seu canal no YouTube, há outro vilão silencioso que merece atenção: o xarope de frutose, também conhecido como xarope de milho.

 

Presente em inúmeros produtos industrializados, ele pode comprometer a função hepática e favorecer o acúmulo de gordura no órgão, mesmo em pessoas que se consideram saudáveis.

 

O médico explica que a saúde do fígado depende de um conjunto de fatores, entre eles o equilíbrio calórico e a qualidade dos ingredientes escolhidos na sua rotina. “É importante avaliar o tipo de gordura que você consome e ter cuidado com alimentos ultraprocessados, especialmente os que contêm xarope de frutose”, afirma João Sório.

 

O verdadeiro vilão: o xarope de frutose

Embora o nome “frutose” soe inofensivo, a versão industrializada dessa substância é bem diferente daquela presente naturalmente nas frutas. “A frutose das frutas não representa risco à saúde, muito pelo contrário, vem acompanhada de fibras, vitaminas e antioxidantes. O problema está no xarope de frutose, usado para adoçar produtos industrializados”, esclarece o endocrinologista.

 

Estudos mostram que o consumo frequente desse tipo de adoçante pode aumentar a produção de gordura no fígado, contribuindo para quadros como a esteatose hepática não alcoólica (o popular “fígado gorduroso”). Além disso, o excesso de frutose industrializada está associado ao aumento da resistência à insulina e ao risco de doenças metabólicas, como obesidade e diabetes tipo 2.

 

Onde ele se esconde

O xarope de frutose aparece em muitos produtos do dia a dia, até naqueles que parecem inofensivos à primeira vista. Segundo João Sório, é fundamental ler os rótulos com atenção, já que o ingrediente pode ser listado de diferentes formas, como xarope de milho, glicose frutose, glicose/frutose ou frutose/glicose.

 

Confira alguns alimentos que comumente contêm a substância:

 

Bebidas açucaradas: sucos industrializados, refrigerantes, achocolatados e chás gelados.

Biscoitos e produtos de confeitaria: bolachas recheadas e cookies.

Molhos e condimentos: ketchup, maionese, molhos prontos e opções como mostarda e mel.

Sobremesas prontas e sorvetes industrializados.

Pães e bolos embalados, além de cereais matinais açucarados e balas.

“Se encontrar alguma sigla ou termo que não conhece, pesquise antes de consumir. É comum que o xarope apareça mascarado sob diferentes nomes”, recomenda o médico.

 

Como proteger o fígado

De acordo com João Sório, o primeiro passo é reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados e dar preferência a opções naturais e caseiras. Controlar o tamanho das porções e manter um padrão alimentar equilibrado também são medidas essenciais.

 

“Quando a alimentação é baseada em comida de verdade, como frutas, legumes, proteínas magras e gorduras boas, o fígado trabalha melhor e tem menos chance de acumular gordura. É um cuidado simples que faz toda a diferença a longo prazo”, destaca o endocrinologista.

 

Fonte: https://www.minhavida.com.br/materias/materia-26828 - Escrito por Livia D'Ambrosio - Foto: @Shutterstock