As temperaturas baixas provocam alterações no nosso
corpo que promovem o ganho de peso. Mas dá pra reverter esse cenário
Já percebeu que, basta cair alguns graus na
temperatura, nosso apetite aumenta? E que aqueles dias que amanhecem mais tarde
e anoitecem mais cedo parecem roubar nossa energia de fazer exercício? Pois é:
isso não é coisa da sua cabeça e pode interferir no processo de emagrecimento.
O inverno, marcado por dias frios, curtos e com
menos luz, empurra o padrão de atividade física e alimentação, estimula nossos
genes poupadores de energia… e a consequência todos sabemos qual é. Isso
acontece porque, durante a evolução da nossa espécie, sobrevivemos a vários
invernos marcados por baixíssima disponibilidade de alimentos. E isso sem o
mecanismo de hibernação dos ursos — embora o frio dê uma vontade de ficar
hibernando na cama, não é?
Ou seja, a ordem era — e ainda é — economizar
calorias a todo custo (fazer menos atividade física) e, por outro lado, comer
com ferocidade qualquer presa ou fruta que aparecesse pela frente (maior
apetite). Esse efeito foi bem descrito na literatura científica e mostra que o
ser humano se previne da escassez de comida que acontecia no passado. Acontecia,
mas não acontece mais.
Esses mecanismos internos estimulam centros ligados
ao controle de ingestão de alimentos no cérebro. Aí o chamado comportamento
hedônico (ou mais instintivo e menos racional) do consumo alimentar é ativado.
O que ocorre então? Nós buscamos comidas mais saborosas, aromáticas e,
consequentemente, mais gordas. Basta pensar no frio que a vontade de comer ou
beber algo bem calórico vem a nossa mente.
Já a baixa luminosidade desse período do ano diminui
a concentração de neurotransmissores como a serotonina, ligados ao bem-estar.
Aí a disposição de acordar cedo, quando ainda está escuro, para aquela
corridinha matinal fica fraca, fraca. Você talvez até conheça alguém que mudou
para os países nórdicos e experimentou a depressão do inverno. Nesses locais, o
governo chega a oferecer uma lâmpada especial para simular a exposição solar e
reduzir os efeitos dessa melancolia sazonal.
Como lidar com as armadilhas do inverno
A pergunta crucial: como contornar nossos instintos
mais primitivos em nome da boa forma física? O primeiro passo é, na
alimentação, buscar opções quentes sem abrir mão de uma boa quantidade de
fibras.
Uma dica: aquela salada que perde todo seu charme no
inverno pode ser substituída por uma sopa com grande variedade de legumes e
folhas. Isso ajuda a aquecer o corpo — lembre-se de que o frio incita a fome.
Essa alternativa também garante bom conteúdo de fibras, que controlam o
apetite. E tem também o fato de o volume líquido da sopa preencher fisicamente
o estômago.
Não, você não precisa abrir mão dos alimentos que
comemos no inverno! Chocolate quente, fondue, raclete e outros tantos estão
liberados, até porque são uma delícia. Mas o convido a abrir o leque e dar
espaço para uma sopa ou mesmo outro preparo mais leve que ache gostoso. Se você
acompanha meu blog, já deve saber que o comer consciente e a moderação (nunca a
restrição) são duas grandes armas contra a obesidade.
Mas tem mais. Para contra-atacar a queda de
serotonina (aquela substância que dá ânimo) típica do inverno, aposte na
movimentação. A atividade física moderada e prolongada promove maior síntese
desse neurotransmissor anti-preguiça, assim por dizer.
Então aproveite para almoçar em um lugar mais
distante que o obrigue a caminhar um pouco mais, de preferência sob a luz solar
— a exposição ao sol estimula a produção de serotonina. Os treinos aeróbicos,
como corrida, ciclismo e natação, ajudam. Como está frio, experimente
alternativas indoor! Aulas de spininig, piscinas aquecidas e as esteiras
auxiliam nessa travessia até a primavera, onde tudo será flores novamente.
Aproveite o que o frio tem de bom!
Fonte: http://saude.abril.com.br/blog/o-fim-das-dietas/o-que-faz-engordar-no-inverno-e-como-usar-o-frio-para-emagrecer/
- Por Professor Antonio Herbert Lancha Jr. - Foto: Bruno Marçal/SAÚDE é Vital
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