Dietas de baixas calorias e o consumo excessivo de
gordura são fatores de risco
As arritmias são
alterações do ritmo cardíaco, tanto para uma frequência mais alta (taquicardia)
quanto para menor (bradicardia). Em ambas há o risco de surgimento de outras
doenças cardiovasculares, como infarto e AVC e morte súbita. Segundo dados do
Ministério da Saúde, cerca de 5% da população brasileira sofre com algum tipo
de arritmia, incluindo pessoas mais jovens - ao contrário do que se pensa sobre
esse tipo de doença. Isolada, ela não representa nenhum risco. Mas, sem
acompanhamento médico, o problema pode se agravar e comprometer não só os
batimentos cardíacos como o sistema circulatório. Confira os hábitos
necessários para controlar o problema ou evitar que ele apareça.
Cuidado com a cafeína
Café, chá, chocolate e refrigerante contêm cafeína e são conhecidos por seus
efeitos estimulantes em nosso sistema nervoso. A cafeína também pode gerar uma
contração e batimentos mais rápidos do coração, não sendo recomendado para quem
sofre de arritmias, de acordo com o arritmologista Jefferson Jaber, do Hospital
Santa Virgínia e membro da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas. Segundo
ele, o ideal é ingerir até 300 ml por dia, caso esteja tudo bem. "Sob
suspeita, o ideal é perguntar ao cardiologista se há necessidade de interromper
o consumo", afirma.
Álcool com moderação
O consumo excessivo de bebidas alcoólicas está diretamente associado ao quadro
de arritmia. "A fibrilação atrial é a arritmia mais decorrente nesses
casos", conta Jefferson. De acordo com ele, a ingestão excessiva de álcool
estimula o sistema adrenégico (formado pelos receptores cerebrais responsáveis
por produzir adrenalina), o que vai aumentar o batimento cardíaco e piorar um
quadro de arritmia.
Fuja das "dietas da moda"
Dietas com uma restrição de calorias muito elevada ou à base apenas de líquidos
podem levar a distúrbios metabólicos, deficiência de nutrientes e desidratação
- todas essas condições podem alterar o ritmo dos batimentos cardíacos, tanto
para mais quanto para menos, gerando ou piorando um quadro de arritmia. De
acordo com Jefferson, uma alimentação pobre em vitamina E,
C e do complexo B pode interferir na pressão sanguínea, elevando os batimentos
cardíacos e causando arritmias.
Durma bem!
A otorrinolaringologista e especialista em medicina do sono pela Associação
Brasileira de Otorrinolaringologia, Fernanda Haddad, explica que a apneia do
sono aumenta os riscos de arritmia. "A respiração de pessoas com apneia
fica mais intensa durante a noite, por causa da obstrução nas vias
respiratórias", conta. O esforço para respirar gera um aumento da pressão
sanguínea, elevando os batimentos cardíacos, aumentando os riscos de arritmia
ou de complicações decorrentes dela.
Faça exercícios regularmente
Pesquisas comprovam que a prática de atividade
física leve a moderada diminui a incidência de arritmias. "Pessoas
sedentárias têm até 25% a mais de chance de sofrer uma arritmia", afirma o
arritmologista Jefferson Jaber. Mas é importante fazer uma avaliação física
antes de começar a treinar, porque alguns problemas de coração limitam o tipo
de exercícios que pode ser realizado sem riscos à saúde.
Coma mais salada
Pessoas que sofrem com fibrilação atrial correm mais risco de sofrer um AVC e,
por conta disso, precisam tomar um medicamento anticoagulante chamado
varfarina. Jefferson explica que o consumo irregular de folhas verdes pode
interferir no funcionamento do medicamento, tornando-o ineficiente. "Quem
toma varfarina precisa consumir a mesma quantidade de folhas verdes todos os
dias", conta Jefferson. Isso vale para todos os tipos de folhosas, como
alface, rúcula, espinafre ou repolho.
Atenção às gorduras
Jefferson conta que o consumo exagerado de gorduras interfere de forma indireta
na incidência de arritmias. "A gordura pode formar placas na parede dos
vasos sanguíneos, principalmente nos coronários", conta ele. Esse acúmulo
de gordura, por sua vez, aumenta a pressão sanguínea e pode causar não só as
arritmias, como outras doenças cardiovasculares.
Cigarro
A nicotina leva à liberação de substâncias como adrenalina, que estimulam o
coração, elevando os batimentos cardíacos e causando taquicardia. "Estudos
comprovam que mesmo as pessoas que fumaram e já pararam correm mais risco de
sofrer fibrilações arteriais", conta Jefferson. Além disso, por conta da
produção de adrenalina inconstante, o batimento cardíaco fica desorganizado,
aumentando o risco de outros problemas cardíacos.