Novos dados indicam que a doença atinge 23,3% dos
brasileiros
Segundo o Ministério da Saúde, quase um quarto da
população brasileira sofre com a doença crônica (23,3%). Esse dado diminuiu em
relação ao ano passado (24,4%), mais ainda representa um aumento se comparado
aos últimos cinco anos, já que em 2006 a proporção era de 21,6%.
A pesquisa, feita com 54.339 adultos, faz parte da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) e revela que o diagnóstico de hipertensão é maior em mulheres - 25,5% - do que em homens - 20,7%. A prevalência da doença também aumenta com a idade, afetando mais de 50% das pessoas com 55 anos ou mais.
A hipertensão, conhecida como pressão alta, é uma doença crônica que não tem cura, mas pode ser controlada. "Normalmente, um paciente com pressão igual ou superior a 140/90mmHg é diagnosticado como hipertenso", explica o cardiologista Enéas Rocco. Essa doença pode desencadear males que envolvem o sistema circulatório, desde um infarto até um derrame cerebral. Entretanto, há hábitos de vida que implicam em pequenas mudanças que estão totalmente ao alcance e podem blindar seu organismo. Confira 10 dicas para afastar essa doença silenciosa.
Um hábito prático e saudável: para afastar o perigo
da hipertensão, aposte nas caminhadas. Uma pesquisa da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto (FMRP), da USP, comprovou que a caminhada reduz a pressão
arterial na primeira hora e, o que é melhor ainda, essa queda se mantém nas 24
horas subsequentes. Atividades físicas regulares, principalmente as aeróbias,
contribuem para a melhora de todo o sistema circulatório e pulmonar. Só tome
cuidado com os exageros: antes de começar qualquer treino, procure um
especialista e faça uma avaliação geral.
Reduza (não elimine) o sal: o excesso de sal na
dieta leva à retenção de líquidos, acarretando a hipertensão. Por isso, maneire
na hora de temperar a comida e diminua o consumo de enlatados e alimentos em
conserva. Além disso, hoje existe uma boa substituição: o sal diet pode ser
útil na dieta do hipertenso, substituindo parte do cloreto de sódio pelo
cloreto de potássio - e nisso, ele é duplamente benéfico, por reduzir o sódio e
por adicionar potássio, sendo esse último um elemento muito importante na
prevenção e no tratamento da hipertensão arterial. Além dos cuidados em relação
ao consumo de sal, quem já apresenta a hipertensão deve seguir uma dieta
balanceada, privilegiando frutas e verduras, carne magra, laticínios
desnatados, grãos e cereais.
Perdendo medidas: pesquisadores do Instituto de
Nutrição da UFRJ descobriram que um mal, muitas vezes esquecido, tem grande
influência na hipertensão: o acúmulo de gordura na cintura. O indicador é sinal
de alerta quando as medidas ultrapassam 102cm para os homens e 88cm nas
mulheres, pois essa gordura abdominal duplica as chances de hipertensão,
infarto e diabetes. Para reduzir os alimentos gordurosos na alimentação vale
incluir frutas, verduras e legumes. Cortar a carne não é preciso, mas dê
preferência aos cortes magros como filé mignon e músculo.
Beba com moderação: a redução da ingestão de álcool
também auxilia o controle da pressão arterial, porém não é necessária a
abstinência. Para não passar da conta, a recomendação é a seguinte: a ingestão
de bebida alcoólica deve ser limitada a 30g álcool/dia contidas em 600 ml de
cerveja (5% de álcool) ou 250 ml de vinho (12% de álcool) ou 60ml de destilados
(whisky, vodka, aguardente com 50% de álcool). Este limite deve ser reduzido à
metade para homens de baixo peso, mulheres e indivíduos com sobrepeso e/ou
triglicérides elevados.
Apague o cigarro: o tabaco, em conjunto às outras
substâncias tóxicas do cigarro, eleva a pressão imediatamente, além de
comprometer toda a sua saúde a longo prazo. "Parar de fumar é
fundamental", alerta o professor de Cardiologia da Santa Casa de São
Paulo, Ronaldo Rosa. Isso ocorre porque a nicotina do cigarro aumenta a pressão
arterial - o que não significa que fumar cigarros com baixos teores de nicotina
diminua consideravelmente o risco de doenças cardíacas.
Conte até dez: o estresse aparece como resposta do
organismo às sobrecargas físicas e emocionais, desencadeando a hipertensão e
doenças do coração. Uma das doenças relacionadas à estafa, ou seja, a doença
mais conhecida como fadiga, que causa dores musculares e cansaço físico
ocasionados principalmente pela combinação entre desgaste excessivo (sem
respeitar um tempo de descanso e recuperação) e pela má alimentação. Nestes
casos, o tratamento é uma mudança radical na rotina e na alimentação. As dicas
dos especialistas são controlar s emoções e procurar incluir atividades
relaxantes na sua rotina.
Vitamina D sempre: um estudo realizado pela
Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, revelou que 20% dos casos de
hipertensão em mulheres estão associados ao descontrole dos níveis da pressão
arterial em decorrência da falta de vitamina D no organismo. A vitamina D pode
ser encontrada em alimentos como a manteiga, gema de ovo, fígado, entre outros,
mas sua principal fonte de absorção é a luz solar. Com a falta da vitamina, o
organismo feminino faz um esforço três vezes maior para manter seu equilíbrio
circulatório e acaba sobrecarregando algumas funções como a irrigação das
artérias, o que gera um aumento na pressão e desconfortos, como tontura e
transpiração excessiva.
Monitore seu coração: avaliações regulares não só
ajudam a identificar o problema no começo, facilitando o tratamento, como
servem para adequar o uso de medicamentos de forma mais eficaz. No mínimo uma
vez por ano, todas as pessoas devem medir a pressão arterial. A recomendação é
da Sociedade Brasileira de Hipertensão, que alerta para esse simples exame como
uma forma de prevenir problemas mais sérios. Quem já possui a doença deve ir
medi-la a cada mês e ir ao médico a cada seis meses para verificar a medicação
que está tomando.
Benefícios adicionais do sexo: um estudo realizado
pela Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha, sugere que fazer sexo com certa
frequência diminui os riscos de infarto fatal. A pesquisa contou com a
colaboração de três mil homens de 45 a 59 anos de idade. De acordo com os
cientistas, os homens que afirmaram ter níveis baixos ou moderados de atividade
sexual ficaram mais expostos ao risco de morte súbita. Eles descobriram que
mesmo que a pressão arterial suba durante as atividades sexuais, a pressão
subsequente é reduzida, mantendo uma relação de saúde para o organismo,
afastando o risco de infartos.
Tire as crianças da frente de TV: crianças que
passam muito tempo em frente à televisão têm mais chances de apresentar
elevação da pressão arterial independentemente do seu nível de gordura corporal
ou peso, de acordo com um estudo publicado na revista científica Archives of
Pediatric and Adolescent Medicine. A pesquisa analisou a relação entre a
pressão arterial das crianças e sua escolha de passatempos passivos, como
assistir à TV, usar o computador e ler. De acordo com os pesquisadores, ver TV
é mais nocivo do que jogar vídeo-game, por exemplo, porque a ação de jogar
demanda o mínimo de movimentos da criança. Enquanto a TV, além de estimular o
comportamento passivo, normalmente vem associada ao consumo de guloseimas, como
salgadinhos e biscoitos, cheios de sal e gordura, que também contribuem para o
aumento da pressão.