quarta-feira, 23 de outubro de 2019

O que é a musicoterapia e qual o seu potencial?


A música está ganhando poder de remédio para silenciar males tão distintos quanto dor e depressão. Entenda como ela afeta a cabeça e o corpo

Antes de falar da musicoterapia, cabe pensar no efeito da música. Veja só: a cacatua Snowball virou febre no YouTube. Seus vídeos chegam a 7 milhões de visualizações. Neles, a ave dança e chacoalha a cabeça ao som de hits do cantor Michael Jackson e da banda Queen. Esse requebrado todo chamou a atenção de cientistas das universidades americanas Tufts e Harvard, que resolveram investigar a fundo essa habilidade única. Eles descobriram que o pássaro, morador de um santuário na cidade de Duncan, na Carolina do Sul (EUA), é capaz de realizar 14 movimentos, que variam conforme a batida das canções.

O bailado de Snowball pode até parecer inusitado e arrebatar milhões de espectadores. Mas você já parou pra pensar sobre a influência que a música tem sobre nós, seres humanos? Afinal, ela está presente em todas as fases da vida e dita o ritmo das mais variadas situações e momentos. Pode reparar: até mesmo os bebês recém-nascidos fazem sons com a boca e são atraídos por barulhos muito antes de dizerem as primeiras palavras.

Para a ciência, não há dúvidas de que a música tem um impacto nas emoções, no comportamento e, em última análise, até na saúde de cada um de nós. Quando tocamos um instrumento ou ouvimos alguma gravação, diversas áreas do cérebro são instigadas — poucas atividades intelectuais têm um efeito tão amplo.

“Regiões responsáveis por atividade motora, memória, linguagem e sentimentos são recrutadas para interpretar os estímulos sonoros”, destrincha a enfermeira Eliseth Leão, pesquisadora do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, na capital paulista.


Mas essas reações não se limitam à massa cinzenta. Experimentos mundo afora vêm testando e reconhecendo o poder terapêutico das melodias para enfrentar os males que abalam a mente e também o corpo. Tanto é que estudiosos já ousam encará-las como um remédio de verdade, com prescrição de dose e esquema de uso.

Os trabalhos pioneiros nessa área foram iniciados na psiquiatria e mostraram que as composições têm um papel a cumprir em doenças como a ansiedade e a depressão.

“Elas também são capazes de reduzir o nível de estresse durante um procedimento cirúrgico, baixam a pressão arterial e a frequência cardíaca e até aceleram a recuperação após uma sessão de exercícios físicos”, lista o fisiologista Vitor Engrácia Valenti, da Universidade Estadual Paulista, em Marília, que publicou uma série de pesquisas que investigam essas questões. Mas será que todos os estilos musicais têm o mesmo efeito?

Os efeitos de cada estilo musical na saúde
Intuitivamente, nós sabemos selecionar o melhor tipo de som para cada ocasião. Na academia de ginástica, por exemplo, preferimos ritmos mais acelerados, que ajudam a dar aquele gás extra para o esforço físico. Já durante a meditação ou a leitura, apostamos em composições mais calmas, que auxiliam a focar e relaxar. Mas é preciso considerar que isso muda de acordo com o lugar onde você nasceu.

“Na cultura ocidental, batidas mais rápidas e progressivas são sinal de alegria, enquanto um compasso lento denota certa tristeza”, ensina o neurocientista Raphael Bender, do Centro Estadual de Educação Profissional Professora Lourdinha Guerra, em Parnamirim, no Rio Grande do Norte. Em alguns países orientais, essa lógica se inverte.

Com base nessas observações, cientistas começaram a questionar se havia um estilo musical que fosse mais vantajoso que os outros. A escolha natural na maioria das pesquisas são as músicas clássicas compostas por Mozart, Bach ou Vivaldi. “É impressionante como elas continuam a transmitir uma mensagem mesmo após três ou quatro séculos de seu lançamento”, observa Eliseth.

Porém, não dá pra cravar que esse seja o estilo mais saudável de todos. Ora, se você não curte a Nona Sinfonia de Beethoven, escutá-la repetidamente só vai deixá-lo mais incomodado. Por isso, nesse processo é essencial botar na balança os gostos pessoais de cada um.

Fonte: https://saude.abril.com.br/bem-estar/o-que-e-a-musicoterapia/ - Por André Biernath - Ilustracão: Jonatan Sarmento/SAÚDE é Vital

Dorme muito e ainda acorda cansada? A causa pode ser um distúrbio do sono


Se você sente que todos os passos de higiene do sono não fazem efeito para você, vale prestar atenção

São muitos os fatores envolvidos para termos uma boa noite de sono. Primeiro, precisamos prestar atenção nos nosso dia-a-dia: você anda muito estressada e ansiosa? Não tem uma rotina muito definida? Talvez seja a hora de adotar alguns hábitos antes de deitar. Como desligar a TV e ficar longe de celular e dispositivos eletrônicos pelo menos uma hora antes de dormir. Ou então apagar a maioria das luzes da sua casa a partir de um certo horário.

Mas se mesmo fazendo tudo isso e dormindo mais do que 8 horas por noite, você ainda acorda cansada, é hora de procurar um profissional. “O exame padrão feito para avaliar o sono é chamado de polissonografia. Ele traz dados sobre o sistema nervoso central, padrões respiratórios e movimentos”, explica a médica e terapeuta cogntiva  Mariela Silveira, diretora do Centro de Saúde e Bem-Estar Kurotel.

É nesse exame, inclusive, que certos distúrbios podem ser identificados e finalmente tratados. “Medidas cognitivas e comportamentais, mudanças de estilo de vida como exercício físico, equilíbrio da alimentação, controle da ingestão de álcool e do tabagismo são extremamente importantes”, afirma a médica.

Se você faz de tudo para ter uma noite de Bela Adormecida e ainda assim sente que nada faz efeito, vale prestar atenção em alguns sintomas de distúrbios do sono que a médica elenca abaixo. E sim, se você identificar que possui qualquer um deles, vale sempre a pena procurar um profissional de saúde, ok? 

Hipersonia:
Mesmo dormindo de 8 a 10 horas por noite, a pessoa que apresenta hipersonia ainda sente uma sonolência muito grande o dia todo. Se identificou, não é? Mas calma, não é tão simples assim. A condição é bem rara e ataca menos de 5% de indivíduos com mais de 18 anos no mundo tudo. “Muitas vezes, ela está relacionada com alterações do sistema nervoso central”, diz a médica.

Apneia do sono:
Ela começa com um ronco inocente, mas pode evoluir para uma pequena parada respiratória durante o sono. “Às vezes é percebida por um cansaço excessivo durante o dia. E é mais comum em pessoas com sobrepeso, obesidade ou mais velhas”, afirma Mariela. O tratamento adequado aumenta bastante a expectativa de vida de quem sofre de apneia.

Sonambulismo:
Neste caso, a pessoa faz movimentos, fala e até caminha dormindo, sem ter memória das atividades realizadas. Pode até ser um pouco assustador, mas também é totalmente comum. “Pode não significar nenhuma doença ou condição. Porém, merece investigação, cuidado e proteção.”

Pernas inquietas:
Essa tem tudo a ver com quem não consegue ficar quieta nem dormindo. “É uma situação onde a pessoa sente necessidade incontrolável de movimentar os membros (normalmente as pernas, mas pode ocorrer nos braços também) quando está deitada”, explica a médica. Os motivos não são completamente conhecidos e podem estar relacionados com questões emocionais e nutricionais – como o metabolismo do ferro pelo organismo. Os tratamentos mais indicados são medicamentos, suplementos e terapia.

Narcolepsia:
Situação grave onde você sente uma sonolência incontrolável, como ataques de sono durante o dia, podendo ter até alucinações. Esses casos necessitam de um tratamento e uma atenção mais intensas.

Paralisia do sono:
Você já teve aquela sensação desesperadora de ter acordado no meio da noite, mas seu corpo continuou dormindo? Se sim, você teve a chamada paralisia do sono. “É a incapacidade de falar ou se movimentar durante alguns segundos ou minutos, tanto na hora em que você está quase adormecendo ou despertando”, diz Mariela. É como se seu cérebro acordasse de um estágio profundo de sono, mas o organismo fica paralisado. Pode até ser aterrorizante, mas não traz nenhum malefício à saúde, viu?

Bruxismo:
Quem diria que um simples movimento do maxilar pudesse tirar o sono de muita gente? Pois é o que o bruxismo faz. “São deslocações involuntárias de ranger, apertar ou bater os dentes durante o sono ou em vigília”, explica o dentista Alexandre César, especializado em Implantodontia e Dentística Restauradora.

Como a musculatura do rosto contrai durante muito tempo, ela acaba ficando com fadiga. E isso pode reverberar no corpo todo, uma vez que os músculos da cabeça são diretamente ligados com os da face. E aí, já viu: mais dor, mais noites mal dormidas, mais cansaço.

A raiva excessiva, o estresse, a tensão e ansiedade estão entre as principais causas do bruxismo, que pode ser resolvido com o uso de um aparelho de silicone ou acrílico para evitar o atrito. “E é recomendado evitar o consumo de cafeína, álcool e drogas alucinógenas, além de prestar bastante atenção no uso de medicamentos com efeito antidepressivo”, complementa Alexandre César.


terça-feira, 22 de outubro de 2019

Por que 2,2 bilhões de pessoas não enxergam direito no mundo, segundo OMS


Desigualdade, hábitos modernos e envelhecimento da população são destaques no primeiro relatório da Organização Mundial da Saúde sobre a visão

A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou seu primeiro relatório sobre a visão da população global. A entidade estima que ao menos 2,2 bilhões de pessoas têm algum déficit nesse departamento. E quase metade — 1 bilhão de casos — são evitáveis ou passíveis de correção.

Moradores de áreas rurais, famílias de baixa renda, mulheres, minorias étnicas e populações indígenas são os mais atingidos pela dificuldade de acesso a tratamentos. No total, 65 milhões de indivíduos estão cegos ou enxergam muito mal por causa da catarata, que é operável, e 800 milhões sequer conseguem adquirir óculos.

“Isso é inaceitável. A inclusão de atendimento oftalmológico é uma parte importante da jornada de todos os países em direção à cobertura universal de saúde”, afirmou, em comunicado à imprensa, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

Mas não é só a condição socioeconômica precária que ameaça a vista.

A miopia está crescendo
Mudanças no estilo de vida são apontadas como causadoras de problemas como a miopia, que embaça objetos enxergados à distância. A OMS estima que o número de casos saltará dos 1,95 bilhão atuais para 3,36 bilhões em 2030.

Segundo a entidade, um dos responsáveis por esse cenário é a disseminação de atividades que fazem os olhos constantemente se focarem em objetos muito próximos. Mexer no computador ou no celular, ver TV, jogar videogame e até ler estão entre essas práticas. Isso porque passar horas mirando algo de perto pode alterar o mecanismo de acomodação ocular, que é o ajuste de foco para perto ou longe.

Fora que o uso desse tipo de dispositivo eletrônico está associado a uma vida mais restrita a ambientes fechados. E a luz solar ajuda o corpo a produzir substâncias que impedem o crescimento axial do globo ocular — uma alteração que leva à miopia.

Por isso, a OMS coloca o tempo ao ar livre como uma estratégia para manter a visão tinindo. Não estamos falando de sair por aí e encarar diretamente o sol. O relatório da organização defende a utilização de óculos escuros — até entre crianças — para evitar danos da radiação ultravioleta.

Problemas da idade
No texto, a entidade destaca o envelhecimento populacional como outro enorme fator de risco para diversas doenças oftalmológicas. Em 2030, teremos 1,4 bilhão de pessoas maiores de 60 anos no mundo — agora são 922 milhões.

Até lá, condições favorecidas pelo avançar dos anos devem disparar. O glaucoma, maior causa de cegueira irreversível do planeta, atingirá 76 milhões de indivíduos. A degeneração macular relacionada à idade, que não cega, mas atrapalha a vida, alcançará quase 196 milhões de idosos. E cerca de 2 bilhões serão afetados pela presbiopia, a popular vista cansada.

Além dos aspectos biológicos, os autores pontuam que o pessoal mais velho tende a cuidar menos dos olhos, frequentemente por pensar que a perda de visão é parte natural do envelhecimento. Só que muitas dessas encrencas podem ser tratadas, devolvendo a qualidade de vida.

Consultas regulares ao oftalmologista e bons hábitos ajudam até a impedir que algumas delas apareçam. Em uma reportagem que fizemos anteriormente, você saberá como cuidar bem dos olhos.

Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/por-que-22-bilhoes-de-pessoas-nao-enxergam-direito-no-mundo-segundo-oms/ - Por Chloé Pinheiro - Ilustração: Augusto Zambonatto/SAÚDE é Vital

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Você não precisa se matar na academia para ficar em forma


Treinamentos simples e menos cansativos do que os que estão na moda também deixam o corpo em ótima forma

Não é só a malhação intensa que rende resultados

O crossfit e outros treinos intervalados de alta intensidade estão bombando. Por outro lado, nem todo mundo consegue ou tem disposição para fazê-los. Mas isso não é motivo para desistir da malhação. Um estudo brasileiro publicado no periódico Journal of Exercise Physiology testou o potencial de um treinamento, digamos, convencional.

Após 12 semanas, os participantes perderam gordura e ganharam massa muscular – isso sem sacrifícios hercúleos. “Esses exercícios podem ser feitos em qualquer academia e não gastam mais de 45 a 60 minutos, três vezes por semana”, assegura o educador físico Antonio Martins, autor do trabalho e membro do Laboratório de Fisiologia Translacional da Universidade São Judas, em São Paulo. Fora que são ideais para iniciantes.

Os detalhes do treino

– 15 homens e mulheres participaram do experimento.

– Foram 9 exercícios, um para cada grupo muscular.

– Cada exercício tinha 3 séries. E cada uma possuía oito repetições e um descanso de 40 segundos entre elas.

– 3 sessões por semana e elas não duravam mais do que uma hora.

A hora de evoluir
O momento de mudar o treino varia de pessoa pra pessoa. Ele depende inclusive de experiências anteriores, força de vontade, alimentação equilibrada e boas noites de sono.

Fonte: https://saude.abril.com.br/fitness/voce-nao-precisa-se-matar-na-academia-para-ficar-em-forma/ - Por Thiago Nepomuceno - Foto: Alex Silva/A2 Estúdio

domingo, 20 de outubro de 2019

Dá para evitar o câncer de pâncreas?


Médico explica o que está ao nosso alcance na prevenção e no tratamento de um dos tumores mais temidos

Volta e meia vemos, na imprensa e na internet, pessoas que descobriram ter câncer de pâncreas e pouco tempo depois vieram a morrer. O ator americano Patrick Swayze, o criador da Apple Steve Jobs, o tenor Luciano Pavarotti e o ator brasileiro Raul Cortez são alguns exemplos. Apesar de não ter uma incidência alta — afeta em torno de 2% da população, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca) —, a doença é bastante letal. Chega a matar 95% dos acometidos em até cinco anos.

Um dos grandes desafios é que os sintomas do problema podem ser confundidos com os de outras condições mais simples, o que tende a retardar a detecção precoce. Não raro, quando se faz o diagnóstico, o tumor já se encontra avançado e se espalha para outros locais do corpo.

O câncer de pâncreas costuma ser mais frequente em homens acima dos 50 anos. De acordo com os índices de mortalidade por câncer no Brasil, o tumor de pâncreas figura em quinto lugar em mulheres e em sétimo entre os homens.

Entre os fatores de risco passíveis de intervenção, estão o fumo e o consumo excessivo de bebida alcoólica. Sabemos que o tabagismo é capaz de aumentar em três vezes a probabilidade de ter a doença. Quanto maior o número de cigarros ou o tempo de exposição ao tabaco, maior o risco. Outros fatores que podem elevar a propensão ao tumor são diabetes, pancreatite crônica e história familiar da doença.

Esperar sinais do problema para, então, cuidar da saúde não é algo recomendável nesse caso. O mais importante aqui é manter um acompanhamento médico regular e informar ao profissional a presença dos fatores de risco. Se necessário, serão solicitados exames que investigam a doença — eles podem compreender testes laboratoriais, ultrassonografia, tomografia e ressonância magnética.

Entre os sintomas mais comuns para o câncer de pâncreas estão a icterícia (quando a pele e os olhos ficam com coloração amarelada), dor abdominal, anemia e perda de peso e de apetite.

Uma vez feito o diagnóstico, o tratamento vai depender do grau da doença. Entre as opções estão cirurgia aberta ou minimamente invasiva (laparoscopia e robótica), radioterapia e quimioterapia.

Hoje muita atenção se tem dado à terapia neoadjuvante, método no qual se inicia a quimioterapia (associada ou não à radioterapia) com o intuito de diminuir o tumor para depois retirá-lo com cirurgia. Essa conduta vem obtendo bons resultados.

Outro recurso que parece transmissor é a cirurgia robótica, que tem crescido no país para essa finalidade. Nesse procedimento, a visão em 3D, a magnificação da imagem e as pinças cirúrgicas articuladas permitem movimentos similares aos do punho humano, possibilitando a realização de uma cirurgia mais precisa, com menor sangramento e menos dor ao paciente no pós-cirúrgico. O retorno às atividades do dia a dia também é mais rápido.

Recentemente, um estudo apresentado no ASCO, o congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica,  mostrou que um medicamento seria capaz de reduzir significativamente a progressão do câncer de pâncreas avançado em pacientes que apresentam mutações no gene BRCA.

Foram avaliados 3 315 pacientes, dos quais 247 tinham essa alteração genética. Esse gene é hereditário e aumenta a possibilidade de se desenvolver cânceres como os de pâncreas, mama, ovário e próstata — o mesmo gene BRCA ficou mais conhecido do público quando a atriz Angelina Jolie fez uma dupla mastectomia preventiva por ter essa mutação para o câncer de mama.

Do grupo que recebeu o medicamento, 47% tiveram redução do risco de progressão da doença em comparação com o grupo de controle. O tumor também ficou controlado por mais que o dobro do tempo em comparação com os pacientes que receberam o placebo.

A mensagem que gostaria de deixar a você é: evite os fatores de risco de origem comportamental, busque um estilo de vida saudável e converse sempre com seu médico para que essa, ou qualquer outra doença, possa ser diagnosticada precocemente e tratada com eficácia.

Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/da-para-evitar-o-cancer-de-pancreas/ - Por Dr. Raphael Araujo, cirurgião oncológico - Ilustração: Erika Onodera/SAÚDE é Vital