De acordo com o neurocientista Moran Cerf, da
Universidade Northwestern (EUA), a maneira mais fácil de maximizar a sua
felicidade não tem nada a ver com experiências, bens materiais ou filosofia
pessoal.
Cerf estuda o processo de tomada de decisões há mais
de uma década.
De acordo com o pesquisador, a chave para fazer boas
escolhas, e consequentemente ser feliz, é eleger com sabedoria com quem você
passa mais tempo.
Por quê
Existem duas premissas que levam Cerf a acreditar
que esse é o fator mais importante para a satisfação a longo prazo.
A primeira é que a tomada de decisões é muito
cansativa. Diversas pesquisas descobriram, por exemplo, que os seres humanos
têm uma quantidade limitada de energia mental para dedicar ao ato de fazer
escolhas.
Todos os dias precisamos fazer diversas
deliberações: que roupa vestir, onde comer, o que comer quando chegamos lá, que
música ouvir, entre milhões de outras coisas simples ou complexas que
precisamos ponderar. Sim, é exaustivo.
A segunda premissa é que os humanos acreditam
falsamente que estão no controle de sua felicidade ao fazer essas escolhas. Em
outras palavras, nós pensamos que, se fizermos as escolhas corretas, ficaremos
bem.
Não é bem assim
Cerf não crê nisso. A verdade é que a tomada de
decisões é repleta de preconceitos que atrapalham nosso julgamento.
As pessoas confundem experiências ruins como boas, e
vice-versa. Elas também deixam suas emoções transformarem uma escolha racional
em uma irracional. Por fim, usam pistas sociais, mesmo inconscientemente, para
fazer escolhas que de outra forma evitariam.
Como escapar de todos esses obstáculos, e fazer boas
escolhas inconscientemente?
Diga-me com quem andas, e te direi quem és
A pesquisa de Cerf revelou que, quando duas pessoas
estão na companhia um do outro, suas ondas cerebrais começam a parecer quase
idênticas.
Um estudo em particular, com espectadores de cinema,
mostrou que os trailers mais envolventes produziram padrões semelhantes no
cérebro das pessoas.
Ou seja, apenas estar ao lado de certas pessoas,
realizando alguma atividade juntos, já pode alinhar seu cérebro com os delas.
“Isso significa que as pessoas com quem você anda
realmente têm um impacto no seu envolvimento com o cotidiano além do que você
pode explicar”, afirma Cerf.
Não pense no que fazer, mas com quem fazer
Você pode reparar neste efeito por conta própria:
quando um mal-humorado chega em um ambiente, o humor de todas as pessoas em
volta piora; quando alguém que fala rápido entra em uma conversa, o ritmo da
conversa aumenta; um comediante consegue fazer com que as pessoas ao seu redor
se sintam mais leves ou engraçados e etc.
A partir dessas premissas, a conclusão de Cerf é
que, se as pessoas querem maximizar sua felicidade e minimizar o estresse, elas
devem fazer menos decisões ao se cercarem de pessoas que possuem as
características que elas preferem.
Ao longo do tempo, naturalmente, elas passarão a ter
atitudes e comportamentos parecidos com os de suas companhias, que são os
desejáveis. Ao mesmo tempo, podem evitar decisões triviais que prejudicam a
energia necessária para escolhas mais importantes.
Em outras palavras, se você deseja se exercitar
mais, aprender um instrumento musical ou tornar-se mais sociável, encontre
pessoas que fazem o que você quer fazer e comece a andar com elas.
[ScienceAlert]
Fonte: https://hypescience.com/neurocientista-revela-qual-e-escolha-mais-importante-da-sua-vida/
- POR: NATASHA ROMANZOTI
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