Sim, você leu certo. Se anda sentindo que, por mais
que se esforce, os resultados do treino nunca chegam, fazer as pazes com o
travesseiro pode ser a solução. Aprenda a transformar sua cama em uma segunda
academia e ganhe as curvas que tanto deseja
Você rala na academia, adota treinos cada vez mais
complexos, pede ajuda para o professor e para as amigas, mas, no fim do mês,
sempre se pergunta “Onde foi que errei?”. Talvez esteja negligenciando um
detalhe fundamental: o sono. “Ele é tão importante quanto a alimentação. Dormir
mal é como comer menos do que o necessário, o que resulta em falta de energia
e, claro, muito menos vontade de treinar”, explica o médico Geraldo Lorenzi
Filho, diretor do Laboratório do Sono do Incor (Instituto do Coração do
Hospital das Clínicas), em São Paulo. E não estamos falando apenas de dormir
pouco ou nada – o que os especialistas chamam de privação –, mas também da
restrição, que ocorre quando o sono não tem qualidade suficiente para reparar o
corpo.“Se você dorme menos de sete horas por dia ou deixa a televisão ligada
durante a noite, por exemplo, está impedindo o corpo de descansar de verdade”,
afirma a médica especialista em sono Luciane Mello, do Rio de Janeiro.
Em um dia, pode ser que você não sinta os efeitos
negativos, mas eles vão se acumulando até causar uma queda drástica no
desempenho. Não é à toa que os jogadores do time espanhol Real Madrid contam
com instalações especiais para repousar entre treinos e partidas e uma equipe
que os monitora durante esse período. Ou que o tenista Roger Federer já tenha
declarado que precisa de 11 a 12 horas de soneca para se sentir bem, enquanto a
musa do tênis Serena Williams vai para a cama por volta das 19 horas. E vamos
combinar que de boa performance eles entendem, não é mesmo?
Como o organismo funciona durante o sono
Assim que você adormece, o corpo começa a trabalhar
intensamente a fim de produzir substâncias fundamentais para deixá-lo novinho
em folha para o dia seguinte. Uma delas é o GH, o hormônio do crescimento,
fundamental para o processo de síntese de proteínas e, consequentemente, para a
construção e reparação dos músculos. Também é nesse período que a melatonina
entra em cena. Basicamente, ela avisa o organismo que chegou a hora de ir para
a cama e o prepara para esse momento.
Como bônus, melhora a eficiência do metabolismo e
ajuda a diminuir o apetite, controlando a compulsão por comer à noite. “Um
estudo recente do Instituto de Ciências da Atividade Física do Esporte da
Universidade Cruzeiro do Sul, de São Paulo, descobriu que a inflamação muscular
decorrente do exercício físico intenso diminui com níveis adequados de
melatonina”, ressalta Ricardo Zanuto, especialista em fisiologia do exercício,
de São Paulo.
Nos Estados Unidos, é comum a ingestão de
suplementos com esse hormônio, porém, boa parte da comunidade médica é contra
seu uso. “Não existem evidências científicas de que funcionem. Além disso, seu
consumo não faz muito sentido, uma vez que a melatonina é produzida
naturalmente pelo organismo”, alerta Lorenzi. A redução do cortisol, conhecido
como hormônio do estresse, também está sob a responsabilidade do sono.
“Em excesso, ele quebra o tecido muscular, causando
perda de massa e prejudicando todo o esforço para construí-la. Daí a
importância de ter um sono reparador, que equilibra a liberação”, aponta o
médico do esporte e do exercício Guilherme Corradi, de São Paulo. Outro
hormônio que entra em jogo na madrugada é a leptina, responsável pela sensação
de saciedade e que ajuda a controlar a gula ao longo do dia seguinte. Em suma:
quanto pior for sua relação com a cama, menos músculos e mais pneuzinhos.
Fonte: http://corpoacorpo.uol.com.br/blogs/mulher-de-corpo/dormir-pode-te-ajudar-a-ganhar-musculos/10827
- Texto Ana Araujo | Adaptação Ana Paula Ferreira - Foto Shutterstock
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