Algumas décadas atrás bastava o professor
olhar firme para um aluno que ele logo entendia que estava fazendo algo de
errado e deveria mudar seu comportamento. Além disso, o professor também podia
aplicar algum castigo para educar o aluno. A situação financeira dos pais em
sua maioria não era boa e eles não davam tudo o que os filhos pediam. Os filhos
tinham mais atenção e tempo dos pais, principalmente da mãe que não trabalhava,
contribuindo de uma maneira eficaz na educação dos mesmos, colocando algumas
regras de comportamento e castigos quando necessários. As crianças tinham tempo
certo para estudar, brincar, comer, dormir, etc.
Hoje, os professores podem fazer caretas,
falar e gritar que os alunos não estão nem aí, e aplicar castigos não corresponde
à educação moderna. Os pais, em virtude da
jornada de trabalho, deixam de
participar da vida dos filhos durante o dia e tentam compensá-los com bens
materiais e sem fazer cobranças nas tarefas cotidianas. Não existem
limites para as crianças no tempo de ver televisão, jogar videogame, na hora de
dormir, de ficar na internet, do que comer e do presente que quer ganhar; dando
o entendimento à criança que ela pode fazer tudo que quer e na hora que quiser.
As crianças precisam desde cedo ter
regras, tanto no sentido do que é permitido fazer quanto do que não é, do que é
certo e do que não é, aprender a restringir certas vontades, aceitar que existe
uma hora para cada atividade e a de trocar uma coisa por outra. Alguns fatores
contribuem para a falta de limites em crianças como o excesso de tolerância, a
falta de punição no momento adequado e a falta de coerência na ação dos pais.
Os pais precisam compreender que dar limites não é ser mau, e sim dar-lhe
proteção e cuidado, que tem a hora de dizer sim e também de dizer não.
Aí é que entra a escola, a qual acaba
arcando com a responsabilidade de dar limites às crianças, e de forma especial,
os professores das primeiras séries do ensino fundamental que além de ensinar
os conteúdos de sua série, tem de desdobrar-se em psicólogas, “tias” e
conselheiras para entender e ajudar os alunos com problemas no comportamento.
Segundo o ponto de vista educacional, permitir tudo ou não permitir nada são
hábitos igualmente nocivos ao comportamento da criança.
Os limites da criança devem ser dados
através de disciplina e o esporte pode colaborar ensinando valores que serão
úteis em sua formação educacional como: respeitar as regras, adversários,
colegas e professores; que ele depende dos colegas para obter bons resultados;
aprender a ganhar e perder; ter responsabilidade com os horários de
treinamento; que deve estudar mais para compensar as horas usadas nos treinos e
se alimentar corretamente e em horários estabelecidos.
O esporte será um grande aliado dos pais
e da escola na difícil tarefa de educar a criança, pois para isso é preciso paciência,
dedicação, perseverança, responsabilidade e amor do educador para o educando.
As crianças tornar-se-ão adolescentes e adultos responsáveis, compreensivos e
agradecidos pelas cobranças e bons exemplos recebidos na sua infância, de seus
pais e educadores.
Como afirmou Pitágoras, “Educai as crianças de hoje e não será preciso punir os homens de amanhã”.
José Costa
Professor de Educação Física
CREF 000245-G/SE
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