Sono e disposição também podem ser afetados, levando à piora no rendimento no trabalho ou estudos
Quando temos uma importante tarefa intelectual a
cumprir, um concurso, vestibular, teses a serem defendidas, que demandam tempo
de pesquisa e estudo além do habitual, outras atividades serão sacrificadas e a
primeira delas geralmente são os exercícios semanais.
Tempo e a energia serão dedicados à nova tarefa e
horas sentadas se somarão a tantas outras já dedicadas ao trabalho, condução,
convívio familiar. O produto final, o aumento do sedentarismo, é o que
transformará a ladeira a ser subida, da nova tarefa, em escalada de paredão da
Pedra da Gávea.
A atividade física regular semanal traz ao organismo
uma dose de energia a mais para vencer todas as tarefas. Não só as tarefas que
dependem da atividade muscular voluntária, mas também as cognitivas são melhor
executadas por aqueles que mantém um treino regular.
No início, parar com os exercícios pode parecer uma
boa solução, mesmo porque a perda do condicionamento se fará lenta e gradualmente,
quase imperceptível. O mesmo ritmo para as atividades será mantido, sem que
você se dê conta de que a perda de rendimento físico e intelectual já começou.
Sua percepção de mudança de disposição no cotidiano
estará encoberta pelo aumento de horas de trabalho no dia a dia. O primeiro
sinal de que tudo será diferente: transtornos no sono, passará despercebido e
será atribuído ao novo projeto e a preocupação por ele gerada.
Notando que o cansaço já é desproporcional, você irá
se culpar por não conseguir se concentrar, irá gradativamente se privando de
outras atividades para vencer a nova atribuição. É a ladeira transformando-se
em escalada.
Atribuir o aumento de sensação de cansaço e noites mal
dormidas à maior carga de trabalho é mais fácil. Verdade, mas sua capacidade de
enfrentá-la também já está diminuindo pois você vem perdendo capacidade de
produção e seu cérebro é o primeiro a dar o alerta para a transformação.
Sem considerar o sinal amarelo que se acendeu, você
mergulha na disciplina rígida daqueles que tem prazo a cumprir. Aí é o momento
de perceber que sua concentração já não é mais a mesma. Naquele tempo sentado
em frente ao computador, começam a aparecer lacunas inúteis de falta de
inspiração, por vezes trocadas por chocolate e outros quitutes. Você trocou a
satisfação do exercício pela da comida e ganhará quilinhos a mais com isso.
Por fim, as noites de sono são trocadas por dias
sonolentos e preguiçosos. Você perde a hora, dorme durante qualquer folga do
dia e no entanto, ao se deitar, tem o teto como companheiro para uma longa,
improdutiva e insone vigília. Dia seguinte, tudo se repete e o cansaço se torna
cada vez mais presente e a capacidade física e intelectual cada vez mais ausente.
Chegou na hora da famosa frase: "Preciso tirar férias para dormir o dia
inteiro".
Olhando ao redor, você certamente encontrará alguém
sorridente, ativo e alegre, prestativo com as demais pessoas, sempre disposto a
ajudar, rápido nas respostas, rápido nas decisões, incansável, que conta ter
aproveitado o fim de semana no futebol com os filhos e amigos, e que, note bem,
tem a mesma carga de trabalho que você, e a mesma carga extra exigida por uma
faculdade ou pós graduação. A ladeira do vizinho parece ser muito mais suave.
É a hora que você descobre que aquela ginástica que
fazia, com trabalho aeróbio, três vezes por semana, exercícios de musculação e
aulas de alongamento, faz a diferença entre vocês dois.
Jamais abandone seu exercício. Correr, andar,
pedalar, nadar e outras combinações de trabalho aeróbio não podem ser
suspensas, por maior que seja a tarefa intelectual a ser cumprida e o tempo que
ela exija. São a fonte da endorfina e da disposição que ela traz para o
cotidiano, do bom sono, reparador e que descansa. A atividade física regular é
a melhor maneira de combater a fadiga física e intelectual.
Músculos rígidos, resistentes, articulações
flexíveis, tornam a ingrata tarefa de permanecer horas sentado mais agradável e
indolor. Vão também auxiliar o cérebro na tarefa de nos manter equilibrados e
coordenados, transformando os movimentos do dia a dia em simples e
automatizados, poupando a energia que será utilizada no cumprimento de outras
tarefa, mesmo intelectuais.
Se você também está habituado à pratica de esportes,
não a dispense. Ela mantém o aspecto competitivo da personalidade, ajuda na
integração social e na função cerebral, intelectual de raciocínio, independente
do esporte que for.
Assim, transforme sua ladeira em uma subidinha, não
em escalada, mantendo-se ativo fisicamente sempre.
Fonte: https://www.minhavida.com.br/fitness/materias/18835-praticar-atividades-fisicas-melhora-a-capacidade-cognitiva - Escrito por Ricardo Nahas – Imagem Blog da
Educação física
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