quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Estudo reforça papel da atividade física na prevenção do câncer no Brasil


Se praticassem mais atividades físicas, os brasileiros poderiam evitar 10 mil casos da doença por ano

Que a prática de atividades físicas reduz o risco de diversas doenças você já sabe. Mas agora, um estudo inédito do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) apontou quantos casos de cânceres de mama na pós-menopausa e de cólon (os mais comuns no país) seriam reduzidos somente com exercícios: cerca de 10 mil por ano apenas no Brasil! Para isso, a gente teria que treinar cinco horas por dia – valor máximo encontrado em 6% dos participantes do levantamento.

Porém, como essa quantidade não é realista para a maioria de nós, os pesquisadores decidiram calcular um valor mais atingível e concluíram que, se cada pessoa fizesse 150 minutos de exercícios por semana, seriam evitados 2.300 casos de câncer por ano. O problema é que quase metade da população brasileira não segue essa rotina, que, inclusive, é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os dados da investigação, feita em parceria com as universidades de Harvard (EUA), Cambridge (Inglaterra) e Queensland (Austrália), são resultado de um cruzamento entre número de ocorrências dos dois tipos da doença com as infromações da última Pesquisa Nacional de Saúde, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2013.

Para se ter uma ideia, se as brasileiras treinassem tanto quanto a média dos homens, poderíamos reduzir 500 ocorrências da doença anualmente. E olha que esses valores são subestimados, já que levantamentos mais recentes também relacionam a quantidade de exercícios à redução de outros 13 tipos de câncer, além de doenças crônicas. Ou seja, muito mais saúde!

Como a atividade física previne o câncer?
A pesquisa usou alguns mecanismos para explicar a relação entre a doença e os exercícios. “A principal é a redução do excesso de peso e da obesidade, que está ligada à quantidade de gordura visceral [presente nos órgãos]”, diz Leandro Rezende, doutorando no Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP e um dos autores do estudo.

Ao praticar atividades físicas e emagrecer, conseguimos reduzir a inflamação no corpo, controlar o nível de insulina e melhorar a imunidade. Além disso, um outro estudo realizado no Canadá explica que as células cancerígenas se concentram no tecido adiposo em alguns tipos da doença, como no câncer de mama. Por isso, quanto menor a porcentagem de gordura, menor é o risco.

Segundo Leandro, a intenção dos pesquisadores foi incentivar políticas públicas a favor da atividade física, como a melhoria de espaços urbanos e até dos transportes públicos, para que as pessoas tenham o hábito de caminhar com mais frequência. Assim, mesmo quem não costuma treinar na academia poderia se proteger melhor do câncer.


quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Quer manter o corpo jovem por mais tempo? Faça exercício com moderação


Em tempo: excesso de atividade física pode diminuir o colágeno da pele e produzir excesso de radicais livres

Mais importante do que se livrar das rugas – elas são mudanças naturais! – é garantir uma boa saúde durante o envelhecimento, e, para isso, basta mexer o corpinho. Em um estudo recente da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, a situação de um grupo de idosos que fez exercícios durante a vida toda foi comparada à de jovens sedentários. O resultado foi bem similar nos quesitos imunidade, massa muscular e nível de colesterol.

 “Só que vale tomar cuidado com o exagero na prática de atividade física, que pode diminuir o colágeno da pele e produzir excesso de radicais livres [moléculas que geram stress oxidativo nos órgãos e tecidos]”, destaca a endocrinologista Gabriela Fonseca, de São Paulo. Mantenha o equilíbrio para também deixar o rostinho saudável.

Fonte: https://boaforma.abril.com.br/fitness/quer-manter-o-corpo-jovem-por-mais-tempo-faca-exercicio-com-moderacao/ - Por Giulia Granchi e Daniela Bernardi - Lacheev/Thinkstock/Getty Images

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Por que os homens ainda demoram a pensar sobre a velhice?


Nossa colunista explica como o machismo e a falta de preocupação com o envelhecimento prejudicam a saúde do sexo masculino

Embora todos nós, homens e mulheres, tenhamos o potencial de viver a velhice como uma realidade e em sua plenitude, a grande maioria da ala masculina ainda evita pensar sobre “ser idoso” e, com isso, deixa de se preparar para alcançar a maturidade com qualidade de vida.

Na verdade, existe uma espécie de contradição. Os homens são considerados fisicamente mais fortes, só que, em termos de expectativa de vida, vivem menos que as mulheres. Podemos atribuir essa discrepância a fatores biológicos, sociais, psicológicos e comportamentais.

Estudos apontam que os membros do sexo masculino costumam pensar, de fato, na velhice após os 45 anos de idade e, ainda assim, como algo distante. Há um erro de timing aí se considerarmos que o organismo entra no processo de envelhecimento a partir dos 28 anos.

Mas por que será que a rapaziada empurra com a barriga esse olhar lá na frente? Podemos atribuir isso a questões como medo de que, com a idade, surjam doenças incapacitantes, que levem à perda de autonomia e independência. Também há o receio da solidão, de se tornar impotente e perder a virilidade, bem como o temor da morte.

Todos esses pontos tornam a relação entre o homem com a saúde e a sobrevivência um tanto complexa. E ajudam a entender inclusive a resistência de parte da ala masculina a mudar alguns hábitos e a tendência a se esquivar dos cuidados preventivos.

Diferentemente de nós, mulheres, acostumadas ao acompanhamento médico (ao menos com o ginecologista), boa parcela dos homens não costuma ter o monitoramento e a orientação do profissional de saúde – algo que deveria se estender da infância, passar pela adolescência e continuar na vida adulta. Existe, a meu ver, uma crença de que, enquanto eles estão trabalhando e são produtivos, não há razão ou tempo para se preocupar.

Ora, não se trata de procurar pelo em ovo, como diz a sabedoria popular, mas de manter um acompanhamento que, aliado a hábitos saudáveis, reduz (e muito!) o risco de doenças. Doenças que, em última instância, vão comprometer o envelhecimento.

Além disso, há uma questão, digamos, mais cultural e geracional que explica esse comportamento fugitivo do homem em relação à saúde e à velhice. Muitos cidadãos que hoje estão na casa dos 60 anos ou mais aprenderam que “os homens são mais fortes que as mulheres”, no sentido de serem mais ativos e provedores. Essa concepção faz com que construam uma imagem de que não correm riscos, são praticamente indestrutíveis.

Sabemos, no entanto, que nas últimas décadas temos vivido mudanças notórias na sociedade que ajudam a romper esse paradigma das diferenças entre homens e mulheres. É provável que os idosos do futuro superem essa visão e tragam um novo olhar inclusive sobre o envelhecimento. Ao derrubar preconceitos e estigmas (de gênero e de qualquer outra ordem), conseguimos utilizar melhor o conhecimento e as ferramentas de prevenção. E, como consequência, envelhecemos melhor.

Além da próstata
Outro aspecto que deve ser levado em consideração é que, quando pensamos no envelhecimento do ponto de vista do homem, ainda notamos uma forte tendência de restringir o foco de preocupação a um único órgão: a próstata. E a uma única circunstância adversa: o comprometimento da virilidade. São temas que persistem como tabus.

Um levantamento recente, divulgado em função do Dia do Homem, apontou que 49% dos homens não realizaram o exame de próstata, sendo que, destes, 24% revelaram não achar o procedimento “másculo”. Isso em pleno século 21!

E não adianta se preocupar apenas com a próstata ou a virilidade. Devemos ter como objetivo uma prevenção mais holística, que contemple a proteção contra uma porção de problemas que podem cursar junto ao envelhecimento – doenças cardiovasculares, diabetes, sobrepeso, queda da testosterona, depressão…

Por isso, há três pontos que se fazem necessários para evoluirmos nesse sentido:

1) Incentivar o homem a procurar o médico e estabelecer uma conversa franca com ele;

2) Criar movimentos que atuem educando a população sobre o envelhecimento;

3) Vencer estigmas da “masculinidade” e quebrar o paradigma de que o tempo só traz doenças. Digo e repito: envelhecer é um grande ganho para qualquer sociedade. Pensar sobre a velhice é um ato de coragem. É só assim que podemos nos planejar, estabelecer metas e mudar (se preciso) a rotina para chegar bem lá na frente.

Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/chegue-bem/por-que-os-homens-ainda-demoram-a-pensar-sobre-a-velhice/ - Por Dra. Maisa Kairalla - Ilustração: Veridiana Scarpelli/SAÚDE é Vital

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Estudo: comer frutas e verduras pode diminuir o risco de câncer de mama


Brócolis e abóbora são alimentos com alto potencial de prevenir a doença

Incluir frutas e verduras no cardápio é fundamental para manter uma boa saúde, mas agora, as mulheres têm um motivo ainda mais forte para colocá-los na dieta: essas categorias de alimentos podem diminuir em até 11% o risco de desenvolver câncer de mama, de acordo com um recente estudo de Harvard, Estados Unidos.

Para aproveitar o benefício, é preciso consumir mais de cinco porções por dia – as quantidades podem variar, mas a investigação usou como base uma xícara de vegetais crus, meia xícara de legumes crus ou cozidos e uma xícara de frutas picadas ou cozidas para determinar uma porção de cada item.

De acordo com o estudo, vegetais e legumes crucíferos e de coloração amarela e laranja, como brócolis, couve-flor e abóbora, são os que mais atenuam os riscos de desenvolver a doença. Pesquisas anteriores relacionaram o alto consumo de fibras à redução de câncer de mama, mas no caso das frutas e verduras, outras propriedades também são importantes para prevenir a doença, como antioxidantes, vitaminas e nutrientes.

Para chegar a essas conclusões, os estudiosos fizeram uma análise de questionários de alimentação realizados nos anos 90 com mais de 100 mil mulheres participantes do Nurses’ Health Study, uma das maiores pesquisas de saúde dos Estados Unidos. Outros fatores de risco, como idade, peso e histórico familiar também foram considerados.

No fim, quanto mais você se aproxima da quantidade recomendada de frutas e verduras por dia – além de adotar hábitos saudáveis como praticar exercícios com regularidade e não fumar –, menores são as chances de ter câncer de mama (vale até para os tumores mais agressivos). Está esperando o que para colocá-los no cardápio?

Fonte: https://boaforma.abril.com.br/saude/estudo-comer-frutas-e-verduras-pode-diminuir-o-risco-de-cancer-de-mama/ - Por Camila Junqueira, Gislene Pereira - bondarillia/Thinkstock/Getty Images

domingo, 5 de agosto de 2018

4 hábitos saudáveis que podem estar prejudicando sua saúde bucal


Pegar pesado na academia, tomar muito suco verde... Essas são algumas das práticas que fazem bem ao corpo, mas não aos dentes. Saiba como evitar estragos

Tomar suco verde, beber água com limão em jejum, pegar carga pesada na musculação… Você é adepta dessas práticas? Cuidado: elas podem estragar os dentes quando a higiene bucal não é feita corretamente. Sim! Muitos nem imaginam, mas o risco de cárie, erosão dentária e problemas na gengiva aumenta pra valer em quem inclui esses hábitos na rotina.

Conversamos com especialistas para entender por que isso acontece e como garantir que suas atitudes sejam saudáveis para seu corpo – e sua boca.

1. Exagerar na musculação
Atire o primeiro pesinho de 1 kg quem nunca se pegou rangendo os dentes ao levantar muita carga na academia. O quadro é bem comum e tem nome: bruxismo. “Dependendo da frequência e da força que a pessoa faz, pode haver desgaste dentário, sobrecarga nos músculos do maxilar e até dor de cabeça e de ouvido”, alerta Fernando Reis, especialista em implantodontia e estética, de São Paulo.
Vale checar com um profissional de educação física se o peso que você está pegando é adequado; caso esteja tudo certo, a solução é usar um protetor bucal. “Ele absorve o impacto e distribui a energia para uma superfície maior, reduzindo a força aplicada”, explica a cirurgiã-dentista Isrraela Massena, do Rio de Janeiro. “Além de proteger os dentes, o acessório ainda ajuda a evitar fraturas na mandíbula e até lesões no cérebro e na coluna cervical”, assegura.
Outra dica é focar a atenção em seus movimentos durante o exercício. “É preciso haver uma reeducação. Não desconte tudo na arcada dentária e concentre a força em outro lugar — no core, por exemplo”, observa Fernando. Fisioterapia, pilates e treinos de propriocepção também contribuem para aliviar a tensão.

2. Tomar muito suco verde
Com certeza você tem uma receita de suco verde que ama. O problema é se ele for feito com muitas frutas cítricas. “Elas podem prejudicar a camada mais externa do dente, provocando erosões”, diz Isrraela.
Mas não pense que basta uma escovação logo após ingerir a bebida. “Isso potencializa o efeito da corrosão: as cerdas vão esfregar o ácido com mais força ainda”, comenta Fernando. A orientação é higienizar a boca 15 minutos após tomar o líquido.

3. Fazer jejum intermitente
Popular entre as pessoas que desejam acelerar o metabolismo e perder uns quilinhos, o método consiste em passar horas sem ingerir qualquer tipo de alimento no intervalo entre o jantar e o café da manhã do dia seguinte. Acontece que a prática pode levar ao mau hálito, já que ficar muitas horas sem comer gera uma diminuição do fluxo salivar e, consequentemente, a halitose.
Se o efeito incomodar muito, converse com seu nutricionista para avaliar se há outras estratégias que vão ajudá-la a emagrecer sem passar por esse constrangimento.

4. Comer açaí
Se mancha a roupa, imagine os dentes… A fruta é fonte de cálcio, antioxidantes, proteínas e fibras, mas é indicado escovar os dentes logo após o seu consumo. “Só uma boa limpeza bucal e a remoção de resíduos pode evitar o escurecimento gradual”, esclarece a dentista do Rio de Janeiro.

Fonte: https://boaforma.abril.com.br/saude/4-habitos-saudaveis-que-podem-estar-prejudicando-sua-saude-bucal/ - Por Amanda Panteri, Luiza Monteiro - jacoblund/Thinkstock/Getty Images