Dormir menos de seis horas por dia é associado a
maior mortalidade em pessoas com diabetes, pressão alta ou histórico de doenças
do coração ou AVC
Não faltam evidências de que dormir pouco faz mal
para a saúde. Mas um estudo publicado no periódico científico da Associação
Americana do Coração sugere que a falta de sono é especialmente perigosa para
quem tem diabetes, hipertensão e doenças do coração. Quando essa turma repousa
por menos de seis horas ao dia, o risco de morte precoce aumenta mais de três
vezes em alguns casos.
Os cientistas da Universidade Estadual da
Pensilvânia, nos Estados Unidos, chegaram a essa conclusão após examinarem o histórico
médico de 1 654 adultos de 20 a 74 anos. Eles foram selecionados através de
entrevistas por telefone.
Os indivíduos foram divididos em três grupos:
Hipertensos e diabéticos do tipo 2
Portadores de doenças cardíacas ou que já sofreram
um AVC
Pessoas saudáveis
Todos os participantes dormiram por uma noite no
laboratório do sono da universidade, onde se submeteram a exames de
polissonografia. Após 18 anos, os estudiosos contabilizaram o número de mortes
e quais suas causas. Até o fim de 2016, 1 142 voluntários continuaram vivos e
512 faleceram.
Os experts constataram, então, que os hipertensos e
diabéticos que dormiram menos de seis horas naquela noite no laboratório
possuíam um risco de morrer do coração 83% maior, em relação a indivíduos com
essas enfermidades que descansaram por mais tempo. Já as vítimas de AVC ou
doenças cardíacas que mal pregaram os olhos tinham uma probabilidade três vezes
maior de morrer por câncer.
Além disso, a falta de sono foi ligada a um risco
2,14 vezes maior de óbito por qualquer causa entre a turma com diabetes ou
pressão alta. E 3,17 vezes maior no pessoal que já havia sofrido uma pane no
coração ou um AVC. É bastante coisa.
Segundo o psicólogo Julio Fernandez-Mendoza, que
liderou a investigação, identificar indivíduos com problemas de sono e
tratá-los adequadamente poderia preservar vidas e até recursos financeiros.
“Gostaria de ver mudanças políticas para que as consultas e os estudos do sono
se tornassem parte integrante de nossos sistemas de saúde”, comenta o expert,
em comunicado à imprensa.
Esse, no entanto, é um dos primeiros grandes estudos
a se focar nesse assunto. Além disso, os cientistas levaram em conta o sono de
apenas uma noite e não acompanharam os pacientes de perto nos anos posteriores.
“São necessárias mais pesquisas para examinar se a
melhoria do sono por meio de terapias médicas ou comportamentais pode de fato
reduzir as mortes precoces”, conclui Mendoza.
Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/sono-ruim-aumenta-risco-de-morte-de-diabeticos-hipertensos-e-cardiacos/
- Por Maria Tereza Santos - Foto: Gustavo Arrais/SAÚDE é Vital
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