O coração e as articulações podem ser afetados e
pode ocorrer até mesmo a morte súbita
Passamos 5 dias por semana sonhando com o fim de
semana. Trabalhamos para isso, pensamos nisso, vivemos por isso. Todos os problemas,
todos os aborrecimentos tem dias em contagem regressiva que começa naquela
horrorosa "segundona".
Mas, sejamos otimistas: temos 5 dias para planejar o
fim de semana! Vamos combinar com a galera e aproveitar cada segundo, mesmo
exagerando, pois tudo será permitido. Hum, é aí que mora o perigo. Cuidado:
você pode programar um passo maior que sua perna pode cumprir.
Costumeiramente, você destina o sábado para as
compras, principalmente para as festas que se aproximam, mas também aproveita o
tempo para abastecer o estoque de cerveja, limão para a caipirinha
naturalmente, aquela carne especial para churrasco, maionese, batata frita e
outras guloseimas que são proibidas "naqueles 5 dias, urgh". Afinal,
é fim de semana e domingo a turma se reúne no seu condomínio para jogar bola e
queimar as calorias daquela barriguinha próspera.
Consciência tranquila e coração pesado. Esta sua
aventura de domingo pode custar uma visita ao hospital e mesmo sua vida. Seu
organismo irá cobrar pelo seu sedentarismo e doenças latentes podem aparecer.
As relacionadas ao aparelho circulatório são as mais graves, e as dos braços e
pernas, incapacitantes temporariamente.
Imagine que seu coração bombeou sangue 80 vezes por
minuto durante 6 dos 7 dias da semana e subitamente você imprime um ritmo
obrigatório que pode chegar ao dobro dessa frequência, para suprir a energia
gasta correndo atrás de uma bola, subindo um morro, saltando em bolas de vôlei
ou de basquete. Se este seu velho amigo tiver uma doença ela pode se manifestar
neste momento.
São as histórias de morte súbita durante jogos de
tênis, futebol e outros esportes que se ouve nos clubes e praças de prática
esportiva, sempre atingindo aqueles que são sedentários e que usam esses
momentos muitas vezes até para o convívio social.
O cansaço que vem rapidamente pela falta de preparo,
vai deixá-lo descoordenado para movimentos complexos como os dos esportes. E
você torce seu tornozelo ou joelho ou mesmo apresenta quedas dolorosas, mas
evitáveis, que tiram horas do seu sono e dias de produção no trabalho, além de
ter que usar imobilização ou até ganhar de brinde um tratamento cirúrgico
ortopédico.
Mas, o quadro não precisa ser tão dramático, coisa
de médico que quer assustar. Na grande maioria das vezes nada acontece. Nada mesmo.
Nem aproveitar o estímulo e benefício físico promovido durante aquela
atividade. Ao longo da semana, todo o esforço será perdido e você voltará aos
níveis de condicionamento próprio para o churrasco, mas não para o futebol que
se segue. Ou seja, você continuará sedentário.
Nosso organismo precisa de ritmo para se
condicionar. O volume de trabalho físico é contado por semana e é o produto da
multiplicação da intensidade pela duração e pela frequência, independente do
tipo. Você até poderia fazer exercício 1 vez por semana (frequência) mas a
duração e a intensidade teriam que ser muito altas para que se tenha um
resultado positivo no condicionamento, expondo a saúde à riscos.
Essa é uma das razões pela qual devemos pegar o
volume total semanal e dividir em 3 sessões, mantendo-se o tempo por sessão e a
intensidade constantes, para usufruir dos benefícios que o exercício trará para
a saúde. Consultando um médico do esporte você saberá seus limites e poderá se
exercitar tranquilamente, com o auxilio de um professor.
Cumprindo o novo ritual proposto, você irá perceber
que aqueles 5 dias que precedem seu fim de semana se tornam mais leves,
produtivos e agradáveis e, seu desempenho nas atividades esportivas, provocará
inveja naqueles que não aguentam correr, caem, torcem o tornozelo e joelho,
sentem tonturas, dor no peito, a pressão sobe, o coração tem uma
"batedeira" desconfortável, dores nas pernas naquela
"segundona" que insiste em te lembrar que domingo não foi como você
sonhou.
Fonte: http://www.minhavida.com.br/fitness/materias/18100-os-riscos-de-ser-atleta-de-fim-de-semana
- por Dr. Ricardo Munir Nahas
Nenhum comentário:
Postar um comentário