O acúmulo do LDL nas veias e artérias é resultado,
entre outros fatores, da alimentação inadequada e do sedentarismo
Você sabia que as doenças do coração são a causa
número 1 de mortes no Brasil e no mundo? O dado é da Organização Mundial da
Saúde (OMS). É neste contexto que o assunto “colesterol” merece total atenção.
Ele não deve ser tratado como um grande “vilão”, mas
é preciso controlar o índice desse tipo de gordura presente no sangue, pois,
quando em níveis elevados, ele aumenta o risco de doenças cardiovasculares
(principalmente infarto e derrame).
José Alves Lara, médico nutrólogo e vice-presidente
da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), destaca que o colesterol é uma
substância lipídica produzida no fígado. “É a base para a fabricação de
hormônios, DNA e membranas celulares, inclusive do cérebro”.
Ou seja, colesterol é um composto que possui funções
no organismo humano, porém, sua elevação ou o desequilíbrio de suas frações
geram malefícios à saúde.
O problema ocorre quando há acúmulo do LDL
(conhecido como mau colesterol) nas veias e artérias do corpo. Isto é
resultado, entre outros fatores, de uma alimentação inadequada e do sedentarismo,
além de fatores como tabagismo, álcool, obesidade.
É preciso entender que, para ser transportado pelo
sangue, o colesterol depende de veículos (chamados de lipoproteínas). A s
principais lipoproteínas são: LDL–colesterol e a HDL – colesterol. Quando
existe excesso de LDL no organismo, acaba ocorrendo o depósito desse excesso na
parede das artérias, o que dificulta a circulação sanguínea, podendo levar ao
entupimento da artéria e a complicações cardiovasculares.
Apesar dos milhares de trabalhos científicos em
décadas (mostrando a relação do aumento do colesterol com o aumento do risco de
doenças cardiovasculares), ainda perdemos vidas, apesar das informações bem
esclarecidas oferecidas a todas as camadas sociais”, comenta Lara.
Porém, a boa notícia é que existem medidas
relativamente simples que contribuem para o controle e manutenção dos níveis de
LDL-colesterol (“colesterol ruim”). Abaixo você confere quais são elas e pode
esclarecer suas principais dúvidas sobre o assunto.
4 formas de reduzir o colesterol ruim e aumentar o
bom
1. Alimentação equilibrada
Christiane Vitola, nutricionista funcional, lembra
que uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis são a melhor forma
de se reduzir o LDL-colesterol, conhecido como colesterol “ruim” e aumentar o
HDL-colesterol, conhecido como colesterol “bom”.
“Há fatores não modificáveis, relacionados aos
níveis de colesterol, tais como genética, condições hereditárias
(Hiperlipidemia Familiar) e idade, que necessitam de um acompanhamento com
profissionais de saúde para melhor terapia”, ressalta a nutricionista.
Porém, quando o foco é alimentação especificamente,
algumas orientações são muito importantes, de acordo com Christiane:
Priorizar o consumo de alimentos com baixos teores
de gorduras saturadas, como carnes magras, leites e laticínios desnatados;
Ter um consumo regular de alimentos fontes de
fibras, como grãos e cereais integrais, frutas e hortaliças. “Essas mudanças
contribuem com a manutenção dos níveis de colesterol no sangue”, diz a
nutricionista.
Fitoesteróis, presentes em menores quantidades em
alimentos de origem vegetal, como óleo de soja, frutas e hortaliças, e em maior
quantidade em alimentos adicionados dessa substância, como cremes vegetais,
podem contribuir com a redução dos níveis do LDL-colesterol. “Seu consumo deve
ser associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”,
destaca Christiane.
2. Atividade física
Não há como fugir: a prática de atividade
física é fundamental também quando o assunto é controle dos níveis de
colesterol.
“A prática de atividades físicas regular contribui
com o aumento dos níveis de HDL-colesterol, sendo um coadjuvante na manutenção
dos níveis de colesterol”, diz Christiane.
Vale destacar ainda que praticar atividades físicas
e seguir uma alimentação equilibrada são os fatores essenciais para baixar o
peso, quando necessário.”Baixar o peso diminui o LDL e também os triglicerídeos”,
comenta o médico nutrólogo Lara.
3. Consultas regulares
Outro hábito fundamental é estar atenta à saúde de
uma forma geral, fazendo os exames periódicos e realizando consultas regulares
ao cardiologista.
Prevenção é sempre o melhor caminho. Dessa forma,
sendo comprovado o aumento do LDL, por exemplo, o médico indicará o tratamento
adequado para cada caso.
4. Não fumar
Ainda dentro da ideia de ter bons hábitos, largar o
cigarro (no caso de quem fuma) é muito importante. Christiane destaca que o
cigarro é responsável pela diminuição da espessura dos vasos sanguíneos, “reduz
a concentração de oxigênio no sangue, gerando um ritmo cardíaco anormal,
aumentando a reação inflamatória do corpo e favorecendo o aparecimento de
placas de gordura nas artérias”.
Causas do aumento do colesterol “ruim”
Lara lembra que o aumento do LDL (ou “mau
colesterol”) decorre da somatória de diferentes atitudes. “Dieta, exercícios,
modificam em aproximadamente 15% a produção do colesterol total, já que os 85%
restantes dependem da fabricação endógena pelo próprio fígado. Existem as
dislipidemias genéticas, onde a dieta e mesmo os medicamentos não conseguem
controlar os altos níveis de gordura”, diz.
O médico nutrólogo destaca que a utilização de
gordura saturada (animal) e trans (hidrogenada)
também tem grande influência.
Dessa forma, em resumo, podem ser destacadas como
principais causas do colesterol elevado:
Alimentação inadequada (principalmente com o consumo
excessivo de gordura
saturada e trans);
Sedentarismo;
Condições hereditárias;
Fumo;
Etnia;
Idade.
Diferenças entre HDL, LDL, VLDL
Lara explica que HDL é a fração do colesterol total
que protege o endotélio vascular.
“O LDL ou mau colesterol, também chamado de baixa densidade,
é o que se adere no endotélio provocando inflamações e trombos e, logo,
infartos e derrames”, acrescenta o médico.
“O VLDL é uma partícula grande que eleva a
concentração de triglicerídeos; dependentes da ingestão de açúcares, óleo de
cozinha, álcool etc.”, explica Lara.
Vale lembrar que o colesterol é transportado pelo
corpo por proteínas e essa combinação é chamada lipoproteína. A lipoproteína de
alta-densidade (HDL) é aquela considerada boa para o coração. Carrega
colesterol das artérias para o fígado, onde é eliminada. Assim é chamada
popularmente de “colesterol bom”.
Já a lipoproteína de baixa-densidade (LDL) é
considerada ruim para o coração, pois carrega colesterol do fígado para os
tecidos do corpo. E, assim, se houver muito “colesterol ruim” no corpo, ele
tende a se acumular nas células e nas artérias.
Níveis saudáveis de colesterol
José Alves Lara destaca que os níveis recomendados
são: até 200 mg /dl no adulto. LDL até 130mg/dl e HDL superior a 60mg/dl. Os
triglicérides devem ficar até 150mg/dl.
Fonte: http://www.dicasdemulher.com.br/colesterol/
- por Tais Romanelli - Foto: Getty Images - Imagem:
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